Comando para Matar - Parte 5

Eu falei que ia exagerar com esse filme. Estamos já chegando na quinta parte da sátira deste filme que esteve na infância de toda uma garotada dos anos 80 e 90, em que o Arnold Schwarzenegger dava algumas das melhores lições de moral, só superadas na época em que ele fazia o Conan. Estamos chegando perto da zoeira, de quando ele vai transformar o resgate de sua filhinha em uma verdadeira guerra. 


Na parte anterior, que pode ser lida aqui, Matrix acabou com mais um dos bandidos, o negão Cook. E após uma busca por pistas, conseguiu descobrir de alguma forma que Chávez e Bennett estavam em uma ilha na costa da California, juntamente com sua filha Jenny. Mas antes de ir lá e tacar o zaralho, nosso amigo musculoso e sua companheira histérica iam dar uma paradinha para fazer compras. E Cindy continua desde o último post se perguntando por que aquele sujeito ali bombado queria fazer umas comprinhas antes, pois ele não tinha pinta de curtir um rolê no shopping.


Ah, tá explicado... Quando o Arnoldo fala em compras, ele está querendo dizer em arrumar algumas armas. 


Temos que lembrar que estamos nos Estados Unidos, onde lá a venda de armas é um pouco mais liberal, com uma licença você podia arrumar até armamento pesado. Ainda mais nessa lojinha particular que parecia ser um depósito da guerra, com direito a dois mísseis na entrada. O problema é que a loja não é 24 horas, e não tem como ir lá fazer compras.

Bom... Quem disse que o Arnoldão ia esperar até amanhecer? Pelas leis da conveniência hollywoodianas, havia ali um puta trator dando sopa no estacionamento...


... e assim ele usa a força bruta pra botar uma parede da loja abaixo. Sutileza de um gorila dançando balé numa loja de cristais. Puta merda.


Aí então ele começa a fazer a limpa, pegando um monte de material militar para se preparar para o combate. E como se espera de um cavalheiro, Matrix bota Cindy para empurrar o carrinho com as compras.


Só que até agora ele só arrumou coisas meio inofensivas, como uma jaqueta de couro, um par de pés de pato e até mesmo um guarda-chuva. Afinal, é importante estar preparado, vai que estivesse desabando um toró na ilha? Só que ele precisa de mais força bruta, e assim ele tenta achar uma chave secreta no balcão.


Após procurar um pouco, ele encontra um botão escondido atrás de um chiclete mascado, que abre a porta de uma sala secreta que tem ali atrás...


... que está repleta de armas para todos os cantos! Fuzis, metralhadoras, pistolas, bazucas, canhões... Um verdadeiro arsenal escondido ali dentro, com centenas de armas de todas as cores e tamanhos, mais do que muitos países do mundo livre.


Veja só a expressão de alegria do Arnoldo, se sentindo como uma criança numa loja de doces.


Eu sei... ele tem a expressividade de uma porta de banheiro... Só não perde pra Bella do Crepúsculo ou pro cigano Igor.

Sem perder tempo, ele começa então a pegar todas aquelas armas que ele sonhava ter desde garoto, começando com a shotgun do Duke Nukem, pois não tem como não errar usando uma dessas...


... algumas metralhadoras...


... e até mesmo um puta lança-foguetes. Não brinca em serviço esse Matrix, vai levar toda a loja se deixar ele.


Cindy então dá um basta, que ele já encheu o carrinho e chega de armas por hoje, ou então vai estragar os seus ouvidos com o tiroteio todo. Matrix manda ela se danar, que arma nunca é de menos, e manda ela levar essa primeira leva lá pro carro.


Enquanto Matrix continua lá, pegando mais um monte de fuzis e metralhadoras. Pra completar a sua coleção, só faltava pegar aquela bazuca ali do lado...


Só que fudeu, chegou a polícia. Realmente o Arnoldo não parecia ser muito brilhante, imaginando que poderia invadir uma loja com um puta trator e a polícia não iria aparecer. Tá achando que tá no Brasil?


É meio brochante imaginar que Matrix estava ali tão perto de completar a sua missão e viria acabar sendo preso ali por alguns guardinhas de trânsito. Mas, diferente dos seguranças do shopping, ali era a polícia de Los Angeles, que diante duma situação daquelas estava mais para "atirar primeiro e perguntar depois". Sorte que ele não era negro, ou já estaria a caminho do IML num saco preto.


E lá vai ele para o xadrez. O curioso é como nenhum dos policiais percebeu a Cindy ali perto, em um carro cheio de armas roubadas.


Bom... Essa era a deixa para Cindy se livrar. Ela podia largar aquelas armas todas ali, levar o carrão que era bem mais maneiro que aquela velharia que ela tinha, e seguir com sua vida tranquila de comissária. Mas, por algum motivo ela decide ir atrás do furgão da polícia, para tentar livrar a cara de Matrix.


O furgão pára então num sinal vermelho, e Cindy encosta ali do lado, quietinha, cuidando de sua vida. E o policial ali, vendo o carrão e a pinta dela, desconfia que ela é uma mulher de vida fácil e começa então a mandar algumas gracinhas, perguntando se ela gosta de homem com uniforme e se ela estava afim de ser algemada na cabeceira de sua cama.


O sinal abre e eles continuam, mas Cindy fica ali parada. O guardinha fica todo empolgado, olhando no retrovisor para ver o que está acontecendo, e fica com as calças apertadas ao ver que ela estava se levantando. 


Interessante como os "políça" são incorrigíveis. Em geral não é o tipo de atitude que se espera de um oficial, mas esses dois aí estavam aparentemente na seca faz muito tempo, talvez suas esposas sejam meio sem-graça. Só faltava os sujeitos darem meia volta pra ficar com ela. E o cara ali atrás que não se segura parece o baixinho Leo do Máquina Mortífera.


Só que Cindy não está para brincadeira, ela está ali para salvar seu amigo Matrix. Ou então ficou puta com mais uma cantada frouxa, ela já está de saco cheio de vagabundo ficar de segundas intenções com ela. E aí ela pega a pôrra do lança-foguetes! Que ela tá pensando, cacete?


KABOOM!!! Bom, o grande problema é que ela nunca atirou nem com um estilingue, e cometeu a gafe de apontar a arma pra trás, explodindo o pet shop ali da esquina sem dó nem piedade.


Ela desvira a arma, e os guardinhas se cagam de medo. Fudeu, era agora que eles iam ganhar uma medalha de coração púrpura em homenagem pela morte em serviço. Pra aprender que só porque tem um distintivo não pode ficar cheio de sacanagem com mulheres na rua.


KABOOM!!! E lá vai mais um foguete, dessa vez no caminho certo. O coice foi tão forte a ponto de fazer ela cair de bunda no banco. Como que na outra vez ela não foi jogada por sobre o pára-brisas, digamos que foi devido a uma força divina.


E esse acerta em cheio. Confesso que não entendi o plano de Cindy. Matrix estava lá dentro do furgão, e ela decide atirar nele com um foguete? Assim ia acabar explodindo a pôrra toda, executando não apenas os policiais mas também seu novo amigo marombado.


Tá certo, ela já entendeu como que funciona... Como esperado, o Arnoldo sai dali do furgão sem nenhum arranhão, só ficou meio chamuscado. Foi por isso que ela não se preocupou, pois já tinha visto que pode explodir uma bomba na cabeça dele e não vai acontecer nada... 


Tá na hora de dar uma passada lá na ilha de Lost. O Chávez pergunta para Bennett quanto tempo falta para a bóia, e o bigodinho diz que o miojo fica pronto em três minutos. E aproveita pra confirmar que Matrix deve estar chegando em Val Verde em cerca de três horas. Colocando aí mais uma hora para passar na imigração e comprar alguma coisa no Free Shop, pela manhã ele já estaria por lá.


Jenny está lá também. Após passar pela crise de choro, ela então começa a pensar em algum plano para fugir ali. Afinal de contas, os garotos de Goonies eram uns paspalhos e conseguiram se dar bem, por que ela, filha do Arnoldo, não ia também se livrar daqueles bandidos?


E a primeira tentativa dela é abrir a porta. Eu sei que temos que tentar as opções mais simples primeiro, mas acho que ela bancou a tapada de imaginar que os bandidos iam deixar a porta aberta, pombas.


Aí ela vai lá olhar a janela. Seria tão simples, abrir a janela e se mandar. Para a sorte dela, a janela estava destrancada. Para o azar dela, os capangas não são tão idiotas assim, e cobriram a janela com umas tábuas. Danou-se. Vai ter que queimar seus neurônios um pouco mais se você quiser sair daí, Jenny.


Voltando para terra firme, Matrix e Cindy finalmente chegaram ao píer, onde vão pegar o hidro-avião para ir para a ilha. Ou avião anfíbio, segundo Cindy.


Sem perder tempo, Matrix já parte pra cima do porteiro que estava ali acendendo um cigarrinho pra pensar na vida...


... e acerta com a cara dele duas vezes numa âncora.


Kill Count do Arnoldo = 5

Na boa, imagina dar duas violentas cabeçadas numa âncora de ferro maciço? Não tem dúvida de que o cara arrumou um traumatismo craniano triplo e bateu as botas depois de cuspir seu cérebro.

Os dois caminham ali numa boa, e finalmente acham o avião. Tudo bem que aquilo era uma velharia que devia estar num museu, mas era o avião da foto genérica que eles acharam na última postagem, não dava para mudar agora. E eles precisavam correr, pois podiam ser vistos.


E não deu outra. Dois cretinos lá num jipe viram que haviam intrusos no avião, começando a abrir fogo. Sabemos bem que eles não vão acertar nada, mas o que vale é a tentativa, pra depois não levar esporro do chefe.


Matrix saca a sua metralhadora. E é interessante observar que desde o início do filme ele não tinha atirado ainda, tinha sido só o Hector que ele havia queimado lá na primeira postagem com um balaço na cabeça. Era hora de compensar sua sede armamentista nessa última meia hora de filme.


Cindy começa então a entrar em modo histérico de novo. Ela admite então que só tinha pilotado no Flight Simulator e usava o botão de decolagem automática, e não tinha idéia de como fazer aquela geringonça funcionar. 


Matrix se emputece e vai lá na cabine. Aí então ele decide chutar o balde, dando um soco no painel e dizendo pro avião que se ele não ligar ele morre.


E aí ele funciona. Sempre é assim. E o pior é que o Arnoldo diz aquilo mesmo, e após um murro as hélices ligam. Tava faltando o momento piadinha pra dar uma descontraída, por mais ridícula que seja.


Depois de já ter colocado o avião para funcionar, ele pode voltar ali atrás para dar um jeito naqueles dois chicanos no jipe. A contagem de mortes dele tá muito baixa ainda, precisa dar um jeito.


Finalmente ele acerta. Uma bala atinge a testa do motorista, o que faz o jipe milagrosamente voar pelo píer...


... e cair na água, com o seu parceiro acertando em cheio uma rocha.


Kill Count do Arnoldo = 7

Cindy por sua vez, está de sacanagem. Eles estão num avião, mas ela fica ali pensando que eles estão num barco, e não faz ele decolar. Pra completar, ela pisa no acelerador e vai perigosamente chegando cada vez mais perto de um navio cheio de peixe podre.


Pra variar, ela fica toda histérica de novo. Puta merda, toda hora ela se desespera! Sorte que Matrix, que nunca pilotou um avião na vida, decide dar mais potência e puxar o manche pra fazer o avião decolar.


E aí finalmente o avião decola. Acho que Cindy ainda estava pensando que o avião era anfíbio e só andava na água e na terra...


Em terra firme, o nosso amigo general Boechat acaba sendo informado que Matrix havia sido preso depois de levar metade das armas daquele depósito de armas, mas que havia fugido. Ele então avisa para seu subalterno que fudeu, que vai começar ali a terceira guerra mundial. Outra frase do filme mesmo.


Aí temos que dizer que é o timing errado. Na mesma hora que o Boechat estava lá vendo o estrago na loja de armas, Matrix estava tentando ligar para ele no quartel pelo rádio do avião. Se fosse hoje em dia, ele podia ligar para o celular dele, passar um Zap e assim resolver tudo.


Pra piorar, a ligação de Matrix havia sido interceptada pelos marinheiros de um navio de guerra que estava ali embaixo. Escutando aquele sotaque bizarro, o carinha ali do rádio supõe que seja um russo, e se ele não mudasse de rota a Marinha ia largar o aço e derrubar o avião. Lembre-se que estamos na década de 80, e qualquer pessoa falando com aquele linguajar meio carregado já era visto como um soviético ou alemão oriental prestes a fazer alguma merda.


Cindy então sugere que eles voem bem raso, perto da água, para assim escapar do radar dos navios de guerra, e Matrix manda ela descer. Eu não sou um profundo conhecedor da parafernália militar e tenho noção que estava de noite... Mas, ao voar baixo, perto da água, eles não iam ficar ainda mais perto dos navios, podendo assim serem vistos? Tá na cara que é mais um plano que vai por água abaixo.


E não é que funciona? Por sua vez, o marinheiro que os perdeu vai ter que andar na prancha, por ter deixado um possível russo passar ali numa boa.


Enquanto isso, na ilha, Jenny finalmente pensa em algo de útil. Usando as chaves de casa (que por algum motivo nenhum dos bandidos levou embora), ela começa a desaparafusar a maçaneta da porta. Não que isso venha a ajudar muito, pois se a porta está trancada e tirar a maçaneta não vai abrí-la.


Ah, agora sim, garota esperta. Usando a ponta da maçaneta, ela começa então a forçar a madeira que está vedando a janela, pra assim tentar abrir um buraco e fugir.


Perto dali, Chávez e Bennett já acabaram de comer seu miojo e agora iam assistir o Jornal Nacional. Mas um dos guardinhas interrompe o bigode e começa ali a bancar o machão, dizendo que cortar a garganta de uma menininha era como cortar manteiga quente.


Bennett então fala pro latino calar a boca, que não era pra ele ter sequer uma fala, era pra ficar parado que com cara de paisagem como o outro bosta ali. E da próxima vez que ele abrisse a boca, iria pegar aquela faca de brinquedo e fazer uma operação de fimose sem anestesia nele.


Chávez fica meio puto, pois seus soldados são fiéis, verdadeiros patriotas que defendem um líder democrático como ele. Podiam ter sido comprados numa liquidação e metade não sabia puxar um gatilho, mas estavam dispostos ali a defender o seu patrão.


Rindo, Bennett diz que aqueles soldadinhos ali são um bando de merdas, e que ele ou Matrix acabariam com todos em um segundo, estalando os dedos pra deixar claro que o serviço seria moleza. E que lembra do filme, o filho da puta dava um senhor estalo de dedos, um KAPOW a ponto de fazer até eco.


E nosso amigo Arnoldo já está chegando. Olhando no mapa, ele dá uma conferida na bússola pra ter certeza...


... e vê ali a ilha de Lost. Tá chegando a hora da porradaria.


E vamos ficando por aqui, pois a postagem está bem longa já. Eu acho que na próxima eu termino, embora ainda tenha mais ou menos meia hora de filme pela frente ainda. 

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