Vendedores insuportáveis

Tá na hora de mais uma daquelas postagens de desabafo, onde eu falo um pouco a respeito de coisas que acontecem ao meu redor, geralmente para reclamar e criticar. Pode me chamar de chato ou rabugento, não ligo. Na minha opinião, é melhor botar para fora do que ficar guardando isso dentro de você. E tem outra coisa, tenho certeza que não estou sozinho nessa, é muito provável que você vá concordar comigo quando digo que não deve ter coisa mais chata e insuportável do que vendedores.

Não importa o que estejam vendendo, se é plano de celular, roupa em loja de shopping ou espetinho na rua. Pode até estar vendendo algo legal e interessante, não importa: parece que ser chato e inconveniente é pré-requisito para ser vendedor. Vale para os vendedores "reativos", como aqueles que ficam em lojas e te cercam assim que você pisa no perímetro do estabelecimento, assim como para os "caçadores" que te procuram de forma não-solicitada pra te oferecer alguma coisa. Todos são chatos para caralho. 

A grande motivação para minha postagem de desabafo é que eu fico cada vez mais puto com a quantidade de ligações que eu recebo no celular de alguém querendo me vender alguma coisa. Algo que se torna absurdamente mais frequente no final do mês, teve um dia que eu cheguei ao ponto de desligar o meu telefone, pois eram chamadas incessantes a cada 15 minutos. Não tem nada mais incômodo do que estar concentrado no trabalho e do nada toca o celular, e é alguém querendo te vender alguma coisa que geralmente você não quer. Já faz muito tempo que eu atendia, agora eu simplesmente ignoro, tem momentos que fico puto e faço questão de cancelar a chamada. E esse mês está sendo demais...

Tudo bem, eu sei que alguém vai dizer que os vendedores estão apenas fazendo o trabalho deles, que eles possuem metas que precisam ser cumpridas e provavelmente ficar sentado esperando pelo negócio sair não vai resolver. Certamente vai ter gente dizendo que estou errado em reclamar, que a empresa e o vendedor para a qual trabalha precisam ganhar dinheiro. Ok, justo... mas não precisa ser tão chato, né? Se o ato de vender chega a um ponto que precisa incomodar o comprador, algo está errado... Pra mim, e certamente pra muita gente, a insistência e a inconveniência dos vendedores acaba até reduzindo o interesse na compra, mesmo sendo alguma coisa que eu queira ou precise.

Vamos falar um pouco a respeito disso. Como disse acima, eu classifico os vendedores em dois grupos, os "reativos" e os "caçadores". E tenho o que reclamar dos dois.

Esses que eu chamo de "reativos" é como o sujeito que fica em uma loja, esperando que entre algum cliente para mandar o manjado "posso ajudar?". Ou seja, eles respondem a um possível interesse de compra do indivíduo. Não são dos piores, pois tem horas que esse tipo de ajuda é até benéfica, geralmente quando já sabemos bem o que queremos e é mais fácil pedir para que o vendedor nos leve até o produto. Ou mesmo nas situações onde estamos em dúvida, admito que há momentos em que o apoio de uma pessoa do estabelecimento é muito útil para encontrar algo que não estamos encontrando ou até mesmo para ajudar a escolher um produto que faça mais sentido para nossos desejos e objetivos.

Só que tem horas que isso incomoda... Fica aquela marcação cerrada, com o vendedor te observando mesmo que você responda "só estou olhando, obrigado". Em certos lugares é necessário esse tipo de busca individual, comum em lojas de roupas e calçados, onde o comprador tem o seu gosto pessoal e vai ter a vontade de ver se encontra algo de seu agrado, e são as situações onde os vendedores mais incomodam. Não me sinto à vontade, é muita pressão com aquela sensação de um ou mais pares de olhos vendo cada movimento seu, esperando o momento perfeito para "dar o bote" e participar da venda.

É muito incômodo, especialmente sabendo que vendedores vivem de comissão. E tem lugares onde é a lei da selva, com cada um deles tentando arrumar o máximo de compradores. Como se as pessoas entrando na loja fossem presas, parece até aqueles programas do Discovery.

Passei até por uma situação bem desagradável certa vez quando fui numa loja comprar um tênis. Aliás, algo que também me incomoda muito ultimamente, já que é difícil achar um pisante que não seja um festival de cores berrantes e fosforescentes. Saudades dos tempos em que você podia chegar na loja e encontrar um tênis preto ou azul, algo monocromático e normal...

Vale a pena contar um pouco dessa situação indigesta que passei, que demonstra como que tem vendedores que conseguem ser muito inconvenientes. Claro, assim que botei o pé dentro do perímetro do loja, já veio aquele sujeito metido a jovem puxando papo, perguntando o que eu queria. Já o dispensei com o "estou só olhando", o que era verdade, estava ainda na fase de pesquisar e ver o que tinha, não estava nos meus planos comprar nada naquele dia. E lá estava eu, fitando os tênis nas paredes da loja, sabendo que estava sendo monitorado não só pelo primeiro vendedor, mas outros três. 

Nessa hora eu acabei achando um tênis bem no meu estilo. Peguei o exemplar para ver como era, para confirmar se não tinha uma sola amarelo ovo ou um cadarço rosa-choque, e tive até a vontade de experimentar. Ao perceber meu interesse, chegou então uma vendedora (diferente do primeiro) e perguntou se eu queria provar e respondi que sim. Nessa hora, chegou o carinha que me abordou an loja e começou a reclamar, de forma até meio agressiva, primeiro com a colega, e depois sobrou até pra mim, com um "por que você me disse que tava só olhando se agora quer experimentar" ou algo parecido. Veio depois um terceiro vendedor e perguntou se podia me ajudar, só sei que eu desisti e disse que não queria mais. Fui embora, largando os chatos discutindo ali entre eles. 

Contei esse causo já algumas vezes para conhecidos, e talvez você possa falar a mesma coisa que eles, dizendo que o errado fui eu, por aceitar a ajuda da vendedora que veio depois, e não do primeiro atendente que falou comigo quando entrei na loja.

Nada a ver falar essa babaquice. Não sou obrigado a ser atendido pelo primeiro vendedor que falou comigo. Não me tornei "propriedade" daquele que falou antes. O que me interessa é ser atendido QUANDO eu quiser, SE eu quiser. No momento em que ele me recebeu, minha ideia era só olhar, muito possivelmente eu iria circular e depois ir embora. Ou seja, não havia necessidade de atendimento. Ora, se aparecesse outra pessoa na loja e que pedisse algo para esse mesmo vendedor, ele iria cagar pra mim, iria priorizar o cliente que demonstrasse um maior potencial de venda. Na hora que eu formei interesse, aí quem estava mais perto servia pra mim, pouco me importa quem vai ganhar comissão ou atingir meta. Isso aí é problemas deles. Se o carinha que falou comigo primeiro estivesse precisando tanto fechar uma venda, que ficasse ali mais perto para me atender se fosse necessário...

Só para concluir a história, acabei comprando o tênis em outra loja. Se fuderam, perderam a venda por serem chatos e desorganizados. 

O menos mal é que o avanço da tecnologia está tornando esse tipo de vendedor cada vez mais obsoleto. Afinal de contas, tem muita coisa que você pode comprar de forma online, depois de fazer a sua pesquisa por vídeos de reviews ou lendo comentários. Cada vez mais eu priorizo esse tipo de compra, pois minimiza ao máximo a minha interação com vendedores de loja.

Só que restam os vendedores "caçadores". E esses, infelizmente, ainda devem ficar por aí por muito tempo... Pra piorar, esses são os mais chatos.

Os "caçadores" são aqueles que tentam buscar compradores para seus produtos e serviços. Sem dúvida exige mais esforço, com o maior desafio de encontrar quem está disposto a comprar o que está sendo vendido, seja por essa pessoa já ter um interesse em potencial, ou seja até para convencer que o sujeito "precisa" daquilo. E coloquei o "precisa" entre aspas pois na maioria das vezes o comprador não tem interesse e/ou necessidade daquela coisa que está sendo vendida. Mas isso não impede o vendedor de tentar vender, pouco importa o que o comprador vai fazer com aquele produto, desde que o compre.

Já ouviu falarem na expressão "vender gelo para esquimó"? É bem isso.

Eu tento ser razoável em um primeiro momento, por mais que seja difícil. Entendo que muitas vezes um vendedor desses pode nos apresentar a alguma coisa que seja interessante mas que nunca paramos para pensar que poderia ser útil. Mas na maioria das vezes é algo que não queremos. Ou pode até ser alguma coisa que venha a nos interessar, mas não naquele momento em que o vendedor te aborda. 

Tinha um tempo em que essas abordagens costumavam ser "físicas". Diria que ainda deve existir, mas é algo cada vez mais raro. Por exemplo, outro dia eu estava andando no shopping, tinha que comprar alguma coisa que não me lembro mais, e estava passando por um dos corredores quando veio um daqueles sujeitos de loja de colchão, vestido como manda o figurino, com seu jalecão branco, quase me puxando pra dentro da loja e me oferecendo para mostrar um colchão.

Puta merda, colchão é algo que se compra a cada dez anos ou até mais... e não vai ser porque um sujeito vestido de branco me abordou no corredor de um shopping que eu vou comprar um.

Aliás, esse tipo de abordagem abusiva era muito comum em aeroportos, onde sempre tinha um quiosque de editora de revista. Perdoe-me pelo palavreado, mas caralho... não tinha coisa mais chata do que você estar indo em direção ao embarque e vinha um filho da puta todo ansioso querendo te oferecer assinatura de revista. Sempre com aquele papinho de "leva uma revista de graça", ou "é bom ter o hábito da leitura", tudo pra empurrar assinatura de revista que estava encalhada. Até empurrar um brinde tava valendo. O pior é que esses vendedores eram abusados, abordavam os transeuntes de forma insana, babando de vontade de vender revista.

Na boa, eu queria conhecer quem foi o merdel que teve essa brilhante ideia de espalhar vendedor de assinatura de revista em aeroporto. As pessoas estão lá preocupadas em pegar seus vôos, muitas vezes com horário apertado, e acharam que alguém iria parar para comprar assinatura de revista. Mas infelizmente esse tipo de coisa funcionava, pois não tinha uma vez em que eu estava no aeroporto que vi o quiosque vazio, sempre tinha um trouxa caindo na conversinha de promoção e assinando revistas que provavelmente iriam só ocupar espaço na sua casa.

Felizmente, parece que essa bosta acabou de vez...

Mas os novos tempos da informática fizeram com que os vendedores "caçadores" migrassem também para o meio digital. E como agora todo mundo tem celular, eles podem procurar potenciais clientes a qualquer hora, não importa o que estejam fazendo. E é isso que mais me emputece, com um número absurdo de chamadas. Tem chamada de tudo... mas geralmente são dois serviços que exageram: provedores de celular, como Vivo, Tim e Claro, e bancos. Isso porque não sou aposentado, ou certamente o número de chamadas iria explodir com algum agiota querendo me oferecer crédito consignado.

Vou dizer que cada vez mais eu odeio celular. Porque a portabilidade do celular cria aquela ideia de que estamos disponíveis para sermos contactados em qualquer hora do dia, em qualquer lugar e independente do que esteja fazendo. As pessoas do outro lado da linha ficam achando que a sua disponibilidade é 24 por 7, o que sabemos muito bem que não é verdade. Embora eu sei que tem muitos alucinados que não largam o celular em nenhum minuto, nem quando estão cagando, não quer dizer que todos sejam assim. 

Já me ligaram nas horas mais inoportunas... É muito comum que apareça algum vendedor me procurando no horário em que estou trabalhando, o que até faz sentido já que os vendedores também trabalham em horário comercial. Mas eles precisam entender que a pessoa do outro da linha também estará trabalhando, indisponível para uma chamada que certamente não será rápida. Já aconteceu certa vez comigo, em que cometi a estupidez de atender uma chamada do banco, a mulher do outro lado disse "são só cinco minutos", e no final foi uma ligação de pelo menos meia hora, atrapalhando no serviço. O pior é que era na época pré-pandemia, antes do home-office, e assim pegou mal no trabalho quando o chefe percebeu que eu estava lidando com um longo telefonema pessoal em vez de estar fazendo as minhas atividades.

O mais desagradável é que esses vendedores telefônicos geralmente têm pressa, pois quanto mais chamadas fizerem mais eles vendem. E isso gera neles uma ansiedade para te convencer em comprar o que eles estão vendendo, sem dar muita chance para questionamentos. Por exemplo, volta e meia aparece algum consultor de banco querendo me levar a investir em um determinado fundo ou um vendedor de celular me oferecendo um novo plano de dados. Claro, sempre dizendo que a oferta é sensacional e por tempo limitado, fazendo de tudo para insistir que eu contrate no ato.

Mas não caio nessa não, sempre jogo o balde de água fria, dizendo que eu preciso pensar. No caso do banco, costumo pedir que me passe as informações por email, para que eu veja com mais calma em um momento oportuno. Algo que o vendedor nunca faz.

Sei que você pode não acreditar, mas faço isso de forma verdadeira. Como falei lá em cima, às vezes esses vendedores podem oferecer algo que seja bom. Mas isso não significa que eu tenha que comprar esse algo no exato momento em que eles me procuram. Tipo, imagina o caso de um plano de investimento em um banco: estamos falando de pegar meu dinheiro e colocar em alguma aplicação, e a coisa responsável a se fazer é estudar os benefícios, os riscos, o cenário econômico atual, minha situação financeira de momento e os meus planos para médio e curto prazo, tudo isso antes de fazer uma operação desse tipo. E não estou disponível em qualquer momento para fazer isso, certamente estarei ocupado na hora em que o vendedor me procurou.

Para citar outro exemplo, esse que aconteceu comigo recentemente: é o caso da troca de plano de celular. Aparece algum atendente querendo oferecer um pacote com um zilhão de gigas de dados, com acesso ao Globoplay ilimitado e outras coisas. Cortei na hora, disse que não tinha interesse em nada daquilo (ainda mais Globoplay, pombas). Ela insistiu, disse que era possível trocar por Netflix (outra merda) ou outra coisa que eu quisesse... cortei a chamada, pois não tinha tempo. Mas depois, no fim de semana, eu parei para dar uma olhada nas opções de planos oferecidos, e acabei achando um que era interessante e contratei. De forma online, sem interagir "ao vivo" com um vendedor, e no momento em que eu estava disponível.

Os vendedores precisam aceitar que a gente tem o nosso tempo. Vamos comprar algo quando for de nosso interesse, e não no momento em que eles querem. Digo que eu, pelo menos, não vou jogar tudo para o alto para comprar algo na hora em que o vendedor quiser.

Cito outro caso que mostra essa minha postura: certa vez eu recebi uma ligação de uma mulher do banco, oferecendo um plano de investimento que, segundo ela, era muito bom, altamente lucrativo e todos aqueles adjetivos positivos que o vendedor de um plano de investimento usa na hora de ofertar qualquer coisa. Como de costume, a ligação veio em horário em que estava trabalhando, e para piorar em uma semana que estava cheio de coisas para fazer. E também como é de costume, disse que não podia falar (já não caio mais na conversa do "é só uns minutinhos"), mas pedi para que ela passasse as informações por email, que no fim de semana eu iria estudar e depois dar minha resposta, pois eu estava muito ocupado naqueles dias.

Aí ela mudou o tom para passar que estava apreensiva, pois o plano tinha um prazo para ingressar que era, convenientemente (ou não) até aquele mesmo dia. E insistindo, que ela poderia me ligar depois das 17:00 (assumindo que às 17:01 eu estaria liberado do trabalho), para esclarecer qualquer dúvida e operacionalizar a contratação. Respondi novamente que eu não podia, para que ela passasse por email pois eu não ia ter como ver naquela semana. Foi o momento em que ela foi até um pouco grossa na minha opinião, reclamando que não dava para esperar e que eu estaria perdendo uma ótima oportunidade. Só faltou dizer que eu era burro por estar deixando de ganhar dinheiro. Encerrei a ligação, dizendo que não podia falar mais. E provavelmente ela ficou puta da vida.

Provavelmente alguém aqui pode dizer que eu fui burro mesmo, pois aquela consultora estava me oferecendo uma ótima oportunidade financeira. Mas eu não quero saber, pois eu não vou ficar me submetendo a comprar algo só porque alguém disse que é bom, e de forma repentina no momento em que o vendedor quer. Essa "grande oportunidade" era algo que eu não fazia ideia cinco minutos antes da ligação e não iria afetar meu dia se eu não tivesse atendido. Dane-se se estava disponível até aquele dia. Na hora em que eu tiver tempo vão ter outras oportunidades que serão tão ou até melhores. O que eu acho uma falta de respeito é os vendedores acharem que temos que fazer as coisas no tempo deles.

E é até por isso que o volume de chamadas de vendedores aumenta exponencialmente no final do mês. Porque geralmente é a época de fechar a meta mensal, bimestral ou trimestral, é quando a água da privada está batendo na bunda e eles estão desesperados para fechar as vendas para atingir ou superar o número exigido pelos seus superiores. Aí é quando precisam arrumar alguns otários para vender alguma coisa, para chegar na meta e garantir a sua comissão. 

Tipo, os tais fundos e planos de investimento que normalmente me oferecem no banco, o contato é sempre nos últimos dias úteis do mês. Pôrra, fala sério! Tem o mês todo para enviar as informações, para que eu possa ver com calma e eventualmente contratar algo (como já falei algumas vezes para o banco). Mas eles deixam para o último segundo, por quê? Acho que deve ser uma mistura de desespero pela meta não-batida e aí tentam vender qualquer coisa, ou então pode até ser estratégia para oferecer algo em cima do prazo, para que o eventual comprador não tenha muito tempo para pensar e seja levado pela conversa fiada e pelo impulso, como o "medo" de estar perdendo uma grande oportunidade.

E o circo ficou ainda pior com o avanço da informática e da criação das automações... pois isso "facilitou" o trabalho desses vendedores, de forma que o computador possa sair discando para um porrilhão de números, e aí quando um infeliz atende, o vendedor pode entrar na linha e buscar um negócio. 

Tenho certeza que isso acontece com você: são dezenas de ligações diárias, de celulares de todos os números possíveis e eventualmente de alguns fixos. Números que nunca te ligaram e que provavelmente jamais vão te ligar de novo. E que se você atende, muitas vezes é uma chamada muda, ninguém fala nada, o que acontece quando o "robô" completa a chamada mas não tem nenhum atendente humano disponível. Ou então é uma mensagem gravada, pra te vender alguma coisa. Tenho certeza de que se você olhar na lista de chamadas de seu celular vai ter um monte de chamadas desse tipo, ligações únicas de telemarketing de números aleatórios.

Não estou nem falando de golpes... são chamadas "verdadeiras", resultado do abuso intragável do telemarketing, uma das maiores pragas que há nesse planeta.

Como disse acima, eu fico muito puto com isso. Se eu olhar em meu telefone, vou ver uma lista com pelo menos cinco chamadas diárias de números que desconheço e que são dessas tentativas irritantes de empresas de telemarketing. Não sei como fazem, pois não é um número fixo de uma central (o que é comum quando recebemos a ligação de um banco ou outra instituição). Cada momento é um celular diferente. Isso me tira tanto do sério que se o celular está perto eu cancelo a chamada. Pra piorar, quando faço isso algumas vezes cai uma mensagem na caixa postal ou então cinco segundos depois toca o telefone de novo... com um outro número diferente. 

Aí alguém pode dizer: "ah, mas não é bom não atender... pode ser alguém querendo falar com você..."

Nessas horas eu fico feliz de ser anti-social. Meu círculo de amizades é bem restrito, com pessoas que eu conheço e que sei o número, ou seja, cujos nomes vão aparecer na identificação de chamada. Fora isso, ou é alguém querendo me vender alguma bobagem que não tenho interesse ou então alguém que arrumou meu telefone pra me pedir alguma coisa. E são pessoas com as quais não tenho o menor interesse de falar. Se não conheço o número, não atendo. Se for alguém de verdade e não um "robô" de telemarketing, vai ligar de novo do mesmo número ou me passar uma mensagem no WhatsApp ou Telegram.

Se bem que nem nesses aplicativos estamos livres de chatos querendo vender alguma coisa... Volta e meia olho no meu celular e vejo a bolinha vermelha de um desses aplicativos com centenas de mensagens. Vou ver e descubro que alguém me adicionou, juntamente com milhares de outros trouxas, em algum grupo qualquer, geralmente oferecendo emprego ou um negócio infalível. Na mesma hora denuncio e bloqueio... felizmente descobri que tem como impedir de ser adicionado em grupos sem autorização.

E toda essa encheção de saco ficou ainda pior depois que essa merda de Anatel decidiu revogar a obrigatoriedade de que serviços de telemarketing fossem obrigados a usar o prefixo 0303. Quando tinha isso, nem pensava duas vezes, desligava na hora. Aí a agência decidiu que isso "estigmatizou" o número, que as pessoas estavam rejeitando direto as ligações em vez de escolher atendê-las (o que apenas comprova que ninguém suporta chamada de telemarketing)...

Agora temos um festival de números, sem saber do que se tratam... Eu particularmente não ligo muito, pois repito que número que não conheço eu não atendo. Mas para aquelas pessoas que precisam atender chamadas, imagina como é desagradável imaginar que a ligação que tocou é algo importante... pra descobrir algum mané querendo vender rebimboca da parafuseta ou então é uma chamada muda que não serve pra nada.

Enfim... depois de todo esse desabafo, acho que está na hora de ir. Mas é realmente cansativo, vendedor é uma raça chata pra cacete. Se você é vendedor e ficou ofendido, é porque certamente a carapuça serviu e você age de forma inconveniente e afobada com os possíveis compradores. Precisam entender que cada um tem o seu ritmo, cada pessoa tem as suas preferências e é necessário respeitar o tempo e a vontade de um eventual comprador. Não encham o nosso saco, e será melhor para todos, pode apostar...

Comentários

Anônimo disse…
Texugo, Texugo.... quando você não está groselhando sobre política ou sobre esses animes estranhamente sexualizados, você sempre é certeiro e interessante.

Sobre o tema, tenho pra mim que nem vendedores de fato são. São ofertadores e só. Na minha opinião, um vendedor sabe identificar onde a real oportunidade de venda está. Me pergunto se esta estratégia de ofertar até a exaustão é mais eficiente do que qualquer outra estratégia que não seja tão incômoda.

Por exemplo, na empresa que trabalho, frequentemente recebo ligações e emails onde "vendedores" ficam insistindo em me visitar, em marcar reuniões, em mostrar as soluções que podem me oferecer, mesmo eu explicando para eles que a empresa no momento não exerga necessidade no produto deles, ou que não deseja fazer tal investimento por hora, ou mesmo que o serviço ofertado não é de interesse para nós. Mas no mês seguinte (geralmente proximo da data de faturamento), mais emails e ligações tentando marcar uma visitinha sem compromisso são feitas, pelas mesmas pessoas.

Chato mesmo.