O Touro de Ouro

Vamos para mais um tema polêmico, baseado em um acontecimento que vimos nessa semana que passou. E neste caso eu focarei especialmente em comentar a reação que um conhecido meu teve diante do episódio, reação essa que ele compartilhou em suas redes sociais e que provocou a minha resposta. Pois eu digo que estou perdendo a minha paciência diante de tanta gente posando de bonitinho e caridoso, mas que na verdade age de forma enviesada e ideológica. Sem falar que me dá desgosto ver que esse tipo de pessoa se enxerga como democrática mas é incapaz de ver os acontecimentos como eles são. Trocamos farpas virtualmente, até o momento em que ele, sem mais argumentos, me bloqueou.

Tudo isso por conta de um touro de ouro.

Antes de mais nada, digo que vou manter aqui a minha de sempre, prezando não apenas pela privacidade mas também desse meu colega (talvez ex-colega) com quem discuti. Assim, nada de nomes e printscreens da discussão, que embora tenha ocorrido de forma aberta em uma rede social, não será reproduzida de forma literal. Talvez alguém possa até pensar que seja invenção de minha parte, que não teve discussão nenhuma e estou apenas fazendo um teatro nesta postagem. Fique à vontade para pensar assim. Não a escrevo como forma de desabafo ou para atacar esse meu conhecido, mas apenas para ilustrar como que muita gente é hipócrita hoje em dia, já que a reação dele foi vista por dezenas de outros indivíduos, que se apresentam como "gente de bem".

Comecemos explicando o episódio em si, que começou na terça-feira com a inauguração da escultura do Touro de Ouro, no centro de São Paulo e na frente do prédio da B3, em referência à bolsa de valores. O bovino dourado é baseado em uma escultura semelhante, simbolizando o otimismo e prosperidade do mercado financeiro, que existe na frente da bolsa de Nova Iorque, e foi doado pelo artista plástico Rafael Brancatelli e pelo economista Pablo Spyer. Aliás, se você assiste o canal da Jovem Pan, certamente reconhece o hilário sujeito que fala sobre a bolsa, investimentos e o dólar de forma descontraída e bem-humorada, com o seu bordão "vai, tourinho!". 

Até aí, nada demais. Na verdade, era algo que até poderia ajudar a "popularizar" um pouco mais aquela região, já que muita gente certamente iria ver a escultura de três metros de altura, favorecendo o comércio local. Como acontece lá nos Estados Unidos, onde muita gente vai lá coçar o focinho do touro, algo que dá sorte segundo a superstição dos economistas. 

Mas não demorou muito para que viesse a reação dos politicamente corretos de esquerda desocupados. Como este meu conhecido, que chama o Bolsonaro de genocida e pior presidente da história e que declara abertamente que vai votar no ex-presidiário de nove dedos.

A primeira coisa a comentar é que a crítica desse meu colega não foi um ato isolado. Vi várias outras pessoas em minhas redes falando mal do touro de ouro, várias personalidades criticando a iniciativa e até mesmo alguns veículos da "grande imprensa" repercutindo a notícia de forma negativa.

Nessas horas eu fico pensando onde estão as agências de checagem e os ilustres ministros do "poder moderador", que falam da existência de um gabinete do ódio da extrema direita conservadora que articula a massificação de mensagens e postagens que seriam ataques às instituições e indivíduos ou propagação de fake news. Por que uma enxurrada de postagens e mensagens criticando o touro de ouro não é considerada como uma ação orquestrada por um pequeno grupo, com interesses escusos? 

Fica evidente que, para esses iluminados de toga, se a mensagem é de cunho conservador, temos robôs e gabinete do ódio; se é de esquerda e progressista, aí é a voz do povo... Palavras dos editores da sociedade...

Voltando, o foco das críticas foi em reclamar de uma suposta falta de respeito, de que inaugurar uma escultura em homenagem ao mercado financeiro neste momento de nosso país, em que muitas pessoas estão sem emprego e passando fome, seria uma afronta ao bom senso. Críticas contra a doação realizada pelo economista também surgiram, como o meu colega que sugeriu que o Pablo Spyer deveria ter usado este dinheiro para comprar carne de boi para os famintos. 

Ressaltando que todas as pessoas criticando não perderam a oportunidade para fazer a manjada demonstração de virtude, tão comum nas pessoas de esquerda. Tudo como uma tentativa de legitimar o próprio discurso. Vi gente dizendo "ah, se eu tivesse todo esse dinheiro eu ajudaria os pobres" para dar a impressão que se solidariza com os mais necessitados, postando de seus iPhones enquanto tomam um latte no Starbucks. Vi aqueles espertos que adoram começar as frases de forma neutra para depois se achar na posição de exigir uma determinada atitude daquele que está criticando, como com um "o dinheiro é dele e ele gasta como quiser... mas é muito mau gosto doar uma escultura em vez de doar comida". E assim por diante, um monte de defensores dos fracos e oprimidos...

Mas claro que sabemos que a esquerda não age apenas com palavras bonitinhas no "Feice" e no "Insta". Isso aí é apenas a esquerda caviar, que não quer sujar as unhas polidas na manicure. Mas temos também a esquerda suja e arruaceira, que gosta de provocar tumulto, de "promover o diálogo" na base da porrada. Que, no dia seguinte, foi lá vandalizar o pobre do touro.

Muita gente politicamente correta veio querer corrigir, dizendo que não tinha sido vandalismo, que só tinjam colado um cartaz. Foi vandalismo sim! Pois esses cretinos de movimentos sociais e coletivos não apenas colaram um cartaz (aliás, "colando" com aquela cola melequenta de besuntou a escultura toda), mas também picharam e sujaram o touro. Então, não venham com essa de que não foi vandalismo. Vai ser que nem quando aqueles bandidos tacaram fogo numa estátua, vão dizer que era um "convite ao diálogo"...

Aliás, esse meu ex-amiguinho veio justamente com esse argumento, de que era apenas um cartaz que alertava para o problema da fome. Foi quando eu comecei minha discussão com ele.

O que eu acho mais fascinante nessas pessoas de esquerda é a hipocrisia, é como esses "valores" que elas arrotam de forma prepotente só valem nos momentos mais convenientes. Por exemplo, todos esses babacas que se revoltaram com uma escultura de um touro de ouro, alegando que era uma desfeita com as pessoas que estão passando fome (entre eles esse meu conhecido) não fizeram nenhuma crítica contra o Maduro, quando ele foi lá disfrutar de um banquete com aquele chef turco bicha, aquele da mãozinha de tempero.

Nenhum pio. Nenhum desses bonzinhos que pensam no pobre falou nada. Nenhuma dessas almas caridosas achou uma afronta o ditador bigodudo encher o rabo de comida enquanto o seu povo tenta sobreviver, revirando lixo para achar qualquer coisa comestível pra despistar a fome por algumas horas.

Joguei isso na cara de meu colega, e ele respondeu que não tem nada a ver, que é diferente...

Pois é, ele tem razão. É diferente sim. Pois a bolsa de valores de São Paulo, o economista e o artista plástico não são responsáveis pela fome no Brasil, na verdade podemos até dizer que de certa forma é justamente o contrário: não precisa queimar muitos neurônios para entender que, se a economia do país estiver bem, teremos mais empregos, e com isso mais pessoas terão condições de colocar comida na mesa. 

Diferente do Maduro, o ditador venezuelano que, com seu governo autoritário, é responsável por destruir a economia de seu país e colocar seu próprio povo na situação desumana em que se encontra. Tudo em nome da ideologia comunista do martelo e da foice, que nivela todos por baixo na pobreza, enquanto que os caciques do partido fumam seus charutos cubanos enquanto saboreiam seus banquetes caríssimos como um bom capitalista.

Onde vocês, que criticaram o touro de ouro, estavam nessa hora? Onde estava toda essa preocupação com a fome? 

Algo que me deixa extremamente puto com esses palermas de esquerda é a hipocrisia... Eles fingem que tem valores, mas na verdade a única motivação deles é político-ideológica. A revolta contra uma mera estátua de um touro de ouro não é apenas parte da velha narrativa defendida pelos esquerdopatas ao criticar "símbolos" do capitalismo, como bolsa de valores e bancos (embora os bancos passaram a lucrar mais quando o "partido do povo" chegou ao poder), mas certamente também é motivada pelo fato do economista Pablo Spyer ser apresentador na Jovem Pan, que a esquerda considera como uma rede bolsonarista. Afinal de contas, os "inimigos da esquerda" estão sempre errados, segundo os politicamente corretos puros e virtuosos, que sofrem ao ver os pobres passando necessidade enquanto capitalistas sem coração doam estátuas de touros dourados.

Acontece que esses certinhos com camisa de Che Guevara só cobram dos outros... na hora de fazer a sua parte, é aquela história do "veja bem", "sabe como é que é"...

Foi um pouco nessa linha que eu argumentei com esse meu ex-colega de rede social. Pois o mesmo indivíduo que critica um economista por doar um touro de ouro é também um apreciador da boa gastronomia. Quase todo fim de semana esse meu amiguinho defensor dos oprimidos coloca fotos de suas idas em restaurantes caríssimos com seus amigos e familiares, em que é fácil gastar mais de cem reais num prato sofisticado, sem contar os vinhos chiques e sobremesas assinadas por grandes chefs da mais requintada culinária do Rio de Janeiro.

Perguntei se ele não achava uma afronta ficar apreciando jantares caríssimos em restaurantes finos, provavelmente gastando mais de duzentos reais por fim de semana, enquanto o povo passa fome. E sugeri que, em vez de gastar uma fortuna em benefício próprio num Cipriani ou num L'Etoile, ele fosse um pouco mais consciente com o atual momento em que vivemos e fosse num Giraffas ou Spoleto, para assim usar o restante do dinheiro que gastaria para comprar umas quentinhas para uma família necessitada...

Nessa hora ele me chamou de bolsominion desgraçado e me bloqueou. E assim, mais uma vez, um esquerdista perdeu a razão e teve que enfiar o rabo entre as pernas.

Sério, me divirto com essas situações. Deixa claro como que a esquerda é covarde, incapaz de sustentar suas narrativas e discursos. Mas, quando ficam sem argumentos, partem para a agressão seguida da censura contra seus inimigos. E ainda se dizem democráticos e defensores da liberdade de expressão. Bando de hipócritas.

Tipo aquele vagabundo do Boulos, líder do MTST. Além de aplaudir o vandalismo promovido pelos seus amiguinhos, ele foi na justiça para pedir a remoção da estátua do touro. Segundo esse infeliz do PSOL, a estátua estaria fazendo uso indevido de espaço público e também representando desvio de finalidade, e por essas razões deveria ser removida.

Li a declaração dele, e na minha cabeça soa como "sou um babaca vacilão e mimado, e todo mundo tem que fazer o que eu quero, ou vou chorar".

Honestamente, tem horas que acho que precisamos ser um pouco compreensíveis com um doente como esse tal de Boulos. Mas aí me dou conta de que ele não passa de um canalha, um marginal que comanda uma organização terrorista que promove ocupação de espaços públicos e privados, invasões de terras e agressão contra inocentes. Um tipo assim não merece nem um pingo de compreensão, mas sim todo o peso da lei. Merece que arranquem essa sua máscara de defensor dos fracos e oprimidos, mostrando o hipócrita que ele é.

Com que moral esse palhaço vem falar de uso indevido de espaço público? O mesmo que lidera o bando que invadiu a mesma bolsa de valores onde tem o touro, que fecha vias públicas e queima pneus de forma criminosa (aliás, algo que não deve ser muito bom para o meio ambiente que a esquerda tanto diz que defende), que quebra vidraças de prédios públicos. Esse Boulos fala tanto que defende o trabalhador e aqueles que não têm onde morar, pergunto quantas famílias ele abriga em sua casa, quanto que ele doa mensalmente para o combate contra a fome. Adora falar dos outros, mas duvido que faça tanto assim, além de não cobrar os seus amiguinhos de linha ideológica.

Eu acho muito engraçado como que os esquerdistas adoram defender uma visão de mundo bipolarizada, dividida entre opressores e oprimidos. Considerando o caso em questão, opressores são a bolsa de valores de São Paulo, o touro de ouro e o Pablo Spyer; e oprimido é o povo, o pobre que tem fome. Trata-se de uma narrativa superficial, de forma proposital pois é mais fácil de "vender" para os ignorantes que fazem parte da massa de manobra. Principalmente por criar uma percepção na cabeça dessas pessoas que a situação ruim em que elas vivem é culpa do outro, fica uma ideia de que se o sujeito tem fome é porque um bacana doou um touro de ouro para a bolsa. Tal narrativa é sedutora, já que isenta o oprimido de qualquer responsabilidade, colocando-a sobre o opressor.

Ao mesmo tempo que o bonitinho da esquerda aparece como um Robin Hood, dizendo que ele será o único que vai ajudá-lo. 

Ou seja, no mundo bipolarizado, a esquerda se apresenta como um espectador externo, que não é oprimido nem opressor, e dessa forma fica isento de qualquer outro rótulo. Mesmo quando a esquerda faz pior do que acusa o opressor. Essas pessoas acham que só precisam botar uma estrelinha vermelha no peito e se declarar de esquerda, e pronto: isso dá um salvo-conduto para que elas possam apontar o dedo e cobrar uma atitude dos outros, ao mesmo tempo que não fazem nada elas mesmas. Como o caso do meu ex-amiguinho, que parece achar que não é imoral que ele lambuze os beiços em um banquete caríssimo enquanto o povo passa fome, basta ele criticar o "burguês" que já é suficiente para dizer que ele faz algo pelos pobres.

Canso de dizer que se a pessoa tem algum valor em que acredita, ela deveria naturalmente incorporá-lo em sua vida cotidiana. É tão fácil, pois na imensa maioria das vezes isso depende somente dela e de mais ninguém. Se você, esquerdista que ficou puto com o touro de ouro, acha errado que uma pessoa use seu dinheiro dessa forma, ótimo. É um direito seu pensar isso, diria até que é muito nobre de sua parte achar que devemos pensar mais no próximo, colocando as necessidades dos que se encontram em dificuldades na frente de nosso próprio luxo e conforto. Mas, antes de cobrar isso dos outros, olhe para seu próprio umbigo e reflita se você acredita de fato nisso e se são valores que você pratica em sua vida naturalmente, de forma contínua e constante, mesmo quando ninguém está vendo, e não apenas para postar nas redes sociais e demonstrar virtude de forma pontual. Tipo o sujeito que vai na academia uma vez, posta uma foto e depois fica dizendo que é atleta.

É muito conveniente exigir uma atitude dos outros mas ficar inerte e não fazer nada. Tá cheio de bacana por aí que defende redistribuição de renda, mas que todo o ano troca de iPhone e viaja para o exterior, que mora em bairro nobre e tem casa de praia, que só anda de Uber e curte restaurantes sofisticados. Não passam de aproveitadores, que não fazem nada pelos outros, que não querem acabar com a pobreza e a fome, mas sim usar os pobres e famintos para atacar seus adversários políticos e ideológicos. Uma atitude deplorável, digna de alguém que não tem um pingo de ética.

Enfim, vou ficando por aqui. Tenho certeza que esse touro de ouro ainda vai render muita discussão, ainda veremos muitos mortadelas revoltadinhos com isso. Pois um símbolo de prosperidade e otimismo do mercado financeiro é algo inaceitável para um bando de palermas que torcem contra o próprio país só porque o presidente não é do "lado deles". Talvez se a escultura que tivessem colocado na frente da bolsa de valores fosse essa aí de baixo, a turminha progressista politicamente correta iria ficar mais satisfeita.

Afinal de contas, parece que esse pessoalzinho gosta mesmo é de levar nos fundilhos, e quer que todo o povo brasileiro sofra o mesmo.


***** UPDATE - 27/11/2021 *****

Pois é, infelizmente os canalhas venceram essa polêmica, pois a prefeitura de São Paulo mandou tirar a estátua do touro de ouro da frente da bolsa. A alegação é que a estátua seria uma ação publicitária, não apenas da bolsa de São Paulo, mas da empresa do Pablo Spyer e da XP Investimentos, da qual ele faz parte. A decisão foi da Comissão de Proteção à Paisagem Urbana da cidade, provavelmente atendendo aos apelos do patife do Boulos e da mídia esquerdista, de toda aquela turminha do "quanto pior, melhor". Assim, nessa terça-feira o bovino foi removido de onde estava.

Eu acho interessante é como que são as coisas hoje em dia, como que uma minoria birrenta e escandalosa consegue que tudo seja feito conforme a sua vontade. Pois eu não vi tanta gente reclamando assim, a maioria ou aprovava a iniciativa, pelas razões que eu já falei acima, ou até mesmo era indiferente. Acho que na verdade a maior parte das pessoas, incluindo aqueles que moram em São Paulo e passam por essa região, talvez nem se importem muito com a existência ou não de uma escultura de um touro de ouro em frente à bolsa. Só mesmo os esquerdinhas desocupados é que se incomodaram com isso... Afinal de contas, o empresário que doou a estátua trabalha na Jovem Pan (emissora "bolsonarista") e o touro representa a prosperidade da bolsa, algo que a esquerda odeia.

Agora eu chamo mais a atenção de como que essa tal comissão foi tão ágil para decidir que uma mera estátua de um touro é uma ameaça à paisagem urbana. Queria só saber quando é que eles vão fazer algo à respeito da cracolândia, na mesma cidade de São Paulo...

Ou será que isso não prejudica a paisagem urbana da metrópole?

Comentários

sammy disse…
Seu colega (ou ex-colega) é hipócrita sim, não se preocupe. Fico admirada que você consiga manter o diálogo — e a sanidade — com esse tipo de gente.

Em uma hora dessas, todos os esquerdistas são virtuosos, perfeitos e santos, mas nunca testemunhei um sequer dando uma cesta básica à uma família carente.

É como os pseudo-ateus que ficam questionando a Deus e a origem do sofrimento, mas quando vê alguém do seu lado passando necessidade nada fazem.

Enfim, está cada vez mais difícil manter a cabeça no lugar com esse bando de malucos fanáticos do Nine Fingers.

Abraços, amigo.
Luisa disse…
Uma pena uma escultura tão linda ser vandalizada deste jeito.E soube que foi retirada do local por infringir a regulamentação do espaço público. Contraditório protestarem em defesa do "bem" vandalizando uma obra de arte e agirem fazendo o mal.Essa escultura só ia valorizar mais ainda a região e enfeitar o prédio da bolsa de valores.Lamento pela iniciativa do artista e do patrocinador de nos presentearem com ela e ao mesmo tempo serem obrigados a retirá-la.