Vamos com mais uma atualização dos Jogos Olímpicos de Paris, continuando com um monte de polêmicas e situações que só mesmo esse evento poderia arrumar. Tudo bem que todas as outras Olimpíadas tiveram suas situações embaraçosas, e seria muita hipocrisia de minha parte ignorar por completo o "legado olímpico" que ficou aqui no Rio de Janeiro, que teve uma Baía de Guanabara não menos suja que o Rio Sena e outros episódios. Mas nada vai superar o Smurf azul servido numa bandeja na abertura.
Não tem jeito, esse virou o verdadeiro mascote. Tem horas que até fico com pena de como eu e tantos outros estão pegando no pé do sujeito, que foi até um dos poucos que pediu desculpas por ter ofendido os cristãos. Mas é a consequência de ter bancado o mascote do cotonete.
A grande verdade é que as polêmicas continuam, e a mais falada nos últimos dias veio dos ringues, por conta da boxeadora italiana Angelina Carini, que abandonou a luta contra a argelina Imane Khelif. Embora tenha alegado fortes dores no nariz que a fez desistir de seu sonho olímpico, muito se falou que era pelo fato da lutadora da Argélia ser na verdade um homem que virou mulher.
Acontece que tem muita gente exagerado nessa questão, pois Khelif não nasceu homem e virou mulher. Ela nasceu mulher, foi criada como mulher e vive como mulher, não se trata de um trans que em algum momento mudou de sexo. E não podemos nos esquecer que na Argélia esse tipo de coisa não é bem vista, lá os homossexuais e transexuais são punidos como criminosos (curioso como a "turminha do bem" não critica o país por conta desse preconceito), logo ela jamais iria representar o país se fosse um homem que tivesse "cortado o passarinho fora".
Mas também é perceptível que ela não é uma mulher como as outras. Os "especialistas" nesse tipo de questão de gênero dizem que ela é "intersexo", que significa que ela pode ter características hormonais e mesmo ligeiramente físicas diferentes do sexo de nascimento e com o qual ela se identifica. O que na minha opinião já a desqualifica de competir contra outras mulheres. No caso da argelina, ela tem níveis de testosterona mais elevados do que se observa em uma mulher, o que proporciona uma vantagem competitiva (se não fosse assim, não existiriam casos de mulheres barradas por doping devido à testosterona). Mas, mesmo assim, o COI permitiu não apenas Khelif, mas também a boxeadora Lin Yu-ting de Taiwan (que também é "intersexo"), de competirem na categoria feminina.
Claro que apareceu um monte de politicamente corretos de cabelo azul e sovaco peludo defendendo a argelina, dizendo que quem a critica é transfóbico e falando de preconceito Todos têm que ir à merda, pois é injusto com as outras mulheres. Esses panacas defendem sempre essas iniciativas inclusivas e não percebem que acabam promovendo a exclusão, no caso das atletas mulheres que precisam seguir limites rigorosos para não serem pegas no anti-doping. Daqui a pouco essa pode até ser uma estratégia, quem sabe? A mulher tomar hormônios para aumentar a sua capacidade um pouco, mas ainda dentro dos X nanomols por litro que o COI diz ser aceitável para uma mulher "intersexo", e se declarar dessa forma para levar vantagem.
Podem falar o que quiserem a respeito. Mas não dá pra pensar somente no lado da argelina, tem que pensar no lado das outras competidoras que lutaram em situação de desvantagem, como foi o caso da italiana e das demais que venham a enfrentar a africana ao longo do torneio. O pior é que vejo pessoas falando coisas como "ah, mas seria injusto a Khelif ser impedida de competir em uma Olimpíada só por ser intesexo" ou coisa parecida.
Na boa, temos que aprender que a vida é injusta, temos que aceitar que existem coisas que jamais poderemos fazer. Tantas pessoas que sonham com certas coisas e não podem, por decisões de vida próprias ou pelos caprichos da vida e do destino. Temos que parar com essa falsidade de que todo mundo pode fazer o que quiser, existem limites que são impostos pela vida e não há nada de errado com isso. Limites esses que deveriam ter sido impostos à Imane.
Por exemplo, imagina uma pessoa que sonha ser piloto de avião militar, mas já é cortada logo de cara por ter tantos graus de miopia ou mesmo por ser muito alto (afinal, os aviões militares têm espaço pequeno, e um gigante de 2 metros e meio não caberia ali). Não adianta espernear, não vai ter jeito, pode desejar o quanto quiser, esse indivíduo não estaria apto a ser piloto por esses motivos. Não tem o que fazer, além de seguir a vida e buscar outra coisa. O mesmo valeria para Khelif: por conta de sua condição "intersexo", ela não poderia competir contra outras mulheres, não é correto. E não importa o quanto ela queira. Mas como a turminha woke gosta de gerar uma polêmica, aí a argelina tem que ter os seus desejados e sonhos atendidos, já que faz parte de uma minoria, que não pode ser contestada, criticada ou impedida de fazer qualquer coisa.
A grande verdade é que a argelina já tem uma medalha garantida, depois de surrar as suas adversárias pelo caminho, ganhando de forma unânime por conta dos votos dos juízes. Se a moda pegar, daqui a pouco vamos ter um COI cada vez mais tolerante, permitindo níveis de testosterona cada vez maiores, tornando uma das previsões de South Park uma triste realidade.
Enfim, vamos mudar de assunto, pois esses temas politicamente corretos me tiram do sério. Mas antes de deixar o boxe de lado, vale registrar que Bia Ferreira conseguiu uma medalha de bronze, mantendo a presença brasileira no esporte.
Um nome que temos que citar nessa competição e que chamou a atenção do mundo foi do turco Yusuf Dikeç, que participou da competição de tiro. Tudo isso porque, no meio de uma disputa onde todos os competidores usam óculos especiais, protetores auriculares sinistros e uma mega parafernália high-tech, o sujeito competiu assim.
Isso mesmo. Parece que o cara estava lá no canto, fumando um cigarro, e do nada decidiu competir nas Olimpíadas, sem usar nenhum equipamento sofisticado, apenas um protetor de ouvido simples. E o cara ganhou a medalha de prata, deixando pra trás muito molequinho que aprendeu a atirar jogando Counterstrike. Arrisco dizer que esse cara é um matador de aluguel, pra ser tão bom de tiro assim.
Em relação ao Brasil, esses últimos dias ajudaram a dar uma boa alavancada no quadro de medalhas. Além de uma inesperada prata na marcha atlética (aquela corrida em que parece que os atletas andando rebolando), o judô brasileiro mostrou mais uma vez que é a modalidade esportiva que mais trás medalhas para o país: além da prata e o bronze já conquistados nos primeiros dias, saiu mais um bronze na competição por equipes e também o primeiro ouro da competição, com a vitória de Beatriz Souza.
Repito, acho muito positivo que o Brasil conquiste esses resultados positivos em esportes que não sejam o futebol. Ficamos sempre insistindo com esse papo, de que aqui é o país di futebol, mesmo não tendo ganho nenhum título expressivo desde a Copa América de 2019, e sem dar muito mais atenção para outros esportes. Considerando o fato que o Brasil é um país continental, com mais de 200 milhões de habitantes, é surpreendente como ainda estamos em uma posição modesta, no meio da tabela de medalhas, com rendimento semelhante de países que são proporcionalmente menos populosos, como Irlanda e Romênia, com 5 e 20 milhões de habitantes em média cada um, respectivamente.
Uma situação que torna uma conquista de nossos medalhistas, como de Bia Souza muito especial. É de ficar imaginando o quanto ela teve que ralar, sem ter muito incentivo e patrocínio, e mesmo tendo todas essas dificuldades ela demonstrou garra e vontade para colocar a medalha de ouro no peito. Merece os parabéns.
A única coisa lamentável da vitória dela é que foi um prato cheio para os babaquinhas politicamente corretos de nossa "imprença".
Eu tento não ficar trazendo essas questões aqui... Mas não dá. Esses panacas não deixam.
Mesmo sabendo que atualmente a Folha de São Paulo não serve nem para cachorro fazer suas necessidades, é foda como que esses pulhas gostam de aproveitar todas as oportunidades para pautar as questões ideológicas que os interessam. Em vez de valorizar o esforço e dedicação de Beatriz, essa energúmena que regurgitou esse artigo prefere usá-la para fazer discurso woke. Pôrra, e daí que ela é negra ou acima do peso? Isso não torna a sua conquista mais ou menos importante.
Se bem que tem como ficar pior...
Na boa. Tem que ser muito escroto para usar a vitória de Beatriz Souza para destilar ódio contra Israel, país de sua adversária na luta final. Quem faz isso não passa de um babaca, que politiza tudo ao seu redor. E que defende terrorista.
Um outro episódio a ser comentado para reflexão (e que mostra como Paris será lembrada como as Olimpíadas da lacração) tem a ver com o tal jogador holandês de vôlei de praia, o Steven van de Velde. Desde o início da competição fala-se a respeito dele, mas não necessariamente por conta de seu desempenho esportivo, mas pelo fato dele ter sido condenado e preso por ter estuprado uma criança de 12 anos, mas acabou solto pela justiça depois de ter cumprido uma pequena parte da pena. E aí o público e a própria imprensa promoveram uma ação para cancelá-lo, com fortes vaias durante a sua apresentação e em qualquer momento em que tocava na bola. E o ato se encerrou quando ele e seu colega foram eliminados, quis o destino que por uma dupla do Brasil, o que fez com que muita gente por aqui enaltecesse o fato da equipe brasileira ter eliminado um criminoso estuprador.
A reflexão que eu trago a partir desse episódio é ver como que tem gente hipócrita nesse mundo. Não vi a mesma reação de revolta diante do caso de uma adolescente italiana que foi vítima de um estupro coletivo promovido por imigrantes egípcios, não vi vaias contra atletas do Irã como forma de protesto às "leis" que oprimem e violentam as mulheres, como quando mataram uma garota apenas por não estar usando o hijab da maneira correta.
Principalmente aqui no Brasil, tá cheio de falsos moralistas, que sinalizam virtude ao falar mal do holandês mas já se esqueceram do Nardoni que jogou a própria filha da janela, da Suzane von Ritchthofen que mandou matar seus próprios pais, da Elize Matsunaga que esquartejou seu marido em pedaços, todos eles soltos depois de terem cometido crimes tão bárbaros como o van de Velde. E isso só pra citar alguns casos de maior repercussão, pois o que não falta são exemplos de criminosos (incluindo estupradores) que são liberados após cumprir nem 30% da pena ou serem liberados nas saidinhas. Sem falar que a imensa maioria das pessoas por aqui que acharam um absurdo o holandês estar solto e competindo, também defendem a ressocialização dos presos aqui no Brasil, independente do crime que comente. Inclusive estupro...
Por exemplo, presenciei pessoas no meu círculo de conhecidos e na mídia esportiva da rede do Plim-plim gente que xingarou muito o holandês... mas que ficaram sensibilizados com a Susy, o traveco que ganhou um abraço do Dráuzio Varela...
Um criminoso que estuprou e esquartejou um menino de 9 anos, com requintes de crueldade, a ponto de ter deixado os restos da criança na porta da casa dos pais. Aí fico me perguntando como que por um lado o holandês é considerado a escória da Humanidade e esse mostro aí de cima merece empatia, merece abraço carinhoso e cartinha...
Sei que provavelmente deve aparecer a "turminha do bem" por aqui (possivelmente o Anônimo que gosta de sinalizar virtude pra cima de mim), que vai interpretar essa minha reflexão de forma tendenciosa e dizer que eu estou defendendo o estuprador. Não é nada disso, a pessoa com dois neurônios sabe que em nenhum momento estou do lado desse canalha, que na minha opinião tinha que ter os bagos cortados fora e ficar o resto de seus dias numa prisão. Mas o meu ponto aqui é lembrar pra muita gente "virtuosa" que não adianta nada ficar demonstrando desprezo e asco pelo holandês, quando se calam diante de casos semelhantes que acontecem aqui em nosso país, com a benção de nossa justiça canalha,
Voltemos a falar de coisas boas. Se continuar assim vou ficar muito deprimido e puto. Vamos focar nos momentos marcantes, em especial trazidos pelos nossos atletas.
Como a ginástica artística. Se não bastasse a conquista de uma medalha de bronze na competição por equipes, vimos a talentosa Rebeca Andrade se tornar a maior vencedora olímpica do Brasil ao longo da história. Somando com a conquista juntamente com o restante do time brasileiro e as duas medalhas de Tóquio, Rebeca levou duas medalhas de prata na competição geral individual e no salto, e emocionou todo um país ao chegar no lugar mais alto do pódio na disputa no solo.
Vou confessar que me emocionei. Sei lá, fico vendo essas ginastas, muitas delas ainda bem jovens e precoces na vida, e que já precisam suportar uma responsabilidade desse tamanho. Embora a Rebeca certamente seja a que mais se destacou (afinal de contas, ela conseguiu superar a fenomenal Simone Biles), a equipe de ginástica como um todo demonstrou muita categoria, sangue-frio e dedicação, sem se deixar abater e chegando hoje ao lugar de destaque mesmo com todas as dificuldades e falta de apoio, dando o sangue pela competição. Literalmente, muitas vezes.
Veja o exemplo de Flavia Saraiva. Durante o aquecimento nas barras assimétricas ela levou uma queda feia, a ponto de ficar com um olho roxo e cortar o supercílio. Mesmo assim, colocou só um band-aid e ajudou a equipe a chegar no bronze. E ela ainda conseguiu competir no individual geral, mas levou um mega tombo na demonstração no solo... e mesmo assim se ergueu e continuou a sua rotina, empolgando o público e só não indo mais longe por conta dos descontos devido à queda. E sem perder o bom humor e a simpatia.
Tem muito marmanjo jogando futebol que só de levar um toquinho na canela já sai berrando de dor...
Outro esporte em que o Brasil mostrou que é forte foi no surf. O grande problema é que foi um dia de poucas ondas na Polinésia Francesa na final, onde as provas do torneio foram disputadas, o que prejudicou o desempenho dos brasileiros. Mas devemos celebrar o bronze de Gabriel Medina e a prata Tatiana Weston-Webb, assegurando a presença do Brasil no esporte radical que estreou nas últimas Olimpíadas.
Mas tivemos também decepções até o momento. Algumas até não devemos menosprezar tanto, mas sim reconhecer que foram atletas nossos que chegaram bem longe. Como Hugo Calderano no tênis de mesa (o popular ping-pong), que conseguiu chegar na quarta posição, um feito inédito para o esporte. Mas vimos também grandes decepções, como a eliminação de duas duplas do vôlei de praia (uma masculina e uma feminina) e o time masculino de vôlei de quadra foi simplesmente vergonhoso, ganhando apenas um jogo e sendo eliminado na fase de mata-mata... Alguns dizem que é porque o Bernardinho tá todo quietinho, longe daquele alucinado que vibrava e contagiava o time.
Ainda tem muita competição pela frente, mas o cansaço está batendo e está na hora de fechar a postagem, acho que agora só volto depois que terminarem os jogos. O Brasil ainda tem algunas boas chances de novas conquistas, devem vir mais medalhas por aí, mas só o tempo dirá quantas e de qual cor.
Só temos uma única certeza: tem está bem feliz com as conquistas do Brasil nas Olimpíadas. Pois o Comitê Olímpico Brasileiro prometeu boas premiações em dinheiro para os medalhistas, chegando a cerca de 350 mil reais para quem trouxer o ouro. Só tem um porém: tem 27,5% de imposto que vai pro bolso do Taxadd...
Esse país é foda mesmo. Depois não entendem porque os atletas sofrem para estar numa competição dessas. Fico imaginando, todo o esforço, noites sem dormir, contusões, dedicação total sem direito a descanso para conquistar uma medalha... para depois o governo, sem fazer nada, dar uma abocanhada no prêmio. Triste...
Comentários