Violência contra racismo?

Tem horas que parece que eu procuro coisas para me aborrecer. Mas não é bem assim, a verdade é que estamos vivendo em mundo louco, em que casos absurdos se tornam cada vez mais comuns, coisas totalmente naturais e costumeiras. Situações que me fazem pensar em como estou ficando mais intolerante contra a estupidez, contra o ativismo politicamente correto, contra a turminha que posa de bondosa mas na verdade tem interesses escusos por trás de suas supostamente boas intenções. E, uma vez mais, o tema principal dessa minha postagem é sobre o racismo... e como tem gente que usa isso para promover ainda mais racismo.

A grande motivação deste post veio quando eu estava olhando algumas notícias sobre acontecimentos recentes. E uma que me chamou a atenção foi uma briga que ocorreu no hotel Hilton em Copacabana, antigo Meridien que era famoso na época de virada de ano por sua clássica e saudosa cascata de fogos. A situação envolveu um casal com um alemão e uma acompanhante brasileira contra um produtor americano negro. E o "destaque" sobre a cor do sujeito é pelo fato que ele diz ter escutado uma ofensa racista do casal, e a reação foi dar um socão na cara do outro, que caiu desacordado no chão.

O interessante é que eu não soube da notícia pelo link acima da CNN, que retrata o fato de forma relativamente neutra, mas sim por uma coluna do sofrível UOL que apareceu na minha frente. Não sei porque, mas eu decidi ler o longo texto escrito pelo colunista André Santana, pois sempre me divirto ao ver como que as pessoas "isentas" desse portal agem. E no final eu digo que estava com vontade de chamar o cara para uma discussão, especialmente para questioná-lo sobre certos argumentos que ele apresentou em seu texto. Pois o colunista e muitas pessoas por aí (incluindo diversos conhecidos em minhas redes sociais) estavam aplaudindo de pé, celebrando o murro na fuça do alemão. 

Antes de fazer meu comentário sobre essa reação empolgada da ala politicamente correta da sociedade, eu creio ser importante e didático reproduzir algumas das falas do colunista em seu artigo, que você pode ler no link acima. Vale a pena comentar que, como era possível imaginar, ele é negro e entre um texto e outro fala mal do Bolsonaro, além de em diversas oportunidades demonstrar o seu ativismo negro e luta contra a "branquitude". Acho sempre importante conhecer um pouco o histórico da pessoa para entender o que pode estar motivando suas palavras.

"O murro dado pelo produtor cultural norte-americano (...) expressa bem a reação de quem não tolera mais sofrer as violências do racismo."

" (...) Não dá para perder tempo oferecendo flores a quem insiste em ofender e agredir pessoas por conta da sua cor de pele ou traços físicos."

"É preciso lembrar que lesão corporal também é crime que pode levar à cadeia (...) e os racistas logo se vitimizam registrando boletins de ocorrência."

"Seria bom que todos que assistirem ao vídeo do nocaute, ou pelo menos os envolvidos, passem a pensar duas vezes antes de agredirem alguém com ofensas raciais."

"Nenhum murro desferido contra um racista se compara aos danos individuais e coletivos gerados pela violência do racismo."

Vamos lá...

Antes de mais nada, sempre vale fazer aqui o esperado disclaimer, embora eu sei que não faz diferença nenhuma em um mundo que somos julgados por aquilo que os outros determinam, e não vou ficar surpreso se começarem a me chamar de racista. Podem falar à vontade: eu não sou racista, ponto final. Simples assim. Não interessa o que os outros digam de mim, pois ninguém tem moral para falar nada a meu respeito. O fato de eu não ajustar o meu pensamento para que se enquadre 100% na caixinha politicamente correta não me faz um racista. Estou aqui expondo a minha opinião, algo que todo mundo tem direito de fazer. Ninguém é obrigado a concordar comigo, se discorda pode fechar a janela e vá ler outra coisa. Afinal de contas, hoje em dia as pessoas estão cada vez mais intolerantes com a opinião contraditória, diferente do que eu faço: se eu fosse intolerante, eu iria largar esse texto parcial e ideológico do UOL depois da primeira vírgula, mas fiz questão de ler para ver o que os outros pensam, para refletir sobre minha posição, me colocando aberto a ver se haveria algo a ser aproveitado do comentário do tal colunista... 

Embora ficou evidente que dali não se tira nada, a não ser mais uma prova de como que existem pessoas que vestem uma fantasia de luta contra o racismo para esconder o que são de verdade: ainda mais racistas e intolerantes do que aqueles que criticam, que são motivados por questões políticas e ideológicas de esquerda.

Enfim, vamos começar. Fica uma forte impressão nesse texto que o colunista curtiu o desfecho da história. Repito, como muita gente celebrou nas redes sociais e na imprensa. Antes mesmo do produtor vir a público e explicar o ocorrido, já tinha gente de dedos ansiosos afirmando que havia sido uma reação contra racismo. Afinal de contas, na cabeça dos "tolerantes" que são contrários ao preconceito, em qualquer situação onde haja um negro e um branco em posições minimamente conflitantes, já é definido de forma inquestionável que se trata de um caso de racismo e o negro tem razão.

É como bala perdida em "comunidade". Não dá nem cinco minutos do ocorrido, mal dá tempo pro defunto começar a esfriar e já aparecem os favelados afirmando que foi bala da polícia... Verdadeiro CSI de favela.

Claro que nessa hora vai aparecer alguém berrando, esbravejando que eu estou dizendo que não houve racismo. Pois eu sei que de vez em quando vem gente aqui que não faz parte da audiência costumeira e qualificada do blog, sei que tem postagens que atraem os justiceiros da Internet que adoram destilar ódio contra quem não segue o pensamento mainstream. Não passam de retardados, desprovidos de um mínimo de capacidade cognitiva para perceberem que em nenhum momento eu disse acima que não se tratou de um caso de racismo. Mas a ânsia desses palhaços em desqualificar aquele que não coincide totalmente com sua opinião é mais forte que a inteligência...

Pois é visível que sim, houve racismo por parte do casal. Eles não gostaram do fato de que o produtor americano "passou na frente" no atendimento no balcão do hotel, algo que ocorreu pelo fato dele ter algum plano de fidelidade, como aqueles que deixam entrar no avião primeiro. Aí o alemão o chamou de "homem negro" (provavelmente de uma forma mais grosseira, em inglês, com a palavrinha que começa com "n" que se eu escrever provavelmente serei preso de forma inafiançável), o que levou o americano a acertar um murro na cara dele. O alemão caiu duro no chão, ficando imóvel por alguns minutos, enquanto a acompanhante brasileira esperneava. 

Faço apenas um parênteses, e não estou dizendo isso como forma de justificar a postura do casal. Mas eu tenho a curiosidade de entender exatamente como foi a cronologia dos fatos. Por exemplo, será que o casal já estava sendo atendido, e então o pessoal do hotel deixou eles "no vácuo" para atender o americano só por ter um programa de fidelidade? É uma pergunta que eu faço de forma honesta por curiosidade, pois eu vejo que certos lugares têm uma postura extremamente calhorda e discriminatória ao lidar com as pessoas quando alguém saca o cartão fidelidade.

Sem querer me desviar muito do assunto, já aconteceu comigo uma vez de estar no aeroporto, na tentativa de adiantar meu vôo no portão. Eu tinha chegado lá cerca de 45 minutos antes de iniciar o embarque, o avião sequer tinha chegado ainda, e fiquei ali plantado torcendo para que tivesse pelo menos um assento vago para assim adiantar meu retorno em pouco mais de uma hora. Ficou aquela ansiedade durante o embarque, e então a atendente da companhia aérea disse que tinha um lugar. Já tinha me chamado para mostrar identidade e tal, tava quase adentrando o finger quando apareceu do nada um boyzinho de terninho chique dizendo "sou Platinum!" ou coisa parecida, não me lembro. E aí a atendente me chamou de volta, dizendo que o carinha tinha prioridade para adiantar o vôo por ter o programa de fidelidade... E eu não consegui adiantar a viagem. 

Foi pra ficar muito puto, o cara não esperou nem um minuto ali no portão e pulou na minha frente, que estava lá há quase uma hora. Que seja programa fidelidade, mas esse tipo de postura faz com que a pessoa que não tem se sinta um merda, jogado pra debaixo do tapete só porque alguém tem um cartãozinho qualquer. Confesso que eu soltei um "pôrra" e um "é muita sacanagem", fiquei muito puto com a situação, especialmente por eu já ter sido chamado para embarcar, ficou evidente o desprezo com o passageiro comum que estava sendo atendido para dar atenção ao "premium" que apareceu depois. 

De forma que eu entenderia o casal se emputecer caso algo parecido tenha ocorrido no hotel. Tipo, se eles estivessem sendo atendidos e aí o americano chegou, sacou o cartão do programa de fidelidade e o atendente largou os dois na pista. Não estou afirmando, repito que tenho a curiosidade de saber como que de fato aconteceu. E, independente do que tenha acontecido, não justifica xingar o americano, muito menos com uma ofensa racista... mas trago essa hipótese, como forma de entender o que haveria motivado a briga.

Mas o meu objetivo aqui é comentar sobre as reações que as pessoas tiveram diante da resposta do americano negro, e não sobre o caso em si. Repito que fica muito evidente como o colunista do UOL e muita gente gostou do que aconteceu, é possível perceber nas frases que eu destaquei mais acima. A fala do próprio americano, que disse que "racismo não será tolerado", veio como uma espécie de justificativa para o soco que ele deu no alemão. Um soco que poderia ter tido consequências graves, o carinha desabou que nem um saco de batata e ficou desacordado, uma porrada dessas de surpresa pode levar a uma concussão, e dependendo de como se acerta o nariz, poderia provocar uma lesão séria.

A turminha politicamente correta e do bem vai certamente me hostilizar, perguntando se eu "estou com peninha de um racista". Podem falar à vontade... mas guardem esse argumento, pois vamos ver depois essa questão de ter "peninha".

A pergunta que eu faria para o colunista e para aqueles que concordam com o soco: vocês acham que a reação do americano foi correta? Sejam sinceros.

Não vou aqui julgar se vocês falarem que sim, que eu imagino que seja o que vocês pensam. Embora sabemos que muita gente não vai admitir isso, como forma de posar de bonzinho e contrário à violência. Ou provavelmente farão aquele manjado discurso de demonstração de virtude prévia seguida da opinião sincera. O típico "ah, eu sou contra a violência e qualquer forma de agressão física... mas foi bem feito para aquele alemão racista levar um soco na cara!". Como disse, não vou julgar ninguém, se quiserem podem admitir mesmo o que pensam e que aprovam que um murro no meio das fuças é uma reação aceitável e até mesmo louvável contra um xingamento racista.

Ora, não tem até música com verso "fogo nos racistas", como foi citado pelo colunista? Então, acho que está tudo bem reagir dessa forma...

Mas aí eu vou fazer uma perguntinha: será que vale esse tipo de reação mais violenta e física contra qualquer comentário racista? De qualquer espécie? Será, por exemplo, que um oriental pode acertar um soco na cara de alguém que o chame de "amarelo" ou "Jaspion"? 

É, sabemos bem que não. Pois para pessoas como o colunista André Santana e toda uma massa de politicamente corretos que dizem ser contrários ao racismo, só interessa falar de quando o negro é a vítima... Pra eles, só isso se enquadra como racismo.

Aí nessa hora virá o esperado discurso inflamado dessa turma, dizendo que eu não sei o que é ser julgado pela cor da pele. Mas, acho engraçado ver negros dizendo isso enquanto eles mesmos julgam que a pessoa, por ser branca, é racista por definição. Todo aquele conceito estúpido de "racismo estrutural" e "dívida histórica" se baseia nisso, como se todos aqueles que são brancos são naturalmente racistas e culpados pelo racismo, como as feminazis dizem que todo homem é um estuprador em potencial. Ora, e isso não é julgar alguém pela cor de sua pele, pôrra?

Por exemplo, quero ver o que vai acontecer se um branco sair andando lá no Harlem ou no Bronx, famosos bairros predominantemente negros lá nos Estados Unidos. Vai ter tolerância? Vão deixá-lo em paz, sem nenhum tipo de agressão verbal ou mesmo física? 

Enfim, eu não vou mais uma vez falar sobre a minha opinião a respeito dessa visão parcial e ideológica daqueles que dizem ser contrários ao preconceito racial, já falei muito disso aqui. Mas eu não canso de repetir que tudo não passa de uma grande hipocrisia por parte de pessoas que se acham "do bem", que posam de anti-racistas mas na verdade promovem uma segregação por conta da cor da pele, incentivam o discurso de ódio contra aqueles que eles determinam que são racistas, e que agem de forma preconceituosa e racista quando a "vítima" não segue a mesma trilha ideológica.

Por exemplo, onde estava o colunista André Santana e os justiceiros raciais quando um site petista associou o ministro Joaquim Barbosa a um macaco? Será que eram outros tempos, em que era permitido fazer ofensa racial contra um negro? Outros tempos em que atacar um ministro do STF não resultava em prisão? E aí, me expliquem.

Ou será que depende de "quem fala" e/ou de "contra quem se fala"?

E tem mais, como são outros tempos e eu não me enquadro no perfil ideológico "certo", de acordo com a sociedade politicamente correta e que diz defender os negros, provavelmente eu serei acusado de racista por ter colocado a imagem acima, mesmo ela sendo uma reprodução da montagem colocada no blog petista há alguns anos atrás. Não vou ficar surpreso que eu seja chamado de racista (e quem sabe até censurado ou mesmo preso) enquanto o verdadeiro autor da imagem deve estar até hoje de boa na lagoa. Provavelmente o cara deve até estar aplaudindo o soco do americano no Hilton e dizendo ser contra o racismo.

Sério, não fode. Esse país não tem jeito... Repito, não importa o que se diz, mas quem diz. 

Mas vou voltar à minha análise da postura que as pessoas estão tendo, como demonstrado na coluna desse André Santana do UOL. Onde fica claro que estão passando um recado de que "basta", de que agora vai ser na base da porrada mesmo. É o que tudo indica, é só ver uma charge feita por um mero desconhecido em busca de seus cinco minutos de fama, em que diz que eles (se referindo talvez à comunidade negra) são contra a violência, porque se não fossem não teria nenhum racista vivo. 

Pergunto: então, usando uma adaptação de um dito popular que é condenado pela esquerda e pelos politicamente corretos do bem, será que "racista bom é racista morto"? É isso?

Agora, quem é que vai determinar se houve racismo ou não? Provavelmente vocês acham que serão vocês mesmos, não é? Por exemplo, talvez o colunista do UOL interprete que eu estou sendo racista apenas por fazer uma postagem crítica discordando de sua opinião exposta na coluna. Será que só por conta disso eu mereça ser morto? Sejam sinceros. 

Porém, quando alguém fala "bandido bom é bandido morto"... ah, aí não pode. Aí não pode ser tão extremista, tem que perdoar, tem que dar chance de ser reinserido no convívio público, é na verdade uma vítima da sociedade... Fala sério...

Eu acho muito engraçado como essa turminha politicamente correta age... Tudo não passa de hipocrisia, pois quando comparam o Joaquim Barbosa a um macaco ou quando hostilizam o deputado Hélio Negão (em que um filho da puta disse que Bolsonaro era igual a Hitler por ter sempre um cachorro preto atrás de si)... aí não tem problema, é liberdade de expressão. Vão dizer que o nome do deputado não foi citado, embora a referência seja inquestionável, já que o Hélio costuma sempre estar ali atrás do presidente nas entrevistas. Mas aí a turminha do bem não vê racismo... 

Tenho a curiosidade de saber o que o colunista do UOL e todos que se regozijaram com o soco no hotel Hilton têm a dizer a respeito disso. Quero saber o porquê do silêncio. Gostaria de entender por que quando é um esquerdista (que ainda consegue ser mais babaca por colocar bandeirinha de Cuba, Venezuela e China) que faz uma descarada ofensa racista contra negro, e ainda por cima um deputado, não tem nenhuma comoção. Será que aí vale reação com um soco na cara? Ou o fato de ser um aliado de Bolsonaro o desqualifica como negro que possa ser vítima de racismo?

Parece que para essa turminha politicamente correta e "anti-racista", alguns negros são mais negros do que outros...

Esse é um dos principais pontos de minha crítica contra um artigo como esse, onde fica evidente que não passa de verborragia motivada por ideologia política, disfarçada de luta contra o racismo. Por isso que fiz questão de comentar lá em cima que esse colunista já escreveu vários textos contra o Bolsonaro (não precisa acreditar em mim, basta ver alguns de seus artigos). Gente desse tipo defende uma narrativa fantasiosa e canalha de que a, digamos, "conduta racial" está diretamente relacionada com a posição política do indivíduo. É aquele discurso manipulador que promove que a esquerda é anti-racista e a direita é racista, que negro tem a obrigação de votar no PT, e assim por diante.

Repito, não passa de uma putaria sem vergonha e manipuladora. Não tem pôrra nenhuma a ver, racismo não está relacionado com ideologia política. Não estou negando a existência de racismo contra os negros (além do racismo praticado contra outras etnias), mas temos que ser coerentes a ponto de entender que isso não está vinculado ao partido político. Existe racista de direita e de esquerda, e anti-racista de esquerda e de direita. 

Mas como interessa à esquerda o discurso fácil para manipular o povão, aí tentam emplacar essa ideia fantasiosa e estúpida de que há apenas dois lados antagônicos. Isso fica claro quando vemos tipos como esse André Santana e toda a imprensa suja só se revoltarem quando o racismo ocorre contra quem interessa ou quando é supostamente praticado pelos seus inimigos (não duvido que tem gente chamando o alemão de "bolsonarista"). Para essa gente que se diz engajada na luta em defesa dos direitos dos negros, o que conta é promover a mentira de que Bolsonaro e quem vota nele são racistas, ao mesmo tempo que ficam quietinhos diante de casos inquestionáveis de racismo, como as ofensas sofridas pelo Joaquim Barbosa, pelo Hélio Negão ou qualquer outro negro que não esteja do lado da esquerda.

Não é luta contra racismo. É ativismo político e ideológico.

Não terminei ainda, embora essa postagem esteja ficando longa demais, mais do que esse assunto merecia. Acontece que tem uma outra questão nessa coluna do UOL que eu gostaria de comentar.

Repito, fica evidente que o colunista pensa sobre o soco, que foi uma reação a princípio justificada contra uma ofensa racista. Não é apenas ele que pensa assim, mas toda uma geral do Flamengo, como podemos ver nas redes sociais sem procurar muito. Fica claro que na cabeça de todas essas pessoas o racismo não pode mais ser tolerado, e a resposta não deve ser "fraca" como o ato de dar flores. De novo, tem música com verso "fogo nos racistas", está se promovendo uma reação violenta e quem sabe até mesmo letal nessas situações de racismo. Mesmo reconhecendo que lesão corporal seja um crime, ela seria usada como desculpa pelos racistas para se colocarem na posição de vítimas. Ainda destacando que o episódio deveria servir de exemplo para que as pessoas não façam o mesmo que o casal, só faltou dizer algo como "você, racista, será o próximo", uma verdadeira provocação e ameaça.

E faço questão de reproduzir novamente a última frase do artigo, aquela que eu imagino que o autor teve um orgasmo ao escrever, como a conclusão que tem o objetivo de "dar o recado", de lacrar de forma enfática, para marcar seu ponto de vista de maneira definitiva.

"Nenhum murro desferido contra um racista se compara aos danos individuais e coletivos gerados pela violência do racismo."

Eu até ia falar um pouco dessa babaquice de dano coletivo. Pois eu acho uma estupidez essa ideia de sofrer de forma alheia, do "mexeu com um, mexeu com todos". Pra mim isso é postura de gente sensível, cheia de frescura que quer arrumar desculpa para suas falhas e para ficar responsabilizando os outros. E também postura de comunista que prioriza o todo em detrimento do individual. Tipo os idiotas que dizem que a vacina que você toma só funciona se o outro estiver vacinado. Mas não vou focar nisso, pois tem uma questão nessa frase de efeito que é mais importante para debatermos, que é como o colunista compara os dois crimes.

Afinal, ele mesmo cita que lesão corporal é crime. Mas sua conclusão dá a entender de que seria um crime menos grave que o racismo, como algo menos violento.

Pois muito bem... vamos então fazer algumas comparações para entender como que são as coisas, para colocar tudo em perspectiva.

Gostaria de saber do colunista do UOL ou de qualquer um que compartilhe de sua opinião: se tomarmos, por exemplo, um crime de estupro seguido de morte. E, para não acharem que estou insinuando alguma pegadinha racista, vamos considerar que o criminoso seja branco, assim não vão dizer que eu estou querendo polemizar e deixar o colunista enrascado ao ter que citar um crime cometido por um negro. 

Como que esse crime se compara com o racismo? Seria algo mais grave e violento? Ou será que o racismo é pior do que estupro? Ou talvez seja igual? Me digam, estou curioso em saber.

Vamos considerar a hipótese de que o estupro seja classificado como um crime mais violento do que uma ofensa racista, que é o que eu penso. Na verdade, jamais passou pela minha cabeça a possibilidade de um mero xingamento racial ser algo pior do que uma violência sexual seguida de morte contra uma mulher. Partindo dessa premissa e assumindo o mesmo conceito defendido na coluna de que uma reação a um crime pode ser justificada, será que podemos defender a ideia de que o estuprador seja executado? Ou que pelo menos leve um soco na cara? Afinal de contas, se pode dar um soco em alguém que praticou uma ofensa racista e se um estupro seria algo mais violento do que o crime de racismo, é de se esperar que pelo menos seja aceitável uma reação do mesmo porte...

Bom... a não ser que considerem que racismo é pior do que estupro. Aí eu paro, não dá pra continuar a discutir com quem pensa dessa forma. Eu imagino que mesmo o mais acirrado ativista da luta contra o racismo jamais vai considerar que o estupro com morte é menos violento que uma ofensa racista... mas, nunca se sabe, né? Afinal, já teve gente desejando que jornalista fosse estuprada...

Enfim, tenho curiosidade em saber o que o tal André Santana tem a dizer a respeito. Se uma reação violenta contra um estuprador seria justificável e compreensível da mesma forma que é a reação contra um racista.

"Ah, mas são coisas diferentes, não podemos comparar...", alguém vai dizer...

Diferentes uma pinóia, cara-pálida! Estamos falando de crimes do mesmo jeito. Será que a reação só é justificada contra crime de racismo? Por quê? Sério, se alguém acredita nisso, explica lá nos comentários, pois tenho a curiosidade de ver qual será o malabarismo ético para tentar defender a ideia de que é aceitável reagir contra racismo mas contra estupro não pode fazer o mesmo. Resgato o que falei lá em cima: será que vocês têm peninha de estuprador?

"Ah, mas não podemos comparar os crimes, não é tão simples assim...", outro vai falar.

Ué, como que não dá pra comparar? Repito, é o último parágrafo lacrador da coluna do UOL, que deixa claro que lesão corporal não se compara ao crime de racismo. Ora, se podemos comparar esses dois crimes, por que não compará-los com o estupro, por exemplo? Vocês precisam se decidir... Ou vamos assumir que todos são crimes e não cabe comparação (invalidando assim o final "lacrador" do artigo) ou então temos que comparar todos os crimes, temos que relativizá-los e colocá-los em perspectiva, identificando aqueles que são mais graves e violentos do que outros. Não só comparar o racismo com estupro, como no exemplo que citei; fico curioso em ver como sería a "régua" adotada por essas pessoas politicamente corretas e ativistas, que crimes eles consideram como menos graves e violentos do que uma ofensa racial. Lesão corporal a gente já sabe que é menos pior...

"Só que não é lesão corporal contra qualquer um, é contra um racista...", provavelmente alguém vai tentar se justificar.

Maravilha! Então vocês se referem somente à lesão corporal contra um racista. Perfeito! Então, voltando ao exemplo do estupro, podemos defender uma reação à altura como uma execução sumária do criminoso. Não estaremos defendendo execução gratuita, mas somente a execução de um estuprador. Podemos adotar esse conceito, que o criminoso "perde o direito" de ser vítima de um crime, deixa de ter a proteção dos "direitos humanos"... mas aí tem que valer para todos os crimes, e não apenas para o racismo.

Não adianta. Se acham que tá tudo bem reagir contra um crime... então vocês têm que achar isso para qualquer crime. Ou então vocês não passam de um bando de hipócritas.

É realmente muito desanimador ver como que anda a sociedade hoje em dia. Tudo acaba sendo motivado por razões políticas e ideológicas, e vemos um monte de pessoas que não passam de interesseiros manipuladores, que vendem uma ideia de que estão preocupados com as minorias menos favorecidas, mas na verdade agem de forma hipócrita e irresponsável, usando-as para atingir os seus objetivos. Tudo para promover a discriminação, a segregação, o "nós contra eles". É o que eu concluo após ler a coluna desse sujeito, que pode ser classificada quase como um convite à reação violenta contra o racismo, ao legitimar a conduta do americano que socou o alemão na cara. Que é o que a esquerda deseja: o conflito, a violência, a discussão, o combate. 

E o pior de tudo é que esse tipo de gente constrói um conceito de que é a vítima quem determina quando está sofrendo racismo. Ou seja, fica tudo na base da interpretação pessoal, que pode (e certamente será) condicionada de acordo com o interesse momentâneo. Pois já se sabe que basta gritar "racista" que vai aparecer um monte de gente correndo pra defender, mesmo que não tenha ocorrido nenhum tipo de racismo de fato. Pra completar, com o sério risco de que comecemos a ver reações mais violentas como nesse episódio do hotel... e pode apostar que uma hora veremos coisas piores do que um soco na cara.

Quero ver se o colunista do UOL fará um artigo semelhante no dia que um negro achar que foi vítima de racismo e matar um branco. Não sei, se chegarmos a um ponto em que isso seja considerado normal e aceitável, ele vai poder escrever sem medo de ser reprimido ou criticado, já que nessa altura pessoas como eu provavelmente já estarão silenciadas, de uma forma ou de outra...

Termino deixando um trecho do filme Duro de Matar 3, com uma cena que sempre me vem à cabeça quando vejo esse tipo de episódio sobre racismo, em como chegamos a um ponto que muitos negros estão em um constante estado de paranóia, a ponto de achar que tudo é feito contra eles, que tudo é racismo, especialmente diante de um branco. Mostrando que aqueles que pregam tolerância estão ficando cada vez mais intolerantes, algo que se torna perigoso quando estes começam a achar que todos estão contra eles.

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