Mad Max 2 - Parte 2

Continuamos com essa tosqueira do Mad Max 2. Eu me divirto com esses filmes que são feitos com a intenção de serem sérios, mas que acabam sendo uma produção ridícula pra burro. Tudo bem, eram outros tempos, e a idéia do mundo apocalíptico com gangues de carros e motos, apesar de pouco original, é sem dúvida muito legal. Mas conseguiram criar uns personagens bizarros nesse filme, que parece uma comédia.


Tá, convenhamos... mesmo com esse monte de malucos, acho que nada se compara com aquele puto com a guitarra que cospe fogo do último filme da série, lançado recentemente. Não tem nada mais absurdo e sem noção do que isso.

Na primeira parte, Max havia encontrado aquele acampamento com uma refinaria de petróleo, graças à ajuda do Capitão Pirocóptero. Mas ia ser foda entrar naquele lugar, se um bando de punks alucinados não teve sucesso, provavelmente nosso herói não iria passar tão fácil. Depois de uma longa noite observando, tá todo mundo dormindo lá no morro, com o mesmo conforto de um hostel em alta temporada.


E já de manhã cedinho tem movimento no forte. Depois de abrir o portão, que na verdade é um ônibus escolar com uma placa de metal de blindagem, vários carrinhos Hot Wheels se mandam dali, para um passeio de domingo.


O barulho dos carros faz Max acordar, com aquele mau humor típico de quem não dormiu direito e tá cheio de remela no canto dos olhos. Por sua vez, o Capitão Pirocóptero continua morgado em cima de uma pedra, babando que nem um condenado.


Os carros que saíram do forte seguem cada um numa direção, sabe-se lá o que eles pretendem, pois é areia pra todo lado. Principalmente pros idiotas que foram bem na direção dos punks, que tavam acampados lá perto e iniciam a perseguição.


Ah, tá explicado... aquele provavelmente era um kamikaze que ia dar a vida para que seus outros colegas pudessem ir para o outro lado sem serem importunados. Vamos ver se o plano funciona.


Danou-se... pois tinham uns motoqueiros na espreita, só esperando pra ver quem ia sair dali. E eles partem pra cima dos fujões. Não sei muito bem o que algumas motos podem fazer contra um carro, mas não vamos desprezar o que um monte de alucinados drogados sobre duas rodas podem fazer.


E eu sei que na foto não dá pra saber se são motos, zebras ou trombadinhas fugindo da polícia... mas acredite em mim, que tem um carro fugindo dumas motos de punks.

Max, que também não tava vendo pôrra nenhuma na foto acima, pega o seu binóculo de estimação, pra ver de camarote o que vai acontecer...


... e chega bem na hora em que o motorista puxa o freio de mão sem querer, capotando seu carro. Ruim de roda esse sujeito! Tem que ser um péssimo motorista pra fazer uma cagada dessa no meio do deserto, sem nada pelo caminho.


Os punks cercam o carro. E vemos que aquele casalzinho tá lá de novo, o Pablo com o do moicano, juntamente com um monte de outros tarados de roupa preta de couro. Parece que vai rolar uma suruba ali.


Falou em suruba, o Capitão Pirocóptero veio correndo, arrastando o toco de árvore pra se juntar a Max. E ele tinha uma luneta de pirata que ele usava pra ficar olhando sua vizinha trocando de roupa, e que vai ser útil agora pra ver a putaria.


Max se dá conta de que o seu prisioneiro tem uma luneta do cacete (soou meio pseudo-erótica essa explicação), que é muito melhor que aquele binóculo velho. E então faz aquilo que se espera de um herói de um filme como esse.


Yoink! Sem pedir licença ele pega a luneta do Capitão Pirocóptero (sem viadagem, por favor) e larga o binóculo com ele.


Max foca naquelas duas bichas da moto, que estão trocando olhares apaixonados. Pombas, ele devia ter estourado a cabeça desses dois putos quando teve chance. Quem dera ter um fuzil pra meter um balaço no crânio dos dois...


O cabeludo do moicano saca sua bestinha de punho, e dispara uma flecha no peito de um dos caras do carro, provavelmente matando-o. Baita de um covarde esse canalha ao atirar num cara indefeso, só é "macho" quando tá comendo a bunda do Pablo Vittar, isso sim.


Enquanto isso, outros dois punks estão atacando a outra pessoa do carro, que era uma mulher. Como eles estavam na secura há meses, já bate o desespero e os dois começam a estuprá-la ali mesmo.


E o Capitão Pirocóptero acha um nojo e uma sacanagem o que estavam fazendo com a pobre mulher. Mas isso não faz com que ele tire os olhos da cena, pois não passa de um voyeur que curte assistir.


Os demais motoqueiros, incluindo o Pablo e seu macho de moicano (que anda com a bunda de fora), decidem que já é hora de se mandar dali, pois a missão estava cumprida, depois de ter detido os fugitivos. E também eles não faziam questão de trepar com a mulher, pois eles não tem pinta de curtirem sexo heterossexual.


Max tem uma idéia. Largando o Capitão Pirocóptero com sua luneta, ele corre para o seu carro pra ver o que ele consegue fazer.


Lá embaixo, depois de ter violado a mulher em todos os seus orifícios, o punk barbudo pega a sua besta pra matá-la. Outro covarde, tomara que ele se foda.


Alguns minutos, o sujeito tá de boa, ainda com as calças arriadas e com o cofrinho à mostra, enquanto fuma um cigarrinho depois de ter trepado com aquela mulher moribunda. Sem se dar conta de que o nosso amigo Max está chegando devagarinho, com um mega alicate.


Max quebra o silêncio, perguntando se ele tem algum último desejo antes de ter sua cabeça arrancada e pendurada numa estaca, que é o que um estuprador como ele merece.


O puto dá uma risadinha, pois o último desejo dele é comer uma bunda cabeluda, e a de Max era bem bonitinha.


Resposta errada. E mais um punk bate as botas, depois de ter seu crânio esmigalhado por uma alicatada dessa no meio da napa.


Max vai até o motorista, que por incrível que pareça ainda está vivo. Aquela flechada não tinha sido tudo isso pelo que parece. O carinha agradece, feliz que não vai morrer no deserto, mas Max diz que o que lhe interessa é apenas a gasolina, e pergunta se ele o levar para o acampamento ganhará alguma recompensa.


Esse era o plano do Max no final das contas. Não foi um gesto nobre de herói pra salvar um coitado indefeso, mas sim uma jogada pra conseguir entrar no complexo e arrumar combustível. O sujeito, que chamarei de Zequinha, faz um acordo com Max: bastaria levá-lo de volta que ele teria toda a gasolina que pudesse carregar.


Sem perder tempo, ele coloca o Zequinha no carro e o leva até o acampamento. E tinha que ser rápido, pois se o sujeito batesse as botas, seu plano ia por água abaixo.


Depois de alguns minutos acelerando pelo deserto com vários solavancos que certamente iriam ajudar o Zequinha a morrer mais cedo, Max chega até o portão da fortaleza. Por sorte o pessoal de lá não pensa que ele é um punk, e seguram o gatilho.


Quem está ali perto e vê aquele carro preto maneiro chegando é um pivete cabeludo com um bumerangue, que parece ter fugido de um colégio público. Deve ter um monte de piolho nessa cabeleira, isso sim.


Tentando cair nas graças do pessoal do acampamento, Max sai do carro e joga suas armas no chão. Mas também carrega o Zequinha, pra eles verem que ele salvou um de seus amigos. Só se esqueceu de segurando o cara dessa forma só deve ajudar pra que ele sufoque até a morte.


O portão se abre e vem uma galera correndo. Alguns correm pra salvar o Zequinha, para prestar os primeiros socorros ou a extrema unção, enquanto outros cercam Max com arcos e flecha como se ele fosse um bandido.


Max fala que ele é o mocinho da história, tanto que seu nome tá no título do filme. Mas isso não impede que o sujeito com o turbante dê uma apalpada nas suas nádegas, pra ver se ele não tem nenhuma arma escondida no traseiro, enquanto que a mulher mal-encarada fica com uma flecha apontada pro pescoço dele, com aquela pose típica de bonequinho de Forte Apache.


O médico tenta ver o que dá pra ser feito com o Zequinha, enquanto que a coroa, que provavelmente é a mãe dele, fica desesperada. A enfermeira, que é aquela loirinha com o rabo de cavalo escroto, tenta ajudar também, colocando uma bexiga de aniversário na boca do paciente, pra ver se ele tem fôlego pra soprar. Arrisco dizer que com um tratamento inútil assim, o Zequinha dura só mais alguns minutos.


O líder do acampamento, o loiro chamado Papagallo que parece o Príncipe Adam, começa a questionar Max sobre quem ele era e onde tinha achado o amigo deles, e se ele sabia com quantos paus se faz uma canoa. Ele explica que tava na dele, passeando pelo deserto, quando viu o carro batido e o Zequinha lá dentro, cheio de flechadas. Ele havia prometido que daria gasolina se o levasse de volta pro acampamento, e Max só queria sua recompensa e iria embora.


Um careca, que parece ter enfiado a língua numa tomada, se mete na conversa, perguntando se a moça que estava junto com o Zequinha havia sobrevivido. Max, com a sutileza de um lorde inglês, diz que ela foi estuprada e morta por um bando de punks. Pela cara do sujeito, devia ser a mulher dele. Mas Papagallo pede pra ele se afastar, que só na imaginação dele é que um aloprado com aquela cara de bode ia arrumar uma mulher.


A guerreira, que chamarei de Tyris Flare pois lembra a amazona do Golden Axe, diz que não devem confiar naquele cretino. Afinal de contas, um sujeito todo de preto deve ser do mal, o melhor a fazer seria cortar a garganta dele. Max fica tranquilo, mas manda ela enfiar aquela faca no meio do rabo e parar de encher o saco. Era só perguntar pro Zequinha, que ele ia comprovar o acordo.


Putz... danou-se, Max. O Zequinha morreu. Pudera, todo mundo ali só olhando pra ele sem fazer nada, achando que o sujeito ia se salvar só com a força do pensamento. Fim da breve participação do Zequinha no filme.


Papagallo diz que fudeu, se o Max tinha combinado tudo com o Zequinha e ele tinha dado o mole de não deixar nada registrado por escrito e protocolado em cartório, então o acordo foi pro túmulo junto com ele. Assim, não ia rolar nem uma gotinha de gasolina. E por motivos óbvios, passarei a chamar o chefe do acampamento de Papagaio. Não só pelo seu nome, mas por ele ter uma nareba que parece o bico de um pássaro.


Eles iam se livrar do Max, mas provavelmente queriam ficar com o carro dele, sendo rebocado pra dentro do acampamento. O sujeito aleijado, que fica pendurado por um guindaste, diz que vão cuidar muito bem do carrinho dele, enquanto ele ia ficar a pé.


Nessa hora quem aparece pra acudir é o Fido. Afinal de contas, sua casinha de cachorro ficava ali dentro do carro, e ele não ia deixar um capiau sem perna roubar o seu lar.


Mostrando que não existe nenhum tipo de respeito pelos animais, todo mundo prepara seus arcos pra fuzilar o pobre canino com flechas. Mas Max intervém, dizendo que vão ter que matá-lo antes. Isso que se chama amor pelo bichinho de estimação.


Só que repente alguém lá do alto da torre dá o sinal pra fechar o portão, pois os punks estão chegando. Aí todo mundo fica alucinado, correndo para os cantos que nem barata tonta, enquanto o ônibus-portão é movido pra fechar a entrada do acampamento.


Não querendo problemas, Tyris pega um par de algemas que ela usava nas suas noitadas selvagens e prende Max em um cano de ferro que tinha num canto. Assim ele não iria fugir. Vamos ignorar que não tem nada em cima do cano que impeça que Max simplesmente levante um pouco o braço e se solte.


Chegou a rapaziada. Dezenas de punks em seus carros e motos chegando pra continuar com o fuzuê. Pode apostar que agora vai ser a hora da pamonha.


Liderando o pelotão tá aquele tosco de sunguinha e máscara de ferro. Perceba que ele tem dois sujeitos amarrados em postes na frente de seu veículo, provavelmente eram os ocupantes daqueles outros carros que tinham saído do acampamento pela manhã. E quem está lá também são aqueles dois punks de moto.


Max, que conseguiu subir no cano sem a menor dificuldade para ver melhor, fica puto dentro das calças. Pombas, todo lugar que ele vai e aparecem aquelas duas bichas arrombadas de moto?


O cara do moicano também o reconhece. Ele não havia esquecido a flechada que tinha levado no braço, e estava louco pra se vingar. Ou estava querendo comer o rabo do Max, no sentido bíblico. Sei lá, com essa pinta e esse penteado moicano de "vem cá, meu puto" eu não duvido.


Vemos então alguns dos punks, tem de todos os tipos, cores e tamanhos, pior que o elenco auxiliar do Streets of Rage. Por exemplo, tem um pessoal da torcida organizada do Vasco...


... e um pústula de óculos de mergulho e cabelo rosa, que parece ter saído daquela propaganda do Banco do Brasil cheia de gente alternativa. Parece um gafanhoto esse merda.


Aparece então um merdel que é o aspone do chefão do bando, pedindo silêncio e apresentando o seu boss: o Lorde Humungus, o rei da terra devastada e o aiatolá do rock'n rolla. Exata frase do filme, pra você ver o nível de ridículo. Já que ele puxou o assunto de rock, chamarei esse cara de Ozzy.


Somos então apresentados ao bandidão do filme, que é o Humungus, o bombado de sunga e máscara de ferro. E não, apesar do visual ele não vai cantar uma música do Slipknot, mas sim fazer o seu discurso para o pessoal do acampamento.


Quem jogava videogame na década de 90 certamente se deu conta que o Humungus é igualzinho ao Masked Warrior do Pit Fighter. Ou vice-versa, pois o clássico de porradaria de rua foi lançado depois.


Ele diz que está ficando puto com aquela esbórnia, com o egoísmo do pessoal do acampamento que não compartilhava a gasolina com ele e seus punks. Que vergonha... O Humungus só queria que todo mundo vivesse numa boa, dividindo o combustível de maneira fraterna, e agora ele tinha descoberto com os prisioneiros que eles estavam planejando levar toda a gasolina pra longe. Um plano estúpido, pois eles não conseguiriam passar pelos seus carros tunados.


Pra se mostrar, o babaca do moicano dá uma flechada num rato do deserto. Repito, esse escroto que é um covarde, atirou num cara amarrado e agora matou um bichinho indefeso.


Um dos prisioneiros fala pros seus amigos não escutarem aquela baboseira. Era tudo um bando de bunda frouxa, e eles não tinham que ficar escutando aquela abobrinha do Humungus. Seu compadre, o gordo barbudo lá atrás, avisa pra ele ficar quieto ou vai se fuder.


Bem que ele avisou, pois o sujeito do moicano corre na direção do tagarela, provavelmente para dar uma beijoca nele.


Ui, que gracinha... Na verdade ele deu foi uma cabeçada nos cornos do prisioneiro. Pois beijinho ele só dava no seu Pablo. Aliás, chega de chamá-lo de "cara do moicano", no filme ele se chama Wes, mas aqui ele será o Jacó.


Aí quem aparece de um buraco no chão é aquele moleque cabeludo com o bumerangue. Isso mostra como aquele pessoalzinho da refinaria é muito sem vergonha, em vez de irem pro combate eles mandam uma criança atacar aqueles punks sozinho.


Mas ele tem mais bolas que todo mundo dali, tacando o seu bumerangue de aço cortante na direção do Jacó, pra dar um penteado novo pra ele. Mas o punk é rápido e se desvia.


Como só acontece nos filmes e desenhos animados, o bumerangue vai e volta pra mão do pivete, que usa uma luva peluda pra não se cortar. E me lembro que uma vez eu comprei um bumerangue numa feira e a porcaria ia e não voltava, se despedaçando na parede de casa.


Sem perder tempo, ele mira de novo na cabeça do Jacó, que mais uma vez se abaixa... mas peraí! O idiota do Pablo tava parado ali atrás que nem um manequim da C&A!


HEADSHOT!!! Bem na testa do Pablo, que desaba como um saco de batata.


Pode apostar que o nosso governador aprovou essa atitude do molequinho, que mirou na cabeça do pilantra pra não dar chance.


Quem ficou surpreso foi o Jacó. Não sei porque ele ficou surpreso, se ele se abaixou tava na cara que ia atingir o Pablo. E agora ele ficou sem o seu macho, deve tá tristinho... E por que esse filho de uma puta anda de bunda de fora, cacete?


Desesperado com a morte de seu fêmeo, Jacó entra em desespero e parte pra cima daquele moleque. Não tem essa de "di menor" na terra devastada, ele tá louco pra arrancar as tripas do garoto, tacando o bumerangue de volta nele.


Só que o animal joga a arma muito pro alto... e o pivete fica só olhando pra cima, agradecendo por aquele punk ser tão ruim de mira.


Claro que o bumerangue foi e voltou... e o idiota retardado e estúpido do Ozzy corre pra pegá-lo de volta, gritando "deixa que eu pego, deixa que eu pego".


Isso mesmo... ele pegou. Tentou pegar um bumerangue de aço afiado sem luvas, e agora vai ter que catar os seus dedos no chão.


O mais bizarro dessa cena é que em vez de seus amigos ficarem preocupados e correrem para acudí-lo, geral cai na gargalhada, chamando ele de burro e perguntando se ele quer uma mãozinha. Bando de filho da puta!


Até mesmo aquele ridículo de cabelo rosa, só que ele nem sabe atuar direito e dá uma risada amarela. Fico pensando no ator que fez esse punk escrevendo seu currículo, dizendo que ele era o punk nº 7 e que apareceu por meio segundo em duas tomadas aleatórias no Mad Max 2.


Humungus pede pros seus lacaios se comportarem e parar com a baderna. Nessa hora parece que caiu a ficha no Jacó, se dando conta que ele tinha perdido seu companheiro de cavalgadas e que não iria ganhar presente no Dia dos Namorados. Ele enlouquece, correndo na direção do chefe e dizendo que era hora de invadir aquela merda.


Só que Humungus é o chefe da parada, e não vai tolerar esse tipo de insolência do Jacó. Todo mundo só vai invadir quando ele mandar. E aí ele começa a sufocar o cabeludo, embora pareça mais que esteja violando a sua poupança, ainda mais pela expressão de dor do Jacó. Afinal, dizem os boatos do deserto que Humungus não tem um capacete de metal só na cabeça.


Pronto. Depois de apagar com o Jacó, Humungus manda tirarem ele dali, pois estava babando a pintura de seu carro. Logo aparece um puxa-saco pra levar o punk cabeludo pra longe. E o chefe manda arrumarem uma calça decente praquele puto, pra parar de ficar andando com a buzanfa de fora. Tudo bem que eles eram punks, mas tinha que ter um mínimo de bom senso ali.


O chefão volta ao microfone, dizendo que teve muitas mortes e assim ele tinha um acordo: uma divisão bem fraterna da gasolina, 100% pra ele e nada para o pessoal do acampamento. Eles poderiam sair dali e deixar tudo, que seus punks não iriam perseguí-los. E como ele era gente boa, daria um dia para que eles respondessem.


Terminado o tumulto, os punks se mandam dali, aproveitando para levar o cadáver do Pablo. Como quase não tem comida no deserto, imagino que os punks vão comê-lo, e não no sentido bíblico da palavra.


O pessoal do acampamento está dividido. A mãe do Zequinha, que chamarei de Bethânia pois parece a Maria Bethânia, diz que aquela proposta do Humungus era boa e eles deviam aceitar para evitar mais mortes. Mas o sujeito do turbante, que parece o Prince of Persia, fala que eles não podem confiar nos punks, que certamente eles iriam matá-los tão logo saíssem dali.


Pouco se fudendo pra tudo isso, Max está mais preocupado em se livrar das algemas. O que era moleza, como geralmente é nos filmes. Sempre tem algum arame perto e que destrava a tranca de primeira...


Um velho bêbado, com capacete de guerra e um monte de medalhas que ganhou no clube dos escoteiros, diz que iria bater um papo com Humungus, pois ele parecia ser um homem razoável e aberto ao diálogo. Frase exata do filme dita pelo Sargento Tainha, que por algum motivo acha que um bombado de sunga e máscara de ferro deve ser uma pessoa aberta ao diálogo. Junto dele está aquela loira de rabo de cavalo ridículo, que suponho que deve ser sua filha, e que por motivos óbvios chamarei de Xuxa.


Papagaio manda o pessoal se acalmar. Afinal de contas, se eles deixassem aquele acampamento, eles fariam o quê? Iam ficar vagando pelo deserto sem rumo? Eles não faziam idéia de como a terra devastada podia ser nociva, cheia de bichos perigosos, sem água e com areia na cueca.


Max já se livrou das algemas, e está só esperando alguma deixa pra se mandar dali. Ou ter alguma idéia pra conseguir levar gasolina. De repente, ele percebe um barulho ali do lado, deve ser um bicho qualquer.


Quase... é aquele moleque piolhento, olhando pra ele com uma cara de cachorro com fome, e exibindo triunfante seu bumerangue todo sujo dos miolos do Pablo.


Por algum motivo, Max se lembra que estava com aquela caixinha de música que ele havia achado no caminhão. E aquele moleque merecia um prêmio por ter ceifado o crânio daquele punk bicha, e assim ele começa a tocar a musiquinha.


Cabe ressaltar que esse garoto deve ter sido criado com os lobos, pois ele não fala e apenas rosna como se fosse um cachorro. Tanto que no filme chamam ele de Feral Kid, ou Menino Selvagem. Mas que fica todo bobão e sorridente ao escutar a música. Vou batizá-lo de Rex, que acho que tem a ver com sua natureza canina.


Max se cansa do moleque chato, e decide dar a caixinha de música pra ele ficar brincando. Não que ele espere que o pimpolho selvagem tenha o mínimo de coordenação motora pra fazer algo simples como girar uma manivela...


Enquanto isso, o pessoal continua discutindo. O Papagaio tentava de tudo, dizendo que eles tinham que continuar produzindo gasolina para depois sair dali do deserto e ir para a costa, onde poderiam viver em civilização. Mas muitos estavam cansados dessa baboseira e achavam melhor entregar a refinaria pro Humungus e se mandar dali o quanto antes.


Aí Max dá uma assobiada, pra chamar a atenção de todos. Ele diz que tinha visto um caminhão na estrada que poderia levar aquele tanque de combustível, a dois dias de caminhada do acampamento. Assim, se eles queriam sair dali vivos e com a gasolina, era só negociar com ele, que tava sussa.


Provavelmente Max pensou num plano. Não que ele estivesse querendo ajudar aquelas pessoas, mas se ele ganhasse gasolina com isso, tava valendo. Vamos ver na próxima parte o que ele está tramando.

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