Hipocrisia na CPI

Tenho que admitir que eu flerto com o "perigo". Em determinados momentos eu acabo escrevendo alguma postagem por aqui que foca em um tema polêmico, que certamente vai ofender os mais sensíveis. E hoje em dia muita gente está hipersensível com qualquer coisinha, tudo é motivo para os revoltadinhos gritarem em desespero, especialmente quando é um tema controverso. Como o racismo, sobre o qual eu já falei aqui várias vezes, e como a homofobia, que será o assunto de hoje. Fico imaginando se algum dia vai aparecer alguma pessoa mais histérica e vai me denunciar, vai pedir para o Google excluir meu texto ou até minha página inteira, por se sentir ofendido com algo que eu tenha falado. 

Mas eu vou em frente. Pois ainda temos o direito à liberdade de opinião e de expressão... ou não?

Hoje eu vou puxar como referência um episódio que ocorreu na CPI do circo. Sim, essa estupidez que se arrasta há meses, desperdiçando dinheiro público, que continua seguindo de terça a quinta. Afinal de contas, senadores só trabalham três dias da semana, enquanto a maioria do povo tem que dedicar cinco dias, ou até mesmo precisa ralar de segunda a segunda. Foi uma semana movimentada, onde tivemos o véio da Havan fazendo o Mar de Azia, o Canalheiros, a gazela e Um Certo Bosta passarem vergonha mais uma vez. 

Mas a foto acima deixa claro que eu não vou falar da inquisição que o Luciano Hang sofreu na CPI, onde chegaram ao ponto de dizer que ele "não era mais honesto que ninguém naquela sala", palavras do Omar Aziz, que é investigado por desviar dinheiro... da saúde. Venho para falar do episódio, na minha opinião ridículo, que foi protagonizado pelo senador Fabiano Contarato. Um sujeito que eu (e provavelmente toda a torcida do Flamengo, do Corinthians, do Barcelona, do PSG e da Juventus) não fazia ideia de quem era. Até esta quinta-feira, quando a CPI interpelou o empresário Otávio Fakhoury, que é apoiador do governo Bolsonaro. O político ficou em evidência e ganhou as manchetes da velha imprensa por conta de um depoimento emocionado no início da sessão, em que relevou sua indignação e repulsa devido a uma postagem no Twitter do depoente, acusando-o de crime de homofobia.

Pronto... foi o suficiente para a lacrosfera vir abaixo em solidariedade ao senador. Era só ver as manchetes nos jornais, dando destaque à fala do Contarato. Não demorou para que os puristas politicamente corretos corressem para as redes sociais para aplaudir a reação do senador ao se pronunciar sobre o caso. Logicamente que todas as falas promovendo a narrativa de que isso seria um exemplo de como pensam os "bolsonaristas", como todas as pessoas que foram às ruas no dia 7 de setembro têm ódio pelos homossexuais e similares. Toda aquela demonstração de virtude que os "bonzinhos" precisam fazer para se sentirem bem consigo mesmos, e para parecer que são corretos diante da população... Ênfase no "parecer", como vou destacar mais adiante.

Pra você ver que teve até "jornalista" que foi no seu "Insta" ou coisa parecida para colocar vídeozinho em lágrimas, prestando solidariedade ao senador e dizendo que esse é um desrespeito alimentado por aqueles que promovem a desmoralidade e o ódio (logicamente, se referindo a quem apoia o presidente).

Como vi alguém dizer: nunca confie em quem grava vídeo chorando. Não passa de oportunismo barato e necessidade orgásmica de aparecer e lacrar nas redes sociais. Sério, essa Gabriela Prioli é uma patética, desde quando passava vergonha nos debates com o Caio Coppola.

Tentarei ser breve, mas não poderia deixar de comentar um pouco sobre esse assunto. E sei que muita gente não vai gostar. Na verdade, talvez já tenha gente me xingando, por conhecer a minha posição conservadora, e assim já imaginando o que eu vou falar. Provavelmente já me acusando de homofóbico ou coisa parecida.

Não sou homofóbico ou preconceituoso. Já deixei bem claro aqui que sou contra QUALQUER tipo de preconceito, não importando de onde para onde. Mas acho absurda essa postura vitimista adotada por aqueles que são classificados como classe oprimida, como minorias sofridas. Sempre é a mesma coisa, querendo exigir respeito mas na verdade promovendo as tais "políticas afirmativas" que nada mais são do que formas de favorecer as tais minorias, sob o argumento falacioso de que estariam promovendo a igualdade e reparação da dívida histórica. Esse tipo de discurso na verdade promove ainda mais a segregação ao insistir nas diferenças, é exatamente igual à homofobia que dizem combater... A única coisa que muda é que esses oprimidos querem que os opressores se curvem diante deles, em uma verdadeira ditadura da minoria. 

Bom, vamos começar com a causa de toda a comoção, que foi a tal postagem citada pelo senador. O texto fatídico foi uma resposta do Fakhoury a um tweet do próprio Contarato, provavelmente escrito durante uma das outras sessões da CPI da pandemia, quando o Fabio Wajngarten estava lá.

Primeira coisa que eu comento é quando que o senador escreveu tal postagem. Poderia até ir lá no Twitter dele para confirmar, mas provavelmente deve estar lotado de um monte de mensagens bonitinhas e virtuosas dos bonzinhos de coração puro da esquerda em solidariedade, e não quero botar meu almoço para fora. Mas deixo a pergunta no ar: será que ele escreveu isso durante a sessão? Se sim, já demonstra uma postura pouco profissional de um servidor público que estava em horário de serviço, em uma comissão que "supostamente" está investigando crimes cometidos durante a pandemia (supostamente entre aspas, pois o bom entendedor sabe que saúde é o que menos eles estão preocupados). Estavam essa semana mesmo reclamando de políticos apoiadores de Bolsonaro que ficaram na sala da CPI tirando fotos e gravando lives (o que eu acho errado), mas quando eles da esquerda fazem, aí não tem problema?

Reforçando que não estou dizendo necessariamente que ele escreveu isso lá na CPI. Se postou em seu horário livre, na hora do almoço, tá de boa; mas, se foi durante a sessão, ele já mostra que não tem tanta moral para apontar o dedo para os outros. 

A outra coisa que eu comento do texto do senador é a seguinte: como assim, sair preso? Baseado em quê? Que crime ele estava cometendo em flagrante? Alguém consegue me explicar? O Wajngarten estava prestando um depoimento, agora falar virou crime por acaso? E o pior de tudo: o senador Fabiano Contarato é um delegado. DELEGADO!!! Pôrra, um delegado que estava ali nessa semana falando alto sobre crime de homofobia, mas parece que não sabe que prestar um depoimento não está previsto como crime no código penal. Fala sério...

"Ah, mas ele estava mentindo", vão dizer os certinhos que odeiam Bolsonaro e qualquer um que o apoie. Espera um pouco, como assim estava mentindo? Baseado em quê? Não me lembro, mas o Wajngarten estava lá como testemunha, como depoente, e não como investigado. Cinco minutos depois da resposta e o Contarato já determinou que ele havia cometido crime? Se ele estava mentindo, deveriam dizer que mentira ele falou e apresentar provas disso. Não basta apenas o relator ou outro membro da CPI determinar que é mentira por que acha que é mentira, e menos ainda achar que pode prender alguém por isso.

E digo outra: se for prender gente lá em Brasília por estar mentindo, vai faltar cela...

Por fim, cabe lembrar ao senador que a palavra é "flagrante"... logo, a escrita correta (algo que se espera de um delegado e senador) seria "ato flagrancial" e não "fragancial" como em seu tweet. Se não acredita em mim, vai lá no Jusbrasil e compara a quantidade de decisões em que se usa a palavra "fragrancial" com "flagrancial". A diferença de 98 para mais de 10 mil entradas respectivamente deixa bem claro qual é a grafia correta (e que devemos ter quase uma centena de juízes, advogados e procuradores que reprovaram em Português). Em seu testemunho em prantos, o senador justificou como "erro de grafia de rede social". Mas, na boa... o "R" fica bem longe do "L" no teclado, e além disso tem auto-corretor para evitar esse tipo de erro... 

Daí a resposta do Fakhoury, sublinhando o termo errado e dizendo que o senador deveria estar pensando em um perfume. Afinal de contas, alguém minimamente letrado em nosso idioma sabe que "fragrância" tem a ver é com perfume, e não com flagrante.

Apenas um comentário paralelo, que talvez eu venha a falar em outra postagem: alguém entende as propagandas de perfume? Tipo, é o babaquara estalando os dedos ou a magrela vestida de agente secreta e dando porrada em meia dúzia de ninjas, só tem coisa psicodélica.

Voltando à postagem do empresário, e eu estou certo que os politicamente corretos vão querer arrancar as minhas tripas por isso: sinceramente, não vi nada de tão ofensivo no que ele escreveu.

"Seu bolsominion homofóbico!!! Fascista!!! Racista!!! Terraplanista!!! Machista!!!"

Podem me xingar do que quiserem. Mas o que eu vejo ali não é uma ofensa tão grave como estão pintando na imprensa. Por exemplo, "delegado homossexual assumido" tem algo de ofensivo? Ele não é um delegado? Ele não é um homossexual e que assume a sua orientação publicamente? Trata-se apenas de atestar os fatos... A não ser que chamar alguém de homossexual seja uma ofensa; mas aí são vocês, politicamente corretos, que estão dizendo isso. E vão falar depois que os intolerantes são os outros. 

Depois o que temos é uma piada sim, baseada justamente no erro de grafia que o senador cometeu ao citar "ato fragrante". Aliás, uma boa sacada do Fakhoury. E a última frase é uma indagação, não vejo nada muito ofensivo ali. Talvez por citar que ele estaria pensando em um "perfumado", assumindo que o dono da fragrância que causou a confusão gramatical seria homem. Mas, seria mesmo uma ofensa, considerando que, uma vez que o senador é homossexual, imagina-se que ele goste de pessoas do mesmo sexo? 

Enfim... Talvez até tenha gente que possa considerar que seja uma piada de mau gosto, cada um traça o seu próprio limite a partir do qual uma zoação passa a ser algo inaceitável. Mas também acho que quando colocamos a "barra muito embaixo", já se torna vitimização exagerada, que não será levada a sério. Como aquele coleguinha da escola que reclamava para a professora quando alguém o chamava de qualquer coisa. Na boa, já vi frases que poderiam ser consideradas muito mais ofensivas do que essa que tirou o senador Contarato do sério. Basta assistir a alguns episódios da Escolinha do Professor Raimundo que você verá piadas muito mais pesadas do que o comentário do empresário.

E olha que não coloquei o vídeo em que o Seu Peru diz que adoraria pular de pára-quedas na região Sul, para cair sentadinho em Ponta Grossa...

A diferença é que nessa época não existia um gado mimizento politicamente correto e chorão. As pessoas sabiam aceitar uma piada sem ficarem ofendidas, sabiam rir de si mesmas e levar na esportiva. Ninguém achava que o saudoso Orlando Drummond, falecido neste ano, estivesse desrespeitando os gays quando ele interpretava o Seu Peru. Eram tempos em que as pessoas se preocupavam com problemas de verdade, em vez de ficar choramingando suas pitangas por qualquer coisinha. Se fosse hoje em dia, ia ter muito homossexual olhando para o teto em prantos e desabafando no "Feice" por conta de um mero programa humorístico.

Especialmente quando vemos que todo esse discurso contra a homofobia não passa de uma tática cruel da esquerda para conquistar seguidores. É mais do que evidente que os esquerdistas adoram promover essa narrativa de oprimidos e opressores, e eles se apresentam como as almas bondosas e caridosas que vão proteger os fracos daqueles que os oprimem. E os que oprimem são obrigatoriamente de direita, são bolsonaristas que vão ofender, agredir e até matar esses coitados. Vide o que os jornais falavam lá em 2018, quando Bolsonaro venceu as eleições, prevendo "tempos sombrios" para as minorias menos favorecidas.

Desafio lançado para os comunistas de iPhone: apresentem alguma ação governamental que o Bolsonaro tenha feito para oprimir os homossexuais. Qualquer uma. Mas tem que ser algo de concreto. Tipo, se ele instituiu censura aos LGBTQIA+, se ele criou campo de concentração para reeducar rapazinhos que gostam de outros rapazinhos. Me mostrem alguma ação efetiva que ele tenha feito contra essas minorias. Só não vale citar o que acontece na Rússia e na China e dizer que a culpa é do Bolsonaro...

As pessoas precisam entender que traços de personalidade negativos, como racismo, homofobia ou qualquer outro tipo de preconceito, não são determinados pela ideologia política do indivíduo. Essa falácia de que toda pessoa que vota em Bolsonaro ou seja de direita é uma pessoa homofóbica é tão absurda como dizer que todas as pessoas de esquerda são contra homofobia. Uma coisa não tem nada a ver com a outra, são características independentes. Existem pessoas de direita que não são homofóbicas; existem pessoas de esquerda que não são homofóbicas; também existem pessoas de direita que são homofóbicas; e, sim, existem pessoas de esquerda que são homofóbicas. Vide como que os esquerdistas xingam mulheres, negros e gays que declaram apoio ao presidente. 

Mas não é essa a forma como a esquerda quer que as pessoas enxerguem. Pois é muito mais interessante criar uma visão de que se você não é homofóbico, você precisa ser de direita. O discurso do senador mostra essa visão, em que ele (esquerdista, do Sustentabilidade) é aquela pessoa pura e maravilhosa que quer um mundo de igualdade, sem preconceitos, em que ninguém será julgado pela orientação sexual e cor da pele. Enquanto que os bolsonaristas são farsantes, que dizem defender a família e os bons valores mas na verdade são tomados por ódio contra as minorias.  E que essa definição se aplica ao Bolsonaro, a todos que estiveram nas manifestações "golpistas" de 7 de setembro. Ou seja, o discurso do Contarato no final das contas é motivado pela disputa política, disfarçado de luta contra a homofobia, criando uma narrativa "bonitinha" para convencer o povo de que a esquerda é boazinha.

Se não fosse, ele teria se limitado a falar da homofobia. Não teria deixado para a sua conclusão o ataque direto aos bolsonaristas, alegando que o governo e aqueles que o apoiam seriam tão homofóbicos (e criminosos) como o Fakhoury. Posso apostar que ele já escuta ofensas piores há tempos, mas só decidiu externar sua crítica neste momento, em que poderia usar a situação para associar algo de negativo ao Bolsonaro e demais inimigos políticos. Que lugar melhor do que uma CPI, que está recebendo destaque da velha mídia, para fazer isso? Além de que sabemos bem que esse discurso será devidamente aproveitado na hora de fazer sua campanha de reeleição...

Agora, a grande verdade é que essas pessoas da esquerda são muito hipócritas. Incluindo este senador, que antes desta quinta-feira era um mero desconhecido e que provavelmente voltará à irrelevância após os seus 15 minutos de fama. Por exemplo, me recordo da sessão em que a Dra. Nise Yamaguchi estava presente, e esse mesmo sujeito sempre a interrompia de forma brusca e debochada, como revi no vídeo da sessão. Por acaso interromper uma pessoa da forma como você a interrompeu constantemente está em seus conceitos de respeito ao próximo, senador? Ou por acaso você se acha melhor do que uma médica, do que qualquer outro brasileiro, só por ser senador? 

É muito virtuoso chegar lá na frente de todos e apontar o dedo para o Fakhoury, dizendo que a família do empresário não é melhor do que a sua e exigir respeito, senador Contarato; mas parece que essa humildade é esquecida na hora lidar com um outro cidadão, como vários que passaram por aquela cadeira da CPI e foram interrompidos e mal-tratados por você e seus colegas.

Mas o melhor exemplo de hipocrisia praticada pelo ilustre senador é o que foi lembrado pelo programa Pingos nos Is. Pois é muito interessante ver o Fabiano Contarato trocando "soquinhos" com o Lula, como nessa foto do início do ano...

... o mesmo Lula deste vídeo de alguns anos atrás, em que ele faz uma declaração um tanto curiosa.

Claro que nessa hora todo o gado de esquerda (e provavelmente o próprio Contarato) vai minimizar o fato acima, onde Lula dizia que Pelotas é cidade exportadora de viado. Aí nesse caso vão dizer que era brincadeira, que não tem problema, ninguém se sente ofendido, que é coisa do passado, que é o jeitão bonachão do ex-presidente... Veremos todo um contorcionismo moral para relevar a fala do ex-presidiário de nove dedos e isentá-lo de qualquer crítica. 

Isso mostra como que essa turminha da esquerda é muito hipócrita mesmo. Depende sempre de quem fala e/ou de quem é alvo do comentário. Para eles, o "quem seria o perfumado que o cativou?" é um crime inafiançável e condenável, já que veio da boca de um empresário bolsonarista; por sua vez, o "Pelotas é cidade pólo... exportadora de viado" é uma mera piadinha inocente, já que foi dita pelo grande líder da esquerda... Parece que a definição de homofobia está na boca de quem disse a frase, a revolta e a indignação só aparecem quando convém. 

Comento outro ponto ainda, baseado em parte da fala do senador, em que ele cita os seus dois filhos pequenos (de 7 e 2 anos), dizendo ser difícil que eles sejam expostos a esse tipo de ofensa homofóbica que ele sofreu. Ok, eu até entendo que sim, é muito desagradável que crianças vejam algum tipo de desrespeito quanto aos seus próprios pais. 

Tudo bem que as crianças estão se envolvendo com a tecnologia cada vez mais cedo (o que eu discordo, mas não é o foco na discussão). Mas eu me pergunto, de forma honesta, se Twitter é algo que uma criança de menos de 10 anos deveria estar vendo. Especialmente sendo uma rede social onde vemos abertamente postagens de líder de organização terrorista responsável por atentados, prostitutas que divulgam fotos nuas ou bocas de fumo que anunciam venda de tóxicos, todos livres para escrever o que quiserem (só não pode se você for o ex-presidente Trump ou se fizer parte do "GDO"). Os filhos do senador só perceberiam essa "ofensa" se tivessem acesso ao Twitter, será que isso é certo? Claro que existe a opção que eles estejam vendo a CPI... mas aí já penso ser crime de maus-tratos infantis, e creio que o senador não faria tal maldade com suas crianças.

Também vale ressaltar que, mesmo tendo acesso à rede social, crianças só iriam perceber alguma possível ofensa caso tenham a percepção, a "malícia" de perceber que o comentário do perfume poderia ter algum tipo de ação depreciativa e ofensiva. Diferente, por exemplo, do que a filha mais nova do Bolsonaro precisa presenciar. Algo muito mais gráfico do que algumas palavras no Twitter...

Fico curioso em saber o que o senador Contarato tem a dizer a respeito disso. Se acha triste e lamentável que seus dois filhos sejam expostos a uma piadinha no Twitter, que apenas quem lê nas entrelinhas vai perceber o significado, o que dizer de expor uma menina de 10 anos a uma imagem da cabeça decepada de seu pai? Será que nessa hora vale todo aquele discurso virtuoso e emotivo sobre respeito ao próximo que você fez? Ou vai dizer que nesse caso é liberdade de expressão?

Digo isso mesmo, o senador ficou lá questionando o Fakhoury sobre o que ele gostaria que seus filhos pensassem dele, por ter feito uma piada homofóbica. Gostaria de ver se ele faria questionamento similar aos membros desse "coletivo de arte", por estarem promovendo esse tipo de imagem deplorável, que promove um desrespeito à vida humana. Falo isso muito seriamente, senador Contarato: provavelmente você se considera uma pessoal moralmente superior ao empresário e a mim, então dê o exemplo e critique também esse tipo de ataque vergonhoso e desumano que é direcionado ao presidente. Ou será que o viés ideológico fala mais alto que seus valores? 

Sério, essa CPI já é uma piada, mas conseguiram se superar e ir mais baixo ainda com esse teatrinho. Aliás, preciso ser honesto e dizer que o Contarato não foi o único, teve o apoio de toda aquela corja que ocupa a presidência da comissão. Por exemplo, pelo que eu sei existe todo um rito no início dos trabalhos, em que os senadores deliberam sobre alguns pontos iniciais, como as questões de ordem e outras coisas, e em seguida o depoente tem o seu tempo para uma introdução. Mas nessa sessão em particular o Omar Azia (e não, não é erro de teclado, mesmo o "A" estando do lado do Z") disse que o Fabiano Contarato faria seu comentário após a fala do Fakhoury. Quando este terminou e seria a vez do senador, o Omar transferiu momentaneamente a presidência da CPI para o Contarato (algo comum em certas situações, quando o presidente e o vice oficiais precisam se ausentar). Assim, o senador sentou na mesa, na frente das câmeras e ao lado do Otávio Fakhoury, e iniciou seu testemunho emocionado.

Ora, só mesmo um tolo para não perceber que foi tudo orquestrado, que o tal do G7 dos senadores que "lideram" a CPI já sabia que ia acontecer. Tudo montadinho para ficar "bonito" nas câmeras, para que a Globo pudesse compor diversas tomadas para construir a matéria virtuosa que ganhou destaque em seus jornais, para ter aquela foto marcante do Contarato apontando dedo na cara do Fakhoury. Rolou até abraço do Randolfe no final, que veio a assumir a presidência depois. Afinal de contas, a construção de uma narrativa fica bem mais fácil quando tem uma pegada emocional para contribuir.

Honestamente, eu me pergunto até se este não foi o real objetivo pela convocação do Otávio Fakhoury. Afinal de contas, sabemos bem que a última coisa que a CPI da Pandemia quer investigar é a pandemia em si, o que eles querem é tirar o Bolsonaro do poder. Uma CPI que está sendo tocada com o apoio da velha mídia, vide a jornalista que desejou abertamente "bastante coragem" ao relator, o mesmo Renan que já tem pós-doutorado em corrupção. Foi só ver como o G1 anunciou (infelizmente não salvei o print a tempo), em que se limitou a falar que "senador acusa empresário bolsonarista de homofobia". Só isso. Todo o restante foi ignorado e deixado de lado. Não seria muito exagero imaginar que a tal sessão foi criada apenas para promover a narrativa de que todo mundo que apoia Bolsonaro é homofóbico.

Vide que no mesmo dia surgiu a "notícia" que o jornal O Globo teve acesso a conversas do Whatsapp particular de Bolsonaro, que incluía supostas mensagens homofóbica. Sou só eu que acha meio suspeito como que tal "furo de reportagem" tenha ocorrido praticamente ao mesmo tempo que o episódio da CPI? É muita coincidência.

Aliás, gostaria de saber como que a Globo teve acesso a essa conversa... Até onde sei, quebra de sigilo telefônico e telemático deve ser autorizada pela justiça, não é? Como que essa informação chegou nas mãos da imprensa, para certamente ser enviada para a CPI para criar mais um "crime" contra Bolsonaro? Será que foi algum traíra nesse grupo de WhatsApp que soltou a conversa contra a emissora que odeia o presidente, algum sujeito dando uma de Moro? Ou será que foi por outros meios, por vias ilícitas, com a ajudinha de alguém que deveria estar mantendo essa informação sob sigilo? Honestamente, arrisco na segunda opção.

Como o jornalista Allan dos Santos do Terça Livre ilustrou bem: é o sistema que envolve a velha mídia, como a Globo, o Circo Patético de Inquisição, o Xandão e o grupinho especial da PF que responde a ele.

Olhe bem esse ciclo, pare e pense: você vai perceber como faz todo o sentido, como explica muito do que está acontecendo ultimamente. O STF manda a Polícia Federal investigar, obtém informações e quando encontra algo que possa ser usado contra os aliados do Bolsonaro, documentos aparecem de forma misteriosa nas mãos da Globo, que nunca diz como os conseguiu, e os divulga de forma massiva, insinuando alguma prática ilícita. Aí os patifes da CPI soltam o já manjado "como amplamente divulgado pela imprensa" para justificar a abertura de algum inquérito ou investigação no mesmo STF, e assim por diante...

Enfim, vamos fechar logo esse post, acho que já dei muita moral para esse senador que ninguém conhecia até semana passada. Concluindo, começo dizendo que as pessoas precisam parar com essa hipersensibilidade, ficar se ofendendo por qualquer coisinha, por qualquer piada ou brincadeira. Sou de um tempo que se eu era zoado, eu zoava de volta, e ninguém ficava de mal por conta disso. Como disse acima, tem tantas coisas piores para nos preocuparmos, e ficar de mimimi por conta de um post de Twitter para mim é algo ridículo, é coisa de criancinha mimada. O mesmo vale para os pseudo-virtuosos que se sentem ofendidos pela suposta ofensa sofrida pelos outros (mesmo quando estes não se sentem ofendidos), não passam de metidos a defensores dos fracos e oprimidos que só estão pensando em fazer seu próprio marketing pessoal, só querem criar uma imagem bonitinha para ficar bem nas redes sociais.

Por fim, deixem de se hipócritas. É muito fácil a esquerda querer exigir respeito, mas precisa ter um pouco mais de envergadura moral para demandar respeito daqueles que vocês ofendem diariamente, que vocês xingam de coisas até piores. Especialmente quando consideramos o Contarato e demais senadores da oposição nesta CPI, que desrespeitam os depoentes que não seguem o mesmo alinhamento ideológico que eles. A esquerda não defende as minorias coisa nenhuma, só quer se usar delas, incentivando esse discurso de opressor x oprimido para posar como aquela que vai acabar com as diferenças. Só que na verdade é aquela que mais quer a existência de diferenças, pois enquanto existir alguém para categorizar como oprimido a esquerda se apresentará como aquela que o protegerá.

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