Coisas que não existem mais

Acredito que todo mundo passa por momentos de nostalgia, olhando para o passado e lembrando de certas coisas. Ultimamente eu tenho feito muito disso, acho que a idade vai se acumulando e começamos a olhar para trás, recordando de situações das mais diversas. Sem dúvida esse tipo de revisão de nosso histórico é bem curiosa, admito que vejo como agi em certas situações, reafirmando o que decidi lá atrás ou então me arrependendo de meus erros e omissões. Além disso, é comum também lembrarmos de certas coisas que tivemos, que fazíamos, de como eram tempos diferentes em diversos aspectos de nossa vida. 

Claro que algumas coisas nós ainda conseguimos guardar. Cito um exemplo que tem a ver comigo: certos jogos de videogame que eu jogava na infância e adolescência, ainda me divertem até hoje, graças à magia de emuladores e sites onde se pode jogar online. Outro caso são os filmes, me divirto muito mais vendo aquelas produções dos anos 80 e 90, como fica claro nas minhas sátiras de clássicos como Comando para Matar e Mad Max 2. Felizmente algumas coisas permanecem, e me sinto feliz em ainda ter essas coisinhas ao meu alcance. Mesmo que tenha muita gente (tipicamente os "especialistas de contra-capa de livro") que diz que não devemos olhar para o passado, que trata-se de uma postura errada de alguém que não progride ao ficar "preso" ao ontem.

E não, não sou de usar os termos cult, retrô ou cringe. Sei que tem gente que curte essas coisas apenas por conta dessas palavrinhas, e que não vivenciou quando elas existiam de verdade. Nada contra o sujeito gostar de algo antigo por gostar, o que eu acho babaquice é essa turma idiota que passa a curtir alguma coisa do passado pelo simples fato de que é do passado.

Por outro lado, existem algumas coisas que realmente deixaram de existir. Mesmo a turminha que gosta de consumir algo retrô só por ser retrô não consegue. Foram certos estabelecimentos, atividades e objetos que se tornaram ultrapassados, sendo totalmente substituídos por novas tecnologias e paradigmas, e dessa forma estão hoje totalmente extintos. Ou quase, pode ser até que em algumas raras situações ainda seja possível encontrá-los, mas provavelmente largados no esquecimento. 

E é por isso que eu decidi fazer essa postagem, para falar de algumas dessas coisas que estiveram em meu passado e que não existem mais, lembrando de como eram e como foram substituídas por outras.

Já que eu puxei lá em cima a questão dos videogames, eu recordo de algo que apenas quem viveu nos anos 80 e 90 se lembra. Você sabe o que era isso?

Não é uma relíquia encontrada em um OVNI. Antigamente, antes de termos televisões e monitores de alta definição, a gente tinha que ligar o videogame na TV com o auxílio dessa caixinha. Os terminais eram conectados na antena da televisão, e a sacada era colocar o aparelho no canal 3 e mudar a posição da chave para assim ver a tela do videogame. Foi assim durante muito tempo, acho que até a época de consoles como Mega Drive e Super Nintendo. Depois disso, os videogames mais novos começaram a usar as entradas AV (com aqueles cabos vermelho, amarelo e branco) e mais recentemente a entrada de vídeo passou a ser HDMI. 

Eram tempos que, nas casas em que havia somente um aparelho de TV, tinha aquele "conflito" entre as crianças que queriam jogar videogame e os pais e avós que estavam com vontade de assistir o Silvio Santos ou o Faustão. E para isso tinha até aquela mentirinha de dizer que a televisão podia estragar se ficasse muito tempo ligada no canal 3... Tudo para tirar os pimpolhos da diversão eletrônica para que os adultos pudessem passar a tarde vendo aqueles programas de auditório sofríveis. 

Seguindo com uma tecnologia do passado que era falsamente acusada de estragar os utensílios domésticos, antes da wifi e internet a cabo/fibra, a gente dependia de um modem desses ligado no telefone para se conectar na grande rede. 

Aposto que quem é da época se lembra do barulho característico quando o modem se conectava. Os chamados modems dial-up vinham na forma de uma placa dentro do gabinete ou era um aparelho em separado, conectado à linha telefônica e que recebia o sinal de internet, que na época era de alguns poucos kilobytes por segundo. Ou seja, as fotos demoravam para abrir e jogos online em tempo real eram algo inconcebível. 

Sem falar que usar a internet ocupava a linha telefônica. Como os celulares ainda não existiam, significava ficar incomunicável enquanto estivesse conectado. Era muito comum o sinal cair e ter que reconectar de novo, sem falar que era típico deixar para entrar na internet de noite ou de madrugada, quando o custo da "ligação" era menor. Ou então a gente tinha que se virar com os tais CDs da AOL, que davam acesso a horas grátis de acesso após assinatura.

Pois é, algo que hoje é tão natural e acessamos de forma ininterrupta, lá no passado tinha hora contada.

Aliás, é interessante ver como as mídias mudaram muito ao longo dos anos. Os CDs eu acho que já quase não existem mais, talvez apenas algumas pessoas ainda têm os de música, mas que agora foram substituídos pelos MP3 ou Spotify; os DVDs ainda perduram um pouco, mas a maioria hoje prioriza os serviços de streaming. Na verdade, todo o avanço da tecnologia fez com que músicas, filmes, séries e documentos passassem a ser armazenados na "nuvem", algo que é certamente muito prático, mas que ainda tem gente que não confia muito (como eu). Sei lá, penso que guardar as coisas em um servidor virtual é muito volátil e arriscado, especialmente no caso de informações mais sensíveis. 

Mas algo que certamente foi extinto foram as fitas K7 e VHS.

Fui de um tempo em que se usava muito esse tipo de fita. Usei walkman na minha adolescência, escutando fitas com músicas que eu gravava ao visitar amigos ou mesmo do próprio rádio. Era na época uma praticidade muito boa, pois permitia levar as suas músicas preferidas de forma relativamente portátil, podendo dar um rewind para escutar de novo aquela faixa predileta. Mesmo com a chegada dos CDs, nada substituía a flexibilidade de gravar quantas vezes quisesse, já que os CDs dependiam de um aparelho mais caro para gravação, e geralmente só era possível gravar uma vez, a menos que fosse um CD-RW. 

O mesmo para as fitas VHS, com as quais era possível gravar filmes que passavam na televisão e jogos de futebol, ou qualquer coisa. Na época era comum usar até mesmo um sistema de gravação programada, onde era possível entrar o horário de início e fim do programa de interesse, e assim o aparelho fazia tudo sozinho, algo inovador na época. Assim, era possível gravar aquele seriado que passava enquanto você estava fora de casa ou a corrida de Formula 1 que era de madrugada.

Mas tais fitas deixaram de existir. Não apenas pelo surgimento dos sites de streaming e meios mais modernos de gravação com maior capacidade, mas também pelas próprias características físicas das fitas. Dependendo de onde você morasse, as fitas (principalmente as VHS) acumulavam mofo, que significava seu fim. Quanto às fitas K7, algo muito comum era que elas enrolassem no aparelho, podendo rasgá-las e aí já era...

Aliás, falando de fitas, outra coisa que não existe (ou quase não existe) mais: as locadoras.

Pois é, ainda na época dos filmes em VHS, surgiram as locadoras de filmes, onde era possível alugar uma ou mais fitas para assistir em casa. Em um dado momento essa era uma das maneiras mais rápidas de ter acesso aos filmes do momento: na época, depois de passar nos cinemas, os filmes levavam uma eternidade para serem exibidos na rede aberta ou mesmo na TV a cabo, que começava a surgir. Dessa forma, as locadoras eram uma boa opção para ver aquele filme que você perdeu no cinema. As locadoras eram geralmente estabelecimentos pequenos, coisa de bairro mesmo, mas logo apareceu a gigante Blockbuster, que ainda vendia alguns títulos. 

E quem vivenciou a era das locadoras se lembra de coisas como o preço diferenciado para os filmes recém-lançados, a fila de espera para assistir a um título muito procurado, as promoções de fim de semana (leve três, pague dois) e a multa por devolver a fita sem rebobinar.

As locadoras também investiram no aluguel de jogos de videogame, e depois se adaptaram à nova realidade de DVDs. Mas a chegada de serviços de streaming como o Netflix decretou o fim das locadoras. Afinal de contas, quem iria perder tempo indo em uma loja para alugar um filme que pode ver de graça num site? Embora aqui no Brasil ainda existam cidades pequenas onde as locadoras ainda resistem bravamente, geralmente onde a população não tem internet de qualidade...

Mas o mesmo não pode ser dito de outro tipo de estabelecimento, que são aquelas lojas para revelar fotos.

Ah, como certas coisas eram mais difíceis há alguns anos, tirar fotografias era uma delas. Quem é mais novo está tão acostumado com a facilidade que é tirar uma foto hoje em dia com um celular, basta apontar a câmera e pronto. Se a foto ficou ruim, é só deletar. Se estiver escuro, a luz de LED do aparelho iluminará tudo. Sem falar que inúmeros efeitos podem ser aplicados logo na sequência, antes de postar a foto nas redes sociais ou onde quiser. Por fim, não há virtualmente limite para a quantidade de fotos que você vai tirar, a única restrição é se não houver espaço no cartão de memória ou no serviço de armazenamento na nuvem.

Porém, até os anos 90 era algo mais complicado. Para começar, só dava para tirar foto com máquina fotográfica, que usava um rolo de filme como esse abaixo, que vinha naquele clássico tubinho preto com tampa cinza. 

Esse filme tinha uma quantidade finita de fotos que podia ser tirada, e que na época não tinha como saber se tinha ficado boa ou ruim. E, terminado o rolo, você levava numa dessas lojas de revelação, que geralmente faziam as fotos em uma hora. Nesse momento é que você iria perceber as fotos que ficaram claras demais, ou que foram arruinadas por um bicão que passou na frente das lentes ou queimadas por uma luz demasiadamente forte. O pior de tudo é que muitas vezes essa revelação ocorria depois do evento ou da viagem: ou seja, era comum a frustração de não ter capturado bem um momento de recordação inesquecível.

Claro que ainda existe o ato de revelar fotos hoje em dia. Mas como elas são digitais, só revelamos aquelas que queremos imprimir fisicamente, para colocar em um porta-retrato, por exemplo.

Embora eu até tenho que comentar uma coisa. Antes, como era mais "difícil" tirar fotos, acho que as pessoas selecionavam melhor o que iam fotografar. Com um rolo de filme com 36 poses, o indivíduo precisava guardar os melhores momentos para apertar o botão do obturador. Além disso, acho que valorizava mais o ato de fotografar, já que era necessário estar atento à iluminação e outros ajustes finos da câmera para que o retrato saísse com boa qualidade.

Hoje, qualquer mané com um celular na mão tira fotos das coisas mais insignificantes e se acha o artista só por saber usar um filtro do Instagram...

Tem um ditado que diz que tempos fáceis geram homens fracos. Complemento dizendo que além de fracos, esses homens são idiotas. Tem certas pessoas que tinham que passar por um psicotécnico antes de colocarem as mãos em um celular...

Falando em celular, tem outra coisa que está praticamente extinta hoje em dia, que são os telefones públicos, os populares orelhões.

Antes da praticidade de ter um celular na palma da mão, se estávamos na rua e era necessário falar com alguém, era preciso achar um desses telefones públicos. Uma tarefa que não era exatamente muito simples, pois dependendo da região podia ser difícil encontrar um desses. E ainda tinha o detalhe de dar sorte que o telefone estivesse funcionando, principalmente aqui no Rio era comum olhar dentro daquela casca de ovo e ver que ele estava avariado (ou mesmo nem estivesse ali). Me lembro que certa vez eu passei por isso, e tive que usar o aparelho do orelhão mais baixo, aquele que devia ter sido criado pensando em crianças ou pessoas verticalmente prejudicadas. Tudo isso resultava até mesmo em filas, com o pessoal xingando quem estava demorando muito no telefone.

Cabe ressaltar que o orelhão surgiu em uma época em que era muito complicado para que uma pessoa tivesse seu telefone fixo. Os mais jovens não fazem ideia, hoje você vai numa loja da Vivo ou Claro e sai com um número em quinze minutos; mas antigamente você tinha que comprar (ou mesmo alugar) uma linha, o que não era barato. Sem falar que o custo era por pulso, e assim uma ligação muito longa podia sair caro. A privatização das telefônicas e o surgimento do celular felizmente mudaram esse cenário.

Mas, por mais que os orelhões tenham quase desaparecido, eles ainda existem em algumas raras localidades, especialmente onde ainda não há uma estrutura de celular tão extensa como nas grandes cidades. Aliás, vale comentar que antes de usarmos os típicos cartões telefônicos, os orelhões funcionavam com fichas. Assim, para fazer uma chamada mais demorada, o sujeito tinha que levar um peso de fichas no bolso.

Pior que tenho algumas dessas fichas guardadas. 

Vamos lembrar de outra coisa que ficou no passado, que está associada ao estudo, principalmente na época de escola. Dentre as muitas atividades que as crianças precisam fazer, estão os trabalhos de pesquisa, tanto para que cada um desenvolva uma espécie de relatório ou resumo, como também naquelas famigerados trabalhos em grupo, com cartolinas e maquetes (e hoje com apresentações em PowerPoint também), em que geralmente sempre tem aqueles que não fazem nada e ganham a nota na aba. Sério, tantas as vezes que eu me aborrecia com isso...

E há um certo tempo atrás, antes da internet e da Wikipedia, as consultas tinham que ser feitas em uma enciclopédia.

Aposto que os mais novos nem faziam ideia de que era assim que se estudava há alguns anos atrás. Eu confesso que curtia enciclopédias, podia ficar horas folheando suas páginas e perder a noção do tempo. A maioria das enciclopédias era dividida em vários volumes, geralmente com os tópicos organizados em ordem alfabética e trazendo mapas, tabelas, fotos e diagramas dos mais diversos assuntos. Muitas eram de temas em geral, assim você podia ver desde descrições de uma era da História até informações do sistema digestivo, de detalhes sobre a Alemanha Ocidental até a biografia resumida do Albert Einstein. Algumas famílias até tinham enciclopédias em casa, mas em geral os alunos tinham que recorrer à biblioteca da escola para buscar informações sobre o assunto do trabalho pedido pelo professor.

Interessante é que haviam coleções lançadas nas bancas que serviam também como uma espécie de enciclopédia. Me lembro de uma chamada Descobrir, com vários fascículos semanais que depois eram organizados em um fichário azul. 

E que vinha com um porta-aviões de papel, para dobrar e montar. 

A garotada de hoje não faz ideia de como era difícil fazer esse tipo de trabalho de pesquisa naquela época. A gente tinha que escrever, muitas vezes de próprio punho (dependendo da época, o computador ainda não tinha chegado), e não podia simplesmente copiar o que estava escrito no livro. Para as figuras, tinha que pedir para os pais tirarem uma xerox, geralmente em preto e branco (colorida, só para os de carteira mais recheada), recortar e colar na cartolina. Dava mais trabalho, mas acho que isso até incentivava mais que as crianças desenvolvessem a habilidade de pesquisar e escrever sobre um assunto. Hoje em dia, é só ir num site, copiar e colar textos e figuras e pronto. Nem precisa imprimir mais, basta enviar por email para o professor ou levar para a escola num pendrive.

Pendrive lembra disquete... outra coisa que não existe mais. Seja o grandão de 5 1/4", aquele mais flexível que todo mundo já rasgou para ver como era por dentro, como os mais populares de 3 1/2" com sua plaquinha metálica deslizante e a trava para bloquear a gravação, antigamente era como a gente gravava os nossos arquivos. Eram "imensos" 1,44 MB de espaço, os fortes ainda devem se lembrar de como era instalar o Windows ou um jogo mais avançado com uma pilha deles.

Aliás, curioso observar como o disquete ainda é usado em muitos programas como o símbolo de salvar arquivo. Conforme eu citei em uma postagem de mais de dez anos atrás. Nada mais apropriado do que referenciar um texto antigo do blog nesse momento em que estamos falando de coisas antigas.

Interessante ver como que muitas coisas do passado mudaram ou deixaram de existir por conta do avanço da tecnologia, cada vez mais rápido. Para descontrair um pouco, vou comentar de outra coisa que não existe mais. Na verdade não é uma "coisa" exatamente, mas algo que se fazia. Em especial os moleques quando descobriam que meninos e meninas eram diferentes: comprar a primeira Playboy na banca.

Pode parecer sacanagem (com trocadilho, faz favor) da minha parte, mas eu diria que este é sim um momento que fez parte do "amadurecimento" de garotos de muitas gerações, como fazer a barba pela primeira vez. Diria até que podia ser algo engraçado, certamente muitos meninos precisaram arquitetar todo um plano elaborado para comprar a revista, especialmente se estivessem com menos de 18 anos (que supostamente era o mínimo de idade para folhear a revista). Tipo, ir numa banca longe de casa, para não correr o risco do jornaleiro dedurar para os pais, comprar algumas revistas em quadrinho do Homem Aranha junto para disfarçar e correr para o quarto para esconder o item de desejo adolescente em um lugar bem escondido. Tudo isso só no ato da compra; depois ainda tinha o momento em que o garoto ia finalmente tirar o plástico, abrir a revista e ir direto para as páginas onde poderia apreciar a beleza irresistível do corpo feminino...

Mas tal situação embaraçosa e até mesmo cômica é outra coisa que não existe mais. Não somente pelo fato de que a Playboy não existe, mesmo enquanto a revista do coelhinho ainda era publicada, começamos a ver uma nova realidade, onde a garotada é introduzida à sacanagem cada vez mais cedo. Sério, eu esperei chegar aos meus 18 anos para comprar minha primeira revista do tipo, quando ultimamente moleques com idade de um dígito somente já estão frequentando sessões de autógrafos com a playmate do mês.

Eu já coloquei essa foto em outras postagens, e sempre quase me mijo nas calças de tanto rir do gordinho da direita, com aquela cara bochechuda de quem está pensando em sacanagem. 

Mas não somente isso, hoje em dia nem precisa mais passa por todo o perrengue de ir numa banca de jornal para ter acesso a isso. Basta ir no Google e muito facilmente a molecada poderá ver todo o tipo de fotos e vídeos, das mais diversas e ortodoxas categorias. Liberou geral, essa é a verdade...

Poderia falar de várias outras coisas que não existem mais, só que a postagem está ficando bem extensa, acredito que começa a chegar a hora de ir finalizando. Daria para falar de vários assuntos, mas alguns acabam sendo muito extensos e talvez mereçam posts dedicados. Por exemplo, daria para falar de várias comidas e guloseimas do passado que sumiram dos mercados, como os cigarrinhos de chocolate da Pan (que, dependendo dos politicamente corretos, seria cancelado se existisse hoje).

Se bem que já falei um pouco deles aqui em outro post resgatado do passado. Mas sem dúvida existem outras comidas e lanches que merecem ser lembrados em um momento oportuno.

Poderia falar de brinquedos e jogos, mas esses eu já costumo escrever com certa frequência aqui. Tipo, estou pensando em fazer uma postagem dedicada aos Comandos em Ação, que até sobreviveram um certo tempo, graças à coleções de homenagem aos 25 e 30 anos e dois filmes, mas que hoje aparentemente deixaram de ser lançados, para ficar na memória da garotada.

Sem falar dos desenhos animados, muitos que eu já citei aqui e ate viraram temas de sátiras bem loucas, como os Super Amigos e o Homem Pássaro. Muitos desses desenhos que estão ganhando remakes, mas que não chegam aos pés dos originais do passado. Vide o exemplo do que fizeram com o He-Man, esculacharam o herói da infância de muitos. Tudo bem que o original era bizarro de tão ridículo... mas era o ridículo que fazia ser engraçado e marcou várias gerações.

Pois bem... São muitas coisas de um passado não tão distante que deixaram de existir da forma como existiam. Mas que ainda permanecem nas lembranças e na memória de muitos. E, por que não, ainda acessíveis de alguma forma para alguns que fazem o possível para manter muitas dessas "velharias" ainda vivas. Dizem que não devemos nos prender ao passado, mas eu acho que o passado é muito importante para ser simplesmente esquecido, já que o que somos hoje é fruto do que éramos antes. Claro que não devemos viver somente no passado, temos que vivenciar o que o presente tem, há muito de bom; mas sem dúvidas há aqueles momentos em que o saudosismo e a nostalgia trazem um bom sentimento para a gente. 

Comentários

Luisa disse…
Nostalgia é uma saudade triste,porque você sabe que é algo que nunca mais voltará.Admito que sou extremamente saudosista e com dificuldades de aceitar o presente como ele é.O que consegui enxergar de positivo em seu post, é que não dependemos mais das complicadas fitas VHS e de adquirir livros que consomem tempo,espaco e dinheiro.No entanto,ao mesmo tempo que temos acesso as informações em segundos, não temos CONHECIMENTO! São duas coisas distintas,que eu acho que só os livros poderiam cumprir este papel tão importante.
Não consigo imaginar como será o futuro,mas a tecnologia tanto pode ajudar como atrapalhar.A velocidade da comunicação,o constante stress, depressão,falta de segurança e privacidade são reflexos do exagero tecnológico.
Texugo disse…
Pois é, Luisa... Hoje temos um acesso muito amplo e fácil a mais informações do que há alguns anos, o que por um lado é muito bom (tenho sites nos meus favoritos que eu posso passar horas lendo e estudando). Mas aí ocorre não apenas o que você diz, que é um pouco aprofundamento por conta desse grande volume de informações, mas também o acesso a muita porcaria.

Vamos ver como será o futuro. Muitas coisas mudando e muito rápido, que já fica difícil acompanhar.
wagner disse…
Eu acho que pior que o fim dos "coisas"...É o fim das experiências,do contexto,do ritual...Tem vários exemplos:Fliperamas,locadoras,reunir a galera para jogar vídeo game em casa e etc...Nas locadoras você conhecia outras pessoas,conversava sobre filmes...Nos fliperamas a gente desafiava novos jogadores,fazia amizades,trocava experiências...Antigamente as fotos eram caras ...Então numa festa de confraternização familiar,todos se reuniam,para a foto para o álbum de família...Era uma ocasião especial,agora com a evolução da tecnologia,virou algo totalmente banal,e muitas vezes sem sentido.Até as brincadeiras de criança estão acabando: amarelinha,pular corda,soltar pipa,bola de gude,pião...Acho que que criou-se uma grande paradoxo.Pois na era da informação,da praticidade...As coisas de certo modo,ficaram mais vazias,mas rasas...As pessoas estão ficando cada vez mais "isoladas",em um realidade virtual...Essa nova geração pela primeira vez na história,é menos inteligente que a anterior...Acho que não é só as coisas que estão acabando ou sumindo...O espírito humano,cada vez que a tecnologia avança,parece que nos tornamos menos humanos,se refletindo no empobrecimento da cultura,da música,da criatividade de um modo geral...
Texugo disse…
Pois é, Wagner. Você tocou em um ponto bem importante, que são as experiências associadas a tudo isso. O seu exemplo da foto na reunião de família é perfeito: pra começar, entendo que com o mundo digital (e especialmente com a pandemia) as reuniões e visitas a familiares foram substituídas por lives e video-chamadas. E as fotos, aí é o exagero que temos hoje de fotografar qualquer coisa (e pensar que quando pousaram na Lua tiraram "só" 17 fotos). Realmente, experiências que ficarão no passado, por conta dessas mudanças do mundo de hoje.