E agora, Atila?

Terminou o mês de agosto. E eu estava apenas aguardando para fazer essa postagem para falar de um sujeito que fez uma previsão bem macabra para este mês, por conta da pandemia do vírus chinês. Um zé ninguém que surgiu na mídia com a chegada da doença no Brasil, que antes não passava de um mero youtuber em um canal de cultura nerd que ninguém conhecia. Mas, como falou aquilo que era conveniente para a sociedade progressista e politicamente correta de esquerda, ficou em evidência como a autoridade máxima em qualquer questão do corona vírus. 

Pois é... tá na hora de escrachar esse tal de Atila Iamarino...


Começo dizendo que vou fazer algo bem curto e grosso. Não estou com muito saco de escrever sobre esse idiota, e tampouco vou ficar aqui medindo palavras para falar a respeito desse irresponsável.

Lá no início de maio, o tal do Atila apareceu, dizendo que até o final de agosto o Brasil teria 1 milhão de mortos, vítimas do Covid-19. Isso baseado em um (único) estudo, publicado pelo Imperial College, considerando uma taxa de letalidade de 0,7% e considerando que 70% da população se infectasse (para teoricamente atingir a tal imunidade de rebanho). Como o Brasil tem cerca de 210 milhões de habitantes, teríamos 150 milhões de infectados e isso justificaria o assustador número de 1 milhão de mortos. E isso em um cenário otimista, segundo o próprio Atila afirmou alguns dias depois, indicando que poderiam haver muito mais.


Logicamente que isso gerou uma grande repercussão. Muita gente ficou assustada, o pânico se alastrando ainda mais. Atila virou celebridade, referência incontestável no assunto, estourou audiência no Roda Viva (embora esse programa tenha se tornado um palco esquerdista lastimável) e muita gente propagando sua previsão. Incluindo aqui a mídia tradicional, que o colocou em um pedestal como se fosse aquele que mais sabia sobre o Covid.

Hoje é 31 de agosto. Os números oficiais mostram que foram 121.381 vítimas do vírus chinês em nosso país. Ou seja, chegamos até 12% da previsão. 

Pois é, Atila... que coisa, não?


Desde aquela época eu comecei a me questionar sobre esse número que ele indicou. Não consegui entender a lógica dele para chegar em tudo isso. A começar por basear seus argumentos em um único artigo. Acho engraçado que alguém que se diz "defensor da ciência" não conheça um conceito básico e fundamental de qualquer pesquisa cientifica que é a revisão bibliográfica, em que se faz um extenso estudo de várias referências prévias sobre o tema. Ou ele conhece mas ignorou sumariamente, pois era conveniente. Ciência baseada em um único estudo não é ciência...

E usar a referência de taxa de letalidade levantada em países europeus e no Estados Unidos (mais especificamente em New York), significativamente diferentes da realidade do Brasil, era outro ponto que me deixava muito em dúvida sobre essa previsão. Claro, por um lado países como Itália e Espanha possuem uma sociedade muito mais organizada e com melhores condições de saúde do que nossa nação, e que certamente poderia caracterizar uma taxa de letalidade maior por aqui. Mas, por outro lado, não podemos ignorar outras questões. Na época, a Europa estava no inverno, um inverno que é mais rigoroso que o que temos aqui, algo que colabora para a maior taxa de mortalidade de um vírus que ataca as vias respiratórias. Conta também o fato de que a população lá é mais idosa, e mais suscetível a essa doença. Além disso, o continente europeu foi o primeiro foco em larga escala no mundo ocidental, e de certa forma foi pego meio que desprevenido, diferente dos países do continente americano, que já puderam se preparar um pouco melhor para evitar a mesma situação que se passou com os italianos e espanhóis.

Diante de tudo isso, eu considerava desde aquela época esse número muito inflado. E repito: o 1 milhão do Atila era a estimativa otimista... Parece piada. Já que o Atila é na minha opinião uma piada, vai aí o Peter Griffin pra dar uma zoada nele.


Lógico que não chegamos nem perto. A verdade é que nenhum país chegou perto disso. Digo de novo: NENHUM país chegou a 1 milhão de mortos. Sequer o PLANETA INTEIRO chegou a um milhão de vítimas do vírus. Repito o que eu disse lá em cima, chegamos a 12% da estimativa otimista desse desqualificado, de um merda que até pouco tempo ficava só gravando vídeo no YouTube sobre cultura nerd e repentinamente virou o "especialista" de virologia, a autoridade máxima e inquestionável sobre o vírus chinês. Tudo porque chutou uma previsão alarmista sem a menor responsabilidade científica. Vou repetir, tem tanta gente aí que diz defender a ciência, mas seguiram cegamente um sujeito que sequer sabe o que é uma revisão bibliográfica. Se soubesse, certamente não iria dizer tal asneira.

O pior de tudo foi justamente a repercussão que deram pra esse Atila. Se fosse apenas mais um youtuber falando alguma bobagem qualquer, que seria relegada ao esquecimento alguns dias depois, tava de boa. Mas, não foi o que aconteceu. Depois de declarar que em condições otimistas teríamos 1 milhão de mortos no Brasil até agosto, a grande mídia e a esquerda decidiram colocá-lo em evidência. Foi chamado pra falar no Roda Viva, foi dar entrevista na Globo e em outros meios de comunicação. Se tornou não apenas uma celebridade, mas como disse acima, virou referência no assunto do vírus. Aliás, referência sobre qualquer coisa, tem até vídeo que ele gravou explicando o que é fascismo. Pois, afinal de contas, nada melhor que um biólogo que não sabe fazer pesquisa e nem conta pra explicar pra gente o que é fascismo...

Mas tava na cara que iam colocar esse cara em um pedestal. Tem uma coisa que eu venho falando desde a chegada do Covid-19 no Brasil, e que registrei neste post aqui, que teríamos uma situação bem crítica por aqui por três principais motivos: o primeiro, por conta da decadência de nosso sistema de saúde, que sempre deixou a desejar (e não apenas a partir de 1º de janeiro de 2019, como os esquerdalhos boçais dizem); o segundo motivo, a corrupção que está enraizada em nossa população, indo desde o filho da puta que vende álcool a quinze vezes o preço oficial e até aos políticos como certos governadores e seus secretários de segurança, que aproveitariam pra roubar. 
Witzel que inclusive foi afastado do cargo, e não poupou xingamentos ao sujeito ao lado, que foi secretário de saúde e esteve envolvido até a alma com a roubalheira por aqui, da qual o desafeto do Pica Pau e futuro ex-governador fez parte. 

E o terceiro motivo seria o uso político do coronavírus. A esquerda, os politicamente corretos e a mídia tradicional certamente iriam fazer tudo para usar essa crise de todas as formas para atacar o Bolsonaro. Já estava escrito que eles iriam responsabilizá-lo, independente do que acontecesse ou ele fizesse, pois o importante é criticar o presidente dia e noite. Se não usou máscara, está errado porque tem que usar, se usou máscara, está errado pois ele colocou de maneira errada. Essa sociedade "do bem" não perderia a oportunidade de usar o vírus para destruir sua imagem, para atacá-lo de todas as formas. Como está acontecendo, é só ver aquela edição do Jornal Nacional no dia em que se chegou a 100 mil mortos. E para que isso funcione, é importante reunir pessoas que possam passar a mensagem, precisa colocar em destaque qualquer um que diga algo que seja favorável à causa política e ideológica dessa gente cretina. 

Como um "cientista" que fala com aquela "cara de conteúdo" que vão morrer 1 milhão de pessoas até agosto...


Aí fica fácil... Não bastando a previsão apocalíptica, ele vai lá é defende o isolamento total e irrestrito, chega a citar que teremos períodos de isolamento por até dois anos, condena a cloroquina... enfim, tudo que a oposição ao Bolsonaro quer ouvir. Se torna "útil" para a guerra contra o presidente, e assim começa a ganhar fama, para que o povão acredite no que ele está falando. Mesmo que ele não esteja fazendo isso com viés ideológico próprio (o que eu pessoalmente duvido), ele acaba contribuindo para os interesses dos opositores do governo.  

E já tem até o discurso pronto para os "bolsominions" que criticam alguém tão "inteligente" e "científico" como o Atila, mesmo quando apresentamos críticas honestas sobre a estimativa, baseadas em ciências de verdade como estatística, quando questionamos a forma como ele chegou em números tão superlativos após estudar um único artigo.
"Você está desprezando a vida das pessoas que morreram pelo coronavírus!!!"

Fala sério, vai chupar um prego.

Não é nenhum desprezo pela vida das vítimas quando questiono uma previsão catastrófica como a que o Atila fez lá atrás. Pelo menos de minha parte, minha crítica contra ele fica por conta da postura inconsequente dele, ao chutar um número extremamente alto de forma irresponsável. E repito, sem levar em conta vários fatores que diferenciam a realidade européia da brasileira, além do fraco embasamento científico em uma única referência. Se ele chegasse e trouxesse argumentos sólidos que pudessem justificar esse número, tudo bem (e olha que eu vi o vídeo dele, e seus argumentos não me convenceram). Mas se fossem mesmo argumentos bem construídos e embasados cientificamente, jamais ele chegaria nesse um milhão. 

Lógico que será muito difícil mensurar isso, mas fico me perguntando o quanto de pânico que essa previsão causou nas pessoas mais influenciáveis... Conheço pessoas que já estavam extremamente tensas com essa situação do vírus chinês, tenho um conhecido que não saiu de seu apartamento desde o início de abril, e só não morreu de fome porque a esposa é quem vai no mercado comprar comida. Um parente de um colega meu do trabalho simplesmente pediu demissão de seu emprego com medo de se infectar. Casos de problemas médicos e doenças como insônia, depressão e ansiedade aumentaram drasticamente, é só perguntar para os psicólogos. 

E aí aparece um babaca desses, e diz que vão morrer um milhão até agosto, e que isso se tudo correr bem... O que você acha que acontece?
Não estou dizendo que devemos ignorar o vírus chinês. São necessários cuidados sim, é preciso tratar o problema com responsabilidade. Mas na minha visão, ser responsável é também não provocar pânico de forma desnecessária, pois isso gera um desespero nas pessoas que só é prejudicial. É só lembrar como foi lá no início, nego comprando quilômetros de papel higiênico, tudo isso por conta de um pânico insensato, causado pelo discurso inconsequente da turminha apocalíptica como o Atila. Se passaram seis meses e ninguém ficou sem papel pra limpar o rabo... Todo aquele desespero pra ir no mercado e se abastecer de rolo de papel higiênico não serviu pra nada... 

E a mesma coisa eu digo dessa fala do Atila Iamarino. Ele poderia trazer os argumentos que fosse, poderia até mesmo fazer uma estimativa um pouco mais conservadora, e ninguém estaria hoje criticando. Mas não foi o que ele fez: preferiu optar por uma previsão exagerada, que só serviu para deixar as pessoas mais assustadas do que precisavam. E para ganhar os seus quinze minutos de fama...

Pior de tudo, sabe o que me deixa mais puto? Em nenhum momento ele se arrependeu do que disse, até agora ele não teve a decência e a humildade de ir a público e dizer "eu errei... e errei muito". 

Muito pelo contrário, fica aí arrumando explicação pra justificar o que ele disse. 


Sério, Atila? Jujubas?

Na minha percepção, quando a pessoa realmente lida com ciência, deve ter a decência de admitir quando errou. Não é nada depreciativo admitir um erro, especialmente quando se fala de algo que pouco se conhece. Estamos lidando com um vírus novo, que embora possa ser semelhante em alguns aspectos a outros vírus e doenças, possui muitas especificidades, algumas que só vamos saber com certeza daqui a anos, depois de muita pesquisa científica de verdade, e não de "live". O próprio autor do tal artigo que serviu como única referência para o "estudo" do Atila, foi obrigado a revisar seu modelo de estimativa ali apresentado, que originalmente previa 500 mil mortes no Reino Unido. Após revisar o erro, ele ajustou para 20 mil. Errou "só" em 96% em relação à previsão inicial. Foi até uma previsão em certo ponto otimista, se considerarmos por exemplo que no início de agosto já haviam morrido mais de 40 mil pessoas no Reino Unido.

Vale comentar que o tal do Neil Fergunson, "ídalo" do Atila e autor do artigo, defendia o isolamento total e irrestrito... mas recebeu visitas de sua amante durante o período em que deveria estar se distanciando socialmente. 


Como é comum da esquerda: "faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço".

Como disse, é um vírus sobre o qual não conhecemos tudo. Erros de previsões podem e vão acontecer, para mais e para menos. Agora, não dá pra errar tudo isso. Errar de 20 pra 500 mil é muito, demonstra sem dúvida um modelo de estimativa e hipóteses extremamente exageradas e incoerentes. Pra mim, não tem nada de científico nisso. 

Com isso, sendo essa a única referência da estimativa de 1 milhão de mortos do Atila, digo que ele não tem nada de científico. E é menos científico ainda por não admitir que se baseou em uma pesquisa furada, por não declarar publicamente que errou. Em vez disso, banca o crianção e tenta arrumar desculpas. 

Pela madrugada, se alguém ainda acha que a previsão do Atila não era um exagero de absurdo, vamos olhar números e usar a Matemática. Embora eu saiba que muitas pessoas usam os números para provar qualquer coisa, usando uma interpretação dos mesmos que seja direcionada para provar aquilo que o analista já decidiu que quer dizer, eu acredito que podemos fazer algumas contas bem simplórias que não dão margem à interpretação.


E eu disse que não iria escrever muito... Mas, vamos em frente. É importante discutir a respeito disso.

Segundo dados que podemos ver no Wikipedia, e são baseados nas informações do Ministério da Saúde, podemos ver que no dia 3 de maio, data em que o "cientista" fez a sua previsão macabra, haviam 7.025 mortos de coronavírus no país. Uma conta rápida com o auxílio de um calendário nos mostra que desse dia até 31 de agosto, final do mês em que supostamente teríamos 1 milhão de óbitos, temos um intervalo de 120 dias. Ou seja, exatos 992.975 pessoas provavelmente perderiam a vida por conta do Covid-19, segundo Atila. E reforçando o que ele disse em sua postagem no Twitter em 8 de maio, era uma previsão otimista.

Vejam bem: cerca de 990 mil vítimas até final de agosto, depois de quatro meses. Isso significa, considerando uma média homogênea, aproximadamente 247 mil mortos por mês, quase 62 mil por semana, perto de 8.800 por dia. Não preciso dizer que, só a partir dessa continha de papel de pão, a previsão desse palhaço era bem exagerada...

Pois muito bem, vamos para mais uma abordagem simplória, mas seguindo por um caminho diferente. Considerando a data do primeiro óbito (em 17 de março), temos um período de 48 dias até a data da previsão. Vou seguir com uma conta meio estúpida, que seria calcular a média diária até 3 de maio, data da previsão. Com isso, a gente chega em uma média de 147 mortos por dia (sempre arredondando para cima). Claro que essa é uma média meio incorreta, pois desconsidera que haveria um aumento da taxa de infecção, mas vou abordar isso mais adiante. Quero apenas começar com essa conta, pois seria a forma mais boçal e simples de fazer uma estimativa, com base no que havia sido observado até o momento.

Então, assumindo que essa média diária se mantivesse, chegaríamos a cerca de 17.500 mortos até o final de agosto. Se Atila estivesse fazendo alguma estimativa pensando em um número diário, seria necessário que o Brasil atingisse a absurda marca de 8.200 mortos por dia, para termos um milhão no final de agosto.

Logicamente que não podemos fazer uma estimativa dessa forma... É necessário considerar que estávamos em uma crescente de casos. Além disso, desde aquela época já era perceptível como analisar os dados com base nos dias podia dar uma impressão errada sobre o que estava acontecendo, visto que a quantidade de notificações de casos e mortes por conta da doença é menor nos finais de semana. Assim, o mais correto seria olharmos os números sob uma ótica de semanas epidemiológicas, medidas de domingo a sábado. Como mostra o gráfico abaixo, obtido desse site do Ministério da Saúde, que apresenta a quantidade de novos óbitos por semana.


Sem sombra de dúvida, algum defensor do Atila esquerdista vai me xingar por eu estar mostrando um gráfico tão pequeno assim. Não estou escondendo nada, tanto que coloquei o link, lá você pode ver a evolução completa desse e de outros dados. Mas eu explico: eu cortei sim o gráfico até a 18ª semana, que terminou no dia 2 de maio, na véspera da previsão do "cientista". Fiz isso para mostrar qual era a situação de momento, com os dados que ele teria à disposição para fazer a sua previsão. Afinal de contas, não teria como o Atila saber com antecedência quais seriam os números... 

Ora, se ele pudesse prever o futuro, certamente não teria dito que seriam 1 milhão de mortos, né?
 

Olhando os dados, podemos estimar uma taxa de aumento do número de casos olhando essas semanas. Claro que precisamos ignorar a taxa nas semanas iniciais, pois elas certamente são bem exacerbadas por conta da pequena quantidade de casos. Por exemplo, na semana 12, quando começaram as mortes, houve 18 óbitos; na seguinte, foram 96. Olhando neste intervalo de tempo, seria dizer que a taxa de crescimento foi de mais de 400%, e certamente isso não iria permanecer. Isso é estatística básica, não dá pra se guiar pela variação nas duas primeiras semanas. Assim, teríamos que olhar uma taxa de crescimento média nesse período, e também considerar que a curva provavelmente não iria crescer indefinidamente. Na semana 18, logo antes da "profecia", por exemplo, a taxa de crescimento no número de mortos em relação à semana anterior chegava a 60%, enquanto que na semana 17 era de 37% e na semana 16, antes do aumento mais significativo, o crescimento foi de 76%. 

Se não acredita, vai lá olhar os dados e faça as contas!

Olhando as informações disponíveis no site da OMS, considerando países europeus que estavam em uma situação crítica naquele momento, como a Itália e a Espanha, podemos ver abaixo que o "pico" no número de mortes ocorreu em 6 e 5 semanas respectivamente, contatos a partir da semana em que tiveram a primeira vítima fatal da doença. Observando que esses "picos" ocorreram antes da data da previsão do Atila, no início de maio.


Claro... Sabemos que são países distintos ao Brasil. Tanto que no início do mês de maio, já haviam passado 7 semanas desde o início do número de mortes no nosso país. Mas, mesmo assim ele os usou como referência, e faremos o mesmo. 

Vou propor o seguinte cenário relativamente bem conservador, algo que não é absurdo de se fazer diante de um vírus que pouco conhecemos. Vamos assumir que os óbitos continuassem crescendo por mais 5 semanas, tomaremos a data em que o Atila fez sua previsão como referência para contar um período semelhante ao observado na Itália e na Espanha. E embora seja esperado que a taxa de crescimento seja bem variável, vou sugerir aqui algo próximo da magnitude observada na semana epidemiológica 18, com 50% de aumento. Após esse período de 5 semanas, teríamos o tal "pico" e a partir daí seria observada uma queda, semelhante ao que foi visto nos países europeus. Assumirei pra começar uma redução de 10% em relação a semana anterior. Mostrando primeiro a curva de vítimas por semana, destacando em verde dados reais, conhecidos na época da previsão do Atila, e em vermelho a estimativa.


E agora o acumulado.


Um cenário bem conservador e diria pessimista: teríamos na semana de pico 30 mil óbitos, e chegaríamos à 36ª semana, terminando no dia 29 de agosto, com cerca de 290 mil mortos de coronavírus. Ou seja, 30% da estimativa do "entendido", assumindo uma catástrofe com trinta mil pessoas morrendo em uma única semana, o que sabemos que não ocorreu em nenhum momento... mesmo "fazendo tudo errado", segundo palavras do próprio Atila. 

Interessante que fiz várias propostas diferentes: usando uma redução mais modesta ainda, de 5% (que é o que vimos depois em alguns momentos), chegaríamos em agosto com 360 mil óbitos; num cenário mais positivo, com uma significativa redução de 20%, seriam cerca de 200 mil; chutando o pau da barraca, e colocando a mesma taxa da 18ª semana, com crescimento nas primeiras 5 semanas de 60% e depois uma redução de 5%, seriam aproximadamente 517 mil, ainda metade da previsão do Atila. 

Apenas para que você veja um rápido comparativo, em que eu mostro os dois gráficos acima das minhas estimativas, comparando com os dados reais, com os números que aconteceram de fato, para mostrar como essa minha continha rápida foi muito conservadora, a começar com o número de vítimas por semana. Estou considerando os casos até o dia 29 de agosto, que marca o final da 35ª semana, o que não muda muito a ordem de grandeza. 

Em vermelho, a minha estimativa e em azul o que aconteceu de verdade. O que vemos é que no Brasil tivemos 3 semanas em que a quantidade de casos aumentou de forma mais significativa em relação à semana anterior (43% na semana 19, 29% na semana 20 e de 23% na semana 21), e a partir daí nós chegamos ao platô que tanto se fala, em que a variação ficou abaixo de 10%. Inclusive se observou que a partir do mês de agosto, a quantidade de mortes por semana começou a cair em relação à anterior, ainda que de maneira modesta. 



E agora com o total de casos. Fica claro que sim, minha estimativa foi grosseira mas também pessimista. Se por um lado eu considerei uma redução de casos mais significativa, assumi também um crescimento mais vertiginoso durante 5 semanas, considerando uma situação mais severa que a vista em outros países. Ou seja, assumindo que ia morrer muita gente durante o mês de maio, e apenas na semana 25 é que iniciaria a queda... mas, ao já ter atingido uma taxa semanal bem elevada, a curva ainda teria uma crescente.


E para comparar, vamos ver agora esse mesmo gráfico, mas incluindo a previsão "científica" do Atila. Ele não chegou a detalhar como seria a taxa de crescimento, pelo menos na parte do vídeo que eu vi ele foca mais nos números finais. Assim que vou considerar uma taxa de crescimento linear com uma média homogênea. Talvez o formato da curva verde, correspondente à previsão catastrófica do Atila, poderia ser diferente... mas o destino final seria o mesmo, nos 1 milhão de vítimas como ele disse. Como dizem, uma imagem vale por mil palavras...


Fica claro que minha estimativa, baseada em uma visão mais pessimista e fundamentada em matemática e na observação das taxas de variação do número de óbitos de países onde o vírus chinês estava causando um grande estrago em maio, se aproximou muito mais da realidade do que a previsão do Atila, fundamentada na ciência sem revisão bibliográfica externa e considerada por ele como otimista...  

Alguém pode até criticar a minha matemática aqui. Admito que não sou um estatístico e profundo conhecedor dos métodos, fiquem à vontade para indicar falhas na minha teoria e propor abordagens distintas, desde que providas de educação e coerência. Mas acontece que a minha estimativa meia-boca e pessimista ficou bem abaixo da previsão "científica" e otimista do Atila. Fica claro que tem algo de muito estranho nas contas que ele fez...

Pelo que entendi do vídeo dele, Atila chegou a esse número de 1 milhão de mortes assumindo a premissa de que 70% da população do país viria a se infectar pelo coronavírus, e desta parcela 0,7% morreriam. Tudo baseando-se no tal artigo do Imperial College e pela observação dos números de países acima do Equador. E repito que essa abordagem me parece muito questionável, pelos pontos que eu citei lá em cima (desconsiderar as diferenças etárias entre os países, a maior severidade do inverno no hemisfério norte, a tendência observada de pico de óbitos em 5-6 semanas, entre outros). 

Mas sabe o que ele vai dizer? Vai dizer que esse número iria acontecer se não fosse feito nada... e como foi feito alguma coisa, pronto. Ele está isento da responsabilidade.


Meu caro Atila... Como você mesmo dizia no seu vídeo, a estimativa de 1 milhão veio de uma série de premissas otimistas e conservadoras. E como você disse em diversos momentos, como na sua entrevista no Roda Viva ou quando está escrevendo no Twitter, o Brasil está fazendo tudo errado. O "alguma coisa" que foi feito, e que segundo você mesmo não foi tão bem feito assim, foi suficiente para chegarmos a um percentual de 12% de sua previsão otimista. Tamanha diferença entre o previsto e o real tem duas explicações: ou na verdade o "alguma coisa" mal feito foi na verdade um "muita coisa" bem feito, que segundo você diz não é o caso, ao citar em junho que "o Brasil é o pior país da pandemia neste momento"; ou é porque a previsão foi demasiadamente elevada em relação ao que poderia acontecer na prática.

E a outra "saída" que Atila e seus defensores buscam, quando são confrontados com a realidade, é aquela que já esperamos da esquerda e dos politicamente corretos. Pois esses acéfalos, quando têm as suas narrativas desconstruídas e ficam sem argumentos, partem para a agressão, na tentativa de desmerecer seus críticos.


"Seu negacionista."

Pois é... se você não está do "lado" deles, você é racista, machista, homofóbico, genocida, fascista, nazista... e o adjetivo da vez é negacionista.

Não, eu não sou negacionista. Simples assim. Não adianta falarem. Eu estou dizendo que não sou, e isso basta. Vão tomar na bunda. 

Negacionista é aquele que nega os fatos. E o fato é que não chegamos nem perto de 1 milhão de mortos no Brasil. Na verdade, nem o mundo inteiro chegou a essa marca. Isso já poderia ser percebido lá em maio, quando o Atila fez a sua previsão completamente exagerada. Seria falar em quase 250 mil mortes por mês, de maio a agosto, em média 60 mil por semana. NENHUM país chegou a marca tão elevada assim.  

Negacionista aqui é o Atila e os babacas que o seguem. Pois negam uma das ciências mais básicas, que é a matemática. Negacionista pois negam também fatos, tipo em relação à cloroquina, que vem sendo usada na China desde fevereiro nos estágios iniciais da doença e se mostrou eficiente. Tratamento recomendado pelas autoridades chinesas, inclusive apresentada em um artigo científico publicado no início de abril. Aliás, tem diversos artigos ali que mencionam como que o uso clínico da cloroquina e da hidroxicloroquina se mostrou adequado na China, certamente contribuindo para controlar o número de casos.

Fatos. Mas que o "cientista" que acusa os outros de negacionista não aceita. 


Na boa... alguém me explica essa fixação dele por jujubas?

Eu não sou médico, biólogo ou infectologista. Mas entendo que existe uma diferença entre a comprovação clínica e a dita científica. Existem recomendações e práticas na pesquisa para avaliar, como no caso da cloroquina, sua eficácia. Aí fazem testes com um determinado grupo de pessoas, comparativos com grupos usando placebos e outras metodologias correlatas. Uma investigação em ambiente controlado, a pesquisa científica, que busca comprovar ou reprovar teorias e hipóteses. Por sua vez, a comprovação clínica ocorre de forma mais factual, olhando casos práticos em que este ou aquele remédio foi usado. Diferente da pesquisa científica, que testa uma teoria ou hipótese, vejo que a comprovação clínica se dá por evidências. E é isso que vemos no caso da cloroquina, em que há muitas evidências de pessoas que se recuperaram mais rapidamente quando o remédio foi ministrado.

Não faltam exemplos de descobertas científicas que surgiram do acaso, a partir da observação. Quem conhece a história da penicilina sabe o que estou falando...

Faço um paralelo: pode apostar que você já escutou de seus avós alguma receita para curar determinadas coisas. Tipo, chá de boldo é bom pra indigestão, mel ajuda a controlar a tosse, e tomar chá de alho (o popular "cháralho") ajuda na dor de garganta. Não há estudos científicos nem artigos do Imperial College atestando sua eficácia, mas há séculos temos evidências de que tais curas caseiras funcionam nestes casos menos críticos. 


Claro, antes que venham a me acusar de estar sugerindo curas caseiras para o vírus chinês, não é isso que estou me referindo. Comento sobre a ótica de que embora a ciência seja sim muito importante (sou uma pessoa que a defende de forma efetiva), não podemos ser cegos a ponto de ignorar que existem coisas que funcionam, mesmo sem uma comprovação científica mais formal, afirmando que funcionam por conta de evidências, olhando números e fatos. Não é porque não se tem uma explicação cientificamente formalizada de que algo funcione, que signifique que não funcione quando existem inúmeras evidências disso.

Quer outro exemplo? É só ver uma daquelas matérias que a Globo gosta de colocar, de pessoas que se vestem de super-heróis e visitam os hospitais de crianças que sofrem de câncer. Sempre com relatos de como tais iniciativas ajudam no tratamento, colaboram com a recuperação das criancinhas que estão doentes. 

Tem artigo científico provando a eficácia disso? Pois é... mas as evidências são inúmeras, pergunta para os pais e mães de crianças que demonstraram melhora graças a essas iniciativas. O fato é que funciona, que ajuda de alguma forma. Mesma coisa com a cloroquina.


"Ah, mas a cloroquina tem várias contra-indicações, causa arritmia, pode deixar cego, surdo..."

Pôrra! Deixem de ser hipócritas! Dá uma olhada na bula de uma Novalgina, de uma aspirina, tá cheio de efeitos colaterais, cacete! TODO remédio tem suas contra-indicações e possíveis efeitos colaterais. 

Ninguém aqui está sugerindo que a cloroquina seja consumida como jujubas, como o imbecil do Atila diz de forma jocosa. Aliás, associar automaticamente o uso da cloroquina com a auto-medicação têm sido uma das estratégias dos idiotas por aí. Como QUALQUER medicamento, seja cloroquina e hidroxicloroquina devem ser usadas de forma responsável, em ambiente clínico e após a recomendação de um médico. Acho muito hipócrita ver esses escrotos da esquerda e "cientistas" dizendo que não se deve usar a cloroquina pois ela tem efeitos colaterais, enquanto ao mesmo tempo estão acostumados a se auto-medicarem, tomando remédios de forma indiscriminada sem ir num médico antes. Sinceramente, eu nunca vi uma campanha tão efusiva contra um tratamento médico, pra você ver como que a motivação política não tem limites.

Sem falar os canalhas que ao mesmo tempo que se preocupam com os riscos do uso de um remédio, defendem a legalização da maconha...


Estou esperando a hora em que a grande mídia e os artistas do Projaquistão vão se posicionar contra as drogas da mesma forma que contra a cloroquina... Ou será que eles acham que não tem nada de mais em fumar uma erva, cheirar um pó ou queimar uma pedra? Inaceitável é só tomar um remédio, só porque o Bolsonaro e o Trump falaram dele...

Cara, eu ia escrever pouco, mas é tanta coisa presa aqui que eu não consigo parar...

Fico aqui curioso com uma coisa, e seria legal escutar uma explicação do "ó poderoso sabe-tudo" Atila a respeito. Vamos olhar para a China, que você provavelmente considera como um exemplo no tratamento da Covid-19, como aquele desqualificado do presidente da OMS diz. Segundo os dados da própria organização, foram cerca de 90 mil casos e 4 mil mortes na China. 

Estamos falando de um país com 1,4 bilhão de habitantes. BILHÃO. É pouco mais de seis vezes a população de nosso país.

Eu pessoalmente não confio muito nos números da China. Pois estamos falando de um país controlado por uma praga chamada Partido Comunista Chinês, que promove uma ditadura. Assim, na minha opinião esses números estão mascarados, escondendo a realidade. O PCC agiu de forma dissimulada desde que lançou essa doença no mundo, dizendo que não se transmitia entre humanos quando já tava se alastrando em Wuhan (o que foi ecoado pela OMS), e lembramos bem de como muitos médicos e jornalistas que denunciaram os podres do governo chinês ao lidar com a doença simplesmente "sumiram" do mapa. Assim, eu tenho certeza de que esses números são falsos, e que na verdade a quantidade de casos e mortes causadas pelo coronavírus na China é muito maior...


Mas, tomemos como "verdade". Pois para a grande mídia e para tipos como o Atila, quem mente nos números é só o governo Bolsonaro. Mais confiável que os números do tal consórcio dos meios de comunicação encabeçado pela Globo, talvez só o governo chinês. Consideremos então que os números chineses sejam verídicos e vamos fazer algumas contas.

Bom, 90 mil infectados representa 0,006% da população do país. Seis milésimos de por cento, algo que poderíamos chamar popularmente do verdadeiro "pentelhésimo". Ou seja, uma diferença astronômica em relação aos tais 70% de infecção propostos pelo Atila. Na boa, por mais que ele possa querer vir com a ideia de que a China fez tudo certo (ou seja, um isolamento total e irrestrito, típico de uma ditadura), eu vejo que é uma diferença muito gritante de 70% para 0,006%. Pombas, 9 mil pessoas é muito pouco pensando em um país como a China, onde cada edifício de apartamentos tem milhares de moradores.

Só pra você ter uma ideia, apenas a cidade de Wuhan, que foi o foco da pandemia na China, tem 11 milhões de habitantes. Suponha que ela tenha sido isolada do restante do país, e somente ali houvesse a média de 70% de infectados, estamos falando de 7,7 milhões de pessoas que pegariam o coronavírus. Que fosse 10%, seriam cerca de 1 milhão de pessoas, que ainda é MUITO longe da quantidade total de casos na China, com somente 90 mil infectados...

Pombas, gente... é só fazer uma matemática bem elementar... Não é possível que "cientistas" como o Atila e a grande imprensa sejam incapazes de fazer uma mera conta de dividir, que até uma criança no primário sabe fazer...



Mas agora eu jogo mais um tempero nesse angu: vamos continuar imaginando que os números da China sejam verdadeiros, demonstrando que o país comunista conseguiu controlar de forma extremamente eficiente uma pandemia que está acabando com o restante do mundo, a ponto de ter uma taxa de infecção irrisória. 



É... quero ver o que os críticos da cloroquina vão dizer, se vão condenar o governo chinês por ter promovido esse tratamento "contrário à ciência". Não vi até o momento nenhum dos meios de comunicação tradicionais trazer matérias para desmentir a China, nenhum dos "especialistas" que apareciam para criticar o Bolsonaro, dez segundos depois dele defender a cloroquina, citando qualquer tipo de comentário negativo contra essa pesquisa chinesa. Claro, isso considerando aqueles meios de comunicação que ao menos deram o braço a torcer e citaram a prática chinesa... pois alguns, como a Globo, simplesmente ignoraram o fato e não deram um pio. 

Já disse e repito, muitas pessoas fizeram uso político desse vírus chinês. E isso pode ser visto na propaganda negativa e ostensiva que foi feita sobre a cloroquina, pelo simples fato de que foi sugerida como uma possível arma na luta contra o Covid-19 pelo Trump e pelo Bolsonaro. Bastou isso para ser transformada em veneno, nunca vi antes um empenho tão grande em se criticar um medicamento, mesmo com tantas evidências mostrando que em muitos casos ela ajudou. Mas a ideologia falou mais forte, estar contra o presidente que não gosta é mais importante do que aceitar os fatos. Se posicionar contra o Bolsonaro, dizendo que ele está errado, se tornou algo muito mais importante para esses "defensores da ciência" do que salvar vidas...

E aí demonstram a hipocrisia, quando descobrimos que a China, que essas mesmas pessoas tanto defendem como exemplo de combate ao coronavírus com eficiência e transparência, admite que vem usando a tão odiada cloroquina há praticamente seis meses. Aí não vemos ninguém defendendo a ciência, não vemos ninguém criticando o presidente chinês, não vemos nenhum textão relatando os malefícios do remédio... escutamos apenas o silêncio hipócrita daqueles que não tem a moral para admitir que podiam estar errados...

Na boa, mais hipócrita que isso, só a Camila Pitanga...


Ou alguém acredita que a atriz pegou malária? Uma doença que se concentra na região amazônica, será que agora o mosquito transmissor tá por aqui de boa no litoral paulista ou na Barra da Tijuca carioca. Tá certo...

Podem dizer que é fake news... mas é uma puta coincidência que a atriz pegue uma doença que ocorre em 99,9% das vezes na região amazônica, uma doença transmitida por mosquitos que no inverno estão em número muito mais reduzido que no verão, uma doença que coincidentemente tem como tratamento a cloroquina... Me desculpem, mas é muita coincidência... 

Afinal de contas, você acha que um crítico do Bolsonaro iria admitir ter tomado cloroquina pra se curar do vírus chinês? Lógico que não... a luta ideológica contra o presidente é mais importante do que admitir a verdade.

Ou então vai lá fazer o tratamento de ozônio via intra-retal. Não duvido que deve ter gente que ia curtir...


Estou me desviando do assunto... e, afinal de contas, cada um é livre pra enfiar o que quiser no seu fiofó. 

Enfim, olhemos para os fatos: tal previsão apocalíptica de 1 milhão de mortos até o final deste mês com que Atila se tornasse famoso, isso é inquestionável. Convenhamos, há um ano poucos sabiam quem diabos era Atila Iamarino, ele não era ninguém. Depois de sua previsão, ganhou uma fama que jamais teve. Resta saber se foi algo que ele não esperava ou se foi intencional... Claro, sendo a segunda opção, ele jamais vai admitir, né? 

E essa é na minha opinião a principal diferença quando vamos comparar previsões. Neste momento muita gente veio, na intenção de defender o Atila, citando previsões de outras pessoas que também foram furadas. Claro... somente de pessoas que possam ter algum tipo de proximidade com o Bolsonaro (afinal, só vale a pena criticar os inimigos). Tipo o deputado Osmar Terra e o ministro Onyx. O argumento destes imbecis segue na linha do "ah, você está só criticando a previsão do Atila e não a deles" ou coisa parecida.

Acontece que tem diferença sim. Essas previsões foram descaradamente "chutes". É o comentário que um fez em uma entrevista em um jornal, é uma fala em uma live na internet. Estimativas que sim, foram erradas, mas que desde aquela época já era possível ver que não tinha nenhum embasamento. É tipo como perguntar pro transeunte na rua quanto vai ser o jogo do Flamengo. Foram previsões que passaram de forma pouco visível, para as quais não foram conferidas credibilidade, até pelo fato de muitos que disseram essas opiniões eram leigos no tema. 

Agora, é diferente quando aparece um sujeito que se apresenta como biólogo, que faz uma live de mais de uma hora apresentando uma teoria "científica", cuja previsão repercute em todos os jornais e revistas, que foi convidado para falar nos mais diversos programas, que dialogou com ministros do Supremo... Como disse acima, da noite pro dia Atila virou "o especialista" em Covid-19.  


Bom, eu não sei vocês... mas na minha opinião o erro grosseiro de 88% de um especialista é muito pior que o erro grosseiro de um leigo...

Enfim, eu finalizo aqui dizendo o seguinte... Vou ser aqui um pouco político e por um momento considerar que a estimativa do Atila foi bem fundamentada e cientificamente correta. Que a previsão de 1 milhão de mortos fosse algo razoável lá atrás, quando ele publicou seu vídeo. Faço aqui um mega esforço para ser frio e não me deixar levar pela minha opinião. 

Aí, eu pergunto: em nenhum momento ele parou para reconhecer que nunca chegaríamos a um milhão até o final de agosto? Será que ele não se deu conta, no mês de junho ou até mesmo julho, que era impossível chegar nessa marca? Em vez de ser humilde e admitir que a previsão não ia se concretizar, que a estimativa estava bem distante da realidade que vinha se mostrando, por que ele preferiu o silêncio, e dessa forma insistir com esse número?

Alguém consegue me explicar? Era só isso que eu gostaria de perguntar para o Atila: por que em nenhum momento você admitiu que sua previsão estava errada, mesmo com todas as evidências de que ela jamais iria se concretizar? Ou será que você, cego pela ideologia e tomado pela arrogância, considera que você está certo? 

Lamentável saber que esse é o tipo de criatura que é considerado "exemplo" de ciência em um momento como esse... 

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