"Jornalismo" Ideológico

Hoje em dia o jornalismo está cada vez mais decadente. Digo, o jornalismo formal, os grandes meios de comunicação como jornais e revistas de renome e história, que hoje em dia se rebaixaram de forma estúpida à ideologia. É evidente que cada vez mais temos pessoas nesse meio que seguem a ideologia de esquerda, e essa faz com que o jornalismo deixe de ter a função de informar e passe a militar contra o governo. Isso quando não está querendo "lacrar", ao defender pautas que interessam a uma minoria politicamente correta que quer ditar o que a sociedade deve pensar e fazer.


Por isso eu não leio mais jornal, prefiro saber das notícias vendo sites que são mais isentos, o que pelo menos não sejam tomados pela ideologia. Não se trata de fechar os ouvidos para opiniões diferentes da minha, mas simplesmente evitar de perder tempo com "jornalistas" que estão mais preocupados em defender os seus interesses político-ideológicos particulares, em uma cruzada pela doutrinação do povo. 

Por conta desse jornalismo parcial que eu sempre tenho uma satisfação de, quando estou em um aeroporto e passo por um daqueles stands da Globo, digo pra pessoa que me aborda querendo empurrar assinatura que eu não tenho interesse por discordar com a linha ideológica da editora.


Aliás, quer coisa mais chata do que esses stands de editoras nos aeroportos? Você está lá na sua, muitas vezes falando no celular ou correndo para o portão, e surge um chato querendo falar sobre uma promoção "imperdível" de assinatura de revistas extremamente úteis como Globo Rural? Vai se fuder...

O engraçado é que a motivação dessa postagem tem a ver com aeroporto. Tudo por conta de mais uma notícia envolvendo o ministro da educação, Abraham Weintraub. Porém, dessa vez não foi para falar sobre cortes na educação, mas para criticá-lo por um causo ocorrido em uma viagem aérea. Tudo por conta de uma situação em que uma comissária perguntou se ele poderia trocar de assento com o pai de uma família, para que ele viajasse junto de sua esposa e filhos, mas o ministro se negou.


Tomei conhecimento dessa notícia no Facebook, linkando para o blog de uma colunista da Globo chamada Bela Megale. Peço licença para reproduzir o texto, que é curtinho, até para que fique o registro aqui. Afinal de contas, sabemos muito bem como certos "jornalistas" acabam tirando seu conteúdo do ar em situações adversas...
"A educação do ministro Abraham Weintraub ficou de fora do avião em que ele embarcou no domingo passado (16), de São Paulo para Brasília. Sentado em sua poltrona, o ministro da Educação foi abordado pela comissária antes da aeronave decolar. Ela perguntou se Weintraub poderia atender ao pedido de um pai de família que sentava algumas fileiras à frente e gostaria de trocar de lugar para ficar com a mulher e os dois filhos.
Não se tratava de colocá-lo em um assento pior. Ao contrário. O lugar oferecido ao ministro era uma poltrona conforto, aquela com mais espaço para as pernas.
O caçula, de 5 anos, chorava e chamava pelo pai. Weintraub, que estava sozinho, não se comoveu e disse que não trocaria de lugar. A família viajou separada até Brasília.
OUTRO LADO:
O ministro Abraham Weintraub disse em seu Twitter neste sábado (22) que o pai mencionado na nota “mudou de ideia pouco antes de decolar”.
– Vôo (sic) lotado, eu na 20C. Mãe e 2 filhos juntos na outra fileira. Pai, na 12A, mudou de ideia pouco antes de decolar. Não falaram comigo (por favor?). Aeromoça sugeriu "vantagem". Qualquer pessoa próxima poderia trocar, mas estavamos (sic) decolando… – escreveu Weintraub.
O ministro também afirmou que viaja semanalmente para ver a família, que não usa avião da Força Aérea Brasileira (FAB) e que paga as passagens com recurso próprio.
A coluna não disse em momento algum que o ministro da Educação usa aeronaves da FAB ou que não paga suas passagens.
O pai da criança mencionada estava na poltrona 7A e não 12A, como disse Weintraub no Twitter. Ele afirma que não poderia ter trocado de lugar com qualquer passageiro porque era o ministro que estava ao lado de sua família."

Eu nem sei por onde eu começo...

Antes de mais nada, eu me pergunto por que a mídia está tão preocupada assim com uma questão como essa. Puta merda, tanta coisa mais importante nesse país, e estão preocupados em onde o ministro vai se sentar em um avião? Antes fossem até escrever algo sobre as possíveis consequências da contenção de gastos do ministério da educação, ao menos é algo que diz respeito à sociedade. Mas vigar reclamando de que ele não cedeu o assento para outra pessoa em uma viagem?

Afinal, qual a intenção da colunista com esse texto? 


Pra mim isso já fica de certa forma bem claro logo na primeira frase dela: "A educação do ministro Abraham Weintraub ficou de fora do avião". Parece que ela enxergou falta de educação de Abraham ao não ceder o lugar, onde na verdade não teve nenhum tipo de falta de educação. Mas, como ele é ministro de Bolsonaro... aí sabemos bem como que a mídia tradicional se porta, quando é pra arrumar qualquer coisinha que possa ser usada para criticar alguém. Se eu estou equivocado, Bela, então me diga qual a sua intenção com esse texto. Mas a intenção de verdade, não aquela pra posar de certinha...

Onde diabos teve falta de educação? A comissária perguntou se ele podia trocar de lugar e ele disse não. O que está de errado nisso, pombas? Desde quando dizer não é falta de educação?

Eu já passei por situação parecida algumas vezes em vôos. Geralmente eu pego lugar na janela, para ter pouco mais de privacidade, longe dos esbarrões no corredor e sem ficar espremido no banco do meio, e para deixar o estouro da boiada sair durante o desembarque. Foram já várias vezes que eu chego no meu assento e vejo alguém sentado lá. Ou depois que eu sento, a pessoa do lado pergunta se um amigo ou amiga pode trocar de lugar comigo, para que eles fiquem juntos.


Minha resposta sempre é não.

Perdoem-me o palavreado... Mas, caralho! A pôrra do avião tem lugar marcado, cacete. Se você está alocado para sentar na poltrona 15E, então é pra sentar na 15E, pombas! Não é 15F, não é 15F, não é 14E.

Ainda mais hoje em dia, em que pra você escolher o assento com antecedência, é necessário pagar uma taxa. Acho isso uma merda, é abusivo na minha opinião. Mas é o preço que se paga pra ter o lugar que você quer. E mesmo que você deixe pra selecionar seu banco na hora do check-in (de forma gratuita, pelo menos na maior parte das empresas), você estará sujeito aos assentos disponíveis.

Já aconteceu comigo de chagar no check-in e não ter lugar na janela. Azar o meu, fazer o quê? Pego então um no corredor.

O problema é que o brasileiro tem esse péssimo hábito de tentar o jeitinho pra conseguir o que quer, muitas vezes tentando comover os outros. E quando não consegue, vai dizer que é falta de educação ou cortesia.


Pergunto: por que não pagaram a taxa para viajarem juntos?

Na minha opinião, se eu sou um pai de família e quero viajar junto com minha esposa e dois filhos, eu teria pago a taxa para marcar os lugares com antecedência. Repito, não concordo com a taxa, mas são as regras do jogo. Quer garantir que todos vão viajar juntos, será necessário gastar mais uma grana para isso. Ou então que se organizasse para fazer o check-in com bastante antecipação, assim que liberasse no site ir lá pra marcar os lugares. Tantas vezes que eu fiz check-in e via fileiras inteiras disponíveis, nem precisaria gastar dinheiro com isso.

Mas todo mundo quer conseguir as coisas sem esforço, contando com a "caridade" alheia. Querem o bônus, mas sem o ônus, isso sim.

Claro que vai aparecer um monte de gente criticando a postura do ministro, dizendo que ele foi mal-educado (repito, onde está a falta de educação em dizer não?), que não custava nada fazer essa gentileza para a família. Logicamente que muitos desses foram nas passeatas "pela educação" das últimas semanas...


Eu acho muito engraçado como que é a ideologia. Pode apostar que muita gente que está xingando o ministro por conta dessa história iria agir da mesma maneira. Afinal de contas, sabemos muito bem como que as pessoas da esquerda pensam: os conceitos de certo e errado são determinados não pelo ato em si, mas sim por quem o pratica. Por exemplo, se fosse a Jandira Feghali quem se recusasse a trocar de lugar com um pai de família, certamente essas mesmas pessoas não diriam nada.

Acontece que dificilmente veremos a Jandirão passar por uma situação dessas... Pois viajar de econômica não está em seu padrão de vida. E viva a igualdade de classes.


Agora, deixa eu ver se eu entendi uma coisa nessa história toda. A colunista menciona que "não se tratava de colocá-lo em um assento pior. Ao contrário. O lugar oferecido ao ministro era uma poltrona conforto, aquela com mais espaço para as pernas." Inclusive no final da matéria ela dá o mapa dos assentos, dizendo que o ministro estava na 20C e o pai da família estava na 7A.

A primeira coisa que eu questiono aqui é se realmente era um assento com mais espaço. Não encontrei em nenhum lugar a referência de qual companhia era, mas eu sou um texugo enjoado e consigo ter algumas idéias. Dei uma olhada no site do Decolar.com, pra ver quais são os vôos que existem de São Paulo a Brasília em um domingo, data da viagem do ministro. E percebi que são três as companhias aéreas que fazem esse trecho nesse dia da semana, conforme o print abaixo, que fiz para uma viagem no dia 30 de junho, também domingo.


Breve parênteses: alguém já voou de Passaredo? Tenho a curiosidade de saber como é.

Pois muito bem, eu conheço bem como que são os assentos da Gol e da Azul, sendo que na primeira são três assentos em cada fileira de cada lado e apenas dois de cada lado na segunda. Considerando que o ministro estava sentado ao lado da mãe da família e dois filhos, eu acho meio difícil que ela estivesse levando os dois no colo. Acho que sequer seria permitido. Então, acredito que o vôo era pela Gol.

Aí, olha só que legal. Se você vai na página da Gol, é possível ver o mapa de assentos de suas aeronaves. Não tem como saber qual o modelo do avião, mas olhando nessa referência podemos ver que em todas as aeronaves que fazem esses assentos de maior conforto geralmente só chegam até a fileira 5.


Além dos bancos mais na frente, tem aqueles perto das saídas de emergência. Que ficam na fileira 12 no 737-700 e nas fileiras 15 e 17 no 737-800, bem como no 737-8, que possui a mesma distribuição de assentos.

Claro que eu estou me baseando pela informação disponível no site da Gol, mas que imagino ser correta. O que mostra que ou a informação de que o ministro iria levar "vantagem" e ter um assento melhor é mentirosa, ou que eles estavam em um 737-700 e o pai da família estava de fato na poltrona 12A (que é assento-conforto), como ele mesmo escreveu em seu Twitter mas que foi desmentido pela colunista.

Sei não, tem caroço nesse angu...


Enfim, vamos considerar que era mesmo um assento com mais espaço em que o pai da família estava sentado. Sabemos muito bem que para ir nesse assento não é de graça, existe um custo adicional que deve ser pago na hora de comprar a passagem ou no momento do check-in.

Só aquele otário do Tico Santa Cruz que acha que é só sair sentando no banco, se estiver dando sopa. Lembra daquela vez que esse cretino arrumou confusão em um vôo por conta disso?


Acho que nem precisa dizer que ele foi um desses que apertou 13 nas últimas eleições... continuemos.

Considerando também uma viagem no dia 30 de junho, que é um domingo, de forma semelhante à viagem em questão, e assumindo a princípio que a partida era de Guarulhos, podemos ver uma tendência de diferença de preços, em que a tarifa Max, que dá direito ao assento mais confortável, custa em média 100 reais a mais que a Plus e perto de 170 reais mais cara que a tarifa Light.


Olhando para partidas de outros aeroportos de São Paulo, como Congonhas, tem-se um preço final diferente, mas mantendo a mesma diferença entre as três tarifas.

Isso quer dizer que o pai da família pagou pelo menos 100 reais a mais em sua passagem para viajar com mais espaço para suas pernas, deixando esposa e filhos nos assentos normais. Isso considerando que eles estavam viajando pela tarifa Plus, se foi pela Light a a diferença é maior. E observe que na lista acima nem mostra a tarifa promocional, mas podemos imaginar que a diferença seja maior ainda.

Agora, se nós vamos na página de tarifas da Gol, vemos que o sujeito iria gastar no máximo 90 reais para marcar os três assentos com antecedência. Ou seja, o dinheiro que gastou pensando em seu próprio conforto poderia ter sido usado para a família ir junta. E isso considerando a tarifa Promo, se fosse a Light iria gastar metade disso. E isso considerando ainda a marcação antecipada, se fosse no período do check-in não gastaria nenhum tostão.


Interessante, não?

Provavelmente aqueles que me odeiam vão dizer que tudo isso não quer dizer nada, que eu tive todo um trabalho aqui pra consultar essas informações, mas que não muda o fato de que o ministro não foi gentil em ceder o seu assento ao pai da família. Eu sei, nas horas em que a ideologia fala mais alto essas pessoas escolhem ignorar fatos que são mais claros do que água.

Como o fato de que se o sujeito quisesse viajar ao lado da família, nada o impediria de fazer isso. Bastaria ter gastado um valor a mais pensando nisso, e não em suas canelas.


Mesmo que desconsideremos todos esses pontos, o ministro estava em seu direito. Mesmo que o assento para o qual ele iria tivesse mais espaço. Ninguém é obrigado a trocar de lugar.

Por exemplo, talvez ele prefira viajar no meio do avião, perto da asa. Pode ser por uma questão de superstição, afinal dizem que em um eventual acidente aéreo há mais chances de sobreviver se você estiver sentado no meio ou na traseira no avião. Ou pode ser por uma questão de gosto mesmo. Por exemplo, o lugar em que ele estava era no corredor, e o assento que ele iria era na janela. Vai que o ministro prefira ficar no corredor? Tem gente que gosta, geralmente aqueles mais apressados que se levantam assim que o avião pousa, para sair mais rápido. Nessa situação, é mais interessante sentar no corredor do que na janela, mesmo que seja um pouco mais atrás.

Ou seja, o ministro ou qualquer outra pessoa tem o direito de permanecer no assento que estiver. Há algo de errado nisso?

"Ah, mas não custava nada", "ora, mas não dói fazer essa gentileza pela família", são algumas das coisas que as pessoas vão dizer. Conferem ao caso uma grandiosidade desnecessária, como se fosse algo tão importante.

É só ver o que a própria colunista escreveu, dizendo que "o caçula, de 5 anos, chorava e chamava pelo pai", algo que eu honestamente não sei se ela pode afirmar que aconteceu. Mas interessa gerar essa cena na cabeça do leitor, de uma criança em prantos por culpa do "mal-educado" ministro. Colabora com a narrativa...


Gente, menos. Não exagerem. Eu sei que no fundo toda essa crítica ao ministro é muito influenciada por questões políticas, mas vocês precisam ter um pouco mais de noção.

Digo mais ainda: brasileiro tem esse péssimo hábito de incentivar o "coitadismo". Tipo, vão dizer algo como "coitadas das crianças, que ficaram longe do pai" ou "coitado, o homem só queria ir junto da família". Pôrra, parem com isso! Esse vitimismo, essa mania de achar que aqueles em uma suposta posição de vulnerabilidade devem ter tudo, de achar que todo mundo tem que passar a mão na sua cabeça.

Cacete, se não deu pra sentar junto, paciência! A vida é assim, não podemos ter tudo o que queremos.


O mais engraçado é ver um monte de gente cobrando cordialidade do ministro... mas que não conseguem esperar as pessoas saírem do elevador para entrar, que não respeitam sinal vermelho, que interrompem conversa alheia, que colocam música alta e incomodam os vizinhos, que largam lixo na rua e culpam a falta de lixeiras... enfim, cheio de gente apontando o dedo para o ministro e chamando-o de mal educado pelo simples fato de não ter trocado de assento, mas que são incapazes de olharem para seus próprios umbigos e admitirem que fazem coisas muito piores.

Comento ainda o seguinte: por que as pessoas que estavam sentadas ao lado do pai não se ofereceram pra trocar de lugar? Provavelmente não o fizeram, pois não queriam ir para um assento pior. Mas aí não tem problema a pessoa se recusar... Ou quem sabe pessoas em assentos próximos, poderiam ter se oferecido para liberar espaço para toda a família? Por que ninguém pensou nisso? Por que todos os holofotes ficam sobre a suposta falta de cortesia do ministro, mas ignoram ato semelhante dos demais passageiros?

Mas o mais engraçado de tudo é ver como que a mídia apela para essas matérias sensacionalistas motivadas por ideologia. Na boa, fica claro pra mim que o objetivo da colunista e do jornal foi em atacar o ministro, pois ele representa o governo que é "inimigo". A grande imprensa não aceita Bolsonaro e seus ministros, pois ela está tomada por pessoas de esquerda. E como os objetivos políticos e ideológicos falam mais alto, vale qualquer coisinha pra falar mal deles. Até mesmo um inofensivo não ao ser perguntado se trocaria de assento.

Afinal, o foco era dizer que o ministro da educação não tem educação. Repito, foi a primeira frase do texto da colunista, deixando sua intenção com a matéria bem clara.

O jornalismo de hoje está cada vez pior. Tudo é feito com motivação ideológica, com a intenção de agredir e difamar os "inimigos", de lacrar opiniões particulares. Não é à toa que tem muitos jornais e revistas fechando as portas, porque as pessoas inteligentes não aguentam mais esse tipo de porcaria sensacionalista e interesseira. Digo, já vai é tarde!

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