Moe! Ninja Girls (de novo)

Sei que muita gente vai me sacanear por conta dessa postagem. Especialmente pelo fato de ser a terceira dedicada a essa série de joguinhos de celular que imagino que quase ninguém conheça. Mas eu não ligo, escrevo aqui sobre temas que eu acho interessantes, curiosos e engraçados. Afinal de contas, para dedicar um tempo para escrever um post, é fundamental que seja algo que eu pelo menos tenha um mínimo de apreço, isso ajuda a fazer as palavras fluírem naturalmente. Poderia falar sobre assuntos da atualidade ou sobre coisas que a maioria curte, apenas para ganhar mais visualizações; mas eu prefiro focar naquilo que eu acho legal. E por essa razão eu volto aqui para falar mais uma vez a respeito das ninjas desse jogo que em um primeiro momento pode lembrar um dos Três Patetas por conta de seu nome.

Não vou explicar de novo o porquê do "Moe". Veja uma das postagens anteriores ou procure na internet. Só adianto que não tem nada a ver com o Larry e o Curly. E se você não sabe quem eram Moe, Larry e Curly... só lamento.

Pretendo não me estender muito (embora eu sempre exagero no tamanho das postagens quando digo isso), mas vale uma pequena introdução que vai explicar o porquê de eu estar novamente falando desses jogos. Lá em novembro do ano passado eu fiz o primeiro post, falando a respeito do Moe! Ninja Girls (conhecido pela abreviação MNG) que me chamou a atenção por conta das frequentes propagandas nas minhas redes sociais, e com o qual simpatizei por mesclar aquele estilo de livros-jogos de "escolha sua aventura" com animações japonesas. E seu toque particular ficava por conta do enredo, onde você personifica Kazuki Araya, um ninja adolescente que interage com várias garotas da mesma escola, que por coincidência são ninjas também. Além de trazer desenhos muito bem feitos, a história era bem engraçada, com seus momentos de "force majeure" onde o herói tapado passava por situações constrangedoras, como pegando sem querer nos peitos de uma das amigas ou sendo colocado em situações comprometedoras, rendendo algumas boas risadas que ajudam a relaxar e esquecer um pouco os problemas do dia-a-dia.

Um mês depois escrevi sobre o segundo jogo da série, Moe! Ninja Girls RPG. Trazendo quase todos os mesmos personagens do primeiro, além de alguns novos, vimos uma história um pouco diferente, quase como se fosse um "universo paralelo". A grande diferença foi no estilo de jogo: apesar de manter ainda uma história, o foco ficou em lutas no estilo daqueles RPGs de videogame, em que era necessário desenvolver e equipar seu personagem, para assim vencer as lutas ao longo da trama. Mais com cara de jogo e não apenas uma história com algumas eventuais múltiplas escolhas. Foi um título que teve uma certa repercussão entre os fãs do anterior, rolou até pré-registro para o pessoal testar.

Pois bem... durante algum tempo os dois jogos coexistiram, um certo desafio para quem queria acompanhar as duas histórias ao mesmo tempo (como eu). Até que no final do ano passado foi anunciado que o jogo original (que era conhecido informalmente como o MNG Visual Novel) chegaria ao seu fim, com a conclusão da história na sua 30ª temporada. O aplicativo continuaria existindo, mas novos conteúdos não seriam criados. Indicando que a Solmare, empresa desenvolvedora do jogo, iria provavelmente focar mais no RPG a partir daquele momento. Muita gente desanimou com a notícia, até pelo fato de que a continuação não estava agradando muito. 

Confesso que eu era um desses que não curtiu o RPG de forma plena. Era um jogo simpático sim, mas ele tinha seus momentos de frustração, onde certas batalhas dependiam de personagens muito fortes. Como já disse aqui várias vezes, um jogo frustrante costuma me afastar, e o segundo MNG estava nesse caminho. Além disso, o enredo de trama era muito diferente em relação ao original, a ponto de mudar a personalidade de certos personagens quase que de forma diametral... algo meio chato quando o jogador já estava acostumado há alguns anos com certas características das meninas ninjas e do elenco de apoio.

Tudo indicava que ia ser isso mesmo... Aos poucos foram sendo lançadas novas "temporadas" no RPG seguindo com a história, e no visual novel vimos alguns repetecos de pequenas séries que já haviam sido apresentadas (como histórias curtas e não-canônicas) e até mesmo alguns eventos novos, mas sem continuar com a trama. Até que em março de 2021 a empresa que produz o jogo fez um "anúncio duplo" que surpreendeu a todos com uma grande reviravolta, e é um dos principais motivos que me trouxe a esta postagem... Que rufem os tambores!

Tá, sei que você não dá a mínima. Ainda mais quando é notícia velha... Mas vamos em frente.

A notícia "ruim" (pelo menos para alguns) era que o RPG ia terminar na sua 7ª temporada. Depois de estrear em maio de 2020, o segundo jogo da série Moe! Ninja Girls ia acabar antes mesmo de completar um ano de vida. Muito provavelmente os produtores perceberam que o novo estilo do jogo não agradou muito, e assim desistiram de continuar com ele. O aplicativo permaneceria online (como está até hoje), mas nada mais seria incluído, nem mesmo histórias paralelas e eventos curtos. 

Agora, a notícia "boa" é que o jogo original voltou a ter novas histórias. Por essa razão é que inclusive a sua tela de título (que abre este post) mudou, referenciando a uma nova etapa das aventuras de Kazuki e seu harem de meninas ninja, que agora está na universidade. Por isso o novo sub-título, The College Years.

Em termos de jogo, na verdade nada mudou em relação ao Moe! Ninja Girls original. Cabe ressaltar que não se trata de um aplicativo diferente, mas sim o mesmo que foi lançado em 2016. O que muda é que existem agora dois arcos de história distintos: um para a época de escola, com as trinta temporadas que ainda podem ser jogadas da mesma forma, e outro para a nova fase focada na universidade. A premissa é a mesma, com cada temporada sendo estrelada por duas "heroínas", e de acordo com as respostas dadas nas perguntas que aparecem, Kazuki se aproximará mais de uma ou de outra. Permanecem também os eventos, as lutas contra outros jogadores e tudo do original.

Bom, como não mudou muito, vale a pena aproveitar a oportunidade para falar um pouco de como a 30ª e última temporada da primeira parte da história terminou, mas sem dar muitos spoilers. Não apenas para não desmotivar possíveis novos jogadores que ainda estão lendo, mas também por eu estar com preguiça de entrar em maiores detalhes. 

Mas, se não quiser correr os riscos, pare por aqui. Só olhe as imagens e não leia, depois não diga que não avisei.

O final da trama envolveu um combate épico contra os bandidos do Yatagarasu (se não faz ideia de quem sejam, olhe a postagem original), uma mega porradaria que corre solta ao longo de seus episódios, incluindo com o surgimento de um monte de monstros que iam destruir a cidade. Com direito ao grande vilão final, que é uma entidade do mal chamada Amatsu-Mikaboshi, que mais parece uma criatura do mundo do Avatar que foi corneado pela sua cara-metade. Além dele, tem o bichão chamado Yamata-no-Orochi, que é um desgramado dum dragão de oito cabeças, que já havia aparecido em outros momentos da história.

Mas o grande clímax de maldade da temporada (puta spoiler pela frente!) não tem a ver com esses bandidos, mas sim com Kazuki se tornando maléfico de alguma forma que eu já me esqueci. Acaba sendo uma mudança de ares, em que em um determinado momento o jogador passa a visualizar a história a partir do ponto de vista das nove heroínas principais, que tentam regatá-lo dos vilões. O Kazuki do mal se mostra como uma criatura que pode destruir o mundo, e uma das coisas mais trágicas que acaba acontecendo é que ele mata o próprio pai.

Pois é. Por essa ninguém esperava.

O fuzuê é tanto que o clubinho que procura ninjas precisa de reforços, e na última temporada dessa primeira parte fomos apresentados a um vasto elenco de novos personagens. Muitos que merecem mesmo serem chamados de personagens, pois contam com sprites de verdade, e não apenas aquelas silhuetas pretas sem nada que os produtores geralmente usam para os coadjuvantes. Embora existam sim alguns personagens com um certo destaque e participação no final da história que aparecem como um mero vulto preto e sem graça. 

Na boa... eu entendo que tal estratégia era para simplificar, sem a necessidade de criar expressões para cada personagem. Mas acho que não custava nada fazer uma cara neutra, ou mesmo dedicar um pouquinho mais de esforço para pelo menos desenhar alguns de maior destaque.

Vamos ver quem apareceu. Para começar, três personagens do RPG que já haviam aparecido na visual novel na temporada 22.5 (meio como uma temporada de zoação entre duas principais). Waka continua sendo a mesma menina medrosa e que gosta de ficar escondida no quarto, mas Yozuki e Iori tiveram uma reviravolta interessante em seus currículos: até então a primeira era uma garota que o clubinho conheceu em uma viagem de férias e a segunda fazia parte da turma de Tengge e Liyi, além de ser a única integrante do clube de química; mas na temporada 30 descobre-se que elas fazem parte da mesma organização secreta MEA, da qual Yamabuki e outras integrantes já eram conhecidas.

As outras duas heroínas do RPG foram formalmente apresentadas no capítulo derradeiro, embora já tivessem feito algumas pontinhas em eventos curtos do visual novel. Oka continua sendo uma ninja de uma vila próxima da terra natal de Kazuki, e Ran é a neta do diretor, e ambas se juntam no combate contra os monstros no final.

Ninjas de outras vilas ingressaram ao time, cada uma com seu estilo peculiar. Tsubame é a marrenta com um rifle, por mais que possa parecer absurdo um ninja usando armas de fogo. Pelo menos é mais normal do que a sorridente Hijiri, que tem uma espécie de violão com o qual emite notas que atordoam os inimigos. A baixinha Shiratsuru é uma que tem controle sobre poderes de água, embora fique enjoada quando está no mar. E Kiki é na verdade outra integrante da MEA, uma nerd que possui uma equipe de robôs.

Tem vários outros personagens, mas que aparecem como sombras, e nem vou dar muita bola. Apenas para citar, tem uma outra ninja chamada Haruka que tem poderes eletromagnéticos (e uma que poderia ter tido sprites, como as outras acima), o líder da MEA que tem o codinome Derringer e é avô de John, melhor amigo de Kazuki (em outra das convenientes coincidências que só vemos na ficção), e Sau, que é a braço-direito de Kurenai, irmã de Ricka. Vale comentar que alguns familiares também são apresentados, como Sanzo, pai de Myu (e que parece usar uma garra de Wolverine), assim como Hoshimi e Kanna, que são os pais de Hotaru. O detalhe é que este último chegou a aparecer no RPG com uma sprite (é o sujeito meio afeminado da direita na imagem abaixo) mas por algum motivo ficou como uma sombra no visual novel.

Podiam ter aproveitado a imagem do outro jogo, não custava nada...

Enfim, vamos encerrar logo essa parte. Depois de uma história envolvente, temos o final. Bom, três finais como de costume, mas dessa vez foi criado algo diferente, já que nessa temporada final não havia um foco em duas heroínas. Além do final verdadeiro, tem o final feliz e o final triste. Os dois primeiros não são muito diferentes entre si, onde tudo acaba bem e todos celebram a vitória no final. Mas o final ruim é bem pesado, triste mesmo! Não darei spoilers, mas digo que ele provoca uma grande mudança em relação ao clima mais leve que vemos no restante da história. Mas arrisco dizer que, dentre os três finais, é na minha opinião o mais bem escrito e que mais prende o jogador, especialmente por trazer um epílogo totalmente inesperado.

Se quiser saber, jogue o jogo. Ou veja um vídeo no YouTube. Mas o que vale no final do dia é o final verdadeiro, que não é tão spoiler assim, que em tudo fica bem e a turminha vai curtir um piquenique no dia da formatura do colégio.

Apesar do visual novel na época estar com seus dias contados, os produtores ainda deixaram uma boa surpresa como uma espécie de "presente de despedida", apresentando uma série de spin-offs (algo como histórias extras) focados na vida adulta dos personagens. Assim o jogador poderia ver como seria a vida de Kazuki no futuro, finalmente declarando seu amor a uma das heroínas, chegando até sua vida adulta e em família. Vale ressaltar que a história dá uma série de itens legais para seu inventário, mas demanda uma certa quantidade bem elevada de diamantes, que é a moeda premium do jogo.

Uma coisa interessante a citar é que criaram sprites adultas das protagonistas, algo que eu achei bem legal. Todas elas vestidas de forma mais recatada e com penteados diferentes (alguns até bonitos, outros nem tanto), como é possível ver nas imagens que montei abaixo.



Vale uma breve análise pessoal (se você não sabe quem é quem, deixa de ser preguiçoso e vá ver o post original, pombas!). Gostei muito das versões adultas de Enju e Lily principalmente, pois demonstram um bom equilíbrio entre maturidade e charme. Tengge e Hotaru também são interessantes, pois fica bem visível a visão recatada e "do lar", em contraste com o estilo mais superficial de quando eram mais jovens. A única que eu achei meio estranha foi Nanao, que parece uma cientista louca com esse jaleco branco. E Myu, mesmo adulta, continua baixinha...

Faltou criarem um sprite do protagonista, especialmente considerando que a partir de um certo momento Kazuki começava a aparecer, com suas expressões hilárias. Mas o seu melhor amigo, Johnny, recebeu a versão adulta, que mais parece um ator pornô dos anos 70 com esse bigodinho tosco, penteado de cocô-boy o roupa de grife. 

Outra coisa muito simpática é que em todas as histórias Kazuki e sua amada tem uma filha. Sempre será uma filha, não importa quem você escolha (acho que para que o protagonista tarado venha a ter dores de cabeça no futuro, quando sua filhinha começar a namorar). E a menininha é descaradamente uma versão em miniatura da heroína escolhida, mas que só aparece na foto de bônus que aparece no final. Como podemos ver na imagem abaixo, com a filhinha de Kazuki e Yamabuki (a personagem que eu escolhi primeiro), e que parece ter herdado o dom para desenhar da mãe.

E vemos que Kazuki usa a mesma camisa branca que tinha quando adolescente... 

Por fim, a outra boa notícia é que, diferentemente dos demais spin-offs que costumam ter uma duração até saírem do jogo, essas histórias estão sempre disponíveis. Assim, em qualquer momento que você queira ler a história adulta de uma das personagens principais, é só escolher e jogar. E sem necessariamente ter concluído as 30 temporadas da trama inicial.

Digo que achei a ideia bem legal. Pois em MNG cada jogador certamente terá a sua heroína favorita, e em vez de criar um único epílogo que teria que ser algo geral, existe a chance de ver um final feliz com sua escolhida, desde a declaração de amor até a vida em família.  

Embora eu só tenha lido os epílogos de Yamabuki, Hotaru e Lily até o momento, a história com a sapeca Bookie é sem dúvida muito cativante. Kazuki tenta de todas as formas se declarar para ela, bolando cenários legais para o momento, mas Yamabuki se esquiva com seu jeitinho risonho e sempre fazendo piada. Até que num dia de praia ele a confronta e diz as três palavrinhas mágicas, e vemos Yamabuki toda tímida, perguntando se realmente Kazuki estaria ok em ficar com alguém como ela.

Pode me sacanear a vontade... Mas, apesar de ser apenas um jogo, acho legal como os produtores conseguiram criar personagens muito cativantes e com personalidades bem complexas, pelo menos quando olhamos esses finais. É curioso ver como a menina que zoava todo mundo e parecia meio fútil no fundo era doce e tímida, se achando inferior às demais.

Enfim, quando chegou a confirmação do retorno do jogo, os produtores começaram com algumas histórias que representavam uma espécie de prólogo da nova etapa. Originalmente lançadas periodicamente ao longo dos meses antes do retorno do MNG, e agora também disponíveis eternamente, são pequenas aventuras mostrando uma grande viagem de férias feita pelos amigos após a formatura, a nova formação do clube que procura ninjas e uma missão conjunta entre os ninjas da organização Obnubi e a organização MEA.

Todas as histórias funcionam bem, mostrando o que os personagens foram fazer depois da trama inicial, embora Kazuki só participe mais ativamente da primeira delas. Particularmente achei a segunda delas a mais simpática, em que vemos como que o clube da escola se atualiza depois da formatura da maior parte de seus membros. Na verdade restava apenas a pequena Myu, que era do 1º ano durante a história, e que agora estava no 3º ano prestes a se formar. Além da andróide Cy, que também era de sua turma, temos Kikuko, a mestre de Kazuki e que nunca envelhece, e Waka, que descobrimos que faltou tanto às aulas que repetiu de ano. Para completar temos a baixinha Shiratsuru, que foi transferida para a mesma escola e se junta ao grupo.

Por um momento eu admito que pensei que a continuação do visual novel seria focada neste novo grupo. Mas logo percebi que não faria muito sentido se desfazer de um vasto elenco carismático que já tinha conquistado os fãs, mudar os personagens drasticamente certamente afastaria esses jogadores. Até que, em agosto desse ano, a nova série focada na vida universitária de Kazuki começou.

No momento em que escrevi essa postagem a segunda parte da trama está em sua segunda temporada, assim que provavelmente teremos ainda muita coisa para acontecer. Mas em linhas gerais a história também é centrada em Kazuki, que agora vai começar a estudar em uma universidade para ser alguém na vida. Só que não é apenas isso: como herdeiro do antigo chefe da vila ninja da Daikoku, ele também vai ter que pensar sobre suas responsabilidades como novo líder, incluindo ter que escolher uma noiva.

Isso mesmo. Na época de colégio o "ninja lendário" queria ter uma vida normal. Agora, na faculdade, arrumaram várias noivas para ele escolher, cada uma de uma vila ninja diferente. Algo que só acontece mesmo em jogos de comédia romântica como esse. E o mais curioso de tudo é que as oito pretendentes são em sua grande maioria personagens inesperadas, que não faziam parte do harem das nove protagonistas originais.

Apenas Myu é a que "permanece", e temos Oka e Ran vindas do RPG. Interessante ver como Tsubame, Hijiri e Shiratsuru, as três ninjas que apareceram no capítulo final da série original, também aparecem como candidatas, dando a entender que os produtores estavam pensando em incluí-las de fato como novas personagens principais. A grande surpresa fica por conta de Kurenai e Elly, respectivamente as irmãs mais velhas de Ricka e Lily, que certamente ninguém esperaria que apareceriam como possíveis pares românticos.

Embora fique muito claro que tudo está mais para um casamento combinado (pois a ideia é unir duas vilas ninjas), sem dúvida teremos muitas situações engraçadas. E certamente as demais sete protagonistas originais não vão ficar paradas, logo elas que passaram 30 temporadas dando em cima de Kazuki.

Na boa... como que um mané como ele consegue ter dezesseis mulheres querendo se casar com ele? E eu aqui só quebrando a cara...

Vamos em frente. Além da vida universitária, em que Kazuki já começa a se especializar em perder o horário das aulas e chegar atrasado, o desajeitado protagonista também tem as suas aventuras, a partir do momento em que ele assume um emprego de meio-período com a organização Obnubi de ninjas. Claro que ele acaba sendo acompanhado por quase todas as garotas, formando aquele que seria o novo clubinho que procura ninjas (new ninja seeking club), já que o original continua na escola e é liderado pela pequena Myu, como disse acima.

Aliás, além dos personagens apresentados no spin-off que mencionei, existem outros integrantes no clubinho original, com jovens ninjas vindos de diferentes vilas. Mas que já vemos que não passam de meros coadjuvantes sem importância, já que todos eles aparecem como aqueles vultos pretos.

Digo mais uma vez, acho essa ideia muito escrota. Pombas, fica evidente que os produtores desenharam os personagens, já que as sombras são relativamente detalhadas, custava tanto gastar um pouco mais de cores e fazer imagens de verdade? Às vezes fico pensando se esses vultos não correspondem a personagens de outros jogos desenvolvidos pela Solmare, e para não reciclar as imagens criadas os produtores pintaram tudo de preto e colocaram assim mesmo. Em todo o caso, acho muito sem graça, para mim é um dos pontos negativos do jogo...

É tão descarado que a própria história faz uma espécie de zoação com isso. Pois fica claro que quando aparece uma sombra preta, nada mais é que um mero NPC que será esquecido, como os colegas de universidade.

Tanto que muitos desses vultos são até reutilizados. Tipo, é comum que uma silhueta como essa de cima ora seja de um carinha da faculdade, ora é um transeunte no shopping, ora é um ninja da vila da Kazuki e assim por diante.

Em todo o caso, temos sim alguns personagens novos que mereceram cores e expressões faciais. Claro que estamos muito no começo da história, mas já fomos apresentados à Kamina, irmã mais velha de Oka e que foi a principal antagonista do RPG (por isso reciclaram as suas sprites aqui), e a misteriosa Itsuno, que também faz parte do clube da escola e que tem ódio mortal por Kazuki. 

Poderia dar esse spoiler, mas vou ficar quieto. Só digo que ela não está puta com o protagonista por ele ter bancado o pervertido com ela.

Na ausência de novos personagens para falar, acho que é válido revistarmos as nove principais protagonistas do jogo. Diferente das meninas que vieram do RPG, que mantém as mesmas sprites usadas anteriormente, as demais amigas de Kazuki passaram no salão de beleza para dar uma repaginada no visual para os anos de universidade. Da mesma forma que as versões adultas, elas voltam com penteados e roupas diferentes, algumas com um estilo que ficou até legal, mas outras que na minha opinião não agradaram muito. Vamos ver como elas amadureceram.

Akari continua a mesma menina animada e sorridente de sempre, e por uma grande coincidência (ou conveniência típica das histórias de ficção) não apenas estuda na mesma faculdade de Kazuki, mas mora no mesmo complexo de apartamentos para universitários que ele. Na verdade, é vizinha de porta, o que motivas as mesmas exclamações sobre o destino. Ou seja, é agora oficialmente a "girl next door" da história. Seu visual ficou legal, embora eu achasse que as curtas madeixas loiras eram charmosas, mas ela de cabelos longos funciona muito bem.

Enju, por sua vez, está em outra universidade. E além disso ela trabalha na organização Obnubi, mostrando que segue bem organizada e dedicada a fazer algo importante. Fica responsável por recrutar ninjas para cumprir missões na cidade, o que lembra a época de escola onde ela teve que aprovar a criação do clube de ninjas. Como se espera de uma moça recatada e educada (mas que ainda tem o seu lado explosivo de tsundere nas horas em que Kazuki banca o pervertido), o retoque em seu penteado foi sutil, mas suficiente para ficar mais atraente.

Ricka visualmente não mudou quase nada, na verdade parece a mesma coisa. O mesmo vale para sua preferência gastronômica, em que é apaixonada pelos fried noodle hotdogs, aquele bizarro sanduíche com macarrão, que ela é capaz de devorar de forma insana. Ela começa a história dividindo a casa com Kazuki e Tsubame, ajudando na reconstrução da vila da Daikoku, mas não demora para que ela decida seguir com os estudos e ingressar na faculdade... embora continue sendo meio distraída e sem levar os estudos muito a sério.

Myu ainda está na escola, nos eventos dessa continuação ela está no 3º ano e prestes a se formar, e também é a atual presidente do clubinho de ninjas. Por essa razão ela é a personagem que apresentou a maior mudança no ponto de vista de personalidade, com seus momentos mais sérios e reprimindo as mancadas dos mais jovens. Mas no fundo ela continua fazendo o estilo de irmãzinha mais nova de Kazuki, apesar de ter deixado de lado as maria-chiquinhas com lacinho, que a deixavam com cara de criança.

Tengee foi uma que na minha opinião perdeu um pouco de seu charme, já que sou um texugo que aprecio uma mulher com cabelos muito longos. Tudo bem que encurtar os fios deve ajudar na economia de xampu, mas parece que foi um cego quem cortou seus cabelos. Já na universidade há algum tempo, ela trabalha ativamente na Obnubi como uma das principais ninjas, e continua sempre levando a vida de forma leve e despreocupada, para o desespero de Enju. E, claro, sempre que pode ela faz as suas insinuações de duplo sentido em Kazuki, deixando-o todo abafado.

Yamabuki é outra que parece que combinou tudo com Kazuki, estudando na mesma universidade e morando no mesmo prédio, mas em outro andar. Essa não mudou nadinha em personalidade, continua adorando escrever mangás e desenhar, e nunca perde a oportunidade de zoar alguém, com aquelas piadinhas pervertidas e hilárias. Apesar de ser super divertida e uma das minhas favoritas, acho que ela ficou meio estranha, curtia mais as suas delicadas tranças do que esse cabelo meio bagunçado, como se tivesse saído do banho.

Lily é mais uma que ficou bem estranha com seu novo visual. Ela era tão elegante com suas franjas, agora parece que puxaram o cabelo dela para a nuca e assim ela ficou com um testão que mais parece um outdoor. Ela também é uma ninja que trabalha ativamente para a Obnubi, uma das mais poderosas que atua nas missões mais difíceis. E segue com sua personalidade tímida e desajeitada em certos momentos, especialmente tendo que aceitar que sua irmã Elly foi a candidata de sua vila escolhida para se casar com Kazuki.

Nanao também começou recentemente em sua vida universitária, mas em outra faculdade. Na verdade, ela estuda junto com Iroha, que era a sua "rival" na época de colégio, as duas querendo atuar com medicina (algo conveniente, já que ambas possuem poder de cura). Mas ela não amadureceu muito, continua meio avoada e mudando de assunto sem parar, além de seguir nutrindo seu gosto por coisas nerds. Na minha opinião ela ficou com um visual bem simpático, diria até que ela é a mais charmosa da nova geração universitária.

Encerramos com Hotaru, que apesar de estudar em outro colégio sempre esteve perto do clube de ninjas. Na verdade não tenho como dizer muito a respeito dela, pois até o momento ela só apareceu naquelas histórias paralelas que são lançadas durante um certo período de tempo. Mas tudo indica que ela segue trabalhando em um templo, dividindo o tempo com os estudos. Seu novo visual é bem diferente, embora ela sempre foi uma garota descolada e fashion, agora ela criou moda com um corte mais curto e com as pontas pintadas de rosa, até que ficou bonitinha.

Vários outros personagens secundários continuam, como é o caso de Kikuko, a mestre de Kazuki que não envelhece e que não tem muita paciência com suas mancadas, a andróide Cy com sua forma de falar como criancinha e que adora esmagar as costelas de Kazuki com abraços, e Iroha que deixou de fazer parte da organização do mal e se tornou uma amiga de sua ex-rival Nanao. Pelo menos são os personagens secundários que aparecem com certa frequência até o momento, e provavelmente seguirão na trama de alguma forma. Lembrando que Kikuko e Cy curtiram um breve momento como protagonistas no RPG, será que vão fazer o mesmo no visual novel?

E vale ressaltar que, de forma semelhante ao que aconteceu no RPG, o hilário Johnny não está por aqui. Na verdade ele chegou a fazer uma ponta no final do outro jogo, e apareceu em uma história entre as duas temporadas do visual novel, até com um certo destaque, ao lado de Yozuki e tentando dar uma de ninja. Aliás, nessa história ele acaba salvando uma "sereia", e segundo vimos na história tudo indica ele parece ter voltado para sua terra natal com ela, que aparentemente virou sua namorada.

Mas vamos ver, eu ainda tenho a esperança de que ele volte. Pois Johnny rendeu muitas risadas com suas participações toscas, em que ele atuava descaradamente como o alívio cômico das histórias.

Vale um breve comentários sobre as cinco heroínas do RPG, que seguem na história de uma forma ou de outra. Até o momento apenas Oka é que ganhou certo destaque, como pôde ser visto na primeira imagem da postagem ela está na tela de título, e é a primeira que aparece como uma das pretendentes. O mais simpático é que ela não tem muita noção do mundo, sempre vivendo em uma vila ninja, e assim passa por momentos bem cômicos quando tenta se acostumar com a cidade grande. E além disso ela faz um estilo de menina meiga e doce, quase como se fosse de porcelana, sendo difícil não gostar de seu jeitinho angelical. Tanto que ela já começou sendo uma das escolhas na primeira temporada, ao lado de Akari.

Quanto às demais, somente Ran e Waka que fizeram umas pontas, sendo que a primeira é uma das candidatas a se casar com Kazuki. Mas ainda é cedo para dizer se elas vão ter algum tipo de participação mais efetiva, e mesmo se vão ser heroínas de alguma temporada. Quanto a Iori, quase não apareceu mais na visual novel, me pergunto se vão trazer ela de volta. Será que o estilo baixinha nerd e bem dotada, estilo Bernadette do Big Bang Theory, não fez muito sucesso?

Por sua vez, uma que eu imagino que deve aparecer e ganhar certo destaque será Yozuki. Além de estrelar um spin-off ao lado do Johnny, como mencionei acima, ela tem um certo "peso" por ter sido quase que uma das principais protagonistas do RPG. Sem falar que, além de Oka, ela tem aparecido em certos eventos promocionais do jogo, tendo suas próprias imagens de destaque e histórias paralelas, indicando que ela parece agradar aos fãs. Difícil que se desfaçam dela, talvez só estão esperando o momento certo para trazê-la de volta.

Vamos ver o que vai acontecer no futuro, em termos de personagens. Eu diria que já existem potenciais namoradas para Kazuki, só considerando as nove heroínas originais e mais as cinco que foram apresentadas no RPG, sem contar muitas outras que se apresentaram. Mas creio que veremos novos personagens aparecendo, que não serão apenas meras sombras sem expressão.

Algo que vale comentar um pouco é a respeito de como a história parece estar caminhando. Sei que é cedo e só temos duas temporadas lançadas da fase universitária, mas já é possível ver uma certa diferença em como os produtores estão elaborando a trama, especialmente no que diz respeito à questão mais romântica e os finais de cada uma das temporadas.

Como disse acima, o estilo do jogo não mudou muito, com as perguntas de múltipla escolha ao longo da história que podem aproximar a pontuação da heroína A ou B, ou ficar na mesma. Ao fim do capítulo, é possível escolher o final com uma das duas personagens (desde que você tivesse acumulado pontos o suficiente), que geralmente envolve uma pequena história após o término dos acontecimentos da temporada, que torna Kazuki e a escolhida da vez um pouco mais íntimos. Mas, como ainda é época de escola, são situações mais inocentes e comportadas, no máximo rolando um beijinho ou coisa parecida.

Bem meigo, não? Era de se esperar que, no meio das aventuras ninjas e dos momentos cômicos, haveria algum tipo de romance. Afinal de contas, Moe! Ninja Girls se apresenta como uma espécie de comédia romântica em estilo japonês.

Mas é algo que me faz pensar: se cada temporada tem três finais possíveis, seriam todos eles oficiais? Difícil saber se, dentre as opções disponíveis, haveria algum que fosse o único realmente canônico ou se até mesmo todos seriam de certa forma verdadeiros. Claro que para isso valer seria necessário que toda a postura de rapaz ingênuo e desajeitado com as mulheres do protagonista não passasse de um mero teatro, para que ele pudesse beijar todas as garotas em todas as oportunidades possíveis e imagináveis, um verdadeiro pegador, um don juan irresistível.

Que é uma possibilidade muito remota, como podemos ver pela reação delas acima.

A verdade é que essa dúvida de um final verdadeiro começou com a temporada 30, em que não havia escolhas sobre essa ou aquela garota, mas três possibilidades mais gerais, como mencionei lá no alto. Determinadas escolhas o levariam ao final verdadeiro ou ao final feliz (ambos muito similares) e terminando sem a quantidade de pontos adequada caberia assistir ao final triste. Ou seja, dentre as três possibilidades, apenas uma seria a verdadeira, aquela que marcaria oficialmente o fim da primeira jornada de Kazuki, e consequentemente servindo como ponto de partida para sua vida universitária. 

E, agora na faculdade, o jogo volta às temporadas com duas heroínas principais, escolhendo as opções certas dão o direito de escolher seu final. E aí é que vimos uma grande diferença no teor dessas conclusões (pelo menos até o momento), se comparadas com as temporadas anteriores, da época de escola. 

Pois é, pela imagem de Akari, acordando de pijamas na cama de Kazuki, já dá para imaginar o que acontece...

Antes que apareçam os puritanos pedindo censura ou os tarados clamando por mais sacanagem, não há nada de explícito, visualmente falando o máximo que se vê é algo como acima. No máximo algumas palavrinhas mais insinuantes, mas nada forçado ou de mau-gosto. MNG não é um jogo hentai, daqueles títulos que os japoneses não poupam nas imagens eróticas exageradas (e a imaginação pervertida dos japas não tem limites). Trata-se apenas da narrativa de um momento mais físico de intimidade que é compartilhado entre Kazuki e uma das personagens principais.

Ou seja, citando o professor Frink: agora o jogo tem elastarracha.

Se não entendeu, veja aquele episódio dos Simpsons que tem o Meg Gibson. Voltemos ao Moe! Ninja Grils.

E isso me faz pensar agora a respeito dos finais, considerando ainda os epílogos que foram lançados após o final da 30ª temporada. Tudo bem que agora Kazuki está na universidade, e sabemos bem que é quase um senso comum de que os adolescentes na universidade vivem no cio e só querem saber de pegação, pelo menos é o que os desenhos e filmes dão a entender. Mas será que ele pretende "molhar o biscoito" em todas as suas amigas, ao longo das próximas temporadas?

Isso me traz a uma teoria de que, com exceção da temporada final da primeira fase (em que há formalmente um fim dito verdadeiro), os finais normais em que uma personagem não é escolhida são de fato os "oficiais". Ora, são nesses que Kazuki não pega ninguém, seja de forma mais leve na época de colégio ou da maneira bíblica como acontece na faculdade, o que tem mais a ver com sua natureza tonta e incapaz de perceber a realidade, como fica evidente em vários momentos da trama. Afinal de contas, ele é o típico protagonista de uma comédia romântica estilo anime, que é o carinha adorado por um monte de garotas mas que age como um boboca ingênuo. 

Mas os outros finais ficam à disposição do jogador, para que ele aja da maneira que quiser. Se você se lembra, o jogo permite que você coloque o seu próprio nome, para assim dar um ar mais pessoal para a aventura, para realmente se colocar no lugar do Kazuki. Muita gente faz isso nesse tipo de jogos, serve como um role-playing; eu, particularmente, não faço muito isso, me coloco mesmo como se fosse uma terceira pessoa vendo as peripécias e trapalhadas do jovem ninja pervertido. Embora o curso natural da história seja pelos finais normais, se o jogador do outro lado da tela desejar, ele pode fazer com que Kazuki seja mesmo um pegador, traçando todas as garotas. Ou mesmo seguir seu caminho e focar em uma das garotas, só fazendo os finais específicos com sua favorita.

É, eu não duvido que devem ter sujeitos que acabaram se apaixonando por uma das heroínas do jogo, e assim focam somente nela. Daqueles que vão em comunidades do jogo para declarar seu amor por ela, que coloca sua imagem no fundo de tela do celular, que travam discussões com outros jogadores que a acham sem graça ou até mesmo se enchem de inveja por ela ser querida por outros. Afirmo isso pois olho algumas vezes uma comunidade no Discord do jogo (especialmente para saber de novos eventos e quando preciso de ajuda com as múltiplas escolhas) e aí vi brigas homéricas entre alguns dos membros, cada um achando que gostava mais de uma das personagens do que o outro. 

Talvez seja um tema interessante para uma postagem futura: como que certas pessoas nutrem fortes sentimentos por personagens de desenhos, principalmente japoneses...

Voltando, essa minha teoria é minha humilde opinião, imagino que somente os finais normais sejam os canônicos de fato, sob o ponto de vista da história. Ou seja, Kazuki passará toda a sua vida de universidade sem pegar ninguém, e só mesmo lá na frente é que ele vai se declarar para a protagonista desejada. Pode parecer meio cafona e quadrado, mas acho que é o que mais encaixa com a personalidade tapada dele, alheio aos sentimentos que seu harem nutre por ele. 

Sem falar que essa nova temporada acaba tornando todos os epílogos que falei acima como não-oficiais. Pois nessas histórias (ou pelo menos nas que li), Kazuki se declara para a sua amada ainda na época de escola, antes da trama que viríamos a conhecer na segunda fase de MNG. 

Enfim, acho que estou divagando demais por conta de um simples joguinho de celular. Acho que tá na hora de fechar a postagem...

Estou ciente de que certamente serei zoado por curtir um jogo assim. Mas realmente não estou nem aí, já falei que acho Moe! Ninja Girls um jogo simpático e divertido. Com a correria do dia a dia, falta tempo para me dedicar a jogos mais complexos e elaborados, que são cada vez mais comuns hoje em dia, e esse simpático visual novel funciona quase como uma pequena brincadeira que exige menos do jogador, ficando em divertir com uma história que mescla momentos engraçados com um pouco de aventuras ninjas e uma pitada de romance, trazendo personagens envolventes e carismáticos. 

Pelo menos para mim é um jogo legal e que vale a pena. Que continue por bastante tempo, trazendo mais temporadas com histórias hilárias e agradáveis de se ler.

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