Mad Max 2 - Parte 1

E lá vamos nós de novo. Mais uma sátira de filmes aparece aqui nas páginas do blog, e como sempre escolhi um filme formador de caráter, que eu assisti várias vezes há muito tempo atrás e que é um clássico. Pra variar um pouco, dessa vez não será outro filme do Arnoldo, tá na hora de mudar um pouco o astro principal do filme. E dessa vez será uma produção extremamente tosca, muito ridícula, mais um daqueles exemplos de filmes que foram feitos pra serem sérios mas que são hilários. Melhor dizendo, é um filme cult, que teve a sua trilogia e depois uma continuação lançada recentemente. 

Chegou a hora de Mad Max 2.


Antes que alguém venha a reclamar que eu estou indo direto para o segundo filme, esse era o meu favorito da trilogia original. Confesso que nunca vi com detalhes o primeiro e terceiro capítulos, mas não faz diferença, pois Mad Max 2 funciona muito bem como filme isolado. Lançado em 1981, era estrelado por Mel Gibson, reprisando o personagem de Max do primeiro filme que saiu nas telonas dois anos antes. E na verdade ele é o único ator conhecido nessa produção, repleta de figurantes cada um mais tosco que o outro. 

A película começa com o Cid Moreira narrando a história, em que vai contar as origens do guerreiro das estradas, que é o Mad Max, que aparece na frente do nevoeiro nas lembranças do narrador.


Era um futuro apocalíptico, em que o petróleo era a maior riqueza do mundo, resultando em grandes conflitos armados entre as nações, disputando o "ouro negro", provavelmente Estados Unidos e União Soviética (lembrem-se, eram os anos 80 e ainda existia a URSS). Embora se refira a uma época que seria o nosso presente, por algum motivo mostraram o desembarque do Dia D na França, mas vamos deixar essa passar por enquanto.


E sim, o vídeo é wide, mas no início eles colocam a imagem no formato 4:3, e aí ficam essas tarja spretas dos lados. Daqui a pouco isso vai embora.

Mas a guerra na verdade fudeu com os dois lados, e o pior de tudo é que as reservas de petróleo começaram a se tornar escassas. A população se viu perdida, partindo para os saques, para as brigas e até para o canibalismo, como vemos nessas cenas tiradas da Grande Depressão. Repito, nessa época não tinham tantos recursos de computador pra criar cenas hipotéticas, então tinham que recorrer a vídeos antigos.


E nessa terra sem lei, o que se via eram carros dominando as estradas, com gangues causando o caos e vagando como nômades, em busca de comida e combustível, sobrevivendo. Apesar de toda a escassez de petróleo e gasolina, nego ficava fazendo corridinha que nem Velozes e Furiosos, só gastando o escasso combustível. Parece que no futuro os seres humanos perderam alguns neurônios, isso sim.


Tudo isso destruindo a vida de homens como Max... falando um pouco da história do primeiro filme, em que ele era um policial que via a sua mulher e seu filho pequeno serem mortos pela gangue de motoqueiros do Road Rash.


E aí Max ficou puto. Sem ter mais nada na vida, ele virou um maluco sem rumo, dirigindo pelas estradas sozinho, lutando contra as gangues e sobrevivendo, pilotando o seu carrão maneiro pra caralho. 


Chega de flashback, Cid Moreira. Vai lá narrar os salmos e deixa a gente começar com o filme de verdade. E desde aquela época, Max está correndo com seu carro pela estrada no meio do nada. Deve estar com a bunda quadrada de tanto ficar sentado.


O filme já começa na base da porrada, com o protagonista tentando fugir de uns capangas da estrada. Claro que eles são bandidos, com um carro que tem um emblema de uma caveira você pode apostar que não tem uma vovozinha indo fazer compras no Mundial.


Acontece que Max tem um carro fodástico, driblando alguns destroços no meio da estrada enquanto os punks o perseguem. Tá na hora de apresentar essa charanga clássica, é o V8 Interceptor, um dos carros do Hall da Fama de Hollywood juntamente com o DeLorean e o Ecto-1.


Max continua de boa, sentando o pé no acelerador. Mas aí começa a apitar uma luz vermelha no seu painel...


Putz, tá acabando a gasosa. Isso é que dá não ter passado no Posto Ipiranga.


Se vendo obrigado a economizar combustível pra não ser pego de calças na mão, ele precisa desligar o turbo. Problema é que assim ele vai perder velocidade e aqueles capangas vão alcançá-lo.


Vemos então que Max não está sozinho, ele tem a companhia de um cachorro que chamarei de Fido, que olha pra ele com aquela cara de "fudeu". Ou de "quero fazer cocô". Pombas, não vamos esperar algum tipo de atuação do pobre canino.


Percebendo que os punks estão chegando perto, Fido corre pra sua caminha improvisada e fica ali torcendo. Corrigindo, esse cachorro sabe atuar sim, ele tem mais expressão e presença do que a Bella dos filmes do vampicha.


Com menos velocidade, os arruaceiros começam a se aproximar, o carro do Esqueleto de um lado e os dois cornos na moto do outro. 


Eles preparam pra atirar... e sim, esqueci de falar que o filme se passa na Austrália, e lá o pessoal dirige do outro lado como na Inglaterra.


Só que o Max tá ligadão, ele não é bobo. Vendo que os bandidos se posicionaram pra disparar, ele mete uma pisada no freio pra sair da mira dos dois.


Pior pro motoqueiro, que leva uma flechada no braço. E dá pra perceber como que colaram uma massinha de modelar pra forjar a cena. Mas vamos dar uma colher de chá, a cena passa muito rápido e naquela época não tinha efeitos especiais como hoje.


Com o carro da caveira na mira Max aperta o botão de turbo pra ganhar mais velocidade. E sim, quando eu era moleque eu achava legal pra cacete essa hora que ele ligava o turbo, com essa turbina girando pra dar mais potência pro carro.


A trombada na bunda faz o carro da caveira perder o controle e acertar o buggy de seu comparsa, e os dois dão PT e se arrebentam inteiros. Pra aprender a não ser trouxa.


Max não perde tempo. Ele está com o tanque vazio, e tá na hora de pegar o que puder de gasolina dos dois carros batidos. E quem sabe naquele caminhão não tem um pouco de combustível também? É a lei da selva, camarada! Todo mundo se matando por algumas gotas de gasosa.


Só que logo aparecem os dois punks na moto. E eu faço uma pausa pra que você possa recuperar o fôlego depois de ver essa duplinha que mais parece ter saído de uma privada de um banheiro público. Pior que vão aparecer figuras ainda mais ridículas.


Nosso amigo Max fica só olhando... não apenas se perguntando se aqueles dois tinham noção de o quanto eram escrotos, mas também imaginando quem come a bunda de quem ali.


Mas ele tem coisas mais importantes pra fazer. Aquele buggy tá com o tanque cheio, então ele pega todo tipo de recipiente que encontra pra coletar a gasolina, como jarras, pratos e um penico. Ainda bem que não estava usado, imagino que a mistura de gasolina com bosta não deve fazer muito bem pro motor.


Não sei porque... mas ao ver essa cena do Max roubando a gasolina me lembrei desse desenho.


Do nada, algo chama a atenção de Max. É alguém urrando como se estivesse sendo sodomizado por um hidrante, sem vaselina.


É aquele merda do motoqueiro, em uma das cenas mais ridículas do filme, em que ele grita que nem uma bicha sem nenhum motivo. Atrás dele, seu macho fica todo assustado com a reação dele. Se o Max estava na dúvida, eu já sei quem come a bunda de quem nesse casalzinho pitoresco. E por motivos óbvios, vou chamar a boneca ali na garupa de Pablo Vittar.


Provavelmente o berro era pela dor, por ter sido perfurado por aquela flecha ali em seu braço. O do moicano até curte ser penetrado, mas não dessa forma. E decide arrancar fora a flecha, sem anestesia, pra mostrar que ele é o macho do casal.


E aí ele dá aquela olhadinha safada pro Max, depois de tirar a flecha de seu braço. Pois ele agora vai enfiá-la na sua garganta.


Só que Max tem uma doze, e ele tá louco pra estourar a cabeça de uma bicha motoqueira. 


Mostrando que não passa de um merda, o motoqueiro arrega e dá meia-volta, se mandando em direção ao pôr-do-sol com o Pablo agarradinho na sua cintura.


Mais tranquilo com o ambiente ter ficado menos afrescalhado, Max decide dar uma vasculhada naquele caminhão, pra ver se encontra alguma coisa de valor. Como eu disse, nesse mundo pós-apocalíptico é a lei da selva, o que der pra pegar pelo caminho é lucro.


Abrindo a porta do caminhão...


... CARACA! Puta merda, tem um cadáver todo podre de olhos esbugalhados ali dentro! 


Lembrei agora do gordo dos Goonies.


"É um defunto!!!"

Eu e minhas referências a filmes e desenhos... continuemos

O zoiúdo tinha alguma coisa na sua mão. Como Max não tem medo de defunto, ele decide ver o que era...


... uma caixinha de música. Que meigo.


Max se permite até um sorriso. Talvez se lembrando de seu filho pequeno, ou imaginando que poderia faturar uma grana se vendesse aquele brinquedo no eBay. Ou pode ser ainda risada daqueles dois motoqueiros homo-afetivos que tinha visto.


Mas chega de brincadeira. Vendo que não tem mais nada de útil ali e depois de pegar toda a gasolina que podia colocar no tanque, tá na hora de meter o pé no acelerador e continuar seguindo pela estrada sem rumo.


No dia seguinte, depois de dirigir por algumas horas, ele encontra algo estranho largado no meio do nada. Parecia uma espécie de helicóptero tosco, mas sem ninguém por perto.


Max desce do carro pra dar uma olhada. Não que ele se interesse por aquela geringonça que mais parece ser um resto de ferro-velho, mas se tivesse gasolina no tanque tava valendo o esforço. Detalhe pra foto da peituda no leme do helicóptero.


O problema é que tem uma cobra bem em cima do tanque de combustível. Tá na cara que esse é um daqueles momentos de "é uma cilada, Bino"...


Só que o Mad Max é durão pra burro, fazendo um movimento rápido pra pegar a cobra (agora me dei conta de como soou gay essa frase). Pode apostar que ele vai fazer caçarola de cobra pra janta.


Puta merda, tá saindo alguém debaixo da terra! Será que é um zumbi?


Não, esse não é filme de zumbi. Tinha um maluco enterrado debaixo da areia com uma besta, que começa a contar vantagem sobre Max, dizendo que ele caiu que nem um patinho. Eu não disse que era uma cilada, Bino?


O maluco manda ele jogar o pé de cabra e a escopeta no chão, e não tentar nenhuma gracinha. Finalmente, depois de ficar enterrado durante uma semana, ele havia encontrado um trouxa pra roubar a gasolina. Só que Max fala que o tanque do carro dele tem uma armadilha também, e só ele sabia desarmar.


Ele manda Max desarmar a bomba, ou então ia disparar uma flecha na nuca dele. Sem ter o que fazer, nosso herói obedece, se amaldiçoando por ter sido enganado por um panaca estúpido como aquele sujeito.


Acontece que ele tem um truque... pois tem uma faca Ginsu escondida debaixo do carro.


Pô, foi mal, Max. Falei alto demais e o escroto escutou, mandando ele não tentar nenhuma gracinha. Tem horas que eu falo demais mesmo...


Sem ter o que fazer, Max desliga a chavinha pra desativar a bomba. Mostrando que era realmente algo que apenas ele podia fazer... Pombas, era só desligar um interruptor, o que tem de complicado nisso?


O doido decide que vai levar o carro de Max, pois parece ser um carro legal pra caramba. Ele tá cansado de sair voando em seu projeto de helicóptero, ainda mais por ficar engolindo insetos que encontra durante o vôo. Melhor ir dirigindo.


Mas aí vemos que a verdadeira armadilha do carro era o Fido, que tava na tocaia só pra voar na jugular de qualquer metido que sacaneasse o seu dono. Tô simpatizando com esse vira-lata.


O jogo vira rapidinho, e Max já parte pra cima do maluco com uma faquinha em punho, pra arrancar a cabeça daquele filho da puta que havia feito ele de trouxa. Mas o sujeito pede perdão, que ele tinha ficado assim depois de engolir muita areia.


No desespero, ele fala que se Max queria gasolina, tinha um lugar a alguns quilômetros dali, onde um grupo de pessoas estava extraindo e refinando petróleo. E se sua vida fosse poupada, ele o levaria até lá.


Max não confia no sujeito, mas a possibilidade de arrumar litros e litros de gasolina falava mais alto. Assim, ele decide levar o panaca com ele, colocando-o de forma extremamente confortável no banco do carona.


O melhor de tudo era que o Fido ficava de guarda... segurando um fio amarrado em um osso de borracha pra atirar com a doze. Dá um Oscar pra esse cachorro, quer vira-lata mais participativo do que esse?


Nesse filme não citam muito os nomes dos personagens, então acho que tá numa boa hora pra apresentar o sujeito, em vez de ficar sempre chamando ele de maluco. O nome oficial é Capitão Gyro... não que não fosse um nome legal.


Mas vou chamá-lo de Capitão Pirocóptero.

E aparentemente o doido tinha razão. Depois de estacionar o carro perto de um morro, eles caminham um pouco e logo conseguem ver o acampamento, uma verdadeira fortaleza no meio do deserto. E pra completar, uma porrada de punks cercando o lugar.


Max puxa um binóculo pra dar uma olhada mais de perto, enquanto o Capitão Pirocóptero começa a explicar que eles tinham montado aquele acampamento bem em cima de uma grande reserva de petróleo, e o extraiam sem parar. O pior é que os canalhas eram muito egoístas, não deixando ninguém entrar. Especialmente aqueles punks drogados, que ficavam tentando de tudo pra invadir o lugar, mas sempre se davam mal.


Max continua varrendo o perímetro, e então consegue focar naquele que parece ser o líder do bando, fazendo um discurso no microfone sobre compartilhar a gasolina com os amiguinhos. E sim, o chefão é um careca bombado de sunga com uma máscara de hóquei, parece que saiu de um vídeo de sado-masoquismo gay.


Falando nisso, olha só quem apareceu ali: aquelas duas bichas da moto que Max tinha encontrado antes.


Não querendo ver alguma cena de embrulhar o estômago, Max volta sua atenção para o acampamento, onde localiza o seu prêmio: um mega tanque de combustível, milhares de litros de gasolina que seriam suficientes para ir onde ele quisesse.


O Capitão Pirocóptero chega junto de Max, dizendo que ele cumpriu com sua parte do acordo, levando-o até o combustível. Agora, era a vez dele fazer a sua parte, livrando-o de suas algemas para que ele pudesse voltar à sua vida normal. Embora alguém que se enterre na areia tá longe de ser normal, na minha opinião.


Como é um homem de palavra, Max cumpre a promessa. Só que ele não havia dito ao Capitão Pirocóptero que a partir de agora ele iria passar o resto de sua vida acorrentado em uma árvore.


É, Capitão... tava louco pra se livrar das algemas pra poder bater uma, mas se fudeu nessa. Quem mandou sacanear o Max? Agora vai ficar amarrado naquele toco de árvore pra sempre. Max, pouco se preocupando por aquele infeliz, decide montar acampamento ali naquele morro, pra pensar uma forma de entrar naquela refinaria.


Como ele também não é nenhum gênio, provavelmente vai levar tempo até ele bolar um plano. Vendo que já passou do meio-dia, Max decide que é hora de almoçar, talvez com a pança cheia ele consiga pensar melhor.


Lá no fundo, o Capitão Pirocóptero tá morgado que nem um defunto, assando debaixo do sol escaldante do outback australiano. O Fido também decidiu tirar uma soneca, todo arreganhando e pouco se preocupando se todo mundo tá vendo a sua salsicha.


Pois é... Mad Max 2 tem nu frontal. Só que pra tristeza dos mela-cuecas, só do cachorro.

Falando em cachorro... parece que o almoço do Max vai ser uma boa lata de comida de cachorro. É o que tem pra hoje, um combinado de carnes e vegetais que ele havia encontrado em um pet-shop.


E nosso amigo Fido, com seu olfato acurado, se dá conta que tá chegando a hora da bóia. Realmente é tocante a relação entre Max e Fido, eles são tão amigos que até dividem a comida. Só falta um cheirar a bunda do outro.


Só que a lei da matilha diz que primeiro o líder do bando é quem come, e assim Fido espera pacientemente enquanto Max devora o grude canino. Gotoso!


Quem acordou também foi o Capitão Pirocóptero. Pois ele tinha sentido o cheiro de comida e também estava morrendo de fome. E você vê como o cara é preparado: em vez de ter uma faca ou outra arma pra se defender, ele leva uma colher de pau, pra momentos como esse.


Max já acabou com sua parte, e joga a lata longe. Agora os outros podem comer.


E na cadeia alimentar, quem está na sequência é o Fido, lambendo os beiços e se deliciando com as sobras.


Mas o Capitão Pirocóptero acredita que ele, por ser um humano, seria o próximo da fila. Já faziam semanas que ele não comia nada, e aquele cachorro parecia bem nutrido, não precisava de tanta comida.


Só que o Fido mostra que ele é quem manda ali, quase arrancando a mão do canalha.


Bem feito. Sobrou pro Capitão raspar os restos babados com o dedo de noite, depois que todo mundo já tinha comido tudo.


E bem nessa hora os punks também decidem se retirar. Foi um dia inteiro dando voltas ao redor do acampamento, com o chefão discursando sem parar como sindicalista na porta de empresa, e uma vez mais os merdas não tinham conseguido nada...


Esse parece ser um bom momento para dar uma pausa aqui. Estou vendo que se deixar eu exagero, fico colocando um montão de fotos e a postagem não termina. E olha que a ação nem começou direito ainda. Vamos ver o que acontece na próxima parte do Mad Max 2.

Comentários