Desrespeito à Língua Portuguesa

Tem horas que eu não sei mais o que dizer, ao ver o caminho que nossa sociedade está trilhando. São momentos que eu saio do sério, e fico abismado em como que as pessoas estão deixando de lado conceitos basilares como o próprio idioma para priorizar suas pautas ideológicas e lacradoras. Não pode. Está passando dos limites, e alguém precisa fazer alguma coisa para parar com esse tipo de babaquice que só é importante na cabeça de uma minoria mimizenta e que quer impor sua vontade à maioria. 

Este desabafo meu, como de muitas pessoas que são dotadas de inteligência e respeito ao idioma de nosso país, é por conta de uma postagem recente do Museu da Língua Portuguesa. Localizado em São Paulo, ele vai reabrir no final deste mês, depois de estar fechado por conta de um incêndio que ocorreu em 2015. Algo que me faz pensar em como que a cultura aqui neste país não é muito respeitada, pois museus como esse deveriam ter uma estrutura melhor para evitar tragédias como essa. De qualquer forma, neste caso em particular a perda não foi tão severa (já que o acervo é virtual), diferente do Museu Nacional aqui do Rio, destruído por um incêndio.

Enfim... com a chegada da data de abertura, o Museu da Língua Portuguesa começou uma campanha nas redes sociais para divulgar o evento e a sua nova "marca". Até aí, nada de errado. O problema é nas palavras que eles escolheram para tal, como você pode ver no print dessa postagem do Twitter deles.

Faço questão de reproduzir o trecho: "um chamamento para todas, todos e todes os falantes".

Isso mesmo. O Museu da Língua Portuguesa escrevendo um texto usando "todes". "TODES"!

Sério, eu acho que estão de sacanagem com a nossa cara. Peço desculpas ao visitante mais educado e polido, mas eu não consigo me abster de alguns palavrões para expressar a minha repulsa por tal lacração escrota. Na boa, que merda é essa? "Todes" é a puta que pariu!

Ainda mais vindo de um Museu da Língua Portuguesa! LÍNGUA PORTUGESA! Como que um museu que supostamente deveria divulgar e valorizar a nossa língua usa uma palavra que não existe no vocabulário? É uma cachorrada, uma canalhice. 

Não vou ser hipócrita a ponto de dizer que eu escreva perfeitamente. Aqui mesmo no blog eu reconheço que cometo alguns deslizes de vez em quando. Alguns são "vícios de teclado", o que acontece muitas vezes quando estamos digitando rapidamente e acaba que o dedo aperta em uma letra diferente, próxima da correta (tipo, várias vezes eu erro a tecla "O" e aperto a tecla "I" que fico do lado). Já errei algumas vezes ao escrever o famigerado "houveram", que não existe em nossa língua, mesmo quando nos referimos ao plural (confesso que outro dia eu fiz uma revisão em posts recentes para remover essa atrocidade). Além disso, por conta da minha idade é natural que eu ainda escreva certas palavras da maneira "pré-reforma", que foi feita para uniformizar o idioma escrito nos países de Língua Portuguesa. Por exemplo, demorei a alterar o "idéia", mas ainda escrevo algumas palavras na forma anterior, como "vôo". Sei lá, eu acho que fica estranha a forma "voo", não consigo digerir. 

Sabemos bem que a Língua Portuguesa é difícil, cheia de regrinhas que muita gente se perde, especialmente com as novas regras. Tipo, o uso do hífen já era uma complicação, e agora mudaram tudo de novo.

Em todo o caso, são erros. Apesar de serem erros de certa forma compreensíveis, que a pessoa comete sem perceber.

Agora, o que você não vê aqui são os erros crassos, que são comuns na maior parte da população brasileira. E não estou me referindo necessariamente a indivíduos que não foram à escola, tá cheio de gente graduada e pós-graduada, em cargos de responsabilidade e onde se escreve muito, que escrevem anomalias trágicas como "pobrema", "mendingo", "concerteza" e "seje". Lamentável. Digo que eu conheço muita gente que passou por boas escolas e universidades e que não sabe a diferença entre "seção" e "sessão".

Sem falar os erros de conjugação. Como os clássicos "nós vai" e "a gente vamos", ou a costumeira ignorância da existência do plural dos verbos, como "as coisa são". Como aquela petição absurda daquele advogado que estava sugerindo cocaína para curar Covid

Soma-se a isso aquelas criaturas abjetas que escrevem de errado de propósito. Sério, eu não consigo entender como que um animal se preza a escrevem excrescências como "naum" em vez de "não", usar "mais" no lugar de "mas", escrever "axo" quando deveria ser "acho" ou até mesmo inventar algo absurdo como "Nova Iguassú" em vez de "Nova Iguaçu". Sério, isso não é erro de digitação, tampouco é falha por conta de desconhecimento da língua, o filho da puta que escreve assim o faz para ser errado mesmo. Pombas, eu me revolto com o "naum", o calhorda certamente sabe como é a grafia correta, mas escreve algo que não existem em nosso vocabulário, bostejando palavras inexistentes.

Agora, o "todes" não é deslize de tecla errada, não é falta de conhecimento, não é intenção de escrever errado. O "todes" tem todo um objetivo por trás, por conta da criminosa narrativa de ideologia de gênero que a esquerda politicamente correta quer impor na sociedade. Faz parte da construção de uma ideia de oprimidos, que as pessoas que não se enxergam como homem ou mulher se sentem excluídas por não existir um pronome de gênero neutro. Tudo com o objetivo oculto de desconstruir os valores da sociedade e criar uma realidade controlada pela elite esquerdista, escondido por trás de uma historinha bonitinha e cheirosa que afirma que os pronomes neutros promovem a inclusão.

Bom, acho que vale uma breve explicação sobre o que seria o tal pronome neutro na cabeça dessa turma escrota. Embora eu normalmente ia ter a reação do Cascão como no quadrinho abaixo.

Essa babaquice do pronome neutro é uma proposta da turminha politicamente correta para aumentar a inclusão daquelas pessoas que não se sentem nem como homens e nem como mulheres. Tipo, uma criatura não-binária, como dizem. E supostamente estes indivíduos devem se sentir muito tristes, incapazes de dormir à noite e vivendo em eterna depressão porque não se identificam como "ele" ou como "ela", pois estes atribuem o gênero masculino e feminino respectivamente. Aí alguém teve a "brilhante" ideia de propor a criação de pronomes neutros, que não cometem essa "afronta" contra uma pobre criatura que não se enxergue na "retrógrada" distinção binária. 

É o que os politicamente corretos chamam de neo-pronomes, como vi nesta entrada na Wikipedia Aí começou a surgir denominações de gênero "neutro" para identificar as pessoas não-binárias, como "elx", "elu", "ilu" e "el@". O link tem até uma tabelinha que explica todos os neo-pronomes.

Já falei que vou xingar muito aqui. Mas, puta merda! Que pôrra é essa? "Elu"? "Elx", como se pronuncia essa bosta? E, pombas, como é que se diferencia a pronuncia de "ela" e "el@"? Vão se fuder, pombas!

E digo mais uma coisa: não que a Wikipedia possa ser considerada como uma fonte totalmente confiável para aprender sobre algo, mas eu ainda me lembro de um tempo onde era possível ler coisas minimamente sensatas e coerentes, baseadas em contribuições neutras e sem viés político. Agora, vou te falar... está toda esquerdalizada, só falta trocar o fundo da tela para vermelho e colocar um martelo com foice como logotipo, quando vemos o tipo de texto que tem por lá. Aliás, essa mudança foi citada e criticada por um de seus cofundadores

Realmente estamos vivenciando o mundo tenebroso que foi imaginado por George Orwell em seu livro 1984: pois palavras como "elu" e "ile" representam os primeiros passos da alteração da linguagem, propondo algo como a "novilíngua" sugerida na obra.

Pra piorar, vemos que estes politicamente corretos e comunistas estão inserindo essas mudanças aos poucos em nossa sociedade. Um exemplo bem recente dessa alteração da Língua Portuguesa causou polêmica nesta semana, durante a transmissão de um jogo de futebol feminino nas Olimpíadas, onde a narradora usou a frase "elu está saindo, e elu jogou muito bem", ao referir a uma jogadora que estava sendo substituída. Isso porque a dita cuja é um trans não-binário, que não se identifica como homem ou mulher, e o pronome neutro era a forma correta neste caso.

Vamos lá... deixa eu respirar fundo...

Em primeiro lugar, forma correta é a puta que pariu. Essa merda de "elu" não existe na Língua Portuguesa, sua mentecapta! 

Em segundo lugar, quero que alguém me explique uma coisa. Algo bem simples, afinal de contas eu devo ser um negacionista terraplanista anti-ciência que não sabe de pôrra nenhuma, talvez apareça alguma nobre alma politicamente correta para me explicar algo que eu não estou conseguindo entender: se a tal criatura é uma pessoa não-binária, que não se identifica como homem ou mulher... POR QUE ELA JOGA FUTEBOL FEMININO?!?! PÔRRA!!!

Alguém consegue me explicar isso? Afinal de contas, se ela (sim, ELA, não vou usar pronome neutro) está jogando em uma seleção de futebol feminino, é porque ela se enxerga como mulher, cacete! Se fosse verdade que ela é uma criatura não-binária e que não seja nem homem nem mulher, então ela não pode jogar em uma seleção feminina, pois para estar em uma seleção feminina existe um singelo pré-requisito, que é ser MULHER! 

Talvez algum boçal politicamente correto vai aparecer aqui e dizer "ah, mas se fosse assim ela não poderia jogar as Olimpíadas, seria uma injustiça excluí-la, seu transfóbico bolsonarista." 

Sabe qual a minha resposta para isso? Foda-se! Azar o dela (sim, DELA) se não pudesse jogar nas Olimpíadas. Para jogar futebol feminino tem que ser mulher, se você não se enxerga como mulher, então não pode jogar futebol feminino. Simples assim. Injustiça é o escambau! Existe o esporte masculino e o esporte feminino, e se você não se enxerga nem como homem e nem como mulher, você não tem o direito de participar. Que vá lá na FIFA sugerir a criação da liga dos trans não-binários, e onde todos "elus" poderão jogar. Sério, essa turma quer vida fácil... Querem o bônus sem o ônus, assim não dá.

E não venham dizer que eu sou transfóbico ou seja lá o que for. Isso que eu falei não é transfobia pôrra nenhuma. É exigir um mínimo de coerência das coisas. Afinal de contas, não faz o menor sentido a mulher bater no peito orgulhosa pra se dizer como uma pessoa não-binária, mas aí decide deixar isso de lado na hora que é conveniente, para ingressar em um time feminino. É curioso, essa turminha deve exigir banheiro de gênero neutro, mas na hora de participar das Olimpíadas todo o ativismo a favor da pluralidade é esquecido.

Digo ainda mais o seguinte: por que ela não optou por jogar no time masculino? Afinal de contas, se então eu estou falando bobagem e os não-binários devem ser bem-vindos nas competições tradicionais, por que ela decidiu jogar pelo time feminino? Estou curioso em saber... Deve ser pela mesma razão que só existe atleta trans que era homem e vira mulher para participar das competições femininas, e nunca o contrário.

Fiz um longo parênteses, mas considero que o tema da jogadora de futebol feminino foi bem pertinente para explicar o absurdo dessa ideologia de gênero que está querendo mudar o nosso idioma. Gostem ou não, na Língua Portuguesa observamos que as palavras podem apresentar dois gêneros, masculino ou feminino, que se aplicam a qualquer palavra. Ponto final. Isso é indiscutível, faz parte das regras gramaticais do Português. Se olhamos para os pronomes pessoais, as opções são apenas duas, nas formas singular e plural: ele(s) e ela(s). Não existe "elu", "ilu", "elx" ou outras abominações semelhantes. Não adianta insistir.

Logicamente que existe uma especificidade quando vamos para os pronomes demonstrativos. Neste caso, além de versões em gêneros masculino e feminino, temos os pronomes invariáveis (isto, isso e aquilo), em que não há flexão de gênero ou de número, usados para indicar algo de forma mais genérica. Por exemplo, na frase "eu esqueci aquilo", o pronome se referencia a algo que não está explícito na frase, que pode ser do gênero masculino ou feminino (o "aquilo" pode ser referir a uma carteira ou a um lápis, por exemplo). 

Claro que cada idioma tem a sua característica neste aspecto. Por exemplo, se vamos para o inglês, temos o he e o she que fazem referência ao gênero masculino e feminino respectivamente, mas também existe o it. 

Não estou falando do Primo Itt, mas sim do pronome em inglês, que se caracteriza como um pronome que é usado para coisas, objetos e animais, além de servir como sujeito impessoal para determinadas frases genéricas. Por exemplo, "it is raining" é traduzida para o Português como "está chovendo". Não existe "alguém" chovendo, é algo genérico e impessoal.

Lembrando que tudo isso é para o singular. Quando vamos para o plural, o Inglês se resume ao they, que se aplica a todos os gêneros, pessoais e impessoais. E isso puxa o tema de volta para a polêmica do "todes".

Além dos pronomes pessoais e demonstrativos, existem os indefinidos, usados para se referir à 3ª pessoa, mas quando temos um discurso mais vago e genérico, sem se referir diretamente a uma pessoa ou objeto definido. E tais pronomes se dividem nos variáveis (que possuem flexão de gênero) e invariáveis (sem referência ao gênero). Por exemplo, temos algum e alguma para referenciar ao masculino e feminino, e alguém quando não há esta definição. De forma semelhante, temos o todo(s), toda(s) e tudo. 

Ressaltando-se que, para o caso dos pronomes variáveis, não existe uma flexão específica para gênero neutro no nosso idioma, em uma situação deste tipo usamos a escrita no gênero masculino. Essa é a convenção determinada na formulação da Língua Portuguesa, oriunda do latim (onde sim, existe uma flexão específica para o gênero neutro), em que apenas o feminino é marcado de forma diferenciada. Ou seja, "todos" se aplica ao masculino e ao geral, e "todas" se aplica ao feminino. Por sua vez, "todes" não existe, falar essa palavra é errado. Isso é inquestionável.

Assim, a frase escrita pelo perfil do Museu da Língua Portuguesa está duplamente errada. Não apenas por usar um abjeto "todes" que não existe em nosso idioma, mas também por diferenciar "todas" e "todos". O correto seria falar simplesmente "todos", que faz referência a qualquer um, seja homem, mulher, trans não-binário ou qualquer outro LGBTQIABCDEXYZPQP+. 

Eu sei que os politicamente corretos vão destilar seu ódio contra a minha pessoa e me chamar de preconceituoso. Sério, que enfiem os dez dedos no rabo e rasguem. Não tem nada de preconceituoso em falar o nosso idioma da maneira correta. 

O que eu acho sensacional é que essa turminha progressista e moderninha, que dizem ser defensores da democracia, sugere uma alteração na Língua Portuguesa para atender os "interesses" de uma minoria ínfima da população. Afinal de contas, qual o percentual da população brasileira que não se enxerga como homem ou mulher? Arrisco dizer que deve ser menos que 0,1% do povo, se eu estou errado basta apresentar dados concretos que ilustrem o volume de não-binários em nosso país. E destes, quantos que sentem a necessidade injustificada de ter um pronome específico para representá-los? Injustificada sim, pois uma pessoa não-binária mas que saiba Português dificilmente defenderia uma atrocidade como "todes" ou "elu".

Aí eu pergunto onde está a defesa da democracia nessa hora. Afinal, entendo que na democracia devemos respeitar a vontade da maioria e não da minoria. Mas, mesmo assim, os politicamente corretos, que se "preocupam" com os oprimidos, querem impor alterações no idioma por conta de poucas pessoas que supostamente não se sentem representadas pelos pronomes existentes na Língua Portuguesa. Por quê? O que motiva essa defesa por uma ditadura da minoria? Será que é mesmo pensando na inclusão? 

Duvido!

Até porque tal iniciativa de promover mudanças no idioma e inserir a linguagem neutra acaba sendo na verdade exclusiva. Por exemplo, alguns desses politicamente corretos parou para pensar como será para os brasileiros que se comunicam por Libras? Me explica como que será possível representar um "elx" por meio de sinais. Surdos e mudos (que certamente são em maior número do que indivíduos não-binários) já contam com um grande desafio para a comunicação, e aí querem inventar algo para tornar isso ainda mais difícil? 

Sinceramente, o mundo está indo para o brejo. Essa ideologia politicamente correta está fazendo de tudo para destruir o que conhecemos, a começar com o nosso próprio idioma. Trata-se de uma forma de dominação de uma sociedade, isso sim. Episódios como esse, em que vemos o Museu da Língua Portuguesa atentando contra a própria Língua Portuguesa me faz lamentar ao ver como temos uma grave crise de inteligência, como que as pessoas estão deixando de lado todo o histórico de nosso idioma só para lacrar e defender uma pauta que é interesse de uma minoria ínfima. 

Por fim, para aqueles que insistem em defender o uso dos pronomes neutros, mesmo não sendo contemplados em nossa Língua Portuguesa, que acham que devemos falar "todes"... deixo essa tirinha do Dr.Pepper como uma sugestão para vocês.

Pior que sei que deve ter gente que defende pronome neutro e que vai curtir isso...

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