Exterminando linhas do tempo

Não, eu não recebi uma visita do Uber Black da Polícia Federal por conta de minha última postagem. Estive meio ocupado estes dias com algumas coisas de casa e do trabalho, e também optei por dedicar o meu pouco tempo livre para relaxar um pouco. Entre começar algumas leituras que estavam ainda embaladas e descobrir que agora existem bons emuladores de Saturn e Dreamcast (que podem motivar as saudosas postagens de jogos), também consegui dedicar tempo para ver alguns filmes que fazia tempo que eu não conseguia. Na verdade, ver certos filmes do início ao fim, pois geralmente estou zapeando pelos canais e pego alguma película que está na segunda metade, ou começo a ver a primeira parte e depois tenho que fazer outra coisa. E é graças a uma série de filmes que eu sempre curti que retorno para tirar a poeira do site.

Sim, o velho e bom Exterminador do Futuro. Ênfase em "velho", pois pessoalmente a trama terminou no espetacular segundo episódio, que já dava um bom encerramento para a história. Mas sabemos como que Hollywood hoje em dia se caracteriza por três coisas: primeiro, com as incessantes tentativas de empurrar o politicamente correto goela abaixo; segundo, estão sempre arrumando novas formas de ganhar dinheiro; e, por fim, seus produtores têm passado por uma imensa falta de criatividade que faz com que clássicos de um passado relativamente recente sejam revisitados, seja com alguma continuação que ninguém pediu ou um reboot para torná-lo mais "atual".

Não faltam exemplos. Um bem marcante foi aquele tosco Caça-Fantasmas de saias, motivado pelo pensamento feministóide. Heróis dos anos 80 e 90 voltaram às telas apesar das rugas e cabelos brancos, como fizeram com o Rambo e o John McClane. Isso sem falar nos inúmeros universos paralelos das histórias de super-heróis da Marvel ou DC, já perdi a conta de quantos Batman já foram feitos, até um com o vampicha do Crepúsculo.

Tudo bem que até podemos citar alguns exemplos positivos. Tipo aquele novo Mad Max foi muito bom, mas é difícil não ser um filmaço quando você tem um maluco pendurado num carro tocando uma guitarra que cospe fogo.

Mas não foi o que fizeram com o Exterminador do Futuro. Até o momento foram quatro novos filmes lançados após os dois clássicos originais, e não duvido que vão inventar algum outro para trazer o Arnoldo no papel do robô exterminador que o levou ao sucesso na década de 80. E foram justamente alguns desses novos filmes que eu tive a oportunidade de finalmente assistir recentemente, para me dar conta que fizeram um monte de viagens e linhas do tempo diferentes, que me deixaram bem confuso com a continuidade da história.

Tá, desde o primeiro filme que "viagem no tempo" e "linha do tempo" são termos que fazem parte da trama. Mas fizeram tanta mistureba que agora nem faço ideia de quem voltou pra quando para proteger quem e para impedir que aconteça o quê no futuro... Foi o que me motivou a escrever sobre as diversas linhas do tempo e como estão relacionadas, para ver se assim eu (e eventualmente você, que está aqui) consigo entender os filmes.

E olha que nem estou considerando aquela série de televisão, em que a exterminadora era aquela belíssima Summer Glau.

Série que provavelmente você não deve ter visto... mas certamente deve ter visto mencionarem essa série no Big Bang Theory, naquele episódio em que os nerds fazem uma viagem de trem.

Bom, a franquia começou em 1984 com o clássico onde o Arnoldão exterminador volta no tempo para matar Sarah Connor, que seria a mãe do líder da resistência. Esta envia um sujeito chamado Kyle Reese para protegê-la, e que acabaria sendo também o pai do garoto. O que sempre me confundiu, pois se trata de um paradoxo bizarro em que o herói da resistência é o responsável por mandar seu pai pra fazer "tchaka-tchaka" com sua mãe. Ou seja, o cara é responsável pela sua própria concepção, o que já é suficiente pra confundir muito. Só que Kyle Reese morre, assim como o Exterminador. E Sarah Connor vai ser mãe solteira, pensando na responsabilidade de criar seu filho para liderar a guerra contra as máquinas no futuro.

Este filme foi um grande sucesso na época, embora alguns efeitos especiais sejam bem toscos para os atuais padrões. De qualquer forma, é um filme muito bom, sem falar que foi o responsável pela estreia da expressão mais famosa do Arnoldão.

Chega o ano de 1991 e temos então o segundo filme, aquele que é por muitos considerado o melhor de toda a trama. O enredo não é muito diferente, mas dessa vez um novo exterminador é mandado de volta no tempo para matar John Connor, o filho de Sarah, ainda criança. Como o exterminador agora é o T-1000, com sua capacidade de virar líquido, os humanos do futuro dão um jeito de reprogramar um velho exterminador, novamente o Arnoldo, para protegê-lo.

Esse filme é sem dúvida o melhor deles, com cinco vezes mais ação que o anterior, repleto de efeitos especiais que ainda impressionam décadas depois, e com uma das melhores perseguições do cinema.

E diria que o Exterminador do Futuro 2 conseguiu encerrar bem a história, com uma pegada bem original: o microchip do primeiro exterminador acabaria sendo usado por uma empresa de computadores e que resultaria na criação do Skynet, a entidade do mal que iria causar a guerra contra os humanos. Ou seja, as máquinas também havia garantido a sua própria existência ao enviar o primeiro exterminador. Mas o microchip é destruído, e dessa forma Skynet não será criada... claro que para isso o Arnoldo teve que ser jogado em um caldeirão de ferro fundido, se não o microchip em sua cabeça acabaria tendo o mesmo destino.

Filmaço, sem sombra de dúvidas. A única coisa escrota nesse filme era o chapa do John Connor, aquele moleque com mullet que parecia o Xororó.

Enfim... Já estava bom, os dois filmes deram conta do recado, gerando uma história inesquecível. Mas aí Hollywood começou a querer "sugar" toda e qualquer oportunidade de ganhar grana com a franquia. E em 2003 foi lançado o terceiro filme, que foi um balde de água fria.

Mais uma vez a trama tem um exterminador que volta no tempo pra matar alguém, mostrando que mesmo depois do segundo filme a guerra entre humanos e máquinas iria ocorrer. Dessa vez é uma exterminadora, a T-X, que busca eliminar todos os aliados de John Connor no futuro, além do próprio. Ele virou um merda drogado e que vive se escondendo, com medo de que aquele futuro sombrio venha a acontecer (e que aparentemente acabaria acontecendo). Mais uma vez, mandam um outro Arnoldo pra proteger essas pessoas, incluindo Kate Brewster, que seria a esposa de John Connor no futuro.

Por mais que o filme pareça meio improvisado e destoante em relação aos seus predecessores, até acho que o Exterminador do Futuro 3 conseguiu dar uma continuidade plausível à história, embora tenha invalidado o final do filme anterior. Pois no final das contas Skynet acabaria sendo criada de uma forma ou de outra, dessa vez por meio de um programa de defesa das forças armadas norte-americanas. Essa é uma das mudanças marcantes, fazendo que o "Dia do Julgamento", data em que Skynet se torna independente e ataca a Humanidade, mudasse de 29 de agosto de 1997 para julho de 2003, que é a época onde o terceiro filme ocorre. Ou seja, todo o esforço do segundo filme apenas atrasou o início da guerra.

Apesar de ser um filme regular, ao menos achei legal que fomos apresentados ao primeiro modelo de exterminador, quando vemos uma série de robozões chamados T-1 no complexo militar. Tudo bem que eles parecem uma cópia paraguaia do ED-209 do Robocop, mas sem dúvida foi bem curioso ver como que os exterminadores começaram, até chegar no modelo T-800 com o visual do Arnoldo.

Mas esse filme também trouxe efeitos especiais ridículos: como quando a T-X é parada por um policial, e para se livrar da multa ela usa de uma artimanha malandra. Fico pensando quantos milhares de dólares foram gastos para fazer esse implante instantâneo que poderia ser feito com uma bexiga sendo inflada dentro da blusa dela.

Não poderia deixar passar esse GIF tosco... continuemos

Poderiam ter parado por aí, na minha opinião. Já estava bom, conseguiram formar uma trilogia, afinal de contas sabemos bem como os filmes geralmente buscam chegar nas trilogias. E até então até que tudo estava seguindo uma linha do tempo única, com eventos sequenciais ao longo dos três filmes.

Mas insistiram em fazer mais uma película, Exterminador do Futuro - a Salvação, que saiu em 2009. Esse filme foi ambientado na guerra do futuro (embora ocorra no ano de 2018, que pra nós já é passado), seguindo o que aconteceu no terceiro filme. Vemos o John Connor adulto, que começa a liderar a resistência dos humanos contra as máquinas, com diversos modelos de exterminadores de todos os tamanhos e cores.

Confesso que a partir desse filme eu comecei a me perder totalmente. Essa continuação traz muitas cenas de ação, mas uma história meio fraquinha. Além dos personagens que conhecemos e do fato de existirem exterminadores, a única trama mais inovadora é que aparece um cyborg chamado Marcus, que acaba encontrando um jovem Kyle Reese que é sequestrado pelas máquinas. John Connor, sabendo que aquele moleque seria seu pai, pede ajuda pro Marcus ajudar a resgatá-lo, para que possa mandá-lo para o passado alguns anos depois, pra trepar com sua mãe.

Mas no final das contas, na minha opinião esse filme apenas serviu como um complemento. Ao menos foi um pouco interessante por mostrar um pouco do conflito de fato entre homens e máquinas, algo que a gente só via nas cenas de abertura dos títulos anteriores. Algo curioso nesse filme é que nele vemos o início da produção do modelo T-800 de exterminador, o que seria representado pelo Arnoldo. Só que nessa altura do campeonato ele estava como governador da California, além de já ter começado a acumular algumas rugas. A solução foi chamar um dublê bombadão e colocar a cara do Arnoldão com computação gráfica, inclusive fazendo referência ao seu visual no primeiro filme.

Olha que estamos falando de um filme lançado há 15 anos, e já naquela época muito se comentou sobre esse tipo de uso da tecnologia, que permitiria recriar artistas com a aparência de quando eram mais novos, vide diversos exemplos mais recentes. Ou pior ainda, recriar um artista morto por meio do computador, como também já foi feito em algumas situações, em filmes e até comerciais. 

Em relação a esse filme do Exterminador do Futuro... sinceramente, ficou escroto. Que deixassem só o esqueleto metálico mesmo, que já seria suficientemente marcante.

Bom, se você achou que iriam encerrar nesse filme, que termina com a expectativa de que a guerra iria continuar... aí é que fuderam a franquia de vez. Decidiram em 2015 inventar a continuação Exterminador do Futuro - Genisys, que despirocou tudo, descontruindo praticamente tudo o que tinha acontecido até então, introduzindo uma nova linha do tempo ou universo paralelo, se preferir.

Vamos lá tentar explicar. Tudo começa novamente com John Connor enviando Kyle Reese ao passado, para proteger a sua mãe (e provavelmente para engravidá-la também). Só que acontece alguma cagada temporal e ele volta no tempo para uma realidade diferente (ou desvio pela tangente, se você é fã do De Volta Para o Futuro), onde não apenas Skynet não atacou os humanos em 1997, mas Sarah Connor vinha sendo protegida por um T-800 desde quando ela era pequena (provavelmente uma forma que encontraram para justificar um exterminador com cara de velho). A partir daí toda a linha do tempo mudou, pois Sarah ficou sabendo de tudo que iria ocorrer desde mais cedo.

Eu honestamente nem tenho vontade de comentar muito desse filme, pois essa nova linha do tempo descaracterizou totalmente os personagens e a trama. Pombas, o exterminador Arnoldão até inventa uma máquina do tempo, que Sarah e Kyle usam para ir para o futuro: originalmente iriam para 1997, que seria quando o Dia do Julgamento iria ocorrer, mas Kyle fala que ele sabia que deveriam ir para 2017. É nesse momento que descobrimos que a Skynet agora vai aparecer por meio de um aplicativo chamado Genisys, deixando de ser um software militar (e que faria mais sentido na hora de lançar armas nucleares). Outra mudança chata foi que o T-1000, o exterminador de metal líquido que estreou no segundo filme, não foi representado pelo ator original, arrumaram um coreano que na minha opinião deixou a desejar.

Mas a pior ideia desse filme é que uma hora quem volta no tempo é John Connor... como um exterminador! Tudo isso pois no futuro ele havia sido atacado pela Skynet, que o infectou com nanotecnologia, e assim se tornou uma criatura meio homem e meio máquina, que retorna para os tempos atuais para garantir que Skynet tome e controle de tudo.

Puta merda, depois dessa bizarrice, tenho que parar de falar desse filme de merda. Pombas, durante anos criou-se a visão de que John Connor era o líder da resistência, aquele que iria enfrentar os exterminadores... e aí o transformam em vilão numa reviravolta que ninguém pediu. Nem mesmo a gracinha da Emilia Clarke foi suficiente para salvar esse filme...

O mais escroto de tudo é que Terminator Genisys mudou toda a história. Até então os filmes estavam se mantendo relativamente fiéis à trama, mesmo se considerarmos o 3º e 4º filmes. Apesar de terem trazido algumas mudanças meio indigestas, eles não invalidaram por completo toda a história dos dois primeiros filmes. Diferente desse outro, em que até mesmo os primeiros acontecimentos foram alterados, com um exterminador praticamente se tornando o "pai adotivo" de Sarah Connor. Não funcionou bem, na minha opinião...

Alguém pode comentar que Genisys é assim mesmo, se trata de uma outra linha do tempo diferente, e por isso faria sentido existirem essas mudanças. Mas acho que foram muito forçadas, mudando a história drasticamente. Acho válido que sejam feitas releituras de clássicos, mas não dá para mudar muito o cerne da história. Menos mal que esse universo alternativo só durou nesse filme (e olha que estavam prevendo uma trilogia), e pelo menos até agora ninguém decidiu continuar de onde ele parou. 

O que não quer dizer que não fizeram outro filme da franquia: em 2019 foi lançado o Exterminador do Futuro - Destino Sombrio. E outra linha do tempo surgiu com isso.

Diferente de Genisys, em que mudaram toda a história, em Destino Sombrio continuam de onde o Exterminador do Futor 2 parou. Ou seja, supostamente o futuro havia sido alterado. Mesmo assim, Sarah e John Connor seguem vivendo escondidos na Guatemala, afinal de contas eles ainda eram procurados por terem explodido aquele laboratório de computação. Só que aí, quando ninguém espera... aparece um Arnoldo exterminador que mata John.

Antes de comentar sobre o fato que teoricamente fudeu com todo o futuro da Humanidade, volto no tema do uso da tecnologia para recriar artistas mais jovens. Nessa cena do início é como se o mesmo garoto do segundo filme, feito 28 anos antes, estivesse ali gravando a cena. O mesmo vale para a atriz que faz a Sarah Connor, aparecendo mais jovem. Agora não foi apenas o rosto quase que inanimado do Arnoldo sobreposto no corpo de um rato de academia, mas sim toda uma cena com movimentos usando a imagem de atores da forma como eram há quase três décadas. Fica a pergunta de qual é o limite da tecnologia, em breve não será surpresa vermos filmes inéditos feitos com artistas que já não estão entre nós...

Voltando ao filme, essa cena acaba sendo a grande reviravolta do filme: as máquinas haviam conseguido, finalmente o líder da resistência que estava dificultando a vida delas no futuro já não existirá mais. Apesar da sacada original, repito que isso acabou com toda a essência da franquia, de que John Connor seria decisivo para que os seres humanos tivessem alguma chance contra Skynet e seus exterminadores. Mas a grande verdade é que Skynet também estaria fora da jogada...

O filme vai para o ano de 2020, e aparece um novo exterminador, o Rev-9, cuja missão é matar uma garota mexicana chamada Dani Ramos. Esse novo robô também tem o visual de chicano, e na verdade é um combo 2-em-1, pois ele tem as mesmas habilidades de metal líquido do T-1000 mas possui um endoesqueleto de metal. O fato de ser um combo é que ele pode de alguma forma se dividir, é como o metal líquido pudesse sair de cima do exterminador que fica dentro. Ideia original, sem sombra de dúvida; mas ainda incapaz de superar os originais T-800 e T-1000 do segundo filme.

Mas a grande pergunta é: quem diabos é Dani Ramos, você deve estar se perguntando (caso não tenha assistido esse filme). Diferente do John Connor, que seria o líder da resistência contra Skynet, indo à luta e descendo o cacete nos robôs, Dani viria a ser meio que a criadora de um movimento de resistência contra uma outra inteligência artificial, agora chamada Legion, que também iria despirocar e ver os humanos como ameaça, quase extinguindo a população do planeta com armas nucleares. 

Já fica claro que quando o exterminador matou John Connor, na verdade Skynet acabou não permitindo a sua vitória contra os humanos. Afinal de contas, o microchip que seria usado para criá-lo havia sido destruído. Mas isso não impediria que outra IA aparecesse com as mesmas intenções. Ou seja: temos aqui outra linha do tempo diferente, e dessa vez sendo mais radical do que em Genisys, pois mudaram até alguns dos personagens principais.

Apesar dessas mudanças, no final a premissa é a mesma: a resistência do futuro em 2042 manda alguém para proteger Dani (e, independente da linha do tempo, essas viagens para o passado são sempre feitas sem roupa dentro de uma bolota energética). Só que dessa vez quem vem é Grace, uma mulher cyborg dotada de super força, velocidade e outras capacidades sobre-humanas. Mas ela precisa tomar um monte de aspirina e gasta suas energias facilmente, dificilmente seria capaz de proteger Dani sozinha. E aí quem aparece é Sarah Connor, já uma senhora de idade mas com a mesma brutalidade do segundo filme. Depois da morte de seu filho, ela viveu a vida destruindo exterminadores que apareciam do nada, recebendo mensagens de celular que diziam onde eles iam aparecer. As duas se unem para proteger Dani, que é basicamente todo o enredo da película. 

Sei lá... considerando o tempo em que vivemos, não ficaria surpreso em imaginar que essa escolha por três protagonistas do sexo feminino foi motivada pelo politicamente correto... Se essa foi a razão, mais um motivo para que eu considere esse filme muito fraco.

Sem falar que no final das contas elas não conseguem se virar sozinhas. Entre trancos e barrancos, lurando contra o Rev-9, elas acabam procurando o misterioso que enviava mensagens para Sarah Connor. E adivinha quem era? Simplesmente o mesmo exterminador que havia matado John. Depois de cumprir sua missão, ele se tornou autônomo e ficou bonzinho. Tanto que ele acaba assumindo a identidade de Carl, vendedor de cortinas (não vou nem comentar) e se casa com uma mãe solteira. E nos damos conta que, embora seja uma máquina, o exterior do exterminador também envelhece.

Nessa hora eu quase desliguei o filme. Como que um exterminador acaba se transformando num vendedor de cortinas que vira dono de casa? Acabaram com a moral do T-800.

O Arnoldo se junta ao grupo, apesar de Sarah Connor estar puta dentro das calças e louca para explodí-lo com uma bazuca. Mas no final das contas a ajuda dele se torna indispensável para que o Rev-9 seja destruído. Claro que tanto o Arnoldão como Grace acabam se sacrificando para que isso ocorra. Cabe a Sarah se tornar responsável por treinar Dani, e quem sabe impedir o surgimento de Legion. 

Na boa, achei esse filme bem escroto, só não foi pior do que Genisys. Conseguiram descaracterizar ainda mais a história, por mais que os eventos dos dois primeiros filmes ainda permaneçam, no final das contas é como se tudo que tivesse acontecido neles não servisse para nada. De novo, entendo que a ideia era criar uma nova linha do tempo, mas não dá para jogar fora elementos cruciais, como John Connor e o próprio Skynet. Felizmente, essa nova tentativa de reescrever a história poderia estar gerando uma outra trilogia, mas os péssimos resultados de bilheteria interromperam os planos.

Vendo toda essa baderna, no final das contas foram seis filmes, sendo que quatro deles sequenciais de alguma forma e os outros dois como tentativas ridículas de "derrapar pela tangente" e criar uma linha do tempo diferente. 

Não deu certo, e acho que é o que a maioria pensa.

Repito o que eu disse lá em cima, as franquias do cinema têm começo, meio e fim. A imagem acima do De Volta Para o Futuro não é à toa, pois é um excelente exemplo de uma trilogia que bastou, não precisa ficar criando um monte de outros filmes, ressuscitando o DeLorean e o capacitor de fluxo. Acho muito mais válido que esses filmes clássicos permaneçam e sejam vistos pelas pessoas mais novas, não precisa criar um reboot para atrair o público. Talvez até tenham franquias que tenham conseguido ser bem sucedidas nessa tentativa, mas a grande verdade é que na maioria das vezes os filmes novos ficam bem abaixo da qualidade dos originais.

Quando ao Exterminador do Futuro, na minha opinião o que vale mesmo é até o segundo filme. As sequências ou não complementam muito a história ou na verdade a estragam. Sério os dois últimos títulos são péssimos, em diversos momentos eu quase desisti de terminar de assistí-los, de tão ruins que são. Mostrando que é possível dinamitar uma franquia bem sucedida com essa insistência de reescrever o passado, aliada à falta de originalidade em criar algo novo.

Bem que podiam mandar um exterminador do futuro para impedir que esses filmes de merda fossem lançados.

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