Chegamos à metade da jornada, dessa história doida e alucinante de um desenho japonês que acho que ninguém viu além de mim. Mas eu sigo aqui, pois tudo que começo eu vou até o fim, e não será diferente com essa série animada baseada no mais famoso jogo de representações antropomórficas de navios de guerra como meninas engraçadinhas e que saem na porrada sem mais nem menos. A trama de Azur Lane completa seis episódios, e está na hora de ver o que vão aprontar dessa vez.
O que adianto é que acho que existe algum tipo de padrão meio curioso em animes. Tudo bem que a minha referência (pelo menos considerando minha lembrança recente) se limita a esse e ao outro que foi baseado em um jogo similar, o Kantai Collection. Mas eu percebi algo muito chamativo nessas duas temporadas, mais precisamente no 6º episódio que fica no meio da história: parece que é aquele onde os produtores e roteiristas "chutam o balde" e bolam uma trama sem um mínimo de noção. Aconteceu com Kancolle com o absurdo episódio da competição de quem fazia o melhor curry, isso no meio de uma guerra contra os inimigos. E aqui não será muito diferente, neste que é conhecido como o episódio "proibido" de Azur Lane.
Ayanami não consegue entender essa postura tão dócil de Laffey. Afinal de contas, elas estavam em lados inimigos de uma guerra, não tinha essa de fazer amizade. Perdendo a paciência, ela estoura de raiva e larga um tapão na mãozinha da Laffey, dizendo que aquilo ali era um absurdo sem tamanho, até pra desenho japonês.
Não querendo mais brincar, Ayanami sai correndo. Quer dizer, sai navegando.
Bom, agora sim aquela batalha terminou de vez, depois desse chilique de Ayanami. Tá na hora de voltar para a base da Azur Lane, para ver o que as meninas-navio vão aprontar dessa vez. Embora isso parece mais um hotel de quinta categoria.
Acho que pela terceira vez nessa série, começamos dando aquela espiada básica no quarto de Enterprise, que mais uma vez se jogou na cama com as roupas normais mesmo. Mas vamos dar um desconto, pois ela tinha saído na porrada no dia anterior. E, como esperado, alguém invade o quarto pra abrir as cortinas e acordá-la de seu sono.
Claro, já dava pra imaginar que era Belfast, a menina-navio-empregada que parece determinada a transformar a protagonista em uma dama. Se bem que algo me diz que a intenção da simpática inglesinha de busto avantajado envolve algum tipo de sacanagem imprópria para esse horário.
Enterprise já nem perde mais seu tempo reclamando... Se dependesse dela, iria dormir mais algumas horas e depois comer uma barrinha de cereal, como de costume. Mas ela sabia que Belfast iria encher seu saco se ela não fosse para o refeitório para disfrutar de um café da manhã de verdade. Pois é, tem horas que é melhor não discutir pra não se aborrecer...
Lá no refeitório já tem meninas-navio de todas as cores e tamanhos de sutiã, saboreando um café da manhã estilo americano, com café, ovos fritos e donuts. Quem joga o jogo (provavelmente, quase ninguém), vai reconhecer algumas delas nessa cena.
Na boa, fico me perguntando de onde surgiu essa dos gringos e seus desjejuns altamente calóricos e engordantes. Sei que muitos dizem que o café da manhã é uma das refeições mais importantes do dia, que é fundamental para ganhar energias para as atividades que estão por vir... mas eu não consigo imaginar quem aguente comer ovo logo depois de acordar. Bacon, menos ainda! E o que diabo é aquilo, vagens? Cacete, tá mais prum PF de boteco do que café da manhã.
Quem está de castigo na cozinha nessa manhã era Nevada, encouraçada norte-americana. Isso explica o café da manhã padrão do Tio Sam. E ela ainda faz questão de preparar uma porção generosa para Enterprise, pois ela tinha sido a MVP na batalha do dia anterior e devia estar cheia de fome. Dá pra perceber como ela está meio sem graça com toda essa atenção.
Ela começa a se perguntar se estavam querendo engordá-la só de sacanagem, ou se a comida estava pra vencer e estavam carregando nos pratos. Pennsylvania e Arizona aparecem ali no fundo, dando os parabéns para a porta-aviões pelo ótimo desempenho contra as inimigas.
Isso mesmo, Enterprise virou a "pop-star" do distrito, todo mundo dando oi pra ela e parabenizando pela vitória. Embora no fundo muitas das meninas-navio estão é impressionadas como ela deve estar faminta, com um prato que parece ter sido montado por um estivador com lombriga.
Quem logo aparece é Belfast, trazendo o chazinho de boldo, que ia ser necessário pra ajudar a digerir aquela gororoba calórica de café da manhã americano. Enterprise já está meio enjoada, e pergunta por que diabos Belfast não para de brincar de casinha e senta um pouco, mas a cruzador diz que ela é uma empregada e que a sua prioridade é trabalhar.
Nessa hora pode apostar que apareceu alguma feminazi dizendo que Azur Lane é um desenho machista e misógino... Se não, basta dar alguns minutos.
Quem aparece e presencia a cena é Vestal. Para quem não se lembra, ela representa um navio de reparos e que cuida de Enterprise. E que está feliz por ver sua protegida se tornando um pouco mais humana e fazendo coisas que as pessoas normalmente fazem, como comer um café da manhã. Embora ela deve estar com um pingo de inveja de Belfast, que não sai de perto de Enterprise. Ali atrás, Hornet está fazendo conta para ter certeza que vai dar para pagar o prato com o que resta no seu TR.
Depois da hora de bóia, as meninas-navio começam então com suas atividades cotidianas. Tipo, ir para a escola. Afinal de contas, nada mais "normal" que elas se dediquem aos estudos, ao mesmo tempo que um remix da Segunda Guerra Mundial com Aliens tá comendo solto. E claro que a menina-navio de óculos tem que ser a professora. Pois para os japoneses basta ter óculos para ser o mais inteligente.
Quem aparece é aquela escandalosa da Cleveland, sempre sorridente e de bem com a vida. Com ela, estão duas de suas irmãs, Columbia e Denver. Para quem ainda não percebeu, os cruzadores americanos eram batizados com os nomes de cidades dos Estados Unidos. Se não fazia ideia, dá uma olhada nesse post que eu fiz... embora eu acho que ninguém vai lá.
Cleveland aproveita a oportunidade para apresentar suas irmãs para Enterprise e pra você nobre leitor. Além de Columbia e Denver, conheça também Montpellier, que fugiu da outra foto. E Cleveland fica toda boba, orgulhosa de apresentar suas irmãzinhas mais novas, de quem ela gosta muito. As três, por sua vez, ficam puxando os saco de sua irmã mais velha, em mais uma daquelas típicas demonstrações exageradamente afetuosas entre irmãos, que só vemos em desenhos orientais.
Em uns daqueles momentos em que a qualidade da arte despenca alguns quilômetros, Cleveland finalmente se lembra que tem uma guerra rolando, e pergunta o que tinha acontecido com aquela muamba que tinham tomado do Sakura Empire. Belfast as convida para a sala de conferências, onde podem discutir sobre o assunto com mais privacidade... e com chá e bolinhos ingleses.
O tal objeto que elas tinham capturado parecia mais uma merendeira de um torcedor do Framengo, ou talvez uma caixa de sapato usada pelo Charada. E quem joga o jogo provavelmente reconheceu a caixa de itens raros que pode ser conseguida em missões.
Dentro da caixa está aquele cubo mágico preto que Sheffield havia roubado de Akagi. Todas as meninas-navio ficam se perguntando que tipo de poder ele tinha, e se elas precisavam adotar algum linguajar politicamente correto e passar a chamá-lo de cubo "sombrio".
Akashi, que havia sido resgatada pela Azur Lane (ou virou prisioneira de guerra), explica que aquele cubo preto tinha sido dado por uma Siren lésbica cheia de tentáculos, e que ela tinha um mega navio gigante chamado Orochi, nya. Lembrando que ela sempre termina suas frases com o "nya". E vemos como que nesse desenho os inimigos capturados não iam para um campo de prisioneiros em condições desumanas, em Azul Lane eles vão para o salão de festas pra lanchar.
Se o Sakura Empire estava envolvido com as Sirens, certamente isso era um mau negócio. Todas elas começam a refletir sobre o assunto, mas de repente Enterprise parece ter percebido algo de estranho naquele cubo psicodélico que estava na mesa.
Como diz o ditado, algumas pessoas aprendem olhando, outras aprendem lendo... mas tem aqueles que só aprendem que aquele cubo é furada depois de tocá-lo, como fez Enterprise.
Pronto, só de encostar naquela merda a protagonista começa a se enxergar no meio de um oceano escuro. Provavelmente aquele cubo preto era alguma droga sintética, bastou Enterprise tocar o dedo nele e já está delirando como se tivesse tragado uma dúzia de pedras de crack.
E logo aparece uma visão de uma menina-navio misteriosa, com uma aura estranha, mas que lembrava muito Enterprise. Quem é ela?
Bom, hora do spoiler. Mas na verdade nem sei se seria um spoiler, já que quem joga Azur Lane certamente já sabe, e quem não joga provavelmente não dá a mínima. Essa que aparece era uma versão de Enterprise de um universo paralelo, chamada Enterprise META, ou também conhecida como Ash. De uns tempos para cá, o jogo começou a trazer versões alternativas de algumas meninas-navio, que são as META meninas-navio... todas elas rodeadas de mistérios e sem deixar claro se eram amigas ou inimigas.
Mas logo Enterprise é acordada de seu transe, depois que Belfast a desconcentra, sussurrando alguma coisa em seu ouvido. O que foi, deixaremos para os meladores de cueca imaginarem...
Bom, vamos mudar um pouco de ares. Já que falamos do cubo preto que foi roubado do Sakura Empire, que tal darmos uma olhada no que as meninas-navio de orelhas e rabos esquisitos estão fazendo, lá do outro lado do planeta? E já vemos que elas não são tão diferentes de suas adversárias, pois também arrumam tempo para seus momentos de lazer.
Como Kaga, que estava em uma vendinha experimentando uma flor para seus cabelos, quando é surpreendida por sua irmã tarada Akagi, que certamente está com uma mão boba posicionada de forma estratégica nas partes íntimas da porta-aviões de cabelos brancos, enquanto esfrega seus peitos nas costas dela. Sério, tem horas que esse desenho apela muito para a putaria, que chega a ser ridículo...
Mas talvez não mais ridículo que os Manjuus, os pintinhos amarelinhos que são a marca registrada da produtora do jogo e estão por toda a parte, como se a série do Azur Lane tivesse sido infestada por esses bichos rechonchudos. Aqui, um deles é o vendedor da lojinha, embora ele não tenha braços pra contar o troco.
Nessa hora escutamos um monte de passos apressados e uma algazarra histérica. Não, não é um arrastão promovido por um bando de trombadinhas arruaceiros, mas algumas destróieres japoneses que estão atrasadas para a aula de soneca, ridículas com esses chapéus amarelos que mais parecem capacetes do Playmobil. E esquece, não vou procurar os nomes delas, até por elas só aparecerem nessa cena.
Elas passam correndo por Akagi e Kaga, driblando as porta-aviões como se fossem ratinhos assustados fugindo pra toca...
... e Uzuki, a última delas, acaba tropeçando na sua própria sombra, se estabacando no chão e dando uma cabeçada no pé de Kaga. Que azar!
Kaga fica preocupada e se abaixa para ver se a menina se machucou. Mas acontece que quando se tem uma cara mal-humorada, de quem comeu e não gostou, além daquelas orelhas pontudas e nove caudas peludas, seu visual vai inspirar muito mais medo do que conforto. Por isso que Uzuki se desespera, com cara de abacate, enquanto suas amiguinhas pedem mil perdões e pedem para que Kaga não as coma.
Não no sentido bíblico, por favor. Esse desenho tá cheio de sacanagem, mas não desceram tão baixo.
Kaga fica toda abafada, dizendo que não tinha nada demais, que ninguém ia comer ninguém, ela só tinha perguntado se Uzuki tinha se machucado. Mas olha só a cara de Smurf da baixinha! No mínimo ela está tendo um ataque e se cagando nas calças de tanto medo.
Akagi se aproxima, com aquela voz doce mas que esconde uma psicótica tarada e alucinada, dizendo que Kaga não podia sair batendo em criança. Sua irmã fica toda abafada, daqui a pouco iria aparecer a Maria do Rosário querendo prendê-la por agredir uma "di menor".
Mutsuki, chorando copiosamente, pede desculpas por terem incomodado as porta-aviões com aquela bobagem toda. E implora por suas vidas, oferecendo alguns pirulitos que ela tinha roubado da casa da vovozinha.
Um pouco de curiosidade inútil: se você chegou a ver minha sátira de Kantai Collection, talvez se lembre que lá também tinha uma personagem baseada no destróier japonês Mutuski. Que, como a pentelha de chapéu amarelo daqui, também era toda chorona e frágil. Fico me perguntando se isso não era baseado em algo da história no navio de verdade...
Enfim, voltemos para a história. Kaga está sem saber onde enfiar a cara, ainda mais sendo sacaneada por sua irmã, que acha desnecessário que as meninas tenham medo delas. Mas Akagi certamente não iria passar a oportunidade de chupar um pirulito, e aceita a oferta de Mutsuki. Lá no fundo, o pinto amarelo está puto, porque essa bagunça toda estava afastando a clientela.
E Akagi dá um presente para Mutsuki, dizendo que era merecido pois elas eram meninas boazinhas que sabiam pedir desculpas. Embora já tenham dito que não deve aceitar nada de estranhos, a pirralha aceita a bolsinha...
... que está cheio de algo que eu espero que sejam doces. A não ser que Akagi estava passando um punhado de anfetaminas para dopar aquelas meninas chatas.
Bom, depois dessa passagem sem noção, vamos voltar para a base de Azur Lane. Se lá no Japão tem Akagi se esfregando em Kaga, aqui na base aliada temos Belfast "stalkeando" Enterprise, que decidiu dar uma passeada pela redondeza, pra ver se conseguiria digerir aquela montanha de comida do café da manhã.
Repito, tem horas que nem parece que elas estão em guerra, pois a vida segue normal. Quem não perdeu tempo foi Akashi: sabendo que aquelas gringas estavam cheias da grana, ela decidiu abrir sua lojinha de produtos de qualidade duvidosa, pra ver se faturava uma graninha. E olha mais um desses pintos escrotos, eu disse que eles estão em todos os lugares.
Tá todo mundo vendendo alguma coisa. Como a destróier inglesa Amazon, aquela que fica apontando para tudo no jogo. Talvez inspirada pela mega-loja que tem o seu mesmo nome, ela decidiu abrir uma livraria, para vender livros de capas coloridas.
Quem joga o jogo reconhece que são os skill books que aumentam as habilidades das meninas-navio. Mais um daqueles pequenos toques que fazem a diferença e mostram que o desenho até que é bem feito e atencioso. Até pelo fato que os livros vermelhos, que aumentam as habilidades de ataque, são geralmente mais difíceis de conseguir.
Enterprise parece ser a única sensata por ali, pois ela questiona a mesma coisa que eu falei ali em cima, que elas eram na verdade navios de combate participando de uma guerra, e aquela coisa de abrir lojas e passear era algo tão... humano. E nessa hora Belfast lembra que elas são humanas sim, com sentimentos e sonhos, e que deviam buscar a felicidade, e não apenas pensar em lutar.
Enterprise fica pensativa, se perguntando se ela seria capaz de agir de forma mais humana... enquanto Belfast continua falando sobre a importância dela dar um passo de cada vez, de buscar algo enriquecedor em sua vida, como muitas aventuras e momentos memoráveis, e assim pro diante. E você certamente deve estar se perguntando como que ela não anda curvada pra frente, com esses balões gigantescos que quase pulam pra fora de seu vestido.
Vamos parar com essa... Esse episódio está cheio de mensagens subliminares e cenas sutis só pra deixar a rapaziada de calças apertadas. Vamos lá pro porto, para ver se temos algo um pouco mais a ver com guerra e combate. Pelo menos estamos vendo um navio...
Pois é... tá complicado esse episódio. Agora me aparece Javelin, pensando na vida enquanto faz essa pose pra matar a galera do coração.
Enquanto a inglesinha está de bobeira, olhando pro mar enquanto fica de bunda arrebitada, Laffey é a única que está fazendo algo de útil, dando uma varrida no convés. Embora, considerando que deve ter um monte de gaivota cagando pelos cantos, acho que a limpeza não iria durar muito.
Como você já deve imaginar, Javelin está mais uma vez remoendo seus pensamentos a respeito de Ayanami, se perguntando por que elas eram inimigas e tinham que lutar umas com as outras. seria tão mais legal se elas fossem amiguinhas, como lá naquele breve momento do primeiro episódio, e assim elas poderiam brincar de casinha e ir pra escola juntas.
O momento emotivo e tenro de Javelin é então interrompido por um balde de água fria. Literalmente.
Era Laffey, que tinha mandado um jato d'água em Javelin, pra que ela parasse de ficar de esbórnia, pois ela não ia limpar aquele navio todo sozinha.
E Javelin começa a rir, pois era a desculpa para as duas brincarem de jogar água umas nas outras.
Sério, esse episódio está parecendo nada mais do que um tapa-buraco. Pombas, nos outros tinha também esses momentos mais "normais", mas misturados com a pancadaria dos combates. Já passamos da metade do episódio e não teve nenhum tiro, nenhum combate, nenhuma menção ao conflito entre a Azur Lane e o Crimson Axis. Será que não vamos ter um pouco de ação?
Pior que vamos ter sim... só que outro tipo de "ação"...
Pela madrugada! Depois daquela inocente cena de Javelin e Laffey brincando de guerrinha de água, o desenho tomou agora um rumo +18, já começando com a tímida Arizona nessa pose de cair o queixo?
Lembra que eu disse lá em cima, que parece que há uma certa tendência nessas animações japonesas em fazer algum tipo de bizarrice tremenda no 6º capítulo da temporada, que marca a metade exata da mesma? Se lá em Kantai Collection foi a absurda (mas até engraçada) competição de curry, Azur Lane levou essa sacada para outro nível, com aquele que será para sempre conhecido como "o episódio do banho". Ou seja, um verdadeiro fan-service, para mostrar as meninas-navio em momentos de intimidade, trocando de roupa e mostrando mais pele...
Vale até comentar algo curioso sobre esse episódio em particular. Quando lançado originalmente, os produtores fizeram de tudo para dar uma certa "aliviada" na exposição exacerbada, fazendo uso de um dos recursos clássicos das animações orientais, que costumo chamar de o "feixe de luz da censura", que aparece de forma oportuna para cobrir as partes das meninas-navio, como na imagem abaixo.
Depois de um tempo, a série foi relançada em formato BluRay, onde os produtores aproveitaram para dar uma melhorada na qualidade da animação em geral, como eu citei no primeiro episódio dessa sátira. Eram animações sofríveis, olhos e cabeças desproporcionais e cenas de fundo que lembravam aqueles desenhos da década de 40, tanto que os dois últimos capítulos demoraram mais para serem lançados por conta dessa revisão. E dentre as inúmeras melhorias que foram feitas no desenho, a versão "comercial" de Azur Lane (que é a que estou usando para essas postagens) também liberou a censura dessa cena do banho, onde a luz da censura sumiu e aí já aparece mais coisa. Basta ver a diferença entre a cena "comportada" acima e a lançada na segunda versão do desenho.
Pois é, está claro que o grande objetivo desse episódio era atrair os fãs meladores de cueca do jogo, pode apostar que teve muito sujeito lá no extremo oriente "descascando a banana" vigorosamente, até chegar na carne viva, após assistir esse capítulo. Ou então provavelmente devem ter tido alguns paspalhos que caíram no desespero de que a sua menina-navio favorita não tenha aparecido nessa cena, ou por uma infeliz escolha do roteiro ou mesmo por não estarem presentes em toda a série.
Não que tenha algo demais, trata-se apenas de mais uma cena bobinha das meninas vivendo coisas cotidianas, no caso, tomar banho. Claro que tem o fator "militar", pois todas elas estão ali em um mesmo ambiente, se banhando juntas, como se espera em um quartel. Tipo aquela cena tosca do filme Starship Troopers. Até mesmo a animação "rival" Kantai Collection fez uso das cenas do banho, embora lá sempre tinha a fumacinha de vapor d'água que cobria as regiões de interesse. Era de se esperar que Azur Lane, que apela mais para a erotização das personagens no jogo, iria um pouco mais longe em seu desenho.
Bom, vamos em frente, por mais que eu admita que me sinta um pouco envergonhado em ficar colocando essas cenas (juro). Como Unicorn, que está lá na entrada do vestiário, provavelmente assustada com toda aquela pouca vergonha. Afinal de contas, ela estava acostumada a usar o banheiro sozinha, e não acreditava na naturalidade de suas colegas de base tirando roupa de boa.
Quem aparece é Javelin e Laffey, ensopadas depois da guerrinha de água, quando deveriam estar na verdade limpando o tombadilho. E elas decidem levar Unicorn para tomar banho, antes que acabe a água quente. Acontece que a pequena porta-aviões está morrendo de medo, pois não trouxe seu patinho de borracha e seu shampoo de bebê, que não arde os olhos.
Diferente da baixinha assustada, todas as demais parecem estar bem tranquilas em trocar de roupa na frente das outras. Afinal de contas, a base só tinha meninas-navio, e o tarado do Comandante nem tinha aparecido ainda (provavelmente preso por assédio). Mas não significa que não rolem certos olhares, como Cleveland e Columbia impressionadas com suas aliadas inglesas.
Mas não se tratava de inveja por conta das britânicas serem geralmente bem-dotadas, na verdade Columbia e Denver estavam falando dos sutiãs delas, que pareciam ser muito chiques e sofisticados, todos cheios de rendinhas e outras firulas. Por que que elas da Eagle Union não podiam ter algo parecido, e tinham que se contentar com aqueles comprados de promoção na C&A? E por que Columbia está sempre mascando chiclete?
Por coincidência, Sheffield estava ali do lado, preparando-se para se trocar. Como é uma enxerida e sem papas na língua, Cleveland pergunta pra ela se realmente todas as garotas da Royal Navy tinham esse costume de usar lingerie vitoriana.
E a cruzador-empregada diz que não... ela, por exemplo, não usava nada! E, pela expressão das outras, espero que não tenha nada a mais ali.
Que pôrra é essa, meu amigo? Ela podia apenas responder, não precisava traumatizar Cleveland e suas irmãs com essa demonstração voyeur. Tá, agora eu entendi... Deve ser algum tipo de piadinha com os escoceses, que andam de kilt sem nenhum tipo de roupa de baixo. Como faz o zelador Willie.
Acontece que Sheffield é batizada com o nome de uma cidade da Inglaterra, e não da Escócia, pombas! Então na verdade é porque ela não é adepta de roupa íntima mesmo...
Quem continua com medo é Unicorn. Ela é uma mocinha de família, e não está à vontade com toda aquela libertinagem rolando solta, com um monte de balões e periquitas pelos cantos. Melhor é esquecer essa de tomar banho, e ficar com cheio de cecê mesmo...
Mas a verdade é que ela está com vergonha dela mesma... afinal, ela era baixinha e jovem (mas fique tranquilo, para nossa sanidade ela tem 18 anos ou mais), mas diferente das suas coleguinhas lisas como uma tábua de passar roupa, Unicorn tinha atingido a "maturidade peitoral" muito cedo.
Todo esse drama é interrompido por um berro alucinado. Pois parece que alguma menina-navio idiota decidiu pular na banheira com uma torradeira, e virou uma lâmpada de matar mosquito.
Claro... a vítima era San Diego, a menina-navio que 9 entre 10 jogadores odeiam por algum motivo sórdido qualquer, e aí fizeram ela ser a comic-relief do desenho, sempre se dando mal das maneiras mais absurdas possível.
Fora esse incidente, todas as meninas-navio estão relaxando nas banheiras, curtindo um banho relaxante. Por mais que possa parecer absurda a ideia de um navio tomando banho de banheira. Até mesmo Akashi largou sua vendinha pra relaxar um pouco, na companhia de um gato cabeçudo.
Ali perto, Unicorn está muito triste, pois segue envergonhada por ser tão... bem-dotada para seu tamanho. Mas Javelin e Laffey dizem que não é motivo pra ficar triste, pois todas elas eram diferentes umas das outras, e não tinha nenhum problema nisso.
E aí temos um "desfile" de várias meninas-navio com os peitos de fora, de forma que Unicorn passa a se aceitar como ela é. Mas, sinceramente... vou ter um pouquinho de vergonha na cara e não vou apelar como os desenvolvedores do desenho. Chega dessa cena do banho, e vamos em frente, pois já anoiteceu.
As meninas-navio se preparam para dormir. Algumas delas estão tomando um leitinho antes de ir pra cama (não pense bobagem)...
... Cleveland está tentando podar um bonsai, mas parece que na verdade é um brócoli super-dotado, rodeada por suas irmãs que ficam puxando seu saco. Menos Columbia, que está lendo o livro do Crepúsculo enquanto continua mascando chiclete, que a essa altura do episódio deve estar sem gosto.
Long Island está trancada em seu quarto junto com um pinto daqueles (de novo, não pense bobagem), enquanto assiste Netflix com um tablet xingling que comprou na loja da Akashi...
... e as meninas-navio mais boêmias estão enchendo os cornos no bar da base.
Enquanto isso, Javelin, Laffey e Unicorn estão no quarto, jogando conversa fora. E você já deve ter adivinhado, Javelin está falando de Ayanami, sobre o fato dela ser inimiga delas... mas no fundo elas desejavam ser amigas da destróier japonesa. As outas duas concordam, e fazem a promessa de que no final da série elas todas serão amiguinhas, pra fazer uma festa de pijama regada a Tang e biscoito Trakinas.
Quem está passando por uma crise de insônia é Enterprise. Ou talvez a algazarra do bar estivesse muito alta, sei lá. Ela decide ir pra praia, para a manjada epifania diante da lua cheia, quando pensa nas palavras de sua irmã Yorktown, que disse que muitas pessoas colocariam fé em Enterprise.
Claro, você já imaginava quem iria aparecer... Belfast parece uma sombra, ou está determinada a colar velcro com a protagonista. Vendo que Enterprise não estava dormindo, a empregada inglesa oferece uma xícara de café, para ver se isso a ajudaria a pegar no sono.
Enterprise diz o que você provavelmente estava pensando: mas como assim café pra ajudar a dormir? Será que não ensinaram um básico de noções sobre os efeitos da cafeína para Belfast?
Bom, pra quem não sabe, Belfast leva o nome de uma cidade da Irlanda do Norte. Por isso, aquele ali era um café como os irlandeses curtem, com uma boa dose de whisky. Ah, malandrinha essa Belfast, quer embebedar Enterprise, isso sim!
Do outro lado do Pacífico, quem também está olhando a mesma lua cheia e pensando na morte da bezerra é Kaga. O que não faz muito sentido, por conta do fuso horário: considerando que a base da Azur Lane provavelmente seja no Havaí, são pelo menos sete horas de diferença para o Japão. A menos que Kaga tenha acordado de madrugada, antes do sol nascer. Mas enfim, ela está lá olhando para aquela flor que sua irmã comprou lá em cima da postagem.
Kaga também estava enchendo os cornos, e quem tem faro pra cheiro de birita é a cruzador alemã Prinz Eugen. Embora ela considere saquê uma bebida de criança, pelo menos serviria de aquecimento para sua jornada alcóolica diária. Com toda a delicadeza de uma gueixa, Kaga manda Prinz Eugen pra puta que pariu, que ela não é bem-vinda ali.
Como uma boa alemã da época da guerra, Prinz Eugen não gosta muito de respeitar fronteiras, e se senta ali do ladinho de Kaga, insinuando que as duas porta-aviões japonesas estavam provavelmente tramando alguma coisa, já que elas não ficaram muito preocupadas depois que a Azur Lane roubou aquele cubo mágico preto. Mas ela percebia também que Kaga estava incomodada com alguma coisa, talvez discordando dos objetivos de sua irmã?
Kaga se emputece. Caramba, o que será que passa na cabeça dessas meninas-navio? Primeiro foi sua própria irmã, agora essa comedora de chucrute, todas elas se jogando pra cima dela, cheias de saliência. Ela estava de saco cheio dessa putaria, aquele era pra ser um desenho de família, e estava farta dessa apelação lésbica em que estava sendo envolvida contra sua vontade.
Falando em putaria, logo aparece Akagi, que também estava com problemas pra dormir. Olhando para a lua, ela murmura que em breve vai se unir com sua irmã... Amagi.
Mas êita, Kaga não era sua irmã? Ou será que essa é outra parente dela?
Pois é, quem conhece a história naval (ou que leu essa minha postagem aqui) deve ter percebido a jogada. Embora os porta-aviões Akagi e Kaga fossem de certa forma considerados como de uma mesma classe, na verdade eles eram oriundos de navios diferentes. Na verdade, Kaga seria um encouraçado que foi cancelado, e só virou porta-aviões pois o cruzador de batalha Amagi (da mesma classe do Akagi) ficou muito danificado depois de um terremoto. Assim, se não fosse esse episódio, Kaga teria virado sucata, e dois porta-aviões verdadeiramente irmãos teriam sido convertidos pelos japoneses.
É, a animação tenta seguir essas referências históricas. Vamos ver o que vai acontecer no próximo capítulo, quando entraremos na segunda metade da série.
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