Azur Lane 1 - ATIVAÇÃO - As Garotas que Navegam pelos Mares

Pois é... tanta coisa que eu poderia fazer sátira, como mais um filme do Arnoldo ou um desenho animado como Homem-Pássaro ou Super Amigos, e eu decidi dedicar meu tempo para falar da animação baseada no outro jogo das meninas-navio, Azur Lane. Eu já imaginava que não iria resistir, confesso que fui motivado muito mais por uma tentativa de originalidade, e por achar que o tema é bem curioso. Sei lá se vai ter muita gente aqui curtindo, e eu me conheço, sei que mesmo se ninguém gostar eu vou bater o pé e fazer todos os doze episódios da série animada que conta outra história das garotas que personificam navios da Segunda Guerra Mundial.

Claro que não há como fazer comparação com o jogo original, Kantai Collection, que também apareceu por aqui em uma postagem semelhante. E da mesma forma não farei com Azur Lane uma sátira demasiadamente debochada, tipo como as que faço dos filmes clássicos da Sessão da Tarde ou os toscos desenhos da Hanna-Barbera (até porque eles são naturalmente toscos que demandam piadas ainda mais zoadas). Certamente vão ter seus momentos de zoação e piada, mas de forma mais light. Embora, preciso já dizer que essa produção está muito mais para o que as pessoas chamam de fan-service: ou seja, um desenho que é voltado mesmo para quem curte o jogo, que conhece as personagens e um pouco da história. E considerando que estamos falando de um jogo com muitas garotas em trajes sumários e portando canhões e metralhadoras, é esperado que vai ter aqueles momentos naquele estilo pseudo-pervertido dos japoneses. Mas, faz parte... Ainda é mais comportado do que muita novela da Globo.

A animação foi lançada no final de 2019, com sua conclusão estreando em março de 2020. Cabe ressaltar que houveram algumas críticas sobre a qualidade do desenho em alguns momentos, de forma que a produtora do jogo deu uma pausa nos dois episódios finais que foram refeitos, assim como os anteriores que ganharam algumas melhorias que foram lançadas na versão em Bluray. Felizmente logo antes de iniciar com essa postagem eu consegui achar a versão revisada, mas mesmo nela é possível perceber como que a qualidade gráfica oscila em diversos momentos... Digo sem medo que a série e o filme do rival Kantai Collection são muito mais bem feitos visualmente. Mas mesmo assim é uma história curiosa, com seus momentos divertidos e também algumas referências históricas que podem passar despercebidas. 

Vale ressaltar que essa série tem dublagem em português pelo site Funanimation, mas eu preferi seguir com os vídeos que achei em inglês mesmo. Além disso, lançaram também uma série de episódios mais curtos, focados nas quatro destróieres principais que você pode escolher para começar o jogo, e que talvez eu venha a satirizar por aqui também.

Por fim, vale fazer um comentário: eu na verdade comecei a escrever isso aqui há anos, creio que por volta de 2021. E decidi lançar a sátira com esse primeiro episódio somente depois que eu terminei de escrever o 12° e último capítulo, o que só aconteceu agora em meados de abril de 2025. Sim, eu sei... muito tempo, por conta das várias vezes que eu reduzi minha dedicação ao blog devido a outras coisas. Preferi fazer assim para manter o lançamento dos capítulos com uma certa frequência, não deixando intervalos muito grandes entre cada um por conta dessas minhas constantes paradas. E também para evitar de iniciar mas não terminar, o que poderia acontecer. Assim, te garanto que vou até o fim, até os créditos finais rolarem pela tela.

Sem mais delongas, vamos começar com a jornada. Comento que os títulos são meio doidos mesmo, e embora o site tenha gerado uma versão em português, vou usar minha tradução livre com base nos títulos em inglês.

Uma voz de introdução (que deve ser uma das meninas-navio, mas que não faço ideia qual) começa a abertura, falando de como no princípio dos tempos a Humanidade começou a navegar pelos mares, usando as caravelas e galeões, em busca de aventura, riquezas e novos lugares. Provavelmente se esquecendo dos enjôos marítimos e das muitas doenças que os marujos sofriam.

Mas aí surgiu uma nova ameaça de outro mundo. Sempre é assim, do nada aparece algum alien para invadir a Terra, e em Azur Lane não é diferente... Somos então apresentados às Sirens, que se parecem com meninas-navio góticas, copiando a sacada de Kantai Collection. Elas queriam, como de costume, dominar o mundo. E para isso tiveram a peculiar ideia de começar pelos mares. Afinal de contas, mais da metade de nosso planeta é composto por oceanos.

Neste primeiro momento, as Sirens conseguiram expulsar os humanos dos mares, destruindo seus navios como se fossem barquinhos de papel. Se por um lado Azur Lane copiou a ideia de seu rival japonês no estilo dos inimigos, aqui podemos ver como houve um cuidado maior em representar os navios de guerra de verdade, como veremos ao longo da série.

Para enfrentar a ameaça, a Humanidade criou uma aliança, que se chamava Azur Lane (dããã... que outro nome seria?), composta por quatro grandes forças nomeadas Eagle Union, Royal Navy, Iron Blood e Sakura Empire. Que correspondem respectivamente aos Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha e Japão, as maiores potências navais da guerra. 

Tais forças eram compostas pelas meninas-navio, que neste momento não são muito detalhadas. Mas vemos que só mostram rapidamente duas delas, que correspondem a navios mais antigos. Como a Mikasa abaixo, que corresponde ao navio japonês de mesmo nome que combateu na guerra russo-japonesa no início do século. Se bem que a imagem está mais escura que cueca de carvoeiro, pra conseguir ver alguma coisa.

Ou seja, dá a impressão que este primeiro embate com as Sirens ocorreu no que seria equivalente à 1ª Guerra Mundial e demais conflitos que aconteceram mais ou menos na mesma época.

Aparentemente, a Azur Lane saiu vitoriosa neste conflito... e agora finalmente chegamos ao presente, onde vemos uma das meninas-navio vendo alguns aviões voando de camarote.

Estamos nas águas próximas ao território da Eagle Union, onde tem um porta-aviões ali de boa na lagoa. Ou no oceano, sei lá. Quem conhece de história ou viu esta postagem minha lá de algum tempo atrás, reconheceu o porta-aviões americano Enterprise. E repito, Azur Lane simplesmente é sensacional na representação perfeita dos navios de guerra. 

Aparece então uma garota, vestida como se fosse uma empregada francesa, e certamente já atiçando os hormônios dos meladores de cueca que adoram esse fetiche. Esta é Vestal, menina-navio que representa uma embarcação de reparos, como a legenda indica. Aliás, se prepare que neste desenho sempre que aparece um personagem novo veremos essa indicação, mostrando também o símbolo da nação correspondente.

E sua companheira é a Enterprise, que recebe sua águia-careca, pare deixar bem claro o sentimento de 'Murica da terra do Trump (na época que comecei a escrever era o Biden, mas o laranjão está de volta e a piada voltou a fazer sentido). Ou seja, perceba que em Azur Lane as meninas-navio controlam o navio de verdade em alguns momentos, uma sacada bem original. E ela declara que, mesmo em novas eras, a guerra nunca muda.

Adianto que essa será a sua frase padrão... Repetida exaustivamente em vários episódios. Sabe como é, japoneses adoram essas frases de efeito. Embora o desenho seja chinês. Na verdade, o jogo é chinês, mas a dublagem original é em japonês. Uma mistureba asiática, isso sim.

O cenário corta para a nova base da Azur Lane, no meio de um oceano que não tem nome. De longe, lembra o Havaí... e sabemos bem o que aconteceu no Havaí no início da guerra.

Vários navios estão no porto, mas nenhum marujo. Pois é, acho que aqui todos os navios são como barcos de controle remoto, guiados pelas meninas-navio.

Somos então apresentados a duas delas, que serão personagens relativamente principais na história. À esquerda está Prince of Wales, que apesar do nome masculino é uma garota mesmo, que representa um encouraçado inglês. E, como manda o estilo britânico, se veste como se fosse de uma guarda real. E à direita está a animada Cleveland, cruzador leve americana que está super empolgada com a animação da base.

Aliás, embora eu saiba que no desenho os países tem seus nomes particulares, se acostume que em alguns momentos vou me referir às nações de verdade. Fica mais fácil de entender.

Prince of Wales, que fala na versão dublada em inglês com um forte sotaque britânico, fica feliz em ver como as meninas-navio da Eagle Union e da Royal Navy estão se dando bem. Vemos de relance algumas das personagens, como a destróier inglesa Foxhound que acabou de comprar uma bisnaga na feira, e cumprimenta as suas conterrâneas Galatea e Arethusa. Se você joga o jogo, vai ver que a representação das personagens é bem fiel. Vale também o comentário que as dubladoras da versão em japonês do desenho são as mesmas que fazem as vozes no jogo. 

E pra quem não conhece e achou bizarro aqueles dois pintos amarelos na barraca de feira, que parecem o Pikachu depois da engorda, eles são os Manjuus. É o personagem-símbolo da empresa que desenvolve o jogo, e que também vão aparecer por aqui em um "merchan" descarado.

Cleveland dá uma pirueta e começa a andar de "moonwalk", dizendo que a menina-navio mais fuderosa da Eagle Union estará chegando em breve, pra alegria da galera. Se referindo logicamente à Enterprise.

Sério, Cleveland parece estar ligada em 550 volts e está excitada pra dar boas-vindas às meninas-navio inglesas que chegaram. Prince of Wales manda ela sossegar o facho, que ela deveria se portar como uma dama recatada e educada. E nessa zoeira toda, não percebem que tem alguém com um manto preto andando de forma suspeita pela base.

Afinal de contas, alguém vestido assim como se fosse uma burca, no calorão do Havaí, deve estar atrás de alguma treta.

Só que aí o Ryu estava passando, e sempre por onde ele passa vem aquela brisa japonesa tosca. O vento é tão forte que levanta o capuz da menina-navio que ali estava, que é a destróier japonesa Ayanami. Aliás, não é só o pano preto que vai pelos ares, e somos agraciados com um singelo underboob como a primeira cena mais malandra do desenho.

Eu disse lá em cima, Azur Lane é um jogo que já abusa um pouco mais da sensualidade das meninas do que Kantai Collection, e o desenho não é diferente. Além disso, para nossa sanidade (e para ninguém ir em cana), lembre-se que todas as meninas tem mais de 18 anos, mesmo quando não aparentam. Considerando que parece que na China o pessoal respeita um pouco mais a questão de maioridade do que seus vizinhos do Japão, entendo que estamos seguros de qualquer visitinha do FBI.

Voltemos ao porto, onde Cleveland e Prince of Wales estão recebendo duas novas personagens que aparecem, meio cansadas depois de ter que esperar a mala na Alfândega.

A primeira, que parece ter vindo de um baile de debutante, é a porta-aviões Illustrious. E que certamente deve ter pago uma taxa extra de bagagem, ao carregar esse par de peitos totalmente fora da realidade, e que não pulam para fora do vestido por conta de alguma força maior inexplicável.

E, se escondendo atrás de Illustrious e seus airbags gigantescos, está a tímida porta-aviões leve Unicorn, com seu unicórnio de pelúcia, e com medo daquela americana falando com gírias engraçadas.

Cleveland fica toda contente, dizendo que Unicorn parece uma princesinha lindinha, enquanto Prince of Wales lembra que, apesar dela ser maior de idade, não poderia dar uma de Felícia com a pequena porta-aviões, ou ia se ver com a polícia do distrito. Illustrious (puta que pariu, parece que os peitos dela aumentaram de uma cena pra outra!) pede para que Unicorn seja uma boa menina e se apresente, como mandam as boas regras de etiqueta, ou iria jogar aquele unicórnio fedido no incinerador.

Todas elas, com exceção de Unicorn que foi pro banheiro trocar as fraldas que borrou de medo, vão para dentro, pois como são cinco horas, tá na hora do chá da tarde inglês. Entre xícaras fumegantes e bolinhos, elas comentam que algo de estranho pode estar acontecendo com as outras duas nações. Enquanto o Iron Blood estava em silêncio, elas se perguntavam se o Sakura Empire não estava com ideias marotas naquele momento. E, se fosse o caso, aquela base estaria em risco.

Deixemos as garotas traçarem as estratégias. Ou curtirem o chá com biscoitos. Vemos então que Unicorn já se trocou, mas agora ela está andando toda triste pela base, que tem uma puta âncora do tamanho do Godzilla no meio da praça. Do nada, ela se assusta com alguém a chamando.

Mais uma nova personagem (primeiro episódio é assim mesmo, e não faltam personagens aqui), essa jovem sorridente é a destróier inglesa Javelin, outra das protagonistas.

Unicorn começa a chorar, pois ela perdeu seu Uchan. Eu sei, provavelmente você deve estar perguntando "que pôrra é essa de Uchan?" como eu. Javelin faz a mesma pergunta, mas de forma mais educada do que fiz, e Unicorn responde que é seu único amigo. Deve ser aquele bicho de pelúcia de unicórnio que ela perdeu em algum canto. Meio deprimente, ver que a baixinha só tem um amigo e é um brinquedo. E mais deprimente ainda que o brinquedo fugiu dela. 

Javelin é ainda mais empolgada que Cleveland, e promete a sua nova melhor amiguinha que vai ajudar a encontrar o Uchan. Pois ela está de vadiagem mesmo, sem nada pra fazer. Sei não, acho que numa base militar era esperado que tivesse alguma tarefa pra fazer, nem que fosse descascar batata ou esfregar o tombadilho.

Nessa busca, elas encontram uma menina-navio morgada num banco de praça. A garrafinha ao lado indica que ela deve ter tomado umas pingas e está com sono. Essa é a destróier americana Laffey, que tem essa piadinha crônica de estar sempre sonolenta. Javelin a acorda, perguntando se ela tinha visto o Uchan.

Como Laffey não entende patavina, Unicorn mostra um desenho do Uchan para ajudar, embora mais pareça o Cavalo de Fogo com asas e uma cenoura na testa. Pombas, se ela tem esse desenho, era melhor ter colocado uns cartazes pela base, oferecendo uma recompensa pelo bicho. Pensando bem, colocar um desenho desses, que não tem nada a ver com o bicho de pelúcia, não ia ajudar nada...

Laffey diz que não viu nada, e desaba numa soneca. Javelin se desculpa, e percebe que não vai conseguir nenhuma ajuda com essa preguiçosa, e sugere para que Unicorn fosse com ela procurar o Uchan em outro lugar.

Mas no final das contas Laffey decide ajudar, pois ela é gente fina e sempre ajuda quem está com problemas. E assim elas vão passeando pela base, perguntando para a turminha de destróieres da classe Fletcher...

... e as destróieres da classe C britânica, que estava fazendo um lanchinho de sopa de enguia com pudim inglês. Mas ninguém viu nada. 

As três continuam procurando, mas começam a se dar conta que provavelmente o Uchan sumiu mesmo, ou alguém levou ele pra fábrica de cola. Apesar de todo o desânimo, elas passam por uma menina-navio que está cantando a música do Jaspion sem nenhum motivo em cima de um caixote de farinha de mandioca. Essa pentelha é San Diego, e que só aparece assim mesmo de relance e bancando a chatinha.

Aliás, uma piada que não é a toa. Por algum motivo, os fãs do jogo acham San Diego chata pra cacete, e ainda por cima uma menina-navio muito fraca, apesar de ser de um nível bem elevado. Boa sacada dos criadores do desenho, que aproveitaram a "má fama" dela para criar um comic-relief no desenho.

Depois de muito procurar, as meninas finalmente recebem uma boa dica da destróier Amazon, que aponta lá para a puta que pariu, onde viu um bicho estranho correndo. Também tem um porquê de terem escolhido ela, pois Amazon é a personagem que ajuda no tutorial do jogo, apontando tudo. E por isso, ninguém melhor para apontar alguma coisa.

E realmente ela estava certa. Pois o Uchan decidiu botar uma borboleta pra correr, e com isso tinha se afastado da base. Sim, embora fosse um bicho de pelúcia, parece que ele pode se transformar em uma criatura animada. Como o tigre Haroldo do Calvin.

Aliás, deu agora uma sensação de nostalgia ao lembrar as tirinhas do Calvin que tinha nos jornais aos domingos. Acho que vale uma postagem para lembrar das histórias do garoto levado, com os dinossauros, as viagens do cosmonauta Spiff, os bonecos de neve politicamente incorretos e o estrogonofe de sapo.

Voltando ao Azur Lane. Depois de tropeçar na própria perna, o Uchan acaba rolando desembestado. E iria cair do precipício, se não tivesse batido de cara com a perna de Ayanami, que está olhando a paisagem.

As meninas chegam e Unicorn corre para abraçar Uchan, dizendo que nunca mais vai soltá-lo, para desânimo do bicho de pelúcia que queria ir na praia e pegar onda. Elas agradecem a Ayanami, que responde dizendo que ela não fez pôrra nenhuma, e não tem o menor sentido que a agradeçam.

Javelin fica encantada com a vista, e a brisa faz com que Laffey fique com sono. Por sua vez, Unicorn se pergunta por que aquela menina tinha duas orelhas pontudas como se fosse uma raposa. As meninas se apresentam e perguntam quem ela era, pois não a estavam reconhecendo da base.

Ayanami fica sem jeito. Afinal de contas, ela não faz parte da base. Será que aquelas meninas-navio eram tão bobinhas assim a ponto de não perceberem que ela era do Sakura Empire?

Do nada, passa um avião de papel zunindo por cima das garotas, com um auto-falante berrando "pamonha fresquinha, pamonha caseira". Até ali tinha alguém vendendo pamonha, pombas!

E então elas percebem que aquela menina orelhuda tinha sumido. Mas como são mesmo três tapadinhas elas não acham isso nem um pouco estranho, quando deveriam ter corrido para a base para avisar que tinha uma pessoa não-identificada andando por ali.

Realmente, Ayanami estava ali espiando a base, e aquele avião de papel não servia só pra vender pamonha, mas também era um rádio de comunicação. Quem estava do outro lado taca um esporro em Ayanami, que tinha que tinha que sempre sempre encerrar as frases com "câmbio", ou não teria graça brincar de rádio.

Do outro lado da linha estavam as duas ali abaixo, montadas em um rochedo próximo da base da Azur Lane. São as porta-aviões japonesas Kaga, de cabelos brancos, e Akagi, de cabelos escuros. E, se você não conhece o jogo, já te adianto que as orientais são assim mesmo, com essas orelhas e caudas de animais, resultando em um visual que eu acho escroto para burro. 

De forma semelhante ao que acontece em Kantai Collection, as duas são irmãs, embora os porta-aviões de verdade fossem diferentes, como contei nesta postagem. E apesar do parentesco, Akagi chega toda lânguida em cima de Kaga, com direito a mão boba no decote, e começa a falar algumas filosofias orientais de biscoito da sorte, como a guerra é a arte de trocar dores com seus inimigos. 

Apesar de não ter desgostado na afanada em seus peitos, Kaga se afasta e fala que Akagi estava só de baboseira com aquela filosofia barata. Pra ela, o combate é puro e simples: descer a porrada e destruir os inimigos, sem cerimônia e sem medo. Sua irmã dá uma de suas risadinhas psicóticas, e saca um cubo mágico preto que ela ganhou de amigo oculto.

Estou vendo que a Kaga de Azur Lane, apesar de meio sinistra, deve ser uma personagem maneira como era em Kantai Collection. Apesar do nome meio escatológico.

O cubo mágico não é apenas um treco qualquer, mas um cubo de energia que faz aparecer uma porrada de navios alienígenas. São os navios Sirens, chamados no jogo de mass production, pois são os navios convencionais. Embora não tenham nada de convencional, mas pelo menos parecem mais com navios de verdade, enquanto que no Kancolle os inimigos pareciam supositórios dentuços cheios de chifres e tentáculos.

Isso aí, é hora da pamonha. Prince of Wales dá um grito, dizendo que os Sirens estão atacando a base. Agora vamos ter um pouco mais de ação nessa bodega, pode apostar. Cleveland fica furiosa, ao saber que elas foram pegas com a calça na mão. Ou a saia, sei lá.

Fica evidente que o ataque faz referência ao bombardeio japonês em Pearl Harbor, quando os navios americanos foram pegos de surpresa, iniciando o conflito. Por mais que seja um episódio delicado, creio que a abordagem aqui em Azur Lane será um pouco mais aceitável, diferente do Kantai Collection onde tal ataque não foi reproduzido, ou certamente pegaria muito mal.

Agora temos o momento Transformers do desenho, com Cleveland correndo determinada para o porto, enquanto dribla os tiros dos aviões Sirens zarolhos...

... e daí, do nada, o cruzador Cleveland de verdade começa a brilhar, se transformando em vários cubos azuis. Que são os Wisdom Cubes do jogo, o recurso que é usado para construir as meninas-navio. E que são difíceis de conseguir quando você está começando sua carreira.

Os cubos se transformam nas partes de navio que Cleveland usa, e ela está pronta para o combate. Confesso que achei a ideia bem original, pelo menos explica um pouco mais como que é a relação delas com os navios. 

Todas as demais meninas-navio se juntam ao combate, trazendo seus armamentos baseados nos navios que as representam...

... com direito à desastrada Norfolk, que consegue a proeza de cair na água, quase mostrando as calcinhas depois dessa lambança.

Outras duas que se juntam à luta são Laffey e Javelin, mandando chumbo grosso contra as naves Sirens, que são derrubadas como mosquitos. Molezinha, em alguns poucos segundos todos os inimigos foram destruídos. Perfect.

Só que do nada começa a cair uma chuva de pétalas de cerejeira... quem conhece um mínimo de cultura sabe que tem algo a ver com o Japão. Escutamos então vozes que já ouvimos, que explicam que as quatro forças se dividiram em duas facções, sendo que a primeira acreditava que só poderiam usar tecnologia criada pelos humanos, composta pela Eagle Union e Royal Navy...

... enquanto que a segunda planejava usar a tecnologia avançada das Sirens para derrotá-las. Essa facção era representada pelo Iron Blood e pelo Sakura Empire, que era quem estava chegando ali para realizar o ataque, liderado por Akagi e Kaga em seus porta-aviões de verdade.

Por conta dessa tecnologia de ponta, elas tinham armamentos supostamente mais poderosos, como aviões que se transformavam em pura energia. Quase como um monte de Hadoukens com asas.

Aí começa a peleja pra valer, com uma chuva de aviões japoneses tacando o zaralho sobre as meninas-navio do Azur Lane, que tentam se defender com os canhões anti-aéreos. Realmente, parece que o dia 7 de dezembro de 1941 vai acabar se repetindo. Especialmente se depender daquela destróier na esquerda, que está jogando seu canhão para o alto.

Acontece que tem uma diferença: do nada aparecem caças Spitfire ingleses, cuspindo fogo (com trocadilho bilíngue, por favor) nos aviões nipônicos. Peraí, no ataque real não tinha navios ingleses!

Pra cair o queixo de vez, esses aviões haviam sido lançados por ninguém menos do que a pequenina Unicorn, que pede para que não machuquem as suas amiguinhas, ou o Uchan vai ficar triste.

Kaga se surpreende que exista uma outra porta-aviões no lado inimigo, embora pareça mais uma fedelha que não deve dar muito trabalho. Pegando a sua máscara de carnaval com cara de lobo, ela decide que está na hora de mostrar como que é um porta-aviões adulto. Por mais absurda que essa frase possa parecer.

Da mesma maneira, o porta-aviões Kaga de verdade começa a brilhar numa luz azul...

... só que, puta que pariu! Em vez de simplesmente se transformar em partes de navio que iriam a se acoplar à menina-navio, o porta-aviões se transformou num lobo gigante! Cara, aí eu acho que exageraram, nem tem essa pôrra no jogo. Acho que os criadores se empolgaram com os filmes de monstro tipo Círculo de Fogo.

E o alvo do lobão é Unicorn, na mira de um monte de aviões energéticos prontos para acabar com a menina. É, ela devia ter ficado no playground brincando com seu unicórnio.

Javelin não perde tempo, e atira contra os aviões para salvar sua amiguinha. Aliás, se você ainda não percebeu, Javelin em inglês quer dizer dardo, tipo aqueles das Olimpíadas, que é a arma da menina-navio. 

Porém, Javelin não percebe que está prestes a ser atingida por um monte de torpedos, que vieram sei lá de onde.

Aí Laffey aparece como um raio. Cacete, apesar de toda molenga e sonolenta ela agiu rápido, dando um carrinho em Javelin para protegê-la do ataque, mas colocando-se na frente dos torpedos com isso. Pensei que os japoneses é que eram suicidas.

KABOOOOOOMMMMM!!! Um mega esporro e uma coluna fálica de água da altura do Empire State é lançada aos ares. Acho que vão ter que mandar uma cartinha triste para a família de Laffey...

Mas ela está bem, pois conseguiu explodir os torpedos com seus canhões no último segundo. E fica ali de boa, como se nada tivesse acontecido, e fala pra Javelin cagar no mato e não se preocupar.

Agora temos o momento "tam-tam-taaammm"... Adivinha quem tinha atirado os torpedos? Foi Ayanami, que estava espiando a base da Azur Lane.

Javelin fica perplexa, não acreditando que aquela menina que tinha encontrado o Uchan poderia estar fazendo isso. Ayanami responde que ela é o demônio e que são inimigas, por isso tinham que lutar. Ou o desenho não teria graça.

Enquanto isso, Unicorn está sendo fuzilada pelos aviões energéticos de Kaga... Laffey fica só olhando, pensando na morte da bezerra... ou do unicórnio. Mas ela está muito danificada para fazer alguma coisa.

Javelin implora para Ayanami que parem o ataque. Tudo bem, o Sakura Empire já tinha demonstrado que era o fodão, que tinha tecnologia boa pra burro, mas aquilo tinha que parar logo, ou a pobre Unicorn não sobreviveria. Afinal de contas, ela também era uma menina-navio.

Tadinha... acho que a pobrezinha não vai durar nem até o final do primeiro episódio. Pra piorar, parece que o chifre de Uchan serve como um pára-raio que está atraindo os ataques.

Mas aí, na última hora... ih, fudeu. Um Shinku-Hadouken acerta Unicorn em cheio.

Confesso que eu estava esperando que ia aparecer alguém pra salvar Unicorn no último segundo. Mas não, se bem que ela ainda está viva, apesar de estar toda arrebentada, e prestes a virar comida de lobo.

Mas aí, na última hora (eu avisei), aparece uma águia de pura energia voando na velocidade da luz. Não sei porque, mas me lembrei do pássaro dourado do Jaspion.

O raio-águia acerta o lobo na boca em cheio, explodindo ele em mil pedaços. Cacete! Usaram a artilharia pesada sem dó nem piedade. Ainda bem que é um lobo-monstro, ou o IBAMA estaria fulo numa hora dessas.

Depois de estuprar o lobo gigante, o raio de transforma em um bombardeiro de mergulho norte-americano. Aposto que você já sabe quem é que se juntou à batalha.

Isso mesmo: por detrás das linhas inimigas, estava lá o Enterprise. Aliás, que quase participou de Pearl Harbor, por um triz ele não esteve presente na base, além de ter tentado localizar a esquadra inimiga. 

Akagi morde os lábios, pois ela sabia quem estava chegando. Aquela que chamavam de "Grey Ghost", que na guerra os japoneses haviam pensado ter afundado várias vezes. Agora elas estavam realmente diante de uma adversária respeitável.

Kaga, por outro lado, não tem nenhum tipo de reverência, pois está fula por Enterprise ter destruído seu lobo-transformer. Tava na hora de sair na porrada com aquela cretina de cara ensebada e mostrar quem era a porta-aviões mais foda daquele lado do Pacífico. 

De novo, mais um navio se transforma em uma nuvem de cubos azuis brilhantes e temos a coreografia estilo Sailor Moon, em que a Enterprise recebe os equipamentos do navio, que incluem um escudo-convés e um arco e flecha para disparar os aviões.

Kantai Collection, essa é a hora perfeita pra processar o Azur Lane por plágio de sua ideia.

Pensando nisso, os produtores pensaram em algo original: pois vários aviões haviam sido lançados, e assim Enterprise decide pegar carona em um deles.

Cara, nem sei por onde começo. Tudo bem, quem disse que uma ideia original precisa fazer sentido? Mas, vamos combinar que tem um limite pra tudo...

Enfim... Depois de algumas manobras em altíssima velocidade, totalmente fora da realidade para um bombardeiro de mergulho da Segunda Guerra, Enterprise se aproxima do lobo gigante, que ainda está de certa forma vivo. Pensei que ele tinha explodido algumas imagens acima, mas acho que chamaram o cara que fazia a continuidade dos desenhos do Homem Pássaro.

Kaga parte para o ataque, lançando mais uma leva de aviões-hadouken contra Enterprise...

... mas ela se esquiva, dando um duplo-mortal-carpado depois de destruir todos os aviões inimigos, e pra finalizar saca o seu arco de energia, como o do Hank da Caverna do Dragão (mais um processo por plágio)...

... acertando um monte de flechas-bomba no crânio do bichano, que agoniza com as chamas queimando sua cabeça. Cara, preciso dar uma resumida nessas cenas de ação...

Mas Kaga não desiste, com uma cara de psicótica que não vai arregar da luta. Nem que tenha que gastar todos os aviões que ela colecionou há tanto tempo, vai mandar aquela fantasma cinzenta pros infernos. E ao fazer isso fica com seus rabos de raposa brilhando.

Acontece que Enterprise já está no nível 150 com limit break máximo e ainda tá jogando com god mode, e assim ela consegue se esquivar de todos os ataques de Kaga, que a essa altura deveria estar se cagando de medo (com trocadilho, por favor).

Até que ela dá um salto, ficando frente a frente com Kaga, e dispara uma flecha de energia no meio de seus peitos. Que carnificina, algo tem que ser dito, em apenas um episódio Azur Lane já teve mais porradaria do que metade do Kantai Collection.

Mas o disparo não tinha sido fatal, apenas o suficiente para fazer com que o lobão desaparecesse de vez. E para que Kaga ficasse ainda mais puta, por Enterprise ter tocado em seu corpo, que era exclusivo de sua irmã (como é que é?). Estourando de raiva, a porta-aviões japonesa usa o que resta de sua energia para gerar as partes de navio para seguir na briga.

Nessa hora, Akagi pede para que sua irmã pare. Pois elas já tinham cumprido a sua missão. O recado estava dado, e se elas continuassem ali, poderiam ficar na pior. Além disso, já estavam chegando a quase vinte minutos do episódio, não dava tempo pra mais nada.

Ainda mais considerando que reforços tinham chegado, com Prince of Wales e Illustrious, que chegaram depois pois a hora do chá é sagrada e não pode interromper para nada. Nem para defender a base do ataque.

Mas Enterprise não quer deixar as duas irem embora. Depois de terem feito a maior zorra ali, iam se mandar de fininho com o rabo entre as pernas? O que não devia ser muito fácil para as duas, já que cada uma tinha NOVE rabos! 

Por que os japoneses tem essa mania de achar que as raposas tem múltiplas caudas? Desde o Sonic 2 que eu vejo essa bizarrice...

Só que aí aparece um aviãozinho de papel que acerta a mão de Enterprise, tirando o arco da mira. Qualé? E pode isso?

Lá longe, tem um outro porta-aviões japonês. Aliás, considerando que no ataque de Pearl Harbor foram seis embarcações desse tipo, estava me perguntando onde estavam os outros quatro. Pelo menos mais um decidiu aparecer agora, quando o episódio está quase no fim.

Temos a chegada da última personagem do dia, a porta-aviões japonesa Zuikaku, pedindo para que Akagi e Kaga retornem para a base. E sim, mesmo sendo do Sakura Empire, ela é uma das raras que não tem orelhas ou rabos escrotos. Uma das personagens que eu acho mais legal do jogo, e o par de globos desafiadores da gravidade não é a causa disso, eu juro.

Com isso, todas as japonesas se mandam, incluindo Ayanami que estava lutando com Javelin, que fica sem ação.

Akagi se despede, dizendo que devem fazer as coisas da forma certa, e assim declara que o Sakura Empire se juntou ao Iron Blood para formar o Red Axis, e juntos estavam declarando guerra contra a Azur Lane. Como na vida real, uma puta duma sacanagem declarar guerra depois de um ataque surpresa. Acho que já estava implícito para todo mundo.

Prince of Wales lamenta que elas conseguiram fugir, mas felizmente Enterprise havia conseguido evitar o pior. Porém, Illustrious se mostra um pouco preocupada, pois apesar de demonstrar uma força fora de série, ela pressentia muita dor em seu coração.

Breve comentário: os aviões ali atrás ficam flutuando como helicópteros. Ou se tratou de uma discreta referência aos caças Harrier ingleses, que conseguem ficar parados no ar, ou quem fez o desenho não faz ideia de como que os aviões funcionam de verdade.

E assim termina o episódio, com Enterprise olhando para o longe enquanto uma águia-careca voa nos céus, e ela reflete que uma guerra acabou e outra vai começar.

Ufa! Vejo como essa postagem ficou imensa, e digo que fiz toda ela em uma tarde, incluindo a coleta de imagens. Mas vou dizer que deve ser uma série bem interessante, apesar do trabalho que sei que vai dar pra fazer. Embora tenha seus momentos de animações toscas e desenhos um pouco mau feitos (geralmente quando as personagens estão distantes e não há tanto cuidado com detalhes), Azur Lane parece ser bem fiel ao jogo e relativamente divertido.

Vamos em frente, em breve mais um episódio desta nova história das meninas-navio aparecerá por aqui. Tentarei não deixar um intervalo muito grande entre estes posts, para não perdermos o fio da meada. Até lá!

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