Etiqueta de Elevador

Já comentei aqui várias vezes... sou um texugo observador. E eu sempre me fascino ao observar o comportamento humano em certas situações mundanas de nosso dia-a-dia. Acho que eu poderia ganhar a vida como psicólogo, mas vendo que geralmente eu fico percebendo coisas revoltantes e absurdas, provavelmente não teria muito sucesso em uma carreira como essa. Acho que eu mandaria muitos pacientes à merda, ou mesmo partiria para a agressão física.

Você pode perceber como estou bem hostil hoje. E não é pra menos, passei por uma situação bem escrota, e em acabei vindo aqui colocar no papel (ou melhor, na tela) o meu desabafo, puxando aqui vários casos relacionados ao que eu chamo de "etiqueta de elevador".


Seja em casa, no trabalho, no médico ou no shopping, todos nós já usamos elevador alguma vez na vida. Mesmo aqueles que são da geração fitness e que devem estar dizendo que só sobem e descem escadas, se dizem isso estão mentindo. É bem comum que tenhamos que usar esse dispositivo de deslocamento vertical para chegar no andar de nosso interesse em algum momento de nosso dia-a-dia. 

E existem elevadores de todos os tipos. Aqueles super modernos que parecem fazer parte de uma nave espacial aos ultrapassados de porta pantográfica; os claustrofóbicos como um caixão ou os panorâmicos com uma bela vista; os elevadores inteligentes em que você digita um número no painel externo e ele te indica qual pegar e os manuais com ascensoristas responsáveis pela difícil tarefa de apertar um botão (profissão extinta em praticamente todo o mundo, mas que resiste aqui no Brasil em prédios públicos e sindicatos); os imensos com capacidade para dezenas de pessoas e os pequenininhos que mal cabem meia dúzia. Não faltam modelos, com diferentes recursos como painéis digitais, alto-falante, o manjado espelho para que as garotas e os frescos possam arrumar o cabelo e o monitor da Elemidia mostrando as notícias, a cotação do dólar e a classificação do Brasileirão.


Acontece que, como em qualquer outro meio de transporte, temos que lidar com os mais diferentes tipos de pessoas que o frequentam. Como esperado, algumas dessas pessoas (diria até mesmo muitas) não têm nenhum pingo de educação e se mostram incapazes de usarem tal dispositivo de grande complexidade como é um elevador. E é nessas horas que eu me emputeço.

Uma das coisas que me tira do sério é a grande falta de respeito que ocorre no térreo, ou mesmo em alguns andares. Aquela regrinha básica que a boa educação dita, de que devemos aguardar as pessoas saírem do elevador, para aí sim entrarem.


Puta que pariu! Digo que pelo menos uma vez por semana passo por isso no elevador do prédio onde trabalho, geralmente nos dias em que almoço um pouco mais tarde. Mal a pôrra da porta abre, e já tem vagabundo ali na beirada, querendo entrar logo. Em algumas raras ocasiões, até que os cretinos se dão conta da putaria que estão fazendo, saindo da frente dos passageiros que querem sair... ou só se afastam um pouquinho, pra poder adentrar assim que possível. Mas sempre tem uns filhos das putas que ficam ali parados. Ou pior: que forçam a entrada, remando contra a maré de gente querendo sair.

Meu amigo... não é apenas uma questão de respeito, mas de mais simples matemática! Se o elevador tem capacidade para, digamos, dez pessoas, e está cheio... não adianta você querer entrar ali se ele está cheio. Deixa as pessoas saírem, pra que assim você possa entrar em paz, caralho!


Peço desculpas pelo palavreado... Mas vocês vão perceber que essas coisas de elevador me tiram muito do sério.

Seguindo nessa linha, outra coisa que acho absurda é aqueles espertinhos que tentam se espremer em um elevador já lotado...


Pombas... Isso acontece muito em prédios comerciais, onde em geral existe uma quantidade razoável de elevadores. Se um elevador está cheio, espere o próximo! Mas não... brasileiro parece que gosta de lugares abarrotados, gosta de se enfiar no desconforto, gosta do calor humano de meros estranhos. Sempre cabe espaço para mais um. Talvez seja a pressa, a incapacidade de esperar uns cinco minutos ou menos para que um outro elevador apareça.

É engraçado observar como são as pessoas... Lá onde trabalho, volta do almoço, eu percebo essas duas coisas ao mesmo tempo: aparece um elevador, com um batalhão de gente espremida ali dentro pra sair, e um mar de gente alucinada para entrar. Começa aquele empurra-empurra, a falta de respeito transbordando... até que um minuto depois chega ali outro elevador, vazio. Enquanto os apressadinhos ficam ali brigando para entrar e se enfiar em um elevador lotado, eu vou ali e pego um elevador vazio...


Sem falar que o limite de passageiros deve ser respeitado. Cada elevador tem a sua capacidade máxima, e o uso acima disso acarreta em riscos. Mas as pessoas não querem nem saber... E preciso lembrar que o limite geralmente é expresso de duas formas: quantidade de pessoas e peso, vale o que chegar primeiro. Mas tem aquelas criaturas gigantes, estilo Fat Family, que sempre ignoram esse fato, e acham que podem caber ali em um elevador já cheio. Acho que tem muito gordo que não tem noção de geometria espacial, ou é de birra mesmo, e tenta adentrar um elevador onde não tem espaço pra nem uma mosca mais. Acham que só de encolher a pança vão pesar menos.

E se conseguem entrar... provavelmente fazem disparar o alarme de limite de carga. E quase sempre olham para os demais ocupantes, com aquela expressão incrédula de "quem, eu?", como se não tivesse culpa de ter adicionado uma tonelada ao peso do elevador...


Por essas e outras é que em muitas situações em prefiro pegar as escadas, quando preciso me deslocar poucos andares. Não é por questão fit não, é pelo simples desejo de fugir dessa horda de maus educados.

Mas tem muitas outras coisas que me tiram do sério no elevador. Podem até dizer que é implicância minha, acontece que eu tenho o direito de não suportar certas coisas. E uma delas são os babacas que cismam em apertar botões que já estão apertados. Já falei disso aqui, faz tempo, mas é algo que me tira do sério.


Eu acredito que a esmagadora maioria dos botões de elevador são luminosos, que acendem uma vez tenham sido apertados, para assim mostrar para as pessoas que sim, o botão já foi apertado. Não apenas dentro da cabine, indicando as paradas programadas, mas também nos andares. Dessa forma, se você chega ali na frente de um elevador e quer subir, e percebe que o botão com a seta para cima que indica "subir" está aceso, não há necessidade de apertá-lo mais uma vez.

A não ser em certos elevadores "inteligentes". Mas em geral nestes você não aperta simplesmente um botão, mas digita em um teclado numérico o andar desejado, de forma que seja mostrado em um display qual dos elevadores você deve pegar. Inteligente pois certamente tem ali algum tipo de programa que busca um melhor gerenciamento dos elevadores, evitando viagens desnecessárias. Isso faz com que o sujeito que queira ir no 25º andar pegue um elevador diferente de outros que vão para o 6º e o 8º andares, por exemplo.

Mas, nos elevadores mais genéricos, não é assim. Apenas apertamos e entramos no primeiro elevador que chega. E vai lá e aparece um otário e aperta o mesmo botão que já está aceso.

Pra que isso, pôrra? Será que ninguém entende que não é necessário apertar o botão de novo? Na boa, isso pra mim é exame básico de QI, se a pessoa não tem a capacidade de perceber isso, deve ser mesmo lesada! Ou então é uma necessidade patológica de apertar botão...


Fico me perguntando por que as pessoas fazem isso. Qual é a razão para apertar o botão de novo? Será que esses acéfalos acham que assim o elevador vai chegar mais rápido? É por que gostam de meter o dedo no botão? Parece que é pra confirmar algo, pra deixar claro que elas estão subindo ou descendo, ou que vão para determinado andar. Mas essas pessoas precisam entender que não há necessidade disso, que se o botão está aceso, significa que já foi apertado. Não vai ajudar de nada...


Como disse naquela outra postagem... se eu fosse projetar um elevador, faria que o botão aceso desse um choque no imbecil que o apertasse.

Falando em botão, não posso deixar de comentar dos famigerados botões de abrir e fechar a porta...


Eu até já ouvi falar que apenas o botão de abrir a porta funciona de verdade, sendo indicado para que algum passageiro abra a porta, tipo para que outra pessoa consiga entrar no elevador, ou mesmo para sair. O de fechar teoricamente seria para forçar o fechamento da porta, que é uma ação que já acontece automaticamente. Mas muita gente diz que o botão de fechar não funciona, é apenas para garantir uma certa simetria no painel do elevador, apertá-lo não faz com que a porta feche.

Mas mesmo assim esse é o botão preferido dos apressadinhos. É de lei, sempre tem algum afobado dentro do elevador, que não tem a capacidade de esperar cinco segundos para que as portas fechem naturalmente, e que tão logo os passageiros desembarquem em um determinado andar, vai lá e senta o dedo naquela pôrra de botão, muitas vezes de forma vigorosa e alucinada. Como se estivessem jogando a fase de bônus do Mortal Kombat.


Essa é outra coisa que me enche o saco. Eu odeio gente ansiosa, ainda mais aquelas que têm ansiedade a troco de nada. Tipo aqueles que saem empurrando nas escadas rolantes, cortam a fila do restaurante ou ficam parados na porta do ônibus ou metrô, para assim economizarem "preciosos" poucos segundos em suas vidas, como se fossem fazer uma enorme diferença. Mesma coisa esses apressadinhos de elevador.

O mais revoltante é que esses apressados fazem questão de expressar o seu descontentamento contra o elevador e os passageiros que saltam em andares anteriores aos deles. Tipo, o cretino vai pro 10º andar, entra no elevador e já corre para ficar no painel, mas aí chega alguém correndo e entra de última hora, e aperta o botão do 7. Pronto, o apressadinho já dá aquela bufada de raiva, para deixar claro que está incomodado... e aí assim que cada passageiro desce em seu andar, ataca o botão de fechar a porta que nem um desesperado.


É um tipo de gente que merece ser espancada.

Por fim, não podemos deixar de mencionar os mal educados que frequentam os elevadores. Aqueles que fazem algumas coisas totalmente impróprias para o recinto, especialmente quando está cheio de gente. Tipo, soltar um peido.


Essa é clássica, aposto que todo mundo já passou por essa situação de sentir um cheirinho desagradável dentro do elevador, geralmente depois de um peido ninja (silencioso mas mortal). Afinal de contas, o peidão vai fazer de tudo para dissimular, se ele toca a corneta será mais fácil para identificarem o sujeito. Por isso peido de elevador geralmente é silencioso, lançado na surdina. E geralmente o autor do crime ainda se faz de desentendido, olhando para os lados como se estivesse querendo identificar o peidorrento.

Mas não é só a turminha do feijão com repolho que gosta de liberar as bufas no elevador que incomoda. Tem de tudo, confesso que eu já vi as coisas mais bizarras e incômodas dentro da cabina.  Mau cheiro, por exemplo, não é só de peido, mas também daqueles produtos de beleza de quinta categoria, os típicos "originau da Urú" usados de forma exagerada por aquelas atendentes de telemarketing horrorosas e secretárias de repartição pública. Sério, tem alguns desses produtos que fedem tanto que me dão lágrimas nos olhos.


Isso mesmo que você viu... Maionese capilar, da categoria "vermelhão do poder"... Até onde eu sei, maionese era um molho feito a base de ovo e óleo, usado pra comida. Mas parece que agora as "divas" estão usando isso nos cabelos também. Vai se fuder... Daqui a pouco vão estar esfregando farofa na cabeça, pombas.

Outra coisa que eu acho insuportável são os vaidosos de elevador. Isso porque a grande maioria dos elevadores possui um espelho, que segundo os entendidos dizem é para reduzir a sensação de confinamento ali dentro. Aí, em uma sociedade extremamente superficial e fútil, muitas pessoas correm ali pra dentro e se posicionam na frente do espelho, para dar aquela arrumada na roupa ou retocada no penteado. Pior de tudo, não são apenas mulheres que fazem isso, tá cheio de "homens" que ficam ali todos vaidosos, dando aquela arrumadinha no topete.


Podem me chamar de preconceituoso, mas acho que um sujeito que fica se arrumando de forma exagerada deve ter algum tipo de tendência estranha...

Algo que me tira do sério é que esses vaidosos de elevador acabam sendo muito expansivos também. Pois eles se sentem os poderosos, que estão ali arrasando no recinto, e assim ficam ali a uma certa distância do espelho, ocupando o espaço que outras pessoas poderia ocupar. Isso quando não começam a jogar os cabelos para os lados e acertam uma chicotada capilar nas fuças de anônimos. Pombas, quer tanto se arrumar, deixa pra fazer isso no banheiro de casa ou da empresa, caramba!

Aliás, isso me lembra de outra coisa insuportável, escrota ao extremo: são os selfies de elevador.


Essas mocinhas aí que se acham as gatinhas e que todo mundo está pensando no que elas estão fazendo da vida, geralmente adoram tirar aquela foto de si mesma diante do espelho do elevador. Geralmente fazem isso no elevador de casa antes de ir pro trabalho, pra universidade ou pra academia, pois as chances são maiores de que elas estejam sozinhas e possam fazer aquela pose mais provocante com um estúpido duck face, pra postar uma foto acompanhada de alguma frase de efeito que viu no "Feice", tudo pra ganhar um monte de jóinha. Não consigo imaginar coisa mais estúpida.

E mais uma vez... não são apenas mulheres... tá cheio de "homem" que também aproveita a oportunidade de estar sozinho no elevador pra tirar selfie diante do espelho.


Mais uma vez, aposto que vão me chamar de preconceituoso. Mas homem que é homem de verdade não fica tirando selfie no elevador. Aliás, homem que é homem não tira selfie. Um tipo desse aí tinha era que tomar uma surra pra aprender a honrar as calças que usa.

Enfim, já vi de tudo no elevador em termos de incômodos: sujeito abrindo a mochila e passando desodorante roll-on no sovaco, cretinos com os fones no volume máximo compartilhando o seu péssimo gosto musical com os demais passageiros, os chatos homens de negócios de terno e gravata berrando em seus telefones durante uma chamada do trabalho, as crianças birrentas chorando porque seus pais não compraram nada na loja de brinquedos, os expansivos que ficam esbarrando com suas mochilas gigantes nos outros, e assim por diante. Até cachorro cagando no elevador eu já vi.


E não era um cachorrinho pequeno como esse aí da foto. Era um labrador que largou um torpedo no canto do elevador de serviço aqui do prédio. Pelo menos o dono recolheu o tolete, mas que foi uma situação desagradável, não tenho dúvidas.

A única coisa que falta eu ver é algum casal mais animadinho, tipo os dois daquele filme tosco dos 50 Tons, na hora em que o carinha dá uma "vasculhada" nas calcinhas da garota.


Mas coisas assim a gente só vê em filmes de Hollwood.

Pois bem, realmente aqui no Brasiú é difícil esperar um pouco mais de educação do povo em linhas gerais, e por isso temos que nos acostumar com a falta de uma etiqueta básica das pessoas aqui ao usarem o elevador. Trata-se do retrato da falta de educação em geral do povinho brasileiro, sempre egoísta e pouco se fudendo pros outros, uma das principais causas da situação deplorável a qual nosso país está submetido... Será que é pedir demais, para que as pessoas sejam só um pouquinho mais educadas?


É muita gente escrota, abusada e mal educada que anda de elevador, que sempre me faz ter vontade de usar as escadas, pra não me aborrecer...

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