Pânico climático

Tentarei ser breve, com uma postagem mais curtinha só para não deixar o assunto passar. Acho que tinha que me acostumar mais a fazer textos menores, fica mais fácil de escrever e assim não deixo o site entregue às moscas por tanto tempo. Afinal de contas, eu sei que tenho o costume de ficar enrolando, falando demais, explicando os mínimos detalhes... como estou fazendo nesse exato momento, em vez de entrar logo no assunto.

Mas vamos focar. Ultimamente, o que mais se fala é que estamos tendo dias de calor intenso. Eu até passei mal outro dia na rua, por conta do calor da hora do almoço, tive que parar num bar para tomar uma água e descansar um pouco. Está realmente insuportável, um calorão da pôrra que incomoda muito. Nessas horas é que temos que agradecer ao sujeito que inventou o ar condicionado... 

Desde setembro, tivemos períodos com temperaturas bem elevadas, acima do que estávamos acostumados... embora na verdade eu me lembro de meses muito quentes no passado, penso que tem também a questão de memória curta das pessoas. De qualquer forma, não muda o fato de que estamos tendo dias bem quentes ultimamente.

E claro que tem gente querendo se aproveitar disso de alguma forma. Afinal de contas, tem uma turminha "do bem" que não perde a oportunidade para falar de aquecimento global, mudanças climáticas e pauta ESG. E aí quando chega um calor intenso fora de época (como já aconteceu diversas vezes), já aparece um monte de gente falando a respeito, trazendo aquelas teorias catastróficas de que o ser humano está destruindo o planeta, que a temperatura da Terra está tantos graus acima da média, que algo tem que ser feito... culpam até o peido das vacas pelo aquecimento global.

Além de culpar o Bolsonaro, claro. Mesmo quando vemos que neste primeiro ano do Lula já temos recordes de queimadas no pantanal, com crescimento de mais de 200% em relação a 2022, e vimos a capital amazonense encoberta por fumaça e poluição das queimadas que estão cada vez mais intensas Observando que estou fazendo questão de pegar referências da assessoria de imprensa do governo federal, antes conhecida como Globo, para não dizerem que eu estou me baseando em "blogs bolsonaristas".

Interessante ver que nesse momento não escutamos uma palavrinha de repúdio do Leonardo di Caprio, do Mark Ruffles ou da Greta. Devem estar ocupados com alguma coisa mais importante...

Mas, enfim... mesmo que as celebridades do clima estejam convenientemente em silêncio, as elevadas temperaturas que estão ocorrendo não iriam passar em branco. Afinal de contas, existem muitos interesses a serem atendidos, interesses de figurões globais que querem que você ande de bicicleta para que eles possam viajar de jatinho particular. E esses canalhas já aprenderam o poder do pânico, como que criar um alvoroço desproporcional sobre um determinado tema pode ser usado para controlar a população, para ditar as regras, para definir o que deve ou não ser feito. Vide a pandemia do vírus chinês.

E a mesma coisa está sendo feita com essa questão climática, estão aos pouquinhos aplicando as mesmas táticas de controle social que foram usadas durante os tempos de Covid. Pode escrever o que eu estou dizendo, não será nenhuma surpresa que em algum momento teremos o "lockdown do clima", as pessoas serão proibidas de ir na rua por estar muito quente, voltará o "fique em casa, a economia a gente vê depois", até o momento em que se consiga "achatar a curva" de temperatura mundial.

Só que essas táticas precisam de uma certa justificativa que seja (ou aparente ser) válida e incontestável. Aí é que entram os "especialistas". Entre aspas, pois na maioria das vezes não são especialistas de coisa nenhuma, não passam de anônimos que por algum motivo qualquer ganham os holofotes da mídia por falarem o que ela quer ouvir. Tipo aquele boçal do Atila Tamarindo...

Sério, lembra que ele disse que morreriam mais de 1 milhão de pessoas de Covid até agosto de 2020 no Brasil, e isso numa estimativa otimista? Passaram-se mais de três anos da pandemia e ainda não chegamos ao número alarmante que esse oportunista chutou.

Mas isso foi suficiente, colaborou para gerar o pânico. A palavra do "especialista", mesmo sem nenhum tipo de embasamento científico, ajudou a criar um clima de desespero e terror. Lembra de que tinha gente passando álcool em tudo? Lembra de fecharem as escolas, dizendo que as crianças poderiam serem "agentes da morte" e levarem o vírus para matar seus familiares? Lembra das pessoas sendo presas por estarem andando sozinhas na praia ou por se aglomerarem com dois ou três familiares? Lembra do pessoal usando máscara sozinho dentro do carro ou na piscina? Mostra como que o pânico deixa as pessoas sem controle, acreditando em qualquer coisa. 

Sério, até hoje eu vejo pessoas que usam máscara, achando que a pandemia de Covid ainda está aí. Até quando?

E é o que vão fazer agora com o clima. Não vou neste momento entrar em muitos detalhes sobre o tema em si, pois há muito o que se discutir e quero manter a minha promessa de fazer uma postagem curta. Mas posso assegurar que vão fazer a mesma coisa: deixar as pessoas em pânico. E para isso, uma vez mais vão recorrer aos "especialistas", que é o motivo da minha postagem.

Isso baseado nos "dados" divulgados na semana passada pelo Serviço de Mudanças Climáticas europeu, em que eles afirmaram que o ano de 2023 tem tudo para ser o ano mais quente dos últimos 125 mil anos.

Como é que é? Dos últimos 125 mil anos? 

Nem vou entrar no detalhe dos comentários alarmistas que foram apresentados por eles, dizendo que a Humanidade está caminhando para uma catástrofe, que a temperatura passou tantos graus da meta prevista em sei lá qual evento, que está ocorrendo um suicídio coletivo e um colapso global. Isso aí pra mim é apenas verborragia que a gente escuta de uma Greta ou coisa parecida.

Eu quero é que alguém me explique, se possível algum dos defensores da Ciência que não paravam de falar em 2020, como que se sabe qual era a pôrra da temperatura do planeta há mais de 100 mil anos atrás, caralho?!

Puta merda, a medição de temperatura, com os graus Celsius e Fahrenheit, só começou a existir a partir do século XVIII... o que não foi há 125 mil anos atrás. E mesmo o conceito de "temperatura" só começou a ser formulado por Galileo e Newton, alguns anos antes. 

Cara, 125 mil anos atrás representa o meio do período Paleolítico. Popularmente conhecido como Idade da Pedra, estamos falando de algo muito distante da nossa atualidade. Por mais que possam existir métodos científicos e outras abordagens que contam a história do passado, no final das contas tudo acaba ficando no campo especulativo, são estimativas e aproximações com base em informações (muitas vezes limitadas ou mesmo escassas) que podem ser interpretadas de diversas formas. E até mesmo contestadas e revistas, é só a gente ver como que tem tantos aspectos da Pré-História que foram alterados nos últimos anos: tipo, tem estudos afirmando que o T-Rex, famoso dinossauro que se popularizou em Jurassic Park e nas tirinhas do Calvin, tinha penas como um pássaro.

Me explica então como que podemos ter certeza que a temperatura do planeta hoje é maior da que foi a 125 mil anos atrás? Baseado em que se afirma isso de forma tão categórica e irredutível? 

Não questiono que sim, estamos com temperaturas mais elevadas do que o costume. Também não questiono que existem ações do Homem que prejudicam o planeta, e que devem ser revistas. Tampouco estou dizendo que devemos ficar inertes a tudo isso. Porém, acho que esses fatos são vistos de uma forma muito inadequada, criando um pânico desnecessário, quando seria mais interessante educar as pessoas da maneira correta, explicar o que está acontecendo sem criar um alarde desnecessário, que muitas vezes acaba "cegando" mais do que contribuindo para que seja feita alguma coisa.

Tipo, olhe o gráfico abaixo, que eu extraí daqui. Destaquei na parte de baixo com um ponto vermelho justamente o que deve ser os 125 mil anos que o tal estudo se refere, quando ocorreu um pico da temperatura global, após vários ciclos.

A primeira coisa que é necessário deixar claro é que todo esse gráfico é baseado em um conceito de medição de temperatura que só foi criado lá pelos anos 1800. Na escala acima, esse período seria uma fração de um pentelhésimo da linha da direita do gráfico, onde está o zero. Ninguém escavou uma caverna onde um Fred Flinstone anotou na rocha que a temperatura do dia anterior tinha sido de 30 °C. Não temos como afirmar de forma decisiva qual era a temperatura naquela época, se nem existia uma forma de medí-la como temos hoje.

Assim, o que há efetivamente são estimativas, que mesmo que possuam métodos científicos e procedimentos de investigação, ainda são hipóteses que podem estar erradas. Ou, melhor dizendo, que tenham incertezas. Embora seja formalmente certo usar a palavra "erro" (já que o erro de um modelo é o quanto ele se afasta da realidade que representa), coloquialmente essa palavra pode passar a ideia de algo errado. Não é isso que estou dizendo, mas sim me referindo ao fato que qualquer hipótese baseada em um modelo, seja ele qual for, tem uma incerteza associada. E que muitas vezes não é sequer mensurável. Trata-se de uma percepção indispensável para olhar um estudo como esse apresentado pela matéria. 

Por exemplo, talvez esse pico de temperaturas que ocorreu há 125 mil anos foi mais elevado do que se diz hoje. Ou mesmo menor, também há essa possibilidade. O meu ponto é que não se pode trazer uma afirmativa tão decisiva a respeito disso, como se fosse uma verdade incontestável, com base em um modelo que naturalmente tem incertezas. Algo que existe em todo e qualquer modelo. Como vemos nas pesquisas de intenção de voto, por exemplo.

Tipo, vamos supor que a temperatura média de 2023, que foi avaliada com base em dados experimentais obtidos de medições reais, tenha ficado 1 grau acima da temperatura média de 125 mil anos atrás. Só que essa temperatura lá de trás, nós não temos uma medição discreta dela, o que existem são estimativas baseadas em modelos ou em observação limitada do que está no alcance. 

Imagine então que o modelo usado para essa estimativa tenha uma incerteza de 2 graus, para mais ou para menos. Pombas, fudeu! Já não se pode afirmar mais nada, pois a diferença entre as temperaturas de hoje e do passado é menor do que essa incerteza. Seria possível que este ano tenha sido até 1 grau mais frio que há 125 mil anos atrás, considerando essa tolerância.

É diferente de você dizer, por exemplo, que o ano de 2023 foi o mais quente desde o início do século XX. Pois nessa época já existiam termômetros, mesmo que mais rudimentares que os atuais. E com isso, a partir desses dados, será possível validar ou contestar essa afirmação. Dados esses, todos baseados em uma mesma escala, calibrada em referências determinadas e comuns a ambos os períodos. Como o grau Celsius, onde sabemos que zero é a temperatura onde ocorre a transformação entre água e gelo, sempre foi assim. 

E mesmo sendo possível fazer essa afirmação, seria desconsiderando as incertezas dos métodos de medição usados. Pode ter certeza que a precisão de um termômetro atual é superior ao de 1900... Independente disso, se trata de uma comparação mais "honesta", com dados obtidos da mesma forma. Essa é uma comparação com rigor científico, e não entre dados atuais e uma estimativa aproximada.

Por que esse tipo de explicação não é dada? Por que esconder essa verdade? Mesmo a matéria ali não fala nada sobre o método científico usado, baseado em modelos matemáticos (modelos que são uma aproximação e sempre têm sua faixa de erro). O foco é o tom alarmista, o objetivo é propagar o pânico, falar que uma catástrofe está vindo, fazer com que as pessoas leiam a reportagem e fiquem com a sensação que todo mundo vai morrer queimado. 

E são esses que diziam "viva a Ciência!", lembra?

Tem outra coisa que precisa ser comentada. Se você olhar a escala de temperaturas, verá que nosso planeta teve anos muito mais quentes, considerando a mesma estimativa e referências. Claro que não podemos olhar para os primórdios do planeta, quando a Terra era uma bola de fogo... Mas existem diversos períodos há alguns milhões de anos (e relativamente "recentes" se considerarmos a vida terrestre) onde as temperaturas chegaram em níveis superiores ao que tivemos esse ano.

Por exemplo, a faixa do gráfico em verde tem o período dos dinossauros, quando as temperaturas estavam cerca de 6 °C acima da média de referência. E naquela época, pelo que sei, não tinha motor de combustão interna, não tinha Bolsonaro queimando a Amazônia e não tinha vaca peidando, para deixar o mundo tão quente assim. 

Só se os dinossauros soltavam uns traques violentos e pilotavam jatos de combate, poluindo o meio ambiente... talvez seja essa a explicação de temperaturas mais elevadas naquele período.

Enfim... penso que uma "matéria" dessa só tem mesmo o propósito de espalhar o pânico, partindo da condição que as pessoas, em sua maioria, são burras e acreditam em qualquer coisa que a imprensa e os "especialistas" dizem. Por isso é que existe sempre uma tendência a prejudicar o ensino mais fundamental e impedir que as pessoas desenvolvam o senso crítico: afinal, aqueles que querem mandar na sociedade gostam que as massas não questionem e sigam o que eles dizem, como um verdadeiro gado caminhando para o abate. Um povo minimamente educado, mesmo sem ter profundo conhecimento científico, receberia um comentário desse tipo com certa cautela e buscaria maiores informações para entendê-lo de forma plena. 

E é lamentável que a imprensa, ou pelo menos a "grande" imprensa, abriu mão de colaborar nisso, e tenha se vendido aos interesses daqueles que querem controlar a sociedade. Onde está um jornalista de verdade, que deixe os fatos claros, que explique o que é um modelo, que fale a respeito das incertezas, que apresente essa notícia com frieza e imparcialidade? Não tem mais, ou são exemplos cada vez mais raros. A "extrema" imprensa, como a Grobo e afins, perdeu a vergonha faz tempo, assumindo de forma quase que declarada que o objetivo principal dela é atuar como agente de controle da sociedade, aplicando técnicas covardes como a criação do pânico como visto nessa "reportagem".

Mais lamentável ainda é que tem muita gente que ainda escuta esses canalhas... Tem muita gente que escolhe não pensar e se deixa influenciar por "especialistas" interesseiros. Fica difícil a sociedade prosperar quando ela escolhe ser gado e se deixar tomar pelo pânico exagerado criado por esses marginais.

Comentários

Anônimo disse…
Poxa q coisa feia distorcer fatos
https://www.google.com/url?q=https://noticias.uol.com.br/meio-ambiente/ultimas-noticias/redacao/2023/11/09/desmatamento-governo-lula-amazonia-marina.htm&sa=U&ved=2ahUKEwj5gqf6q9GCAxXupJUCHQL1DTAQFnoECAEQAw&usg=AOvVaw22efk0fHAzVOoy0O_HrRXz

Obs. Não sou petista
Texugo disse…
Pôxa, que coisa feia não olhar as matérias e ignorar os fatos...

O que encobriu Manaus deve ter sido nuvens, será? Ou talvez tenha sido uma fumaça diferente, uma fumaça que não venha do fogo.

A matéria que você cita, datada do início desse mês, restringe o período até julho. Desconsiderando a condição nunca antes vista de fumaça cobrindo a capital amazonense.

Por quê? Já estamos em novembro, e a matéria apresentada pelo G1 traz muitos dados de satélite da região, que começou em agosto.

Coisa feia é considerar como "fato" uma matéria de um grupo de "jornalismo" como o UOL, claramente pró-governo, e que escolhe apresentar os dados de um período que seja interessante...

Por fim, é desnecessário dizer que você não é petista. Qual o objetivo disso, tentar passar algum tipo de credibilidade em seu discurso, só por conta de sua suposta posição política?

Talvez você não seja petista, mas age como um, ao escolher "fatos" que são mais convenientes ao que você pensa. Se está tão preocupado com a natureza e o meio ambiente, por que você não questiona a razão pela a qual a matéria "isenta" do UOL se restringe também a comparar as queimadas de 2023 até o ano de 2019, também conhecido como o 1º ano do governo Bolsonaro.

Que tal olhar o link do INPE abaixo?
http://www.inpe.br/noticias/noticia.php?Cod_Noticia=5811

Me pergunto por que todos os "defensores do meio ambiente" fazem questão de não olhar a métrica completa do volume de queimadas por ano. Sei lá, deve ter alguma razão para matérias "isentas" como o UOL se limitarem a olhar só a partir de 2019...

Claro, não deve ter nada a ver com o fato de que os dois primeiros anos do governo Lula bateram os recordes de queimadas (só perdendo para 1995)... mais que o dobro que foi visto nos anos do governo Bolsonaro...

Claro, não deve ter problema distorcer os fatos dessa forma... aí você não vai achar feio, né?
Anônimo disse…
BBC é "esquerdista" é pró governo também. A pergunta é qual seria o governo que teve a maior taxa de desmatamento considerando o período total de mandato mesmo?
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-63290268

É obvio que sempre haverá desmatamento em qualquer governo mas tudo depende das politicas publicas e ambientais feitas. Mas isso pode né, no governo Bolsonaro https://congressoemfoco.uol.com.br/temas/meio-ambiente/stf-arquiva-noticia-crime-contra-salles-por-fala-sobre-passar-a-boiada/