Top 5 Games - Beat'em Ups

Eu sou um texugo engraçado... Quando decidi fazer esse blog, pensei um montão de ideias legais de coisas para escrever, dos mais diversos assuntos. Mas, por conta de temas atuais que surgem do nada, aliados a uma agenda cheia por conta do trabalho e dos afazeres, somados àquela preguiça que dá no fim de semana, muitos assuntos acabam ficando esquecidos aqui. Sem falar de várias postagens, já prontas, mas que ficam pegando poeira na seção de "rascunhos", algumas delas que até perderam o momento e provavelmente vão pra lixeira.

Mas felizmente eu acabo recuperando algumas delas, como essa aqui que estava esquecida desde meados de 2018, bastante tempo, tanto que tive que "criar" um post novo com o texto original, por conta da nova formatação do site. Sobre algo que eu curto fazer e que havia deixado de lado: as famosas listas baseadas em jogos de videogame.

Foram apenas três: primeiro escrevi sobre as melhores naves espaciais lá em 2010, depois comentei sobre os chefões de jogos em 2016 e por fim no ano seguinte sobre os jogos com os enredos mais originais. Confesso que achei que tinham mais posts, mas na verdade foram só esses mesmo, demonstrando como essa ideia legal que eu tive não foi colocada muito na prática. Isso sem contar com a postagem mais recente das mais gatas dos games, postagem que quase todo mundo faz, mas que na verdade não tem muito a ver com os jogos em si.

Hoje, eu venho aqui pra falar dos cinco melhores jogos de beat'em up, os clássicos de porrada, em que você deve abrir caminho em fases repletas de inimigos. A imagem do título não é à toa, quem já viu o clássico Fúria do Dragão do Bruce Lee lembra daquela cena em que ele desce a porrada em dezenas de japoneses, e os jogos beat'em up são bem nesse estilo mesmo, em que você controla um lutador que precisa abrir caminho ao longo de várias fases, socando e chutando os inimigos que aparecem em absurda vantagem numérica, e que geralmente trazia um chefão no final de cada uma delas. 

Na verdade, sigo até a dica de um visitante, que sugeriu isso no post sobre o jogo de tabuleiro Mega Metro City, que retrata o estilo desses jogos que nos divertíamos antigamente, mas que infelizmente teve o seu financiamento cancelado e até agora não viu a luz do dia. Mostrando que eu estou atento às sugestões aqui no site... embora essa certamente demorou para sair. 

Sem mais delongas, vamos para a lista dos meus cinco jogos de porradaria favoritos, em ordem crescente. Lembrando mais uma vez que essa é uma lista pessoal, baseada na minha experiência videogamística (será que existe essa palavra?) e levando em conta os jogos que eu realmente joguei. Assim, eu sei que vão ter ausências  Certamente vai aparecer gente aqui reclamando, dizendo "pôrra, você não falou nada do jogo X"... mas lista pessoal é lista pessoal, se tem algum jogo que você quer citar ou lembrar, a seção de comentários tá aí pra isso. Ou vá fazer o seu blog com a sua lista.


The Simpsons Arcade

Começamos a lista com a mais famosa família amarela, que já acumula mais de trinta temporadas. Sempre curti os Simpsons, mas na época de ouro quando tinha mais irreverência e humor ácido, antes da Fox ser comprada pela Disney e começarmos a ver sempre uma pitadinha de politicamente correto no desenho. Lá nos primórdios da série, nos anos 90, vimos uma porrada de jogos de videogame baseados nos Simpsons, a maioria muito tosquinha e descaradamente querendo arrancar dinheiro dos fãs que compravam tudo deles. As únicas exceções na minha opinião foram o Bart vs. Space Mutants e o sensacional The Simpsons Arcade.

Joguei duas vezes no fliperama e depois finalmente no PC, esse jogo era sensacional! A história começava com o Sr. Smithers roubando um diamante e dando um encontrão com os Simpsons ao sair do banco. E o diamante acaba sendo pego por Maggie, como se fosse uma chupeta, de forma que o lacaio do Sr. Burns leva a bebê embora. E aí a família Simpson precisa ir atrás dela, enfrentando os mais diversos personagens ao longo do caminho.

O grande barato é que cada personagem tinha seu estilo. Homer ia nos socos e pontapés mesmo, Marge tinha um aspirador de pó, Bart lutava com seu patenteado skate e Lisa usava uma corda de pular. No fliperama tinha ainda a possibilidade de quatro jogadores ao mesmo tempo, cada um com um personagem, que ainda permitia o uso de ataques combinados (por exemplo, Homer e Marge faziam como se fosse uma roda para atropelar os inimigos, Bart e Lisa davam as mãos e saiam berrando, coisas assim), algo bem bolado. E tinham também armas pelo caminho, como marretas, estilingues e bolas de boliche, sendo que cada uma era mais indicada para um determinado personagem.

Aliás, falando de personagens, era o que não faltava nesse jogo. Em cada fase tinha como ver personagens coadjuvantes, alguns que até interagiam na cena um pouco, como Moe, o diretor Skinner, Milhouse, Patty e Selma, dentre outros. Sem falar que os cenários eram sensacionais, com um colorido que lembrava mesmo um desenho animado. O único porém é que esse jogo era bem difícil, provavelmente para convencer o pessoal a gastar mais moedas no fliperama...


Double Dragon

Não tem como não falar de beat'em ups sem falar de Double Dragon. Clássico dos fliperamas e que teve versões para diferentes consoles, com um foco maior no Nintendo, onde os diversos capítulos da série foram apresentados. Mas, como a lista é pessoal, meu foco aqui é na versão que eu conheci e joguei mais, que foi a do Master System, que dividia com o Black Belt os poucos títulos de porrada que eu tinha no velho console de 8 bits da Sega.

E que tinha o mesmo tema manjado: punks genéricos dos anos 80 que não tinham nada pra fazer sequestram a namorada do protagonista Billy, com direito a uma abertura onde um sujeito acerta um murro nas fuças da menina (uma pequena cena que hoje motivaria feminstóides pedirem o boicote ao jogo). Puto da vida, Billy chama o seu irmão gêmeo Jimmy, pra sairem na porrada com os bandidos e salvar sua garota.

Em Double Dragon a ação ocorria em um ambiente tridimensional, dando maior liberdade ao movimento e permitindo que os mais covardes fugissem. Isso dava espaço também para obstáculos, como paredes e buracos. Além disso, o jogo trazia uma série de golpes, tudo isso improvisando com os apenas dois botões que haviam no Master System. Tinha soco, chute, voadora, cabeçada, cotovelada, joelhada e tudo mais. E não podiam faltar armas, como o manjado taco de baseball e o original chicote.

Mas confesso que graficamente o Double Dragon do Master System era meio fraquinho... Pra começar, muitas coisas eram extremamente desproporcionais. Depois, a variedade de inimigos era sofrível, apenas trocas de cores para diferenciar, e os movimentos eram boçais, ninguém balançava os braços ao andar, parecendo um bando de dançarinos irlandeses. Aliás, os irmãos Billy e Jimmy eram feitos com os mesmos gráficos, algo esperado por serem gêmeos (malandragem pra facilitar a vida dos programadores), mas com cores bizarras: tipo, o Billy que era pra ser loiro parecia ruivo, e o Jimmy tinha o cabelo azul, inventavam a desculpa que o sujeito lutava de boina. E, pra completar, o Abobo parecia o Baby da Família Dinossauros.

Apesar de tudo isso, Double Dragon era divertido, especialmente jogando de dupla. Até porque, chegando no final e derrotando o chefão (um tosco com uma metralhadora que disparava uma bala mais lenta que os Correios), os dois jogadores tinham que sair na porrada pra ver quem ficava com a garota! Sério! Mesmo a mulher sendo namorada do Billy, se ele fosse morto pelo seu irmão gêmeo ela ficava com ele. Acho que não deve fazer muita diferença pra ela, considerando que os dois são iguais, não é mesmo?


Two Crude Dudes

Talvez o mais desconhecido dos jogos aqui, esse era do Mega Drive e que tinha uma história que não me lembro bem, vagamente me recordo que rolava uma explosão atômica e a sociedade se transformava num monte de punks mutantes hang-loose fazendo merda pelos cantos, liderados por um cientista louco. Aí, o presidente dos Estados Unidos convocava dois marmanjos fortões pra descer a porrada neles. E era isso, você controlava um dos grandões, saindo na pancadaria ao longo das fases.

Two Crude Dudes era um jogo que eu curtia não tanto por sua jogabilidade, que era básica apesar da grande variedade de golpes. O maior barato era por ser um jogo muito hilário, a começar com os personagens principais que pareciam o Duke Nukem depois da manguaça. Os inimigos eram bem toscos, chegando a ser caricatos. O interessante era que alguns deles se transformavam conforme você batia neles. Por exemplo, tinha um ciborgue que depois de levar algumas porradas explodia e dava lugar ao se endoesqueleto metálico, em uma clara cópia do Terminator. Sem falar de um dos chefes, que começava como um punk genérico, mas depois se transformava num mutante meio homem meio leão chamado Tiny Leo... que mais parece meio viado também.

Uma sacada curiosa era que entre as fases os Dudes encontravam uma máquina de refrigerante, e podiam tomar algumas latinhas pra recuperar energia. Mas como verdadeiros brutamontes, eles não usavam moedas pra pegar latas, a ideia era dar porrada na máquina pra fazer as latinhas saírem, tomando o máximo de bebida antes do tempo estourar. Tinha a dica de que destruindo a máquina você ganhava uma vida adicional.

Por fim, o chefão final do jogo era uma piada à parte. Depois de derrubar todos os chefões do jogo (como era comum de se fazer na época), o último deles era o Tiny Leo de novo. Após ser mais uma morto, aparecia um velho baixinho, que ia lá chorar a morte do seu bichinho, e depois tentava agredir o jogador. Lógico, sem causar nenhum tipo de dano.

E o melhor era que dando uma porrada no velhote, ele voava longe como um saco de batata! Só achei o vídeo do arcade, na versão do Mega Drive ele ia pra outra ponta da tela.

Claro, tudo isso era só pra zoar, pois depois ele se transformava num bichão da pôrra que era foda pra caramba de derrubar. Um jogo bem engraçado, parecendo um daqueles filmes bizarros do Sessão da Tarde.


Black Belt

Muitos vão torcer o nariz. Mas eu não poderia deixar essa lista sem citar o primeiro beat'em up que eu tive, na época do Master System, um dos clássicos da época. Tanto que ele teve um post um pouco mais detalhado, contando a história de Riki, o carateca que sai na porrada com um monte de inimigos pra salvar a sua namorada raptada. Eu sei, as feministas de hoje em dia devem achar tal ideia um absurdo, exigindo empoderamento feminino... Mas esse sempre era o tema da maioria dos jogos de luta dos anos 80: um bando de punks desocupados que sequestravam a namorada dum cara, que partia pra cima deles. 

O fator nostálgico conta muito aqui pra que Black Belt esteja na lista, nesse joguinho divertido em que você enfrentava vários capangas em cada fase, e o maior barato era que os putos explodiam em pedaços depois de levar um golpe. Sério, eu achava irado isso. Tinha também como dar um pulo lá na casa do caralho, que servia pra pegar itens que passavam voando pelo céu. Toda a ação ocorria em um cenário bidimensional, com os capangas aparecendo sem parar a medida que você andava pra direita.

No final de cada fase, tinha um chefão que geralmente exigia uma tática especial. Quem não se lembra das manhas do jogo, como aquele puto mascarado que você tinha que acertar um chute logo depois do soco dele? Sem falar do chefão final, era só ficar abaixado no canto, dando socos sem parar (preferencialmente usando aquele Rapid Fire), e fim de papo. Era o ponto legal do jogo, descer a porrada no chefão, pra depois salvar a garota.

Joguinho bem divertido e que eu ainda jogo hoje de vez em quando, naqueles momentos que bate uma saudade nostálgica do Master System. Aliás, cabe ressaltar que Black Belt na verdade é uma adaptação ocidental do jogo do Hokuto-No-Ken, que tinha um monte de coisas legais no meio.


Streets of Rage

Já falei aqui algumas vezes, e não em canso de repetir: a série do Streets of Rage é uma de minhas favoritas, não apenas de beat'em ups mas de jogos de videogame em geral. Eu acredito que não houve jogo de porradaria mais empolgante, mais divertido e legal do que os três jogos clássicos do Mega Drive, que protagonizaram um post aqui faz algum tempo. Fica difícil escolher o melhor aqui, considerando ainda um remake feito pelos fãs que é duca e o novíssimo Streets of Rage 4 que saiu há dois anos, então decidi dar a medalha de ouro para todo o conjunto da obra. É até injusto falar em poucas linhas desses jogos, mas vou tentar.

Street of Rage trazia um estilo de jogo bem legal, com comandos relativamente simples (três botões, sendo um pra pulo, outro pra ataque e o terceiro para ataque especial), tornando-o mais fácil de jogar, mas não por isso mais simples. Seguia a velha fórmula, com vários inimigos ao longo do caminho, incluindo alguns mais fortes a partir do segundo jogo, até o confronto com o chefão da fase, ao longo dos costumeiros oito estágios da série. Pode parecer mais do mesmo, mas Streets of Rage trazia alguns elementos legais.

A começar com os personagens, extremamente carismáticos. Claro que o grande destaque fica por conta de Axel e Blaze, que estiveram em todos os quatro jogos da série, mas não podemos deixar de citar o negão Adam, que descia a porrada no primeiro jogo e voltou no SOR4, o seu irmão Skate, que participou de dois capítulos e andava de patins, o bombado Max do segundo jogo e o ciborgue Zan do terceiro, que faziam o papel de fortão do grupo. E vale citar Cherry, a filha de Adam, e o tatuado Floyd, com braços de metal, se juntaram ao time no jogo mais recente. Sem contar os personagens secretos...

O grande destaque de Streets of Rage fica por conta da jogabilidade, que é intensa e cheia de golpes especiais, incluindo a famosa polícia do primeiro jogo. Cada jogo trouxe algo de novo, como os múltiplos caminhos, os inimigos de moto, os golpes em dupla e outras peculiaridades legais, especialmente no Streets of Rage 4, com direito a easter eggs com as fases escondidas dos jogos originais. E, claro... sensacional trilha sonora, uma das melhores de todos os jogos de videogame.

Streets of Rage dispensa maiores comentários, pois é de longe uma das séries de beat'em ups mais fantásticas que já foram lançadas. Como disse, é injusto limitar poucos parágrafos para esses jogos que estão na minha lista de prediletos, sugiro olhar as postagens que já fiz deles. Melhor ainda: vá jogar Streets of Rage e seja feliz.

E assim chegamos ao final da lista. Eu sei, certamente vai ter gente me xingando, perguntando onde estão o Final Fight ou o jogo das Tartarugas Ninja. Tenho a noção que eles são beat'em ups consagrados e considerados muito bons por muita gente; mas, como disse, a minha lista é pessoal, e por mais que eu tenha jogado esses e outros jogos do estilo, estes cinco foram os que mais se destacaram na minha opinião.

Comentários