Azur Lane 2 - CORPO A CORPO - Ondas Pulsantes, Asas de Aço

Eu sei, esses títulos não fazem o menor sentido. Mas é coisa de oriental mesmo, deve ter algum tipo de significado místico em certas palavras que não fazem o menor sentido para nós, ocidentais. O que importa é que eu estou de volta com o segundo episódio da série animada Azur Lane, com as garotas que usam partes de navios de guerra do passado e caem na porrada. Sei que não um assunto que não deve agradar a muita gente, mas eu acho legal fazer esse tipo de sátira revendo esse desenho baseado em um jogo de celular que tem uma relativa legião de fãs. Vamos em frente.

No episódio anterior, que você pode ver aqui, tivemos uma certa recriação do ataque japonês à base americana de Pearl Harbor. Embora foi usada uma extensa liberdade poética para adaptar a história real ao desenho. Descobrimos que as nações do Sakura Empire e Iron Blood decidiram usar a tecnologia dos Sirens e fizeram questão de demonstrar seu poder de fogo contra seus antigos aliados da Eagle Union e Royal Navy. Pode apostar que teremos muita porradaria mais uma vez.

Novamente temos uma introdução narrada por uma das personagens (acho que é a Enterprise), explicando o que diabos são os cubos mentais, ou cubos de sabedoria na tradução literal do termo do jogo (wisdon cubes). Aliás, cabe explicar para quem não conhece o joguinho, esses cubos representam o recurso mais importante, pois são usados para construir navios.

A voz segue, dizendo que esses misteriosos cristais tinham sido obtidos pela Humanidade após o conflito com os Sirens, e que servem para dar vida às meninas-navio, com o poder dos navios de guerra do passado. E com isso tinha sido possível vencer os alienígenas no passado. Toda essa explicação passa enquanto vemos a destróier Eldrige, que acho que não vai mais participar da série além dessa cena de introdução psicodélica.

Continuando, a introdução fala que algumas facções desejaram mais poder, e com isso tinha surgido o Red Axis (que em alguns momentos a dublagem se confunde e chama de Crimson Axis, dá no mesmo), que queriam o poder da tecnologia avançada dos Sirens só pra elas, e assim se rebelando contra o Azur Lane. Pior de tudo que os dois lados lutam contra os mesmos inimigos, mas acabam brigando entre si também por conta de suas ideologias distintas. 

E quem conhece o jogo vai perceber que nessa imagem usaram alguns desenhos extraídos diretamente de lá. Mostrando que os desenhistas tendem a ser bem preguiçosos, como veremos mais adiante.

Começamos então o episódio pra valer, e vemos que a base ainda está bem destruída, com vários navios afundados e fogo para todo lado. E para fazer a limpeza temos um monte de pintos amarelos, os Manjuus do jogo, apagando os destroços e ajudando as meninas que estão ali no meio dos escombros fumegantes.

Uma breve pausa, ao ver o passarinho com chapéu de capitão. Nos dois jogos de meninas-navio mais famosos existe a figura do comandante, que é o jogador. Começando com os jogos em si, em Kantai Collection ele não aparece de nenhuma forma, mas as personagens sempre falam para ele, dando a impressão que se dirigem ao sujeito que está jogando, vendo tudo sob uma ótica de 1ª pessoa; por sua vez, em Azur Lane é possível ver algumas "falas" do comandante em certos eventos e participando ativamente da história, mas ele também não aparece fisicamente em nenhum momento. 

Quando vamos para os desenhos, lá no Kancolle ele pode ser visto, mas é sempre uma sombra que nunca aparece e não dá nenhum pio, algo que chega a ser cômico. E aqui não veremos ninguém, nem mesmo uma sombra nem nada, dando a impressão que a figura do comandante não existe no universo animado. Ou seria esse pinto amarelo e gordo que parece um Pikachu com um chapéu de capitão?

Enfim... o resgate continua, e vemos que tem alguma pobre menina-navio boiando na água e desacordada. Em vez de se aproximar e ajudá-la de forma cuidadosa, os Manjuus preferem usar uma vara de pescar pra tirar a coitadinha dali. Bando de pintos filhos da puta, onde já se viu? Acham que estão pescando trutas num pesque-e-pague, pombas?

Ah, mas era a pentelha da San Diego, que todo mundo acha que é chata pra caramba. Tá explicado...

Prince of Wales está avaliando o prejuízo, usando um daqueles binóculos de ópera. Afinal de contas, a realeza precisa usar esses fru-frus todos chiques. Illustrious comenta que não esperava que o Sakura Empire iria atacar antes, mostrando que no fundo elas queriam ter feito a mesma coisa. Como diz o ditado popular, "quem não faz, leva", minha filha.

Nesse momento, os navios Sirens que estavam sendo controlados desaparecem do nada, como se alguém tivesse apagado da existência. Ou seja, os navios futuristas eram bio-degradáveis, sem sujar o oceano.

As duas se perguntam se suas inimigas fazem ideia do poder dos Sirens e como isso pode se voltar contra elas. Mas naquele momento o mais importante era consertar os navios afundados e reparar a base, só precisavam convencer o pessoal do seguro que havia sido um acidente.

A sorte era que Enterprise tinha aparecido, se não fosse ela o estrago seria bem pior. Prince of Wales diz que ela parece não ter limites, mas Illustrious ainda sente uma certa preocupação com a porta-aviões americana, lembrando que quando um arco e flecha é puxado com muita força, a corda pode arrebentar. Típica sabedoria de biscoito da sorte chinês.

Quem está voltando para a base também é Javelin e Laffey, sendo que a última ainda está toda estropiada depois de se jogar na frente de uma salva de torpedos para salvar sua amiguinha inglesa estabanada. Esse é um dos exemplos de como a animação cai de qualidade em alguns quadros, parece que as duas foram desenhadas por um caolho com tremedeira.

Javelin está aliviada, pois o ataque havia acabado e elas conseguiram voltar em segurança para a base (e também pelo desenhista ter se dedicado um pouco mais nesse quadro). Agora era hora de comer biscoito goiabinha com suquinho de laranja e assistir o Teletubbies até a hora de dormir. 

Mas ela se desespera ao ver que Laffey está toda morgada, com as fuças do chão e roncando que nem uma moto-serra. Essa aí dorme em qualquer lugar, deve torcer pro mundo acabar em ladeira pra morrer encostada.

Laffey diz que está com soninho e pra largar ela em paz. Mas Javelin diz que aquele não é o melhor lugar pra dormir. Primeiro, por ser um chão de concreto frio e sujo. E segundo, pelo fato de ter um cameraman tarado que se posicionou para filmar suas calcinhas.

Pois é. Como disse no primeiro episódio, em parte esse desenho é um fan-service, que busca atiçar os hormônios dos adolescentes orientais que ficam excitados com sacanagem envolvendo as personagens do jogo. Assim, pode esperar por cenas absurdas, como a que vem a seguir, em que depois de Laffey ser virada de lado, vemos que tem um caranguejinho maroto passeando por onde não devia.

Quem se aproxima agora é Prince of Wales, com sua roupa roubada de uma peça dos Três Mosqueteiros, e Illustrious, com seus magumbos desafiadores da gravidade. Juntamente com a pirralhinha da Unicorn, que está bem mesmo depois de ter sido atacada no último episódio. E que não perdeu seu unicórnio de pelúcia.

Unicorn está feliz que as duas estão bem, e elas recebem os parabéns de Prince of Wales. Elas tinham se saído muito bem mesmo sendo novatas e iriam ganhar uma medalha de honra pelo seu trabalho. Laffey nem prestou atenção, pois já está babando de sono. Como de costume, certos personagens de desenho japoneses são assim mesmo, bem unidimensionais...

Apesar dos parabéns e de ficar feliz em ganhar uma medalha pra colocar no currículo, Javelin fica apenas pensando em como ela tinha sido atacada por Ayanami, que tinha ajudado Unicorn a encontrar seu Uchan. Por que ela tinha feito tudo isso? Ela parecia ser boazinha e depois tava se declarando como o demônio.

Aí temos um dos momentos mais sem-noção do episódio, acho que de toda a série. Por algum motivo, talvez por ser sonâmbula, Laffey agarra a alça do vestido de Javelin...

... e puxa pra baixo, deixando a inglesa exposta em um topless indesejado, com direito a um sonoro "boing boing"! Mas como assim?

Javelin fica toda sem graça com a situação. Logo diante de suas superioras? Por que tinha que acontecer isso com ela? Mas, pombas... se ela usasse um sutiã como toda mulher bem educada, não iria passar por essa cena.

Unicorn fica surpresa... Provavelmente se perguntando se algum dia será pelo menos tão desenvolvida como sua amiguinha destróier. Mas não tanto como Illustrious, por que assim ficaria difícil abraçar seu Uchan. Este, por sua vez, está puto por não estar conseguindo ver nada. E é impressão minha, ou o chifre dele aumentou?

Javelin fica revoltada, chamando Laffey de tarada e sem vergonha. Se isso acontecesse de novo, ela a denunciaria para a polícia do distrito, pra colocá-la de castigo. 

Mas a sonolenta destróier americana está pouco se lixando pra isso, ela só quer dormir um pouco e ninguém fica quieto. E também não entendia por que de todo esse auê que Javelin estava fazendo por ter ficado sem blusa, ela mesma estava lá com a roupa toda aberta e um outro caranguejo tarado e estrategicamente posicionado para garantir a censura do desenho.

Javelin se desespera com a cena, e corre pra jogar o crustáceo sacana pra longe e cobrir a sua amiguinha. Deve estar xingando os criadores do desenho, que bolaram uma ideia tão absurda que mais parece um filme pornô barato.

Prince of Wales lamenta que elas não poderão receber medalhas depois daquela cena, pois existem regras bem rígidas contra meninas-navio que ficam mostrando as bazingas em público. Assim, era melhor as duas irem descansar e comer alguma coisa, e se possível passar na alfaiataria para ver se resolviam aquelas roupas que ficavam abrindo sozinhas.

Javelin fica triste, pois era a oportunidade dela ser reconhecida por todo seu esforço. Laffey por sua vez está pouco se fudendo, entornando uma garrafa de refrigerante goela abaixo.

Aliás, essa bebida tem no jogo, e é chamada Oxy-Cola. É como se fosse o combustível que elas tomavam. E que parece agradar à dupla de caranguejos pervertidos, comemorando a sua pequena mas expressiva participação neste episódio.

Sério, não me lembro de caranguejos mais malandros desde o Sebastian da Pequena Sereia.

A bagunça na base continua, pois ainda tem muita coisa pra ser consertada. Alguns navios tinham sido bem danificados e provavelmente ficariam um bom tempo no estaleiro, como esse cruzador sendo rebocado para um lugar seguro. Qual será a menina-navio que usa essa embarcação?

Claro, tinha que ser a San Diego, abrindo o berreiro ao ver seu navio todo arrebentado... Ela não dá uma dentro, vai ser azarada assim na casa do chapéu.

Cleveland, que está consertando seu navio com a ajuda de alguns Manjuus, fica refletindo sobre como elas foram pegas de surpresa. Muitos navios estavam em situação ruim, e pra piorar não tinha nenhuma embarcação de reparo na base. O que leva a pensar em como ninguém tinha pensado na ideia de que em algum momento elas precisariam de consertos. Mas algo chama a atenção dela lá embaixo.

Era Enterprise, que apesar de estar bem danificada, ainda estava de guarda, pronta para ir ao combate. Cleveland diz que ela precisa descansar, mas a porta-aviões reponde que os reparos mais emergenciais já tinha sido feitos, e aquelas raposas fedorentas ainda estavam perto. Ela não podia bobear, embora estivesse meio grogue.

Apesar de toda postura destemida, ela logo tem uma recaída e quase cai de bunda do chão, sendo acudida por Cleveland. A cruzador lembra que, apesar de Azur Lane não ter perma-death como em Kantai Collection, não dava pra se arriscar e ficar de guarda por conta de inimigos que nem tinha certeza se estavam ali perto ainda.

E era verdade. Pois vemos os porta-aviões Akagi e Kaga próximos da base, mas se dirigindo de volta para casa, depois do ataque bem-sucedido. Comento novamente que neste ponto os desenhistas deram show, representando os navios como eram de verdade.

Em um deles estão as meninas-navio japonesas que correspondem a estes navios. Akagi está brincando de enfermeira safada, cuidando dos ferimentos de Kaga, mas na verdade ela está só aproveitando a oportunidade para dar uma esfregada nos generosos balões de sua irmã de cabelos brancos, que pede pra deixá-la em paz e parar com essa sacanagem.

É melhor você ir se acostumando com Akagi. Ela é uma verdadeira ninfomaníaca sem noção, a ponto de dar em cima de sua própria irmã. Além disso, ela certamente não tem muitas noções básicas de higiene, ao chegar pertinho de Kaga e dar uma lambida no corte que ela tinha no rosto. Ou então o cuspe tem alguma propriedade cicatrizante que eu desconheço.

Kaga fica meio desconfortável com tudo aquilo, mas entende que no fundo Akagi se preocupa com ela. Mesmo não sendo a sua irmã de verdade. Uma sutil referência ao fato de que o porta-aviões Kaga só existiu porque o "verdadeiro irmão" de Akagi, o cruzador de batalha Amagi, havia sido destruído em um terremoto antes de ser transformado em porta-aviões.

Breve parênteses. Um dos motivos que me fez gostar desses desenhos de Kantai Collection e Azur Lane é como conseguiram fazer referência aos acontecimentos de verdade, relacionando o desenho ao histórico dos navios. Vemos que aqui criaram essa sacada de que Kaga é como se fosse uma irmã-adotiva de Akagi, para representar esse fato histórico relativo aos dois maiores porta-aviões japoneses.

Voltando à história, Kaga escuta um barulho e dá um pulo, prestes a descer a porrada em quem estava ali espiando as duas, do alto do mastro como um papagaio de pirata.

E temos então a apresentação da primeira menina-navio alemã, ou melhor, do Iron Blood. Esta é a cruzador Prinz Eugen, toda assanhadinha e falando com sotaque como se estivesse numa Oktober Fest. Não cheguei a ver como são as vozes na versão original, mas nessa dublagem tem horas que exageram um pouco no sotaque.

Kaga fica meio invocada com a presença daquela alemã, afinal de contas vai ser um pesadelo de Relações Públicas se elas ficarem interagindo com supostas nazistas. Mas Akagi, que está brincando com uma versão diferente do cubo mental, reforça que as duas facções têm os mesmos ideais, desejando usar a tecnologia Siren para vencer os alienígenas. 

Enquanto essa tecnologia avançada parece ter sido o que deixou as meninas do Sakura Empire como furries orelhudas e com caudas, tudo indica que as do Iron Blood adotaram equipamentos mecânicos diabólicos, como os dois braços com bocas de tubarão e canhões de Prinz Eugen. Bizarro de qualquer forma. Sem se importar com meu comentário, a cruzador elogia a forma como Akagi controlou os navios Sirens, mesmo que fossem meros barquinhos de produção em massa como brinquedos.

Mas o importante é que Prinz Eugen gostou da demonstração de força, embora aquelas japonesas tivessem sido meio fraquinhas e não destruíram de vez o Azur Lane naquele momento em que estavam vulneráveis. E sem pedir licença, ela se dirige à mesinha do coffee-break patrocinado pelo China in Box, pegando um salgado que parece uma salsicha no palito com um molho shoyu.

Ela continua provocativa, imaginando que talvez Akagi tenha desistido de continuar com o ataque pois a sua irmãzinha incompetente tinha um arranhão de nada na cara. Kaga fica puta da vida, dizendo que arranhão era a puta que pariu, e praquela chucrute tirar a bunda de cima da mesa da bóia. Enquanto isso, Akagi está distraída com o cubo mágico, vendo vídeos do TikTok.

Prinz Eugen dá uma risadinha, percebendo que tinha atingido o ponto fraco de Kaga, e volta as suas atenções para o salgado roliço e suculento em suas mãos. Pois é, cena apelativa ao extremo. Mas, diferente das destróieres acima que ficaram todas encabuladas, Prinz Eugen não faz cerimônia ao passar mensagens subliminares pseudo-eróticas para a audiência.

Nessa hora, tentando voltar para a história, aparece mais um daqueles aviõezinhos de papel que também servem de comunicadores. Era Zuikaku, informando que uma força avançada da Azur Lane estava vindo, perseguindo-as desde o ataque. Akagi pede para que a 5ª Divisão cuidasse daquelas meninas-navio, para que ela não fosse importunada enquanto continuasse cuidando dos dodóis de Kaga.

Depois de encerrar a chamada a cobrar, Akagi confessa que as porta-aviões da 5ª Divisão eram novatas, e assim pede para que Prinz Eugen e o Iron Blood ajudassem. Aliás, um fato real, pois as tripulações dos porta-aviões Akagi e Kaga (1ª Divisão) se viam como os fodões, desprezando as equipes dos navios mais novos. A cruzador concorda, pois seus braços-tubarões estão loucos para morder aquelas metidas do Azur Lane.

Algumas horas mais tarde, já no final do dia, encontramos Ayanami descansando em cima de uma das torres de seu navio, enquanto pensa em tudo que tinha acontecido, especialmente naquelas duas destróieres inimigas. Mas seu momento de reflexão será interrompido, pois é hora de mais introduções.

Essa é Z23, também conhecida como Nimi por algum motivo que não faço ideia, e que vai ajudar na missão de interceptação da força da Azur Lane. Como toda alemã, ela é pragmática e fala que precisam revisar o protocolo, os mapas, os procedimentos, munição e também se estavam levando o lanchinho da tarde, antes de zarpar para acabar com os inimigos.

Diante da palavra "inimigos", Ayanami começa a pensar em Javelin, Laffey e Unicorn. Embora ela saiba que tem que obedecer as ordens, no fundo ela não gosta de brigar, especialmente com outras meninas-navio que nem ela.

Nimi fica furiosa. Como assim? Não tinha essa de não gostar! Ordens são ordens, e eram pra ser seguidas, não era pra ficar questionando. Heil! Mas Ayanami continua serena, e pergunta se Z23 gosta de lutar afinal de contas.

Mais calma, Z23 fala que elas tinham sido criadas para lutar, afinal de contas eram baseadas em navios de guerra. Era a missão delas, e não tinham como escolher o que fazer ou não. E antes que apareça algum fresco questionando o símbolo, trata-se de uma cruz de ferro e não uma suástica, que aliás não é mostrada em nenhum momento no desenho (quando seria pra ser, o símbolo é um X preto). Cruz de ferro não tem nada a ver com nazismo, antes que venham falar bobagem.

De volta à base da Azur Lane, encontramos Javelin e Laffey fazendo um piquenique. Afinal de contas, quando um conflito de proporções épicas começa, a primeira coisa que se faz é comer um hambúrguer com refrigerante em um piquenique. Bom, pelo menos é o que a sonolenta Laffey está fazendo, enquanto Javelin fica pensando em Ayanami e lamentando o fato dela ser inimiga.

Nessa hora, passa uma águia-careca, para deixar bem claro que teremos o momento "Murica" do episódio. Aliás, sempre achei curioso como ela é chamada de "águia-careca". 


Claro, era porque nesse momento Enterprise aparece. Já fica claro que ela é praticamente como a protagonista do desenho, ou pelo menos uma das personagens de maior importância. Especialmente quando ela tem a marca registrada de heróis de desenhos japoneses, de simplesmente ficar parada diante da brisa e olhando para o nada. Como o Ryu do Street Fighter, que sempre quando ganha faz pose diante do ventinho oriental oportuno.

Javelin decide quebrar o silêncio, e pergunta se Enterprise quer algo de sua marmita, como algumas jujubas ou danoninho. Mas ela responde que já é adulta, e aquilo era lanchinho de criança. Laffey, que apesar de estar eternamente com sono, é a primeira a perceber que a porta-aviões está machucada. Pois é, apesar de parecer ser uma bobinha, Laffey até que é a mais perceptiva de todas. E por algum motivo a toalha onde as meninas sentam tem desenhos daqueles pintos amarelos, que devem ganhar uma grana de mechandising

Realmente, ela não estava 100%, apenas os reparos mais emergenciais tinham sido feitos. Mas ela não podia descansar, pois havia risco ainda. Na verdade, ela nunca tinha parado para pensar em porque luta, muito menos se estava se esforçando demais. Afinal de contas, lutar era seu propósito de vida, por ser baseada em um navio de guerra.

Laffey entende e diz que ela só não gosta de lutar quando está com sono. Ou seja, sempre. Javelin perde a paciência, dizendo que se ela estava com sono, era só dormir. E parar de tomar Coca-Cola, pois tem cafeína e não ajuda com o sono.

Mas ela conclui, dizendo que não gosta quando vê que alguém ruim está maltratando seus amigos, e mesmo que ela esteja muito cansada, se motiva a lutar ainda mais para protegê-los.

Pois é, torno a repetir: apesar de parecer o Soneca e estar sempre com essa vozinha sonolenta, Laffey parece ser a mais sensata da base.

Enfim, pero dali vemos que tem uma força de patrulha próxima à base, buscando localizar as meninas-navio-raposas do Sakura Empire. Acredite, é isso que deve estar dizendo aquele monte de hieróglifos japoneses lá embaixo.

A força é de certa forma liderada pela destróier Hammann. Liderada pois ela está fula da vida por terem atacado a base de surpresa, e não vê a hora de descer o sarrafo naquelas orelhudas japonesas. Curioso é que, por algum motivo, ela é uma das raras meninas-navio da Eagle Union que também tem orelha de bicho. Northampton, a cruzador que a acompanha, pede para ela se acalmar, pois vai acabar arrumando uma úlcera com esse nervosismo todo.

Helena, a cruzador leve de cabelos azuis, comenta também que provavelmente essa busca não dará em nada. Além disso, não tinha porque Hamman ficar tão nervosa assim, pois os reparos já estavam sendo feitos, e ninguém tinha ficado ferida seriamente.

Mais algumas personagens que são apresentadas. Long Island é uma porta-aviões leve que odeia sair de seu quarto, onde gosta de dormir e jogar videogame, e está reclamando sem parar. Juntamente com ela está Arizona no primeiro plano, encouraçada que comenta que a sorte da base é que Enterprise chegou a tempo de evitar o pior. Interessante observar que na vida real o navio Arizona explodiu, acumulando várias vítimas, e hoje é um memorial em Pearl Harbor. Não sei se foi proposital por algum motivo, mas aqui no desenho ela sobreviveu.

Por fim, conhecemos a sorridente Hornet, que confessa que é um pouco estressante ser irmã de uma das porta-aviões mais poderosas da Eagle Union. Com direito a um modelito bem exibicionista, chapéu de cowboy e sotaque de texana. Parece que ela saiu correndo para o combate e esqueceu as suas roupas em cima da cama.

Após navegarem por mais algumas milhas, Helena capta algo em seu radar 5G (provavelmente com tecnologia da Huawei, já que o jogo é chinês). E não é piada de 5G, veja que está escrito no seu fone. Ela representa o grande avanço que a marinha americana apresentou nos primeiros anos de guerra no que diz respeito ao desenvolvimento de radares e sonares, e é por isso que ela faz esse papel aqui. 

Mas me pergunto se precisava de radar, uma vez que dois gigantescos porta-aviões japoneses estavam lá no horizonte. Como os dois são iguais, já dá pra imaginar que correspondem ao Zuikaku e Shokaku... Tá, só quem conhece de história naval ou viu alguma de minhas postagens de navio poderia saber essa.

Zuikaku já tinha aparecido no primeiro episódio e agora conhecemos Shoukaku, que está largada no convés chorando, porque as veteranas da 1ª Divisão eram muito rudes com ela, uma menina-navio frágil e delicada. Alguém precisava ensinar bons modos para aquelas duas feiosas de orelhas pontudas.

Dois breves comentários: eu acabo sempre escrevendo o nome do navio como Shokaku, pois é a forma em inglês. Mas, quando olhamos os desenhos de Kantai Collection e Azur Lane, é comum ver a nomenclatura diferente, como Shoukaku. Isso acontece porque o nome japonês na verdade é escrito como Shōkaku, com esse traço em cima da letra "O", e que acaba aparentemente tendo o som de "ou". Assim, não notem se eu fizer uma mistureba.

E o outro comentário: por algum motivo obscuro, é possível perceber uma enorme semelhança física entre as Shoukakus de Kantai Collection e Azur Lane.

No outro navio, Zuikaku pede para que sua irmã não leve os desaforos de Akagi e Kaga de forma tão pessoal. Em outras palavras, ela pede para que Shoukaku pare com a ladainha e se concentre no combate, pois era a chance para mostrar como que elas eram boas. Nesse ponto já há uma inversão entre as duas animações, pois em Kantai Collection era Zuikaku quem ficava sempre enfezada com as provocações das outras.

Se as Shoukakus dos dois desenhos eram fisicamente muito parecidas, o mesmo não pode ser dito das Zuikakus. A diferença deve ser de dois litros em cada um dos peitos.

Enfim... Na base da Azur Lane, Prince of Wales é avisada pela patrulha que uma nova força do Sakura Empire se aproxima, e elas precisam revidar. Mas antes que alguém possa mexer um dedo (embora pareça que ninguém esteja com muita disposição para isso), Illustrious aparece, dizendo que Enterprise sumiu. Agora danou-se.

Mas a protagonista na verdade estava correndo... ou melhor, navegando a toda velocidade, para ajudar a esquadra que estava em apuros. Mesmo estando ainda muito arrebentada, com um puta rombo no seu convés-escudo. Cleveland implora para que ela volte, as outras meninas-navio podem se virar sozinhas. Só que ela não quer saber. Afinal de contas, como personagem principal ela precisa aparecer na maior parte do tempo, está no contrato.

Enterprise está tão estropiada que acaba tropeçando na água, por mais absurdo que isso possa parecer. Cleveland repete que ela precisa se recuperar, mas a porta-aviões diz que não pode fazer isso, pois sua irmã Hornet está naquela patrulha, e não pode permitir que nada aconteça com ela. Parece que as palavras de Laffey lá em cima tiveram um impacto grande.

Cleveland entende o que ela queria dizer... pois ela também tinha um montão de irmãs e como a mais velha ela sabia o que era esse sentimento de se preocupar com as mais novas. E fica feliz de ver que Enterprise tinha um lado humano, pois parecia que ela era um robô psicótico sem sentimentos. Assim, ela decide ajudá-la.

E elas não estão sozinhas. Animadas em ajudar Enterprise, Javelin e Laffey decidem participar da missão. Observe que Laffey veio mais preparada dessa vez, trazendo uma lanterna. Tá, não sei como isso será útil em uma batalha diurna, talvez seja a luzinha de dormir dela.

Pior que elas precisam se apressar, pois praticamente todas as meninas-navio estão seriamente machucadas. Putzgrila! Estavam com uma vantagem de 3 para 1 e levaram essa surra tão facilmente? Fala sério.

A única que ainda está inteira é Hornet, driblando as bombas que caem do céu. Podia jogar como atacante de um time de futebol, aposto que jogaria melhor que o Neymar que passa mais tempo no chão, berrando e segurando a canela.

O ataque continua, com as porta-aviões orientais mandando uma chuva de bombardeiros para acabar com aquela cowgirl de sotaque ridículo. Mas não tanto como a ideia que bolaram para Shoukaku, que fica tocando uma flautinha para lançar os aviões. Segundo ela, a melodia era para dar paz para aquelas que afundassem. Acho que na verdade era para as pessoas ficarem de saco cheio dessa musiquinha escrota e cometerem suicídio. 

Se por um lado Shoukaku tem essa flauta peruana enjoada, Zuikaku tem mais estilo, com uma espada samurai para cortar Hornet ao meio como um salame. Parece que mais uma vez as meninas-navio da Azur Lane vão passar por maus bocados...

Já disse isso e repito, na minha opinião Zuikaku é uma personagem muito legal em Azur Lane. Não apenas por ser uma das poucas orientais que não tem orelha de raposa ou rabo de rato, mas sua participação na trama do jogo e do desenho é muito bem elaborada, como você verá mais adiante. É o máximo que eu vou dizer, para não dar spoiler. E repito, seu par de blindagens peitorais não tem nada a ver com isso, eu juro...

Tá, nem a Hornet acreditou nessa. Mas ela tem maiores problemas no momento, pois vai acabar descobrindo como que uma fatia de mortadela de sanduíche de petista se sente.

Mas... como você já deveria estar imaginando, alguém aparece no último pentelhésimo de segundo para salvar o dia. No caso, um grupo de caças mandando chumbo. Na boa, essas salvadas de última hora são muito manjadas, vamos bolar algo mais original?

Acontece que Zuikaku é fodona, pulando para trás e imitando o Deadpool, cortando as balas. Isso, Azur Lane. Vão acabar levando um processo de plágio da Marvel agora...

Claro que era Enterprise quem estava chegando, para salvar o dia mais uma vez, com seu arco de energia que foi roubado do desenho da Caverna do Dragão.

Chegamos ao clímax do episódio, deve ser por isso que parte do título tem aquela expressão de "corpo a corpo". Embora não faça muito sentido quando um dos combatentes usa um arco-e-flecha.

Hornet aproveita a deixa para se mandar dali, tinha escapado por um triz graças à sua irmã. Mas ela se dá conta que ainda que são duas contra duas, e mesmo que Enterprise fosse tão forte assim, elas precisariam de reforços. Sem falar que tinha que salvar as suas colegas que levaram uma mega coça.

Mas aí ela percebe que Cleveland estava por lá também para ajudar. Na verdade, para ficar acenando em vez de atirar em alguma coisa...

Antes que elas possam pensar, aparece alguém gritando "Blitzkrieg!". Era Prinz Eugen, finalmente saindo do seu esconderijo e mandando chumbo com seus braços-tubarões. Pra que ter canhões de navio de guerra, se dá pra atirar bolas de fogo de mutantes de metal, né? Acontece que ela erra o alvo feio.

Cleveland fala que não tava valendo ainda, que ela tinha falado "tempo". Se não sabe brincar, fica de fora, pôrra.

Prinz Eugen dá uma risadinha... Ela diz que não sabia que na guerra tinha regras como no pique-pega. Mas não tinha problema, pois elas pareciam ser tão fraquinhas que não ia se incomodar em sujar suas mãos. E assim ela chama suas amiguinhas para ajudar.

Z23 se apresenta, preparada para mostrar para aquelas yankees comedoras de hambúrguer que apesar de ser uma baixinha, ela ia acabar com a raça delas.

E quem está lá também é Ayanami... embora parece que ela está meio desconfortável ao ver que Javelin e Laffey estão lá de novo. Ou então ela se lembrou que esqueceu de pagar a conta de gás e vai ter que tomar banho frio quando chegar em casa.

Javelin está na mesma, lamentando que Ayanami vai enfrentá-las. Mas Laffey diz que está tudo bem e pede para que a inglesinha leve as outras de volta para base, pois ela vai cuidar de tudo. Bom, já vimos que mesmo quando as garotas de Azur Lane têm vantagem numérica, elas se dão mal... Claro, o que poderia dar de errado se agora elas estivessem em desvantagem?

Nimi não quer saber... Ela até acha nobre que aquela menina com orelhas de coelho estivesse se sacrificando para permitir que suas amigas fugissem. Mas não ia ser por isso que ela ia dar mole, sacando sua arma-tubarão que ganhou de presente no Natal passado.

Hora de darmos uma passada na base da Azur Lane. Era de se esperar que elas estivessem organizando uma força especial para ajudar as demais meninas-navio que estavam em combate com o Red Axis. Acontece que são cinco da tarde de novo, hora do chá... e assim elas decidem ficar ali no salão, comendo bolinhos. Fala sério, guerra rolando e elas estão pensando no estômago, cacete!

Do nada, o telefone toca, e Prince of Wales atende. Embora ela imagine que seja outra ligação daquelas, que desligam na sua cara logo depois que atendemos.

Mas na verdade quem estava do outro lado da linha era a líder da Royal Union, a encouraçada Queen Elizabeth. Afinal de contas, nada mais óbvio do que colocar a menina-navio cujo nome se refere diretamente à rainha como a chefe. Que logicamente está tomando seu chá também, enquanto alguém segura o telefone para ela. Era o viva-voz da época...

Como toda rainha, ela é atendida por servos. No caso, as cruzadores Sheffield, segurando o telefone, e Edinburgh, que está com um pára-raio que não serve para nada, já que o dia está ensolarado. Convencida, Queen Elizabeth diz que sabe tudo que está acontecendo, e já mandou reforços para ajudar as meninas-navio que estavam sendo atacadas.

Enquanto isso, Zuikaku e Enterprise seguem saindo na porrada. Eu imaginava que num combate à curta distância a japonesa ia levar vantagem por estar com uma espada, mas a porta-aviões americana consegue usar seu arco para se defender. Coisas que só acontecem em desenhos japoneses.

Depois de dar uma rasteira, Zuikaku chuta Enterprise longe...

... e se prepara para o golpe de misericórdia. Finalmente, se ela vencer Enterprise, será reconhecida por suas veteranas, que vão parar de zoar com ela.

Acontece que Enterprise também não perdoa. Pois mesmo à queima-roupa, ela consegue armar seu arco, para acertar um tiro bem no meio das fuças daquela japa peituda.

Mas Zuikaku também é fodona, e consegue defletir o raio de energia com a espada. Em mais um dos momentos em que a qualidade do desenho despenca.

Para seu azar, Enteprise estava um passo à frente. Pois aquele raio era na verdade para criar um bombardeiro, que ia acertar um torpedo nas costas de Zuikaku, em um verdadeiro ataque fálico por trás. 

Ela escapa por pouco. Mas Enterprise já chega com um Tap-Tap-Tarugen, chutando Zuikaku para a puta que pariu. Repito, tenho que reduzir um pouco as cenas de ação, ou a postagem ficará quilométrica.

Do outro lado, Z23 e Ayanami estão prontas para a peleja, juntamente com vários navios Sirens. Mas, espere um pouco, elas estão esse tempo todo, apenas olhando uma para as outras, sem lutar? E eu achando que tinha muita ação.

E realmente a briga seria apenas com Laffey. Pois Javelin e Cleveland, que estão inteiras, decidem ficar da retaguarda, cuidando das feridas. Com exceção da nervosinha Hammann, que largaram boiando como um pedaço de bosta.

Mas Laffey guarda suas armas. Pois ela está com sono e ficou sem vontade de brigar. Z23 fica puta, berrando como uma louca, que não fazia sentido nenhum simplesmente se preparar para a peleja e depois ir embora pra dormir.

A verdade é que falta pouco tempo para acabar o episódio. E ninguém quer saber da briga delas, mas sim de como vai terminar o embate épico entre Zuikaku e Enterprise.

Zuikaku está fula da vida... Pois levou uma surra vergonhosa, e agora é que será sacaneada aos montes por aquela estúpida da Akagi. E ela se pergunta onde diabos estava sua irmã. Devia estar tocando flauta no sinal de trânsito em vez de ajudar.

Mas... surpresa! Depois te se esforçar tanto, Enterprise acaba passando dos seus limites, e seu arco-e-flecha se rompe. Se você lembra, exatamente como Illustrious tinha previsto no episódio passado. Ô, boca!

Zuikaku percebe que essa é a oportunidade que ela estava precisando. E aí ela ativa sua magia, que faz com que vários aviões apareçam em seu convés...

... e sejam convertidos em energia, transformando sua katana em um sabre de luz, igual ao Star Wars. George Lucas, agora é sua vez de mandar os advogados baterem na porta no pessoal de Azur Lane.

Embora tenha quebrado seu arco, Enterprise ainda tem o seu convés também, que pode disparar caças para atacar. Não importava se sua inimiga tinha uma katana de fogo, ela não conseguiria sequer chegar perto.

Só que não. Pois acabou a pilha e seu convés ficou sem energia. Nisso que dá não usar pilha de qualidade.

Danou-se. Na guerra de verdade, o porta-aviões Enterprise sobreviveu para terminar como sucata. Acho que aqui, no desenho de Azur Lane, ela vai ser trucidada por Zuikaku e sua espada flamejante.

Mas, no último segundo (como todo mundo já esperava) aparece alguém para salvar o pescoço da heroína: o que parece ser uma empregada francesa com braceletes de adamantium. Só assim pra segurar o golpe da espada.

Zuikaku dá um berro de desespero. Puta merda, que sacanagem era essa? Logo no último milésimo de segundo sempre aparece alguém pra atrapalhar! Assim não dá, quem era aquela vagabunda intrometida?

Eis que ela responde que não era ninguém... apenas uma empregada que tava passando por ali.

E chegamos ao fim do episódio, dessa forma repentina, deixando a pergunta no ar: quem diabos era essa menina-navio que tinha aparecido?

Bom... quem joga o jogo sabe que ela é Belfast, cruzador leve da Royal Navy, e uma das personagens favoritas do jogo, especialmente por conta de seus dois atributos de destaque que ficam muito bem numa roupinha de empregada francesa, o mais desejado fetiche masculino. Vamos ver o que ela vai fazer na continuação desde desenho.

Comentários