20 Anos Depois

Vamos falar um pouco mais sério por um momento. Às vezes temos que parar um momento para refletir sobre certas coisas, e este dia 11 de setembro de 2021 é uma dessas oportunidades. Tentarei ser breve, mas não poderia deixar essa data passar despercebida, quando os covardes atentados terroristas contra os Estados Unidos completam 20 anos. 

Todos nós temos dias que marcaram nossas vidas, seja por acontecimentos bons ou ruins, algo que é bem particular de cada um. Mas acredito que nenhuma data marcou tantas pessoas de nossa geração ao mesmo tempo. Eu tenho a certeza de que você se lembra com muitos detalhes do dia 11 de setembro de 2001, onde você estava e o que fazia, quando aquilo que parecia ser um terrível acidente aéreo era o início do mais criminoso e vil ataque terrorista que o mundo já viu. Curioso observar que nesta época as redes sociais e a internet não tinham o alcance que têm hoje, de forma que milhões de pessoas correram para as televisões para ver o que estava acontecendo.

Como de costume, eu não entro em muitos detalhes da minha vida particular aqui neste blog, por razões que eu já expliquei exaustivamente. Mas digo que me lembro bem de como me dei conta do que estava acontecendo. A verdade é que eu estava meio "offline" no momento, e percebi que algo tinha acontecido quando ouvia as pessoas nas ruas falando a respeito. Claro que nos primeiros momentos muita gente exagera, cheguei a escutar alguém dizendo que os Estados Unidos tinham sido destruídos (sério, gente viajando na maionese), e confesso que fiquei extremamente preocupado naquele momento, achando que era o fim dos tempos...

Algo de se esperar de alguém que cresceu numa época em que havia Guerra Fria e pairava aquele medo de um conflito termonuclear... tipo a história do Exterminador do Futuro.

Logo tive acesso a uma televisão e comecei a tomar conhecimento do que de fato havia acontecido. Naquele momento, os três primeiros aviões já haviam colidido contra as torres do World Trade Center e contra o Pentágono, e alguns minutos depois vi a primeira das torres desabar de forma catastrófica. Seguiram os demais acontecimentos que todos sabemos, com a queda do quarto avião na Pennsylvania e o desabamento da segunda torre do WTC. 

Uma manhã de terror que marcou o mundo. Os vídeos começaram a aparecer, principalmente dos dois aviões que se chocaram contra os arranha-céus em New York. Um ataque dessa forma parecia até então algo inconcebível, tanto que os primeiros relatos davam a impressão de que tinha sido um avião pequeno que havia se chocado contra a torre. Mas o grande estrago demonstrava que não era algo irrelevante. E aí veio o segundo avião, que deixou claro que não era um mero acidente. Pior de tudo foi ver como esse segundo ataque foi registrado praticamente ao vivo, quando muitas câmeras estavam apontando para o primeiro edifício, mostrando o estrago, e do nada vinha a outra aeronave atingindo a outra torra de forma violenta.

Algo que sempre me deixa mergulhado em pensamentos é como que as pessoas diretamente envolvidas passaram estes últimos momentos. Como os passageiros dos aviões, após os terroristas anunciarem o sequestro; como as pessoas que estavam nas torres, especialmente aquelas que se encontravam nos andares superiores e não tinham como descer; como os bombeiros que adentraram os edifícios em chamas para resgatar os feridos; por fim, mas não necessariamente por último, penso nos passageiros do vôo United 93, que naquele momento já sabiam do que estava acontecendo. Jamais saberemos os detalhes do que aconteceu neste quarto avião, que caiu em um terreno descampado antes de atingir o seu alvo, provavelmente por conta da ação os passageiros que dominaram os terroristas. Ao todo, quase 3 mil pessoas perderam a vida neste atentado.

Agora, algo que me surpreendeu, tanto naquele dia de infâmia como nas semanas que o sucederam, foi a reação de certas pessoas ao meu redor. Uma reação mesquinha, covarde e canalha, que me enchia (e ainda me enche) de nojo e desgosto por tais pessoas desumanas.

Cito um exemplo disso. Quando estava vendo os acontecimentos pela televisão, tinham alguns colegas junto comigo. Certamente você se lembra das tristes cenas que vimos antes das torres desabarem, onde pessoas estavam se jogando das janelas do WTC. Imagens muito fortes e pesadas, eu via aquilo sem conseguir conceber o tamanho do desespero das pobres pessoas que estavam diante de uma situação sem saída, já que o impacto dos aviões havia destruído as escadas de incêndio e era impossível um resgate por helicópteros. Pessoas que chegaram ao ponto de perceberem que estavam condenadas, de que não havia saída, e assim optaram por pular da janela do edifício para encontrar a morte e acabar logo com o sofrimento. Não consigo imaginar o que seria isso...

E aí esses meus colegas, vendo a cena de uma pessoa caindo em encontro de seu fim... davam gargalhadas, exaltavam "olha lá mais um caindo!" e faziam aquele barulho do coiote caindo no precipício...

Sinceramente... se fosse hoje eu talvez teria dado um soco na boca de cada um deles, arrancando todos os seus dentes para tirar aquele risinho sádico e cruel de suas caras nojentas. Mas na ocasião eu fiquei congelado, perplexo. Sabe, como quando ficamos sem ação diante de algo inesperado. Não me arrependo nem um pouco de ter cortado relações e me afastado desses antigos conhecidos, alguns logo depois do 11 de setembro e outros alguns meses depois. Não é o tipo de gente que quero ao meu redor, que tem a audácia desumana de fazer piadinha de mau gosto em uma situação dessas. 

Sob o ponto de vista pessoal, um dos grandes aprendizados que eu obtive após aquele dia foi perceber como que existem pessoas que são levadas por ideologia política em detrimento de seus valores. Algo que sabemos que é muito presente na esquerda, naquelas pessoas que decidem aplaudir o martelo e foice. Foi outra coisa que eu vi naquele dia 11 de setembro em muitos de meus conhecidos, não apenas dos cretinos que citei acima. Pessoas que adotaram para si o ódio anti-americano, incentivados pelo discurso ideológico promovido pela esquerda. E que, embora tentassem manter uma certa máscara virtuosa de compaixão diante do ocorrido, no fundo a felicidade em ver os Estados Unidos se dando mal era mais forte.

Por exemplo, eu me lembro vividamente do que disse um conhecido meu, no dia seguinte aos atentados. Estávamos conversando a respeito do ocorrido, e ele disse "é, foi muito trágico ver tantas pessoas morrendo nesses atentados... mas foi muito bem feito para os Estados Unidos!". Outro falou algo parecido: "foi realmente muito triste... mas é para eles aprenderem que não são tão poderosos assim!". Aposto que você deve ter escutado alguém falar algo parecido, quase como se estivesse buscando uma justificativa para validar o atentado.

Fato: sempre quando uma pessoa inicia sua sentença com um discurso comportado e com ar de virtudes, isso não passa de um disfarce para esconder o que ela pensa de verdade, que é o que vem depois do "mas"...

O mais interessante de tudo isso é ver como essas pessoas são hipócritas. Todas, sem exceção. Pois é hipocrisia quando alguém promove um ódio mortal por um país e pelo seu povo, quando esse mesmo alguém adora ir no McDonald's ou Starbucks, não perde a chance de trocar de iPhone anualmente, passa horas navegando no Facebook ou Instagram e curte passar férias em Miami ou New York. 

Sem falar nos teóricos de conspiração... Certamente você deve ter escutado alguém dizendo que os atentados foram provocados pelos próprios norte-americanos, para que fossem usados como desculpa para iniciar uma guerra no Oriente Médio. Tem gente ainda que acredita que as torres foram implodidas, apresentando "explicações" sobre a forma como os edifícios desabaram, promovendo uma narrativa de que naquele horário só tinham latinos e outros imigrantes... Nada de surpreendente, pois infelizmente existem pessoas que abrem mão de sua inteligência e senso crítico e que acreditam nesse tipo de narrativa fantasiosa e ideológica, motivada pelo ódio aos EUA. Interessante observar que geralmente são pessoas que acreditam também que Lula foi condenado sem provas...

Enfim, fico pensando em tantas consequências que o 11 de setembro de 2001 trouxe para o mundo. O impacto foi muito grande, é uma ferida que vai levar muito tempo para cicatrizar, especialmente para aqueles que estiveram muito próximos dos acontecimentos. Sessenta anos antes deste atentado, os Estados Unidos viveram um dia de infâmia quando os japoneses atacaram Pearl Harbor em 7 de dezembro de 1941, algo sem precedentes em que americanos foram pegos de surpresa em um ato covarde sobre solo americano; de forma semelhante aos acontecimentos daquela manhã de setembro, em que os terroristas atacaram as torres gêmeas do WTC e o Pentágono. Ambos os episódios foram trágicos, mas de certa forma os Estados Unidos se fortaleceram, saíram mais unidos e determinados a punir os inimigos do povo americano.

Foi o que aconteceu com os japoneses na Segunda Guerra. E o que aconteceu com o Osama Bin Laden e sua Al Qaeda. Embora tenhamos que reconhecer que os Estados Unidos pagaram um preço muito alto com o longo conflito no Oriente Médio... sendo que a "cereja do bolo" foi ver as tropas americanas baterem em retirada do Afeganistão neste ano, como criancinhas covardes, largando bilhões de dólares em equipamento bélico que ficou nas mãos do mesmo Talibã que abrigava a organização terrorista. Tudo isso a algumas semanas do atentado de 11 de setembro completar duas décadas. Graças a esse paspalho do Biden, um verdadeiro bundão que envergonha uma nação como os Estados Unidos.

E tinha gente falando que o Bush era um lesado... Não chega nem aos pés desse boçal. Pior de tudo é que a saída das tropas americanas do Afeganistão foi tão destrambelhada que tem-se notícias de que há americanos ainda por lá. Ou seja, o presidente dos Estados Unidos, que tem o dever constitucional de garantir a segurança de seu povo onde quer que esteja, é responsável por uma operação vexaminosa que colocou a vida de outros americanos em risco. "Parabéns" aos envolvidos, que elegeram esse tapado como presidente...

Enfim, os eventos desse 11 de setembro de 2001 ficarão para sempre marcados na história. Não apenas nos livros e arquivos que serão lidos e consultados no futuro, mas também na vida de cada um que presenciou tudo, seja testemunhando os eventos ocorrendo ao vivo como aqueles que assistiram pela televisão. Eu sei que foi um dia muito marcante, onde vi o quão baixo um ser humano pode chegar, tanto os terroristas que mataram milhares de pessoas inocentes de forma covarde, como pessoas próximas desprovidas de empatia que fizeram piada ou mesmo aplaudiram o ocorrido por priorizarem sua ideologia política. 

O 11 de setembro é uma data que não pode ser esquecida, em que devemos prestar a homenagem e a reverência àqueles que perderam suas vidas, como as tripulações dos aviões sequestrados, as pessoas que estavam no WTC e Pentágono e as equipes de bombeiros, polícia e paramédicos. Foi um dia trágico, em que a liberdade foi ameaçada, não apenas dos norte-americanos, mas de qualquer pessoa deste planeta que acredita na liberdade. Infelizmente, este mundo tem pessoas ruins, pessoas que estão dispostas a praticar o mal contra os seus semelhantes, tudo por motivos pequenos, como diferenças políticas e religiosas. Mas esse tipo de gente ruim não pode prevalecer. Os bons devem ser mais fortes, devem se unir e não se apequenar diante desse tipo de ameaça. E esse é o exemplo que a maior parte do povo norte-americano demonstra, especialmente ao lembrar todos os anos o que aconteceu naquela manhã de setembro. Devemos nos lembrar não apenas das pessoas que perderam suas vidas, mas também de que não podemos ficar impassíveis diante dessas ameaças: a população de bem, aquela que acredita nos valores corretos, é e sempre será mais forte do que qualquer terrorista ou malfeitor.