Azur Lane

Essa postagem eu já havia prometido fazer, mesmo sabendo que só demonstra como é que eu sou deprimente... Sei lá, tem horas que eu fico me perguntando se eu não estou descendo a ladeira, perdendo a noção e meu tempo com certas coisas. Mas, por outro lado eu me divirto com algumas dessas coisas, que me dão prazer e me distraem. Poderia estar aí com vícios muito piores do que jogar um joguinho japonês. E assim chegou a hora de voltar a falar de meninas-navio, agora com o jogo Azur Lane.


Não vou aqui falar de novo como que eu cheguei até esse tema. O que eu posso comentar de novo é que embora eu tenha sido atraído pelo estilo por conta de Kantai Collection, eu posso afirmar que hoje eu jogo muito mais o Azur Lane. Por diversos motivos, que vão desde ao estilo de jogo mais divertido, a maior variedade de navios representados e até mesmo pelo fato de ser mais recente, e assim eu não me sinto tão retardatário como acontece com o Kancolle. Mas não é meu objetivo aqui comparar Azur Lane com seu rival japonês, pelo menos nesse momento. Deixamos para outra postagem...

Azur Lane é um jogo chinês que foi lançado em 2017, como um provável concorrente para Kantai Collection. Mas apesar de toda a rivalidade entre chineses e japoneses, ele desembarcou na terra do Sol nascente no mesmo ano, e em 2018 chegou ao público ocidental. É um jogo de celular, compatível com iOS e Android. Mas com um detalhe de que não está disponível na Play Store brasileira, só consegue baixar quem tiver conta nos Estados Unidos. Ainda bem que dá pra usar um emulador de Android ou coisa parecida.

O jogo é um misto de estilos, trazendo um bom equilíbrio entre a ação de um jogo de tiro e a simulação de um jogo de gerenciamento. Mas no final Azur Lane é mais um daqueles jogos que o pessoal chama de "gacha games", que é como se fosse aquela merda do Pokemon, em que o objetivo é colecionar. No caso, meninas-navio antropomórficas que representam embarcações de combate que lutaram na Segunda Guerra.


Pois é... de novo as meninas-navio...

Mas Azur Lane tenta ser bem original e traz uma história interessante. O jogo se passa em uma realidade em que existem diferentes nações de nomes fictícios, mas que remetem a países de verdade, cada uma com sua armada de meninas-navio. No início todas eram amiguinhas e faziam parte de uma aliança chamada Azur Lane, unida para defender a humanidade de uma raça alienígena de outras meninas-navio, chamadas Sirens. Porém, em um dado momento essas extra-terrestres conseguem convencer duas nações a se rebelarem, formando o Crimson Axis (embora em algumas traduções tenha o nome de Red Axis), e com isso um combate entre as meninas-navio se inicia, com as Sirens acompanhando de camarote o seu plano maquiavélico para que elas se destruíssem, abrindo espaço para a conquista da Terra.


As quatro principais nações representam países Aliados e do Eixo da Segunda Guerra que tinham marinhas de maior destaque. Do lado da Azur Lane estavam a Eagle Union e a Royal Navy, que correspondem aos Estados Unidos e à Inglaterra, que acreditam que a humanidade deve se desenvolver de forma natural. E no Crimson Axis ficavam o Sakura Empire e o Ironblood, que são os nomes fictícios do Japão e da Alemanha, que acabavam sendo seduzidos pelo poder das Sirens, achando que seu desenvolvimento tecnológico poderia ser útil para a Terra, mas que na prática estavam sendo usadas pelas alienígenas. Além desses quatro países de maior destaque, algumas outras nações menores participam do jogo, como a Eastern Radiance (China, pois afinal de contas o jogo é chinês) e North Union (União Soviética).

Embora traga países dos dois teatros de combate, a história principal em Azur Lane se foca no conflito do Pacífico, em que as missões retratam diferentes batalhas travadas entre os Estados Unidos e o Japão. Mas existem diversos eventos especiais que são lançados e que são baseados em combates que ocorreram no Atlântico também. Isso sem falar da missão-tutorial, comum em jogos de celular, que representa a perseguição ao encouraçado alemão Bismarck. Tudo isso traz um enredo interessante, especialmente quando o jogador conhece das batalhas navais da Segunda Guerra, presenciando missões que são baseadas na realidade.


Mas apesar de trazer um toque bem histórico, Azur Lane possui a sua originalidade. Sem querer dar muitos spoliers, na verdade as Sirens aparentemente provocaram esse conflito entre Aliados e Eixo... quer dizer, entre Azur Lane e Crimson Axis, e tentam simular o que deve ser feito para mudarem a história. Conseguindo, elas poderiam garantir a vitória de suas lacaias do Sakura Empire e do Ironblood, para assim conquistar o planeta.

E o jogador assume o papel do almirante dessa aliança "do bem", tendo que liderar as forças da Azur Lane para assegurar que a história se repita. Mas apesar de você jogar do lado dos "Aliados", em Azur Lane é possível recrutar meninas-navio de todas as nações.

Que são muitas, seguindo diferentes estilos. Como acontece em Kantai Collection, elas representam navios de guerra de verdade, indo desde pequenos destróieres a gigantescos porta-aviões. Outras idéias vistas lá no jogo japonês se repetem aqui, em que elas "vestem" vários equipamentos que remetem a partes dos navios de verdade, como canhões, chaminés e antenas, mas tudo isso sem perder a aparência humana. Ou seja, não estamos falando de Transformers.

Além disso, geralmente a faixa etária das meninas tem a ver com o tamanho do navio, como é comum nesses jogos. Assim, as destróieres são geralmente meninas com aparência de estudantes de colegial (mas acima de 18 anos, assim esperamos)...


... cruzadores possuem na sua maioria o visual de adolescentes...


... enquanto que couraçados e porta-aviões são moças um pouco mais velhas, mas ainda na faixa dos vinte e poucos anos. E que geralmente são mais "bem-dotadas".


O que já se pode perceber é que o estilo de personagens em Azur Lane é bem variado. Algo que eu acho até legal é que as meninas-navio na maioria das vezes se vestem como se fossem militares, como é o caso da simpática garota acima, que representa o couraçado americano California. Isso é o mais comum justamente para a Eagle Union, dos Estados Unidos.

Mas existem outros estilos bem peculiares também. Na Royal Navy, por exemplo, as meninas-navio tem um visual mais clássico, como se fossem parte de um reino mesmo. Então temos garotas que se vestem como cavaleiras, rainhas, mosqueteiras e empregadas.


Pois é... Azur Lane também não economiza nos bustos...


Os estilos mais chamativos ficam por conta das nações "inimigas" do Crimson Axis. Imagino que seja justamente pelo fato delas terem se aliado às Sirens. Por exemplo, as meninas-navio de origem alemã que fazem parte do Ironblood geralmente trazem equipamentos mais "monstruosos", como cascos de navio que parecem bocas de tubarão. Seria provavelmente uma referência de que elas estejam usando tecnologias alienígenas e mais avançadas para o combate.


Por sua vez, as japonesas do Sakura Empire em sua grande maioria seguem aquele estilo típico que os orientais curtem, ao possuírem partes de animais no corpo. Imagino que para elas a "tecnologia" emprestada pelas Sirens corresponde a alterações genéticas. Assim, é comum que as meninas-navio dessa nação tenham orelhas de gato ou coelho e caudas de raposa.


O que eu acho escroto para cacete! Vai lá, a garota é jeitosinha e dotada de um par de magumbos de tirar o fôlego... mas com essas orelhinhas pontudas e "rabos" peludos é de brochar, mesmo para um texugo como eu.

E sim, "rabos" peludos. Pois por algum motivo os japoneses acham que as raposas tem mais de uma cauda. Vide o Tails do Sonic.


O curioso observar é que essa escrotidão de orelhas e caudas de bichos também afeta algumas poucas meninas-navio de outras nações. Assim como existem algumas poucas garotas japonesas do Sakura Empire que por algum motivo não são afetadas por essa mutação genética e são normais.


Bom... normais para os padrões japoneses... pois essas über bazingas desafiadoras da gravidade são de outro mundo!

Como visto, Azur Lane é sem dúvida mais apelativo sob o ponto de vista visual em relação ao Kantai Collection, trazendo meninas mais sensualizadas, com menos roupa e dotada de uma bagagem mamária capaz de causar uma puta lordose na coluna. Mesmo assim, o curioso é que nesse jogo não há aquela sacada de roupas rasgadas quando a menina-navio fica danificada.

Também, se assim fosse, provavelmente o jogo teria que receber uma classificação 18+, sendo voltado aos descascadores de banana.


O que há de mais peculiar é que existem "roupas" que você pode adquirir para mudar o visual de algumas delas. Geralmente essas vestimentas são disponibilizadas em um determinado momento especial do ano (como Natal e Dia dos Namorados), além de certas estações como verão e inverno. Tais roupas podem ser adquiridas em missões especiais que ocorrem nessas épocas ou compradas usando uma das moedas do jogo, e o jogador escolhe quando vestí-las. Ou seja, mesmo que estejamos em um inverno polar, você pode vestir a menina-navio com um biquini...

Embora existam algumas roupas que sejam normais e comportadas, apenas tematizadas em um determinado estilo, logicamente que muitas delas são criadas para atrair os meladores de cueca que jogam o jogo, só para deixar aquela menina-navio preferida mais sexy.


Acho que já está na hora de falar um pouco mais do jogo. Azur Lane é um misto interessante de ação com RPG. Ao começar, você deve escolher uma menina-navio iniciante, dentre três destróieres de nações distintas. Interessante que na versão japonesa do jogo uma delas é diferente, representando um destróier japonês. Eu escolhi Javelin, a simpática destróier inglesa da direita. Achei a Z23 alemã com pinta de visitante de Oktoberfest a a Laffey americana mais parece o Pernalonga com essas orelhas de coelho.


A parte de gerenciamento é relativamente simples, se resumindo basicamente a formar suas esquadras com as meninas-navio disponíveis, além de equipá-las com armamentos e acessórios. Existem apenas três recursos no jogo, sendo que os dois principais são óleo, que é consumido nas batalhas e missões, e dinheiro, usado para comprar itens e novas meninas-navio. Lógico que um jogo desses não estaria completo sem uma "moeda especial", representada por diamantes vermelhos e que são usados nas lojas premium. Embora a principal forma para adquirir esses diamantes seja por meio de compras no aplicativo com dinheiro de verdade, Azur Lane chega a ser bem caridoso, ao dar chance ao jogador de conseguir alguns diamantes em missões especiais.

Ou seja, dá pra se divertir sem gastar grana de verdade... a não ser que o sujeito seja um alucinado e precise comprar todas as roupas das meninas-navio.

Pela tela principal é possível acessar outras seções do gerenciamento também. Para cada menina-navio, há uma tela onde é possível escolher quais serão os equipamentos que elas vão carregar, além de usar outras para subir suas estatísticas. Pois em Azur Lane é extremamente fácil conquistar outras meninas-navio, e aquelas que sejam repetidas podem ser consumidas para aumentar as estatísticas de outra.


Além disso, cada menina-navio possui um ou mais poderes especiais. Geralmente eles são de ativação aleatória e fornecem ataques mais poderosos, táticas de defesa ou outras ações peculiares que podem ajudar em combate. Alguns desses poderes especiais têm maior influência na companhia de outras meninas-navio, o que "força" o jogador a procurar uma boa combinação.

O que eu acho legal é que essa parte gerencial de Azur Lane é relativamente mais simples e direta ao ponto. Por exemplo, para construir novas meninas-navio não tem aquelas frescuras de Kantai Collection, em que é necessário montar uma "receita" baseada em diferentes quantidades de recursos para tentar a sorte. Aqui não tem perda de tempo: basta escolher o tipo dentre três grupos principais (de acordo com o tamanho do navio) e consumir os tais "cubos de sabedoria", outro dos consumíveis. Aí é só esperar um tempo ou usar uma broca de construção rápida pra ganhar uma nova menina-navio. E eventualmente o jogo disponibiliza o grupo Limited Build, em que dá para construir meninas-navio especiais, geralmente associadas a uma missão.


Outro exemplo de como essa parte do jogo é fácil: Azur Lane traz algumas maneiras tranquilas para aumentar os pontos de experiência das meninas-navio e fazer upgrades. A maneira mais geral consiste em aumentar a quantidade de "estrelas", que é o chamado Limit Break. Isso é feito consumindo meninas-navio do mesmo nome daquela que se deseja incrementar, sendo que é possível usar algumas que são meio que genéricas também. Aumentando a quantidade de estrelas, as estatísticas máximas também aumentam e a menina-navio pode chegar a níveis maiores.

A outra forma de fazer um upgrade é mais restrita, só disponível para algumas delas. Corresponde ao retrofit, onde é necessário usar itens especiais para aumentar gradualmente suas estatísticas. Esses itens são exclusivos para cada classe (ou seja, para incrementar um cruzador deve-se usar os itens de cruzador) e funciona como um pequeno fluxograma, onde cada caixa representa alguma estatística que é melhorada.


Chegando ao final, é possível fazer o retrofit, o que aumenta consideravelmente as capacidades da menina-navio, assim como o seu visual. Esse upgrade provoca também um aumento do nível de raridade, que é uma forma fácil de identificar quais delas são mais fortes... e também mais difíceis de achar.

Assim, as meninas comuns são aquelas cujos retratos são com fundo cinza, as raras possuem a cor azul, as do nível elite na cor roxa e as super raras (e as melhores) de cor amarela. Assim, ao fazer o retrofit de uma menina-navio rara azul, ela passa para o nível roxo de elite.


Vamos um pouco para a ação agora. Em Azur Lane uma das coisas que você mais vai fazer é participar dos combates, que podem vir de diversas formas. A começar com as missões padrão do jogo, divididas em capítulos com quatro missões cada. Atualmente existem doze capítulos, sendo que aos poucos os desenvolvedores vão adicionando novos. Cada capítulo representa uma das batalhas que ocorreram na Segunda Guerra, com foco nos combates no Pacífico e sempre colocando as meninas do Sakura Empire como inimigas. Mas existem também inúmeros eventos periódicos que são sempre lançados e que trazem novos mapas, muitas vezes focados em outros combates históricos.

O grande barato é que a parte de ação é realmente de ação. Em cada fase existe um mapa que lembra a velha Batalha Naval que todo mundo já jogou alguma vez na vida, com a grade de letras e números. Nele você pode localizar as suas esquadras, representadas por bonequinhas estilo chibi da menina-navio capitã, e também diferentes frotas inimigas. São três tipos de inimigos (grupos de reconhecimento, esquadras principais e forças-tarefa de porta-aviões) que podem ser de três níveis de força. Basta mover uma de suas frotas sobre um dos inimigos para iniciar o combate.


Nessa fase de estratégia, na maior parte dos mapas não existe limite de movimento, e os inimigos são estáticos. Mas existem algumas missões, geralmente em eventos, nos quais a quantidade de quadradinhos que você pode se mover é limitada, e existem esquadras inimigas que se movem, representadas também pelas menininhas chibi. Além disso, existem também itens que podem ser recolhidos, como munição ou suprimentos, assim como inimigos surpresa que podem atacar se você passar por um de suas zonas do mapa.

Uma vez escolhida a batalha, temos então a fase de ação mesmo. Não falei ainda, mas cada frota permite até seis meninas-navio, e que precisam ser obrigatoriamente divididas em dois grupos de três navios cada. A chamada "vanguard fleet" fica na frente e permite a inclusão de destróieres e cruzadores, enquanto que a "main fleet" fica na retaguarda com encouraçados e porta-aviões. Todas elas aparecendo em suas versões chibi.


Acho que vale um parênteses: o que diabos é chibi?

Esse é um termo usado pelos japoneses para representar personagens desenhados dessa forma caricata e engraçadinha, geralmente com um corpo pequenininho e um cabeção. Ou seja, quase como um Pokemon.


Pessoalmente, acho que é até legal em um jogo como Azur Lane, pois dá um pouco mais de personalidade para as personagens. Sem falar que permite que os combates fluam de maneira mais fácil. Afinal de contas, seria muito difícil criar personagens detalhados para mostrar em uma tela de ação como nas batalhas que existem no jogo.

Entrando no combate, o jogador na prática tem o controle do movimento da frota dianteira, por meio de um joystick virtual no lado esquerdo da tela. Essas meninas-navio atiram de forma automática, dependendo do tipo de armamento e estatísticas de cada uma. Por sua vez, a frota principal fica mais recuada, navegando em formação sem nenhum controle direto do usuário.


Claro que a ação não se resume a mover três meninas-navio pelos cantos. Existem três botões virtuais do lado direito, que representam ataques mais fortes. Não são ações que você pode fazer de forma indiscriminada, cada uma possui uma barra de energia que vai carregando, sendo que a velocidade é função das características das meninas-navio em combate. Além disso, cada ataque pode ter uma determinada quantidade máxima. E basta apertar o botão para ativar essa ação, sendo que cada uma se comporta de uma forma diferente.

O ataque aéreo é feito pelos porta-aviões e corresponde a uma das ações mais fortes, porém que demanda mais tempo para carregar, em que bombardeiros e torpedeiros são lançados para atacar os inimigos. Os torpedos são usados pela frota dianteira, disparados em arco e causando um bom estrago. E a salva de tiros é lançada dos encouraçados, funcionando de forma peculiar: o botão deve ser mantido pressionado, e então o joystick passa a controlar uma mira. Soltando o botão os tiros são disparados, sendo que geralmente algumas meninas-navio lançam uma segunda salva automática caso seu disparo tenha atingido o alvo. Além disso, se os seus porta-aviões possuem caças, eles são lançados automaticamente para derrubar aviões inimigos, mas também apenas depois deles terem sido carregados.


O que não falta são inimigos nas batalhas, a diversidade é imensa. Uma sacada curiosa em Azur Lane é que além de enfrentar outras meninas-navio (que por algum motivo são muito maiores que as suas), existem também navios de guerra de verdade, mas que também são desenhados de uma forma chibi. E em algumas missões existem também os navios alienígenas das Sirens, geralmente nos eventos especiais. Pra completar, muitas missões possuem aviões inimigos, que podem ser abatidos pelos seus caças de escolta ou quando entram no perímetro do fogo anti-aéreo de suas meninas-navio.

Cada batalha confere pontos de experiência e sempre te dá algum tipo de recompensa, nem que seja um punhado de moedas. Mas é muito fácil encontrar outros itens depois de vencer um combate, muitas vezes até mesmo uma menina-navio. A qualidade das recompensas depende da "nota" recebida na batalha, que leva em conta o tempo necessário para afundar todos os navios e se nenhuma personagem afundou.

Aliás, esse é um grande diferencial de Azur Lane se comparado com Kantai Collection, o conceito de energia e afundar é bem distinto. Em Kancolle, cada menina-navio possui uma determinada quantidade de pontos de energia, perdidos após danos em batalhas. Terminado o combate, esse dano permanece e deve ser consertado pelo jogador nas docas, esperando um tempo que pode levar muitas horas. E caso uma menina-navio perca toda a energia em combate, ela afunda e é perdida para sempre.


Por sua vez, em Azur Lane existe também o conceito de energia, representada por barrinhas como nos jogos de luta que estamos acostumados. Os danos vão sendo recebidos durante a batalha e podem ser consertados durante o seu curso por meio de um reparo especial (com um uso gratuito por dia e usos subsequentes por meio de consumo de diamantes). Mas, terminada a batalha, todos os danos são automaticamente reparados, sem custar nada! Ou seja, não tem essa de ficar esperando a menina-navio consertar nas docas.

E pra completar, mesmo que elas afundem em uma batalha... elas não "morrem", e voltam sãs e salvas ao seu porto depois de terminada a fase. Ou seja, não há nenhum risco de você perdê-las.


Confesso que essa diferença entre os jogos divide minha opinião... Por um lado eu prefiro essa simplicidade de Azur Lane com reparos automáticos, e sem dúvida não ter o perigo de perder aquela menina-navio difícil de conseguir é uma boa. Mas por outro lado a presença desse risco em Kantai Collection faz com que lá você seja mais cauteloso e responsável, se policiando para cuidar de suas meninas-navio. 

Enfim, depois de derrotar uma determinada quantidade de esquadras inimigas, aparece então o chefe, destacado pela emoticon demoníaco. Trata-se da missão final da batalha, onde se enfrenta uma menina-navio inimigo bem forte, protegida por um porrilhão de aviões. Mas que geralmente te dá boas recompensas, incluindo navios raros e outras coisas. Certas missões exigem que você afunde o chefão uma determinada quantidade de vezes, para assim liberar o próximo mapa da batalha.


Além dos combates convencionais e dos eventos, existem outras formas de mandar as suas meninas-navio à luta. Como é costume nesses jogos, existe a possibilidade de enfrentar as esquadras de outros jogadores, o popular PvP. É bem simples, onde você seleciona uma frota adversária para enfrentar e montar as suas esquadras de ataque e defesa, que podem ser diferentes. Porém, aqui não há como controlar suas meninas-navio, o combate segue de forma automática (o que pode ser usado nos combates padrão também). Vitórias conferem espadinhas de mérito, que é a pontuação dessa modalidade.


Os pontos adquiridos podem ser usados para comprar itens em uma loja específica. Além disso, chegando a determinadas quantidades de pontos, você sobe no ranking, o que aumenta os ganhos de cada duelo. Porém o grande barato desse modo de jogo é ganhar experiência para suas meninas-navio.

Outra coisa que você pode fazer é jogar as missões diárias. A cada dia da semana um determinado tipo de missão é disponibilizado, que envolve combates com objetivos bem peculiares com diferentes níveis de complexidade. Por exemplo, sobreviver a uma chuva de torpedos lançados por barquinhos indestrutíveis ou passar por uma enxurrada de navios-kamikaze. Superando as missões, a recompensa é generosa, especialmente em níveis mais difíceis.


Por fim, temos as manjadas expedições. Da mesma forma que em Kantai Collection, tratam-se de missões automáticas, onde você manda uma esquadra de meninas-navio para coletar suprimentos. O interessante aqui é que as missões são geralmente mais curtas, com duração de 1 a 2 horas, embora sempre exista uma mega-expedição que pode chegar a 10 horas, mas que te dá uma porrada de suprimentos sem o menor esforço. Pra completar, existem expedições-surpresa, que têm uma duração finita mas que podem resultar em uma boa pilhagem de recursos. Algumas delas podem exigir alguns pré-requisitos, como a presença de pelo menos uma menina-navio de determinado nível ou limitando as classes que podem ser usadas.


Sem dúvida, uma grande variedade de opções para se divertir com Azur Lane, que indiscutivelmente possui uma jogabilidade muito mais legal do que Kantai Collection, que se resume ao gerenciamento de recursos e esquadras, com combates mais aleatórios do que os comentários do Faustão.


Eu aposto que você não fazia idéia de que existia uma revista em quadrinhos do Faustão. Voltemos ao Azur Lane, depois desse devaneio lamentável.

Existem ainda outros detalhes interessantes no jogo. Como também é comum nesses jogos com meninas-navio, existe a possibilidade de se casar com elas. Não apenas para agradar aos desejos de milhares de orientais virgens que sonham em se casar com suas amadas de faz-de-conta, mas o matrimônio permite também que as meninas-navio subam a níveis superiores ao 100. De quebra, algumas delas ainda aparecem com uma roupa de casamento especial, um pequeno toque a mais que fica legal.


E claro... dá pra casar com quantas você quiser. Monogamia passa longe aqui em Azur Lane.

Além disso, existe uma função na tela inicial que corresponde ao dormitório. Na prática é um ambiente que parece uma casa, na qual você pode colocar diferentes decorações e móveis para que algumas de suas meninas-navio possam interagir. Lógico que dá para usar recursos para expandir o dormitório, incluindo um segundo andar, assim como liberar espaço para outras garotas.


Por mais que possa parecer frescura e coisa de boiola, o dormitório é também uma forma de ganhar experiência, por meio de uma barra de energia que representa uma série de comidas que as meninas vão atacando. Assim, deixando-as em um dormitório bonito, com muitas coisas e bem alimentadas, elas vão ganhando pontos de experiência de forma automática.

Azur Lane é sem dúvida um joguinho simpático, e que está cada vez mais ganhando o seu espaço. Não há como não compará-lo ao Kantai Collection, os dois jogos são os de maior destaque atualmente quando o assunto é representações antropomórficas de navios de guerra. Embora Kancolle tenha se estabelecido já há algum tempo, o seu competidor chinês vem com muita força, e dizem que a rivalidade dos fãs chega a ser doentia.


O que eu acho uma babaquice. Pombas, são apenas jogos! Cada um tem seus pontos fortes e fracos, não há dúvidas disso: pessoalmente, eu atualmente curto mais o Azur Lane por conta de sua maior diversidade de navios e melhor jogabilidade, além do fato dele ser mais recente e assim eu consigo acompanhar melhor os eventos; mas eu também gosto do Kantai Collection, até pelo fato de sempre me interessar pelos navios de guerra japoneses, melhor explorados em Kancolle, sem falar que as meninas-navio tendem a ser muito mais carismáticas.


Mas nada impede os dois de coexistirem... ficam os fãs de Kantai Collection acusando Azur Lane de ser uma cópia barata, e os seguidores de Azur Lane dizendo que Kantai Collection é um jogo sem graça. Nada a ver... Cada um jogue o jogo que gosta e que se fodam.

Até porque não vejo as meninas-navio de Kantai Collection e Azur Lane brigando tanto entre si...


Em todo caso, uma coisa é indiscutível: Kancolle saiu na frente no que diz respeito a algo que realmente traz dinheiro para os desenvolvedores. Pois ambos os jogos são gratuitos e relativamente jogáveis sem gastar dinheiro de verdade. Então, pra que a idéia seja lucrativa, é fundamental nessas situações se aproveitar do fenômeno e do fanatismo do público pra ganhar grana daquela forma que existe há tempos...

O famoso merchandising.


E se você não entendeu a referência, vá assistir "S.O.S. Tem um Louco Solto no Espaço".

Como eu citei na postagem do Kantai Collection, se vende de tudo relativo ao jogo, especialmente lá no Japão. Brinquedos, revistas, fantasias, acessórios, mochilas, tudo que você pode imaginar. Incluindo até mesmo uma série animada (que vai ganhar uma segunda temporada) e um filme, o qual eu devo fazer uma sátira também. Tudo isso ajuda a divulgar o jogo e seus personagens. E para ganhar dinheiro com isso.

Mas Azur Lane não está tão atrás assim... Embora ainda não tão popular, já é possível encontrar brinquedos e estatuetas de algumas das meninas-navio mais conhecidas, um sonho de consumo para os fãs. Adesivos, canecas, camisetas, quadrinhos e outros itens de merchandising começam a aparecer pelos cantos, uma rápida busca num eBay da vida e aparecem centenas de produtos. Pra você ver que até mesmo uma rede de restaurantes no Japão (ou seja, terra de Kancolle) fez uma promoção com refeições baseadas em algumas das meninas-navio do Azur Lane, dando direito a brindes.


Pois é... vamos deixar de lado por um momento o fato de que a rede se chama "Coco".

Não sei por que eu acabei decidindo dar um certo Ibope pra essa iniciativa desse restaurante com nome escatológico. Achei num site as fotos que um sujeito tirou do cardápio, onde vemos que a maioria dos pratos são baseados naquele tal curry japonês, como naquele episódio do desenho de Kantai Collection. Me pergunto por que associam tanto picadinho de carne com meninas-navio.



Meio pseudo-erótico esse prato na última foto. Onde já se viu um estrogonofe com salsichas meio fálicas pousadas sobre o arroz? Mas meio que pegaram o espírito da coisa, pois a menina-navio desse prato é alemã, terra da salsicha.

E não para por aí. Da mesma forma que Kantai Collection lançou uma versão anabolizada do jogo para os fliperamas, Azur Lane será lançado muito em breve em outra plataforma. Porém os desenvolvedores foram espertos e partiram direto para o Playstation 4, dando assim uma chance para os fãs da série curtirem uma nova versão do jogo em suas casas. Azur Lane Crosswave também traz as meninas-navio em 3D, com um jogo que parece ter bastante ação e navios de verdade. Tomara que lancem pra PC também.


Por fim, os chinas também vão levar Azur Lane para as telinhas. Isso mesmo, será lançado um anime contando as aventuras das meninas-navio. Não sei como será o estilo e quando estará no ar, mas ele promete ser interessante também, com gráficos sensacionais como se espera das animações orientais. Vai aí um trailer desse desenho.


E certamente ele deverá receber uma sátira aqui no blog.

Eu acho que chega... essa postagem já está ficando muito longa, tenho que aprender a me resumir um pouco mais. Mas Azur Lane certamente mereceu a extensão desse post, pois é realmente um jogo bem legal, que eu pessoalmente tenho curtido bastante. A jogabilidade mais divertida, uma referência mais extensa aos acontecimentos da Segunda Guerra e uma maior diversidade de meninas-navio fazem de Azur Lane um forte competidor ao já bem estabelecido Kantai Collection. Podem haver suas pequenas sutilezas, suas diferentes características, mas são dois jogos com um tema bem ortodoxo e peculiar, que conquistaram muita gente.


E vamos em frente. As meninas-navio vão aparecer de novo por aqui. Afinal, um comparativo entre os dois jogos mais detalhado seria uma boa.

Ou, se eu tiver que apelar mesmo... até mesmo uma disputa entre as meninas-navio dos dois jogos, quem sabe?

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