Ódio aos "ricos"

Uma das notícias que teve grande repercussão nessa semana foi o acidente com um mini-submarino que estava levando milionários para ver os restos do Titanic. Coincidência ou não, a minha última postagem teve até algo a ver com o transatlântico que afundou em sua trágica viagem inaugural. E de forma semelhante, o tema tem a ver com a reação que muitas pessoas tiveram diante de algo. Novamente destacando como cada vez mais temos uma legião de patéticos deprimentes, movidos por questões políticas e ideológicas, que conseguem polemizar sobre um determinado assunto. Mostrando que mesmo diante da tragédia esses cretinos não sabem ter um mínimo de bom senso e empatia.

Creio que não preciso entrar em muitos detalhes sobre o episódio em si, que está em todos os cantos. O pequeno submersível Titan foi perdido após um misterioso acidente que vitimou os cinco tripulantes que estavam à bordo. Entre eles, o dono da empresa OceanGate, que oferece as viagens para o fundo do mar; um britânico que detinha vários recordes de vôo e mergulho; um empresário paquistanês e seu filho de 19 anos; e um veterano ex-mergulhador francês que havia feito parte da primeira expedição ao Titanic. Não se tratava de um passeio barato, já que cada "passagem" custava 250 mil dólares, o que dá mais de um milhão de Janjas, para uma viagem de seis a oito horas para visitar o local de repouso do transatlântico. 

Por essa razão é que não demorou para que aparecessem os sinalizadores de virtude, os defensores dos fracos e oprimidos, os eternos críticos da meritocracia alheia. Todos eles rindo e comemorando a morte dos cinco "burgueses"... 

Eu acho muito curioso como que é a natureza humana. Embora esse tipo de gente não se qualifica como humano na minha opinião. Pois fazer piada e aplaudir um acidente com vítimas é coisa de criaturas asquerosas e vis. E acho ainda mais curioso como que essas mesmas criaturas abjetas são sempre aquelas que se prontificam a defender a integridade e a vida de pessoas que supostamente não merecem, como assassinos, estupradores e terroristas. Um show de hipocrisia e mediocridade por parte desses vermes. 

Por exemplo, lembra como teve a turminha virtuosa que achou inadmissível quando o Bolsonaro imitou alguém sem fôlego na época da Covid? Que não podia fazer brincadeira com algo tão sério? Essa mesma turminha estava aí contando as horas para que o oxigênio do submersível acabasse, para que os "ricos" virassem comida de peixe. Tipo essa imbecil, posando com o que é provavelmente um boné do MST, e que dizem que há alguns anos estava lamentando a morte de sua tia.

Esse tipo de gente não vale nada... 

No final das contas, tudo isso é motivado por essa ideia comunista de que os "ricos" são inimigos. Assim entre aspas, pois o neurônio solitário na cabeça de idiotas (como essa estúpida acima) é capaz apenas de entender um conceito relativo de riqueza, que é motivado pela ideologia política. Aliás, não é apenas o conceito de riqueza, esse tipo de gente lamentável leva tudo na base da ideologia política, como questões relacionadas à saúde, educação, economia e entretenimento.

Afinal de contas, os virtuosos que torcem pela morte de milionários e bilionários não dizem o mesmo sobre outros milionários e bilionários que estão do mesmo "lado". Não vemos os defensores da igualdade social torcendo para que ricaços como Felipe Neto, Anitta, Luciano Huck, Bill Gates e George Soros venham a bater as botas. Aí não pode, aí é discurso de ódio e perseguição. São os milionários "do bem".

Por exemplo, os bonzinhos que têm consciência social e pensam no próximo, que acham absurdo que um milionário use o dinheiro que ele tem em uma viagem para ver o Titanic em vez de combater a fome, ficaram em silêncio quando aquele criminoso do Maduro pegou um jatinho pra ir lá pra Europa, só pra almoçar no restaurante daquele chef turco da mãozinha...

Nessas horas os justiceiros com camiseta do Che Guevara ficam quietos, ninguém acha que o ditador deveria estar alimentando os que passam fome... Parece que rico só é ruim quando não é de esquerda.

Esse tipo de pensamento deplorável vem daquela ideia atrasada de que o rico (de direita) só é rico porque estaria tirando dinheiro dos mais pobres. Vem de uma premissa estúpida de que a riqueza e o capital são finitos, que se uns têm pouco, é por culpa daqueles que têm muito. Infelizmente, a massa ignorante (e que geralmente tem menos dinheiro) acaba "comprando" essa ideia, pois a coloca em uma posição cômoda de vítima, de que a sua pobreza é totalmente culpa dos outros. E a narrativa fica ainda mais sedutora quando aparece o pessoal de camisa vermelha, dizendo que vai tirar dos ricos para dar aos pobres. Como Robin Hoods modernos.

Não precisa pensar muito para saber que isso não passa de lorota. Pois não tem ninguém que curte mais o capitalismo do que um comunista.

Por isso que sempre que escuto um dos meus amiguinhos de esquerda falando babaquices como essas, de que os ricos são os responsáveis pela pobreza ou que a solução para os problemas de desigualdade é a redistribuição de renda, eu logo questiono o que eles fazem em prol desses ideais que supostamente são tão caros para eles. Pois muitos desses meus amiguinhos, que fizeram o L e gostam de ver milionário morrendo em submarino, estão longe de serem pobres de "marré deci": todos têm empregos muito bons, que pagam as contas de seus apartamentos no Recreio ou na orla de Ipanema e bancam as suas viagens anuais para o exterior... É muito fácil apontar o dedo para os outros e exigir uma postura mais solidária, mas nenhum desses meus amiguinhos coloca a mão no bolso para distribuir o seu rico dinheirinho para aqueles que eles mesmo dizem ser os mais necessitados. 

O mais interessante é que quando olhamos esse episódio das vítimas no submersível, os que celebram ou ridicularizam as mortes daqueles cinco homens não estão somente na esquerda. Vi muitos, que se apresentam como conservadores e de direita, reagindo de forma igualmente deplorável. Um comentário muito comum destes foi a crítica quanto aos tais milionários estarem gastando uma fortuna com um passeio submarino, para ver os restos do Titanic, alegando que esse dinheiro poderia ser melhor usado para alimentar os famintos ou curar os doentes. Aliás, comentário que vemos também na esquerda.

O que mostra como que esse ódio por aqueles que são ricos parece ser quase que universal, unindo espectros políticos tão antagonistas contra aqueles que tem muitos zeros em suas contas bancárias.

Pessoalmente, não vejo nenhum problema em um ricaço torrar dinheiro com alguma excentricidade. Ora, o dinheiro não é dele? A partir do momento que essa fortuna foi acumulada de forma lícita e essa tal excentricidade não cause mal a ninguém, deixa o cara gastar o dinheiro dele como bem entender. Errado é o que fazem os ditadores autoritários, como o Mandela de Garanhuns e sua biscoiteira, que torraram mais de 40 mil reais por diária de hotel na coroação do Rei Charles fazem alguns meses. Dinheiro esse que vem dos impostos pagos pelo suor do povo brasileiro.

Ou será que é normal uma diária de 40 mil pratas? Talvez para o pessoal que fez o L e curte viajar para a Europa algumas vezes por ano deva ser algo normal... Errado é um milionário querer ver o Titanic enquanto tem gente passando fome...

Enfim... são coisas assim que me tiram do sério. Será então que é errado ter dinheiro? Tudo bem que dinheiro não é tudo... mas é um "mal" necessário, vivemos em uma sociedade em que muito é baseado na troca de capital, em que é necessário pagar um valor de X para ter Y. Goste ou não, é assim que funciona. Mas parece que criticar os ricos se tornou algo tão natural, como se fosse um crime, como se a única forma de se atingir um determinado nível de riqueza é por meio da exploração dos outros, tirando das mãos dos mais pobres. 

Só que no fundo... esses sinalizadores de virtude "cheirosinhos e bonzinhos" adorariam ser ricos... E certamente idolatram e aplaudem aqueles bilionários que são "do bem". Pelo menos sob a sua ótica.

Vale ressaltar que em nenhum momento eu idolatrando as cinco vítimas do acidente com o submersível. Na prática, digo que é evidente que o dono da empresa poderia até ter uma fortuna, mas era um sujeito inconsequente e irresponsável. Não param de aparecer relatos sobre como ele ignorou uma série de avisos e recomendações de entidades especialistas em náutica e exploração submarina, admitiu ter "quebrado algumas regras" e diz ter se recusado a ter "homens brancos com mais de 50 anos" como consultores do projeto. Aliás, há quem diga que o submersível Titan não foi bem projetado para as condições severas do fundo do oceano, sem dispositivos de emergência e segurança adequados. Pombas, a embarcação era controlada por um controle de videogame, pela madrugada!

O fato de ter dinheiro não elimina a possibilidade de você ser irresponsável e inconsequente. Quanto a isso, de fato todas as vítimas têm a sua responsabilidade: tanto o dono da empresa pelo projeto quase que amador, como os demais passageiros, que assumiram o risco de morte ao entrar num submersível naquelas condições. 

Mas nada disso justifica celebrar suas mortes.

Diria até que toda a reação odiosa e canalha dessa turba de idiotas politicamente corretos é também devido ao fato de que os cinco "ricos" eram desconhecidos para a maioria das pessoas. Isso proporciona uma "distância" bem grande entre aqueles que fazem esses comentários e aqueles que são alvos dos mesmos. Faz parte da natureza humana, que venhamos a nos sensibilizar mais quando algo ruim acontece com alguém próximo do que com um estranho. Só que isso, na minha humilde opinião, explicaria no máximo uma espécie de frieza ou mesmo indiferença diante de um acontecimento desses, e não uma comemoração exaltada como vimos.

Afinal de contas, tivemos algumas tragédias que vitimaram pessoas que detinham uma relativa fortuna, mas que não motivaram reações odiosas como nesse episódio do pequeno submarino que afundou. De bate-pronto, consigo citar o desastre aéreo que tirou a vida da cantora Marília Mendonça ou o acidente domiciliar que vitimou o Gugu, para mencionar alguns casos recentes. Claro que se tratam de celebridades, e assim é de se esperar que tenha havido uma comoção e tristeza com a perda deles, isso é óbvio. 

Mas, fosse a questão financeira tão determinante, como dizem os defensores dos fracos e oprimidos, mesmo a fama não iria poupá-los de críticas póstumas. Pois tanto a Marília Mendonça como o Gugu, tinham uma relativa fortuna (o apresentador deixou um patrimônio da ordem de um bilhão de reais), como as vítimas do submersível. Da mesma forma que muitos outros milionários, famosos ou não, que não se tornaram alvo de críticas, piadas e discursos odiosos como os cinco que morreram nessa semana.  Por que essa diferença? Por que nessas horas o fato de ter uma fortuna não provoca ódio?

Pois é... a grande verdade é que aqueles que pagaram um "pedágio moral e social" de alguma forma ficam isentos de qualquer crítica, podendo acumular milhões, bilhões ou trilhões. Para isso, basta ser alguém que esteja posicionado do lado "certo" da sociedade, que exerça ativismo político em prol dos ideais que são valorizados pela esquerda. Até se toleram os casos de celebridades e personalidades famosas, desde que se mantenham ideologicamente neutros e distantes de qualquer discurso político "condenável" pelos sinalizadores de virtude. Estando alinhado com o lado "politicamente correto", nem importa se sua riqueza foi conquistada de forma ilegal. Como disse acima, nesses casos são ricos "do bem", cujas fortunas podem ser usadas da maneira que desejarem, e ninguém tem nada a ver com isso.

Mas... se for alguém que esteja do lado "errado"... aí não pode. São os ricos que devem ser odiados e execrados pela sociedade, devem ser chamados de egoístas e culpados pela pobreza. Não importa o que façam: por exemplo, pode ser um empresário careca que empregue milhares de pessoas em suas lojas de departamento, pode ser um magnata que oferece internet de graça para os refugiados da guerra e que defenda a liberdade de expressão... ou podem ser alguns indivíduos que queriam ver os restos do Titanic. Nesse caso, o discurso de ódio tá liberado...

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