Outra vez sobre o racismo...

Eu reconheço que gosto de fortes emoções. Pois eu volta e meia eu trago aqui algum tema bem polêmico, e que sempre me deixa com uma pulga atrás da orelha, imaginando que isso poderá me trazer problemas. Mas eu arrisco mesmo. Talvez pelo fato de que sei que sou um ninguém qualquer, tenho a consciência de que sou apenas um grão de areia no meio do mar de sites que existem na internet. Acontece que eu tenho a minha opinião, e jamais vou silenciá-la apenas para ficar "de boa" com a maioria. Gosto de olhar certos fatos cotidianos sob a minha ótica e fazer uma reflexão fria a respeito, sem me levar pelo pensamento comum, geralmente tomado de forma emotiva. Enquanto nós temos o nosso direito à opinião, seguirei aqui.

A notícia que me motivou a vir aqui foi o caso que tivemos nesses dias, em que um rapaz foi acusado injustamente por um casal de jovens de ter roubado uma bicicleta elétrica que pertencia a um deles. Seria apenas mais uma discussão comum entre transeuntes nas ruas do Rio de Janeiro, se não fosse pelo fato de que o rapaz acusado do roubo era um negro e o casal era de brancos. Soma-se a isso o fato de que o acusado gravou parte da discussão em seu celular e publicou nas redes.

Nem precisa dizer que a repercussão foi estrondosa, não demorou nem dois segundos para um mar de gente gritar "racismo!" por todos os cantos. O vídeo se espalhou como fogo no mato, com várias pessoas se solidarizando com o jovem negro, ao mesmo tempo que pediam a cabeça do casal que o acusou. A imprensa não perdeu a oportunidade, logo diversos jornais e sites chamaram Matheus, que é instrutor de surfe e morador da Maré, para prestar o seu depoimento. Não demorou para aparecem os "especialistas" e os politicamente corretos, promovendo discursos sobre o racismo estrutural e outras narrativas que já conhecemos. E, para a felicidade dos defensores dos oprimidos, o casal sofreu imediatamente as represálias, sendo demitidos de seus empregos, relegados ao status de escória da Humanidade.

Racismo sempre é um tema delicado. Mas vamos lá.

A primeira coisa que eu fiz foi ver o tal vídeo incriminador, gravado pelo rapaz negro. No primeiro link acima tem uma entrevista que ele deu ao UOL, onde o vídeo é mostrado. Vi e revi o vídeo. Vi mais uma vez, pausando e digerindo tudo. Sei que vou ser criticado e vai ter gente querendo me crucificar vivo, mas eu digo: não vi nada de racista na atitude do casal. Na verdade, não vi nenhuma ofensa mais severa por parte deles. Agressão verbal na verdade eu escutei do Matheus, apesar dos "beeps" deu pra perceber um "vai tomar no cu" para o homem, chamou a mulher de "puta" e ainda rolou um sonoro "filha da puta" dirigido aos dois quando estes de afastaram, a quem ele se referiu como "playboyzada do Leblon". 

Sinceramente, do jeito que esse caso estava sendo apresentado, imaginava que seria um vídeo mais ostensivo. Tipo, onde o casal teria chamado o rapaz de algum termo racista. 

E mesmo na entrevista, o Matheus não relata que tenha sido agredido verbalmente dessa forma. Ele comentou que estava esperando na frente do shopping Leblon, e eles o acusaram de ter pego a bicicleta. O homem tentou abrir o cadeado com a chave e, sem sucesso, foram embora. Segundo o rapaz, ninguém "falou nada de cor", nada pejorativo foi dito (ou pelo menos gravado no vídeo). 

Claro que nessa hora vai aparecer alguém aqui me xingando, dizendo que eu estou defendendo o casal. Afinal de contas, pisar um pouquinho "fora do quadrado" do pensamento da maioria (de execrar os dois da sociedade) é convite para ser hostilizado, xingado e agredido. Podem falar o que for, minha consciência está limpa. Estou apenas analisando o fato, não estou defendendo ou acusando ninguém. 

Goste ou não, fato é o seguinte: não há registro de injúria racial. No máximo, podemos identificar crime de calúnia, por ele ter sido acusado de um crime que não cometeu.

É bem diferente de tantos outros casos que vemos nos jornais, onde temos vídeos gravados que deixam bem claro que houve algum tipo de xingamento racista contra um negro, onde temos testemunhas que podem atestar que houve algum tipo de declaração preconceituosa. E que aqui no Brasil resultam em prisão. Nesses casos é indiscutível que há o crime de racismo, algo que não foi visto no vídeo do instrutor de surfe e sequer foi citado por ele.

Não vou entrar aqui no mérito de falar a respeito dessa questão do crime de racismo. Já fiz um post imenso onde falei bastante do tema, não vou me repetir aqui. Apenas deixo claro que discordo dessa definição da forma como ela é usada, ao considerar que o racismo só se caracteriza nas situações que a vítima é negra. Para mim, é hipocrisia que alguém possa ser preso por chamar alguém de "preto", mas fique tudo bem se chamar de "amarelo" ou "branquelo". 

Mas mesmo sem nenhuma prova concreta de que houve algum tipo de preconceito racial por parte do casal, a repercussão do caso foi feita com a narrativa de que sim, houve racismo. Como nessa entrevista do link que mostrei, usam essa bobagem de "racismo estrutural" para colocar essa percepção no evento. Esse conceito estúpido, que assume que o racismo é algo enraizado na sociedade como um todo, responsável único pelo sofrimento de um grupo (no caso, os negros) e que determina as ações de outro grupo antagônico (que seriam os brancos). Tudo isso com aquele modus-operandi típico da esquerda, de promover uma luta bipolarizada entre opressores e oprimidos, incentivando o embate entre dois lados, um "bom" e outro "mau".

Agora eu certamente serei xingado novamente... Mas não tenho medo de cara feia.

Por que o conceito de racismo estrutural é tido como tão inquestionável assim? Qual é a lógica disso? Será que realmente temos que assumir que todo o branco é naturalmente racista? Pois é isso que o conceito de "estrutural" estabelece. É como aquela vez que vieram com aquele papinho de "todo homem é um estuprador em potencial". Fazem um discurso para tornar as críticas como algo impessoal, como na entrevista com o carinha da bicicleta, para dizer que é a culpa da sociedade como um todo, que é racista por padrão. 

Pergunto para o nobre leitor: você se considera racista?

Para essa turma, não importa o que você pensa. Mais um traço ideológico da esquerda, em que a opinião do indivíduo é ignorada, em que só existe um pensamento coletivo. Um pensamento coletivo que eles determinam qual é, de acordo com os seus interesses ideológicos. Dependendo da cor de sua pele, de onde você mora ou de sua preferência política, você será colocado em um determinado grupo por uma elite pensante, pelos "especialistas" que vão determinar o que esse grupo pensa, e se este é certo ou errado.

No final das contas, é isso que a definição de "racismo estrutural" propõe: a sociedade é racista. Melhor, a sociedade branca é racista. Fica estabelecido de forma definitiva, como se todo a pessoa de pele branca tem algum tipo de "resquício moral" em sua índole que é oriundo de um passado escravocrata que nosso país teve. Ou seja, se o seu tataravô era um fazendeiro que tinha escravos negros (ou seja, era um racista), você hoje também é racista, mesmo que você não admita ou não perceba. 

Ah, claro: a não ser que você seja um "iluminado" de esquerda. Pois a esquerda é perfeita. A esquerda não tem nenhum aspecto de personalidade ruim. A esquerda peida cheiroso. E a esquerda é a única que percebe a existência do racismo estrutural, e se coloca como aquela que vai defender os pobres negros, oprimidos pela elite branca racista. 

Não me canso de repetir: a esquerda adora promover narrativas e historinhas em que existam sempre dois lados opostos, com um oprimido que é convencido de que tudo de ruim que acontece com ele é por culpa do outro lado opressor. E sempre nesses factóides a esquerda é apresentada como uma ideologia que busca acabar com o sofrimento do oprimido, promovendo conceitos e definições sem nenhum tipo de embasamento prático, mas que são muito convidativas para aqueles que estão do lado oprimido. É o que fazem: dizem que o branco é estruturalmente racista, que seus atos oprimem os negros, criando aquela imagem que a condição ruim que eles vivem hoje é resultado deste racismo estrutural. 

E é justamente esse conceito que as pessoas usam para justificar certas afirmações e reações. Como no episódio em questão, com a declaração feita pelo próprio Matheus:

"Se eu fosse um jovem branco seria totalmente diferente."

Nessas horas eu gostaria de assumir a posição do entrevistador. Pois em um momento desses, eu perguntaria no que ele está se fundamentando ao apresentar tal afirmativa. Como que ele pode ter certeza que o casal agiria de forma diferente se ele fosse branco? Por acaso ele viu uma abordagem anterior ou posterior deles em uma pessoa branca com uma bicicleta elétrica e presenciou um diálogo inteiramente diferente? Por acaso ele os conhece a ponto de ter visto situações onde eles agiram de forma educada com pessoas brancas e foram grosseiros com pessoas negras? Ou será que ele é telepata e leu as mentes dos dois? Me expliquem de onde vem toda essa certeza, por favor.

Eu sei que muita gente pode me xingar, imaginando que eu esteja defendendo os dois jovens de uma inquestionável acusação de racismo. Como eu escutei de um conhecido meu, que só faltou me chamar de racista quando fiz este mesmo questionamento. Podem falar o que for, mas eu não consigo visualizar uma justificativa concreta que mostre que de fato eles agiriam de forma diferente se Matheus fosse branco. Será que a hipótese de que os dois agiriam dessa forma com qualquer um, independente da cor da pele, é tão absurda assim, a ponto de ser impossível?

A não ser que você seja preconceituoso, e ache que todo branco seja racista.

Perceba que eu não estou dizendo que não exista a possibilidade de que o casal de jovens seja racista. Claro que isso é possível, pode ser mesmo que os dois, ou até um deles, tenha preconceito contra negros e realmente agiria de forma mais polida e controlada se o rapaz fosse branco. Existe sim essa possibilidade. Mas também existe a possibilidade de que não sejam. Pode ser que os dois sejam mesmo muito arrogantes e ajam dessa forma com todo mundo, é outra possibilidade plausível, não acha? Há ainda uma chance de que tenha sido algo de momento: não sei o exato momento em que a bicicleta da mulher foi roubada, podia ter acontecido alguns minutos antes, e em uma situação dessas não é surpresa que a pessoa, tomada pelo calor do momento por ter sido roubada, tenha uma atitude mais agressiva, que não teria em condições normais.  

Afinal de contas, essa é provavelmente a justificativa que será usada para "perdoar" as agressões verbais do Matheus contra o casal, né? Chamou a mulher de puta, mandou tomar no cu e por aí vai... mas aí vão certamente dizer que ele estava de cabeça quente no momento, devido à acusação que sofria. Algo compreensível, não discuto isso; como também seria compreensível o casal agir da forma que agiu se estivessem também de cabeça quente, após perceberem que foram roubados...

Por que é que a única hipótese considerada como verdadeira pela "sociedade" é que eles agiram de forma racista? Repito, baseado em quê o Matheus e toda a sociedade afirma de forma tão convicta que o casal agiria de maneira diferente de acordo com a cor da pele?

Se é assim que vocês querem brincar, então vou deixar uma pergunta aqui no ar: se fosse um casal de negros que tivesse abordado o Matheus, será que ele agiria da mesma forma? 

Pois é, essa é uma pergunta que eu gostaria de ouvir a resposta... 

E vou dizer: tenho a certeza que não, que ele se portaria de forma diferente. Afirmo isso baseado no fato de que Matheus deixa bem claro que ele enxerga brancos e negros de forma diferente. Afinal de contas, se ele afirma com tanta certeza que a abordagem que sofreu seria diferente se ele fosse branco, é evidente que ele tem uma percepção deturpada de que as pessoas agem de forma diferente de acordo com a cor da pele. Logo, não é de se surpreender que ele aja da mesma forma. 

Se fosse um casal de negros, duvido que ele iria se sentir ofendido. Duvido que ele iria ligar a câmera de seu celular para registrar o ocorrido. Duvido que ele fosse na delegacia prestar queixa. E duvido que ele iria depois receber toda essa repercussão que a mídia está criando. Pois o casal negro seria alguém semelhante a ele, com quem Matheus certamente teria uma maior compreensão. 

E sim, afirmo isso com certeza. Repito: Matheus deixa bem claro com sua afirmativa "se eu fosse branco seria diferente" de que é uma pessoa que acredita na narrativa de racismo estrutural, que promove essa polarização, que incentiva o "nós contra eles". Se a primeira coisa que ele pensa é que qualquer ação de um branco contra ele seja motivada por racismo, já mostra que é alguém preconceituoso. Alguém que acha que uma pessoa branca agiria diferente com ele só pelo fato dessa pessoa ser branca.

Se não é isso, eu repito: me digam em que ele se baseou para fazer tal afirmação. Tragam uma prova concreta que os dois jovens agem de maneira diferente com brancos e negros, e aí a afirmativa do instrutor de surfe terá credibilidade e fundamento. Se a justificativa é apenas por conta do tal "racismo estrutural"... sinto muito, mas isso não prova pôrra nenhuma. Só mostra que a afirmativa dele é racista, ao ser motivada pela cor da pele do casal.

Após dizer algo assim, geralmente vai aparecer alguém pedindo que eu seja enforcado por estar insinuando a existência de "racismo reverso", dizendo que isso é um absurdo e não existe.

Primeiro, eu quero que esse tipo de gente vá para a puta que pariu. 

Segundo, eu digo que de fato não existe "racismo reverso". Pois essa expressão dá a entender que exista uma direção que seja a "correta", e exista uma direção oposta que não é válida. Tipo, indo na contra-mão do que se espera. Falar em "racismo reverso" supõe uma ideia falaciosa de que o racismo só exista em uma direção, do branco contra o negro, sendo que o reverso seria o contrário. Como se fosse necessário inverter o sentido das coisas. Ora bolas, racismo é racismo, não importa de quem contra quem. E racismo não é algo exclusivo dos negros, qualquer raça pode ser vítima de algum tipo de preconceito. Quem acha que apenas negros podem ser vítimas de racismo, é um racista.

Embora eu pessoalmente discorde da definição de "raça" como é usada, pois somos todos da raça humana. Mas, enfim, sabemos como que certos conceitos são criados e mantidos como forma de promover a segregação. 

Afinal de contas, como disse acima, a esquerda é uma que adora se beneficiar do embate entre lados antagônicos, como a "guerra" entre negros e brancos. Se eliminamos esse conceito de raça baseada na cor da pele, enxergando todos como parte de uma mesma raça humana... aí acaba a narrativa de que a esquerda vai defender os negros e acabar com o racismo... até porque eles não querem acabar com isso, interessa muito mais perpetuar esse conceito, para que possam usá-lo a seu bel-prazer. 

Estou divagando... mas perceba como tudo tem a ver com política de alguma forma. 

Continuando com o caso, algo que eu achei bem curioso é como se enxerga essa questão de racismo estrutural como algo da sociedade como um todo. Como disse acima, é criada uma percepção de que se trata de um traço de caráter de todo um grupo social (no caso, das pessoas brancas), eliminando a individualidade. Em vez do pensamento racista ser algo que uns têm e outros não, é criada uma ideia coletiva, de que o racismo está enraizado em todos que fazem parte deste grupo. Isso fica perceptível até em um momento da entrevista do Matheus, em que ele diz que acha que "eles (o casal) não são as piores pessoas do mundo". É quase como se não fosse culpa dos dois, por ser uma conduta que é inerente a todos da sociedade.

Mas, mesmo assim... o casal foi hostilizado e sofreu as consequências.

Não demorou, acho que precisou só de um dia para que o episódio trouxesse consequências para os dois, que foram demitidos de seus empregos: Mariana Spinelli é professora de dança e foi demitida de dois lugares onde trabalhava, enquanto Tomás Oliveira trabalhava em uma papelaria no Shopping da Gávea, de onde foi também dispensado. Todos os estabelecimentos vieram a público, através de suas redes sociais, para registrar que os dois foram desligados de seus quadros, além de expressar sua posição de repúdio contra o racismo. Afinal, declarações contra o racismo sempre são bem-vindas, sempre contam pontos de Relações Públicas...

Tal atitude foi tomada para evitar maiores problemas de imagem, especialmente depois de que muitos internautas foram às redes sociais dos lugares, especialmente no caso da papelaria onde o rapaz trabalha (que é mais conhecida), cobrando uma postura dos mesmos. Aliás, cobrando é pouco: pessoas exigindo um posicionamento e mesmo a demissão dos jovens, e até sugerindo alguma espécie de "justiça social", mandando que as vagas abertas fossem preenchidas por negros.

Tudo como manda a cartilha politicamente correta, no capítulo de assassinato de reputações.

Nem vou falar do comentário da idiota acima, que se acha na posição de exigir algo de alguém, e que é outra que enxerga racismo em qualquer situação desse tipo. E repito, não estou necessariamente defendendo o casal, que pode ter sim agido de forma racista, ou de forma grosseira como faria com qualquer um independente da cor da pele, ou que estivesse em um momento de descontrole emocional logo após constatar o roubo, como comentei acima. Não quero falar a respeito disso, meu objetivo é comentar um pouco sobre essa "cultura de cancelamento" incentivada pelos paladinos da justiça da internet, os defensores dos fracos e oprimidos que promovem uma ação orquestrada para eliminar seus desafetos.

Pois o que vemos é que, por conta de uma repercussão generalizada que foi promovida pela mídia com base em um suposto racismo estrutural, Mariana e Tomás saíram marcados como a escória da Humanidade, motivando uma horda de pessoas pedindo o seu cancelamento. E provavelmente assim ficarão por um bom tempo.

Eu me pergunto como se sentem esses justiceiros do "Feice" e do "Insta", como a tal Samara da postagem reproduzida acima, após esse episódio. Será que eles se sentem felizes por fazer com que os dois sejam demitidos e fiquem sem emprego? Será que esses soldadinhos da moral e dos bons costumes comemoraram isso com um risinho de satisfação? Pode apostar que sim pois gente pequena sente prazer em fuder com os outros...

Não quero exagerar nem polemizar, mas não ficaria surpreso em ver os dois não conseguindo arrumar nem emprego como placa de trânsito depois desse episódio. Principalmente pelo fato que hoje em dia as empresas estão muito preocupadas com a sua imagem, e jamais vão querer um funcionário que tenha cometido o crime de racismo (embora repito que não haja nenhuma prova concreta de racismo, como mencionei acima). Seus nomes já estão marcados, pode apostar que assim que uma empresa receba os seus currículos, o RH fará um background check nas redes sociais e as notícias desse caso da bicicleta vão aparecer. E aí é certo que o currículo deles irá para a lixeira.

Sem falar que não duvido que deve ter politicamente corretos que são verdadeiros psicopatas, que vão perseguir digitalmente o casal, para expor seus "crimes" sempre que possam. Afinal de contas, hoje em dia estes justiceiros virtuais promovem uma política de cancelamento contra os "inimigos da sociedade", que não têm direito à nada. Tipo aqueles putos do Sleeping Giants, que se acham como responsáveis por assegurar o bem na sociedade, e para isso exigem atitudes severas contra aqueles que eles não gostam.

Mais um traço oriundo da ideologia da esquerda: não apenas promovem a polarização entre dois lados, com o "nós contra eles", mas também classificam os seus antagonistas como inimigos que devem ser destruídos, calados, eliminados e, se necessário, mortos. 

Acha que eu estou exagerando? É só ver como uma jornalista da ESPN, que tem o mesmo nome da jovem do caso, recebeu várias ameaças e xingamentos. Ela precisou postar esclarecimentos para deixar clara que ela é outra Mariana Spinelli.

Ou seja, várias pessoas foram correndo no Google e digitaram o nome dela, com a clara intenção de xingá-la e agredí-la, ou até algo pior, mas aí acharam a pessoa errada (mostrando que o ativismo ideológico comunista não se preocupa se pode atingir inocentes). Não ficaria surpreso de ter maluco por aí que iria buscar informações nas suas redes sociais, como localizar onde ela trabalha ou lugares que costuma frequentar, para fazer justiça com as próprias mãos. É só ver um comentário de alguém no Instagram na apresentadora da ESPN.

Esse é o "ódio do bem"... Linchar aquele que você acha que é racista é algo aceitável hoje em dia.

O mais interessante é que esse tipo de gente acha que temos que ter compaixão com bandido, com traficante, com estuprador e com gente que comete crimes de verdade. Acho muito engraçadinho como esses justiceiros das redes sociais adoram falar grosso e promovem linchamento físico contra um casal de jovens da Zona Sul, mas ficam caladinhos quando vemos o STF soltando chefe de organização criminosa que saiu pela porta da frente ou libera a Suzanne von Richthofen para saidinha de dia das mães... isso eles não acham errado. Isso a criatura da postagem acima não acha repugnante.

Digo mais uma coisa: percebe como em nenhum momento escutamos a versão do casal? Afinal de contas, acho que seria válido escutar o seu lado da história, até mesmo em julgamentos de crimes muito mais graves existe o momento em que o acusado pode fazer suas declarações de defesa. Mas não escutamos nada dos dois, muito provavelmente porque não há interesse da mídia em escutá-los. Muitos vão dizer que os dois jovens não têm direito a falar, não tem o tal "lugar de fala" por uma suposta atitude racista. Afinal de contas, são a escória da Humanidade, não é mesmo? E dessa forma não merecem sequer o direito de se defender. Basta a acusação de racismo vinda de um negro e pronto, você será incondicionalmente considerado errado e deverá ser impedido de expressar sua opinião ou sua defesa...

Para completar o circo criado em torno desse episódio que ganhou muito mais repercussão que merecia, alguns dias depois apareceu uma notícia falando que o suposto ladrão da bicicleta havia sido localizado e preso: um rapaz branco e morador da Zona Sul, com várias passagens pela polícia por roubo de bicicletas.

Cara, pode apostar que neste momento a corja politicamente correta e a imprensa vigarista tiveram múltiplos orgasmos de êxtase. A historinha não poderia ter um desfecho mais conveniente para promover a narrativa canalha dos politicamente corretos, que não demoraram para voltarem para as redes sociais para destilar seu ódio. Não faltaram frases como "tá vendo, o ladrão era branco" por todos os cantos, e gente achando que isso comprova ainda mais que o casal havia sido racista, por ter acusado um negro quando na verdade o culpado tinha a mesma cor deles.

Algo que eu comento é como que a imprensa noticiou este ocorrido, deixando claro que era um "jovem branco" que havia furtado a bicicleta. Mas certamente jamais veremos a velha mídia escrever manchetes para outras notícias semelhantes, mas se referindo a um "jovem negro" preso. Aí não pode. Referência a cor da pele de um criminoso preso só pode quando este for branco. Especialmente depois da acusação sofrida pelo Matheus alguns dias antes. 

Mas o que realmente me impressiona mais é ver a descarada felicidade dessas pessoas "do bem" ao falar disso. Me lembro de ter visto a reportagem em no Jornal da Band desta última quinta, e o apresentador encheu a boca para dizer que o ladrão era um "playboyzinho da Zona Sul" e que a notícia era uma "triste ironia desconcertante para os racistas", não sei se estava se referindo ao casal de jovens (pois o "senso comum" já definiu que eles são racistas) ou de forma geral. 

Aí eu gostaria de deixar no ar uma pergunta: será que a reação enfática do apresentador contra o ladrão seria a mesma se ele fosse negro? 

Pois é... nessas horas não é de bom tom enfatizar a cor da pele, pois pode criar aquela "falsa" percepção de que a criminalidade independe da raça, que negros também podem ser criminosos. Em mais uma clara demonstração de preconceito por parte dos politicamente corretos, em que a pele preta só deve ser mencionada quando interessa. Tipo, nos momentos em que seja possível associar a uma notícia positiva, como forma de enfatizar a "vitória sobre o preconceito", ou naqueles momentos em que o indivíduo está na posição de oprimido ou vítima, como naqueles típicos momentos em que dá pra promover a narrativa de "crime de ódio" de um branco contra um negro.

Enfim, este não foi e não será o único caso do tipo que veremos, especialmente daqui pra frente. Pois vivemos em um mundo que agora é tomado pelo vírus do politicamente correto, em que qualquer episódio bobo e pequeno como este ganhará uma repercussão enorme. Tudo isso pois é um caso que contribui para promover ainda mais o conflito racial. É só ver ao ser redor, veja em suas redes sociais e você verá pessoas dos dois lados desse conflito. De um lado aqueles que afirmam que houve crime de racismo sim, fruto do racismo estrutural, que promovem a ideia de que todos os brancos são racistas em menor ou maior nível. Claro, menos as pessoas que dizem isso, que são iluminados que defendem os oprimidos com sua ideologia esquerdista. Pessoas que estão extasiadas ao ver o casal perder seus empregos e serem execrados da sociedade, e que gostam de citar cor da pele na hora que o bandido é branco. E do outro, aqueles que se pronunciam de forma mais tímida (afinal de contas, as redes sociais são terreno politicamente correto), mas que criticam o exagero da reação, que não perceberam nenhuma atitude concreta de racismo contra o instrutor de surfe, e que consideram que há coisas mais importantes para serem discutidas. 

Vamos ver quanto tempo leva para termos outra notícia dessas que aparecerá na grande mídia com o objetivo de incentivar o ódio racial mútuo, para manter viva a narrativa de brancos contra negros, que interessa para muita gente que quer controlar a sociedade...

***** UPDATE - 20 de junho de 2021 *****

Decidi manter a postagem, já que é a mais recente que fiz, para fazer uma atualização... Pois a história dessa famigerada bicicleta ainda vai render um pouco mais. 

Segundo notícia divulgada ontem pelo jornal Extra, parece que a bicicleta do Matheus foi... roubada.

Ao prestar o depoimento, ele havia dito para a polícia que tinha comprado essa bicicleta em um site de classificados online, encontrando o vendedor em um shopping no bairro de Del Castilho. Pagou R$ 3600,00 por ela, e embora tivesse pedido uma nota fiscal, não recebeu nada. Só aí já seria suficiente para desconfiar, não estamos falando de um bem baratinho, até considerando que bicicletas elétricas não são tão baratas assim. Mas provavelmente o instrutor de surf não achou que isso era tão importante assim.

Acontece que tais bicicletas aparentemente são como carros, e possuem um número de identificação em seu chassi. Com isso, deu pra localizar a origem da bicicleta em questão, e a polícia localizou a loja de onde ela havia sido saído, chegando então ao contato de um empresário que havia comprado a bicicleta. Ele confirmou que havia comprado uma bicicleta elétrica naquela loja (por cerca de R$ 8 mil), e que ela havia sido roubada em fevereiro deste ano, quando ele tinha ido na academia. O empresário foi à delegacia, munido da nota fiscal e da chave... que funcionou para ligar o veículo. 

Resultado: Matheus agora poderá responder pelo crime de receptação de mercadoria roubada.

Estou curioso para ver como será a reação da mídia e dos politicamente corretos agora... Será que teremos a mesma repercussão? Onde fica aquele papinho todo, de que "não aceitam que um preto possa ter uma bicicleta elétrica", onde fica aquela arrogância toda? Mesmo imaginando que Matheus não teve a intenção e não sabia que a bicicleta era roubada, ele foi no mínimo ingênuo (pra não dizer trouxa) de comprar algo desse valor e não exigir a nota fiscal. Ou mesmo achou que estava se dando bem, fazendo um excelente negócio... Só o fato de ter fotos dela no celular, como ele argumentou ao ser abordado pelo casal, não significa nada nesse caso.

Sinceramente, eu acho que ele deveria ao menos ser detido por alguns meses. Não por conta de todo o episódio, mas pela receptação de um bem roubado. Falo isso não de forma pessoal, apenas no caso dele, e tampouco pelo fato dele ser negro. Falo como forma de desmotivar que as pessoas, especialmente as mais pobres, de adquirir mercadorias de alto padrão que são fruto de furto. Como disse acima, o fato do vendedor não dar nota fiscal já seria suficiente para Matheus se negar a fazer negócio com ele. Mas, o desejo de ostentar uma bicicleta elétrica, que nem a "playboyzada do Leblon", falou mais alto. A polícia deveria aproveitar a repercussão criada neste caso para destacar como que tais pechinchas são geralmente fruto de roubo.

Roubo que muitas vezes ocorre de forma violenta. Imagina só quantos celulares que as pessoas compram na "Urú" que foram tirados das mãos frias de uma pessoa que foi morta por uma assaltante? Quantas bicicletas elétricas sendo vendidas a três mil e poucos reais não foram roubadas à força, depois de seu dono ser agredido? 

Enfim... acho interessante como o cara posou de bom moço, apareceu na mídia com o papinho de racismo estrutural, e agora pode pagar por receptação de mercadoria roubada. Como disse o apresentador da Band acima: uma triste ironia desconcertante para os lacradores...

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