Uma Viagem Interessante

Eu sou um texugo que está constantemente viajando de avião pelos cantos. Seja a trabalho ou a lazer, pode apostar que pelo menos uma vez por mês estou dentro de um mega cilindro de metal com asas, indo para algum canto aqui do Brasil. Pena que a grana tá curta pra fazer uma viagem internacional, embora que com meu inglês de cursinho só daria pra ir pros Estados Unidos. Nada contra, mas às vezes daria vontade de viajar para outros lugares, embora não faça idéia de como iria me comunicar em alemão ou francês. Mas isso é assunto para outro post.

Enfim, e eu já contei aqui em diversas ocasiões alguns "causos" que eu passei em viagens. E sempre situações chatas, incômodas, de tirar do sério. Pra variar um pouco, eu tive uma viagem onde aconteceu algo de muito surpreendente, sob um ponto de vista positivo. Pode parecer até piada, talvez tem gente que pode até estranhar e achar que eu estou inventando só pra encher linguiça... Mas foram coisas que aconteceram sim, de verdade, pois mais inimaginável que possa parecer.


E vou contar agora como foi... Senta que lá vem história...

Estava eu lá, chegando no aeroporto. A pocilga chamada Aeroporto Internacional Tom Jobim, mas que para mim sempre será Galeão. Talvez um dos piores aeroportos do Brasil no quesito de infra-estrutura, e olha que já tivemos a Copa do Mundo aqui e disseram que ele estaria preparado, mesmo pras Olimpíadas que estão chegando tem muito que melhorar. Eu simplesmente odeio ir por esse aeroporto, pois ele fica longe para caralho e ainda por cima demora uma eternidade pra se decolar. Seria mais um daquelas viagens curtas, nas quais toda a minha bagagem ia na mão. Bagagem de mão conforme o padrão, uma mala pequena levando algumas trocas de roupa e outras coisas. Diferente da maioria das pessoas que cisma em embarcar levando três malas imensas, ocupando o espaço dos outros no bagageiro...


Dentre o monte de coisas insuportáveis de uma viagem em um aeroporto brasileiro, uma das poucas coisas boas que inventaram foi o check-in eletrônico. Nada bate a comodidade de você poder já lançar o seu check-in desde casa pelo computador ou mesmo pelo celular, sem ter que encarar aquelas filas dos guichês de atendimento, cheias de pessoas enroladas e atendentes lerdos. Pior que levei tempo para usar esse recurso, em geral eu ia num dos totems do aeroporto para dar entrada no vôo. Mas dessa vez, eu já estava até com o bilhete impresso. Melhor de tudo é poder já ter o assento marcado, assim eu já tinha meu lugar na janela garantido.

Em todo caso, eu estava lá caminhando pelo aeroporto na minha, quando perto dos totems da Gol eu vi uma garota simplesmente linda. Demais mesmo. Corpo escultural, com uma poupança de chamar a atenção e um par de bazingas desafiando a gravidade, trajando uma calça jeans justinha, parecia embalada à vácuo, e uma blusinha verde clara.

Para ilustrar um pouco a postagem e de quebra atrair alguns meladores de cueca para aumentar o contador de visitas que já acumula poeira, diria que ela era muito parecida com essa moça abaixo, excluindo as tatuagens.


Antes que venham a perguntar ou imaginar que eu sou um tarado, essa aí é uma das paniquetes daquele programam de TV. Certo dia, sem muito o que fazer numa sexta à noite, zapeando pelos canais, passei pelo Pânico e vi a dita cuja, e me lembrou muito a garota do aeroporto, e assim ela vai servir de imagem para ilustrar a minha história incrivelmente inacreditável. Continuemos.

Enfim, a garota estava lá em um dos totems, e enquanto eu caminhava podia ver uma certa frustração em seu rosto, como se algo estivesse errado. Ela olhava para os lados, possivelmente procurando algum sujeito de laranja pra ajudar, mas torno a lembrar que estávamos no Galeão, onde nada funciona direito. Era um dos totems que ficava meio separado, não eram daqueles que ficavam em um espaço da Gol, onde geralmente tinha ali uma tia pra ajudar. Sendo que "ajudar" é muita boa vontade, pois o que normalmente fazem é indicar que você pegue a maldita fila do check-in em vez de resolver o seu problema...

E então, por algum trejeito do destino, ela se virou em minha direção, justamente na hora em que eu ali, cuidando da minha vida, a observava. Então, ela me olhou com aquele olhinho de cachorro sem dono, como se pedisse ajuda.


E você acha que eu iria recusar?

Cheguei lá e ela me explicou, com uma voz doce e bonita, que estava tentando fazer o check-in no seu vôo, mas o totem estava dizendo que ele já havia sido feito. Ela estava preocupada, pois não sabia o que fazer, era a primeira vez que usava aquele terminal e a fila do guichê estava imensa. Sabe, me encantou como ela era bem, digamos... bem versada nas palavras. Dava para ver que ela era carioca, mas não tinha aquele jeito truculento e cheio de gíria que costumamos escutar. Tipo, quando o carioca diz "bixshcoito" ou como aquelas ratas de academia de voz enjoada como se tivessem um jiló na boca... A moça falava bem, e apesar de em um primeiro momento eu ter sido atraído pelos seus dois atributos mais chamativos que tentavam meu olhar, aquela voz doce e educada me cativou. Percebia ainda outros detalhes, como os expressivos olhos castanhos e um discreto piercing no nariz.

Olha que eu não sou muito de curtir piercing, ainda mais de nariz, que sempre me faz pensar em como seriam os percalços de um resfriado... Mas até que o dela era bem discreto e bonitinho.


Não, o piercing dela não era assim como desse boi acima... ou búfalo, sei lá! Era aqueles que parecem uma pequena bolinha que fica do lado do nariz, bem meio como da moça das fotos... Aliás, agora fico me perguntando por que diabos as pessoas colocam esses anéis no focinho de um boi. Não consigo ver nenhum tipo de serventia pra isso, alguém sabe me explicar? Será que é pra amarrar uma corda e puxar o coitado?

Bom, vamos esquecer o piercing do boi e voltar à história... E lá foi este nobre e cavalheiro texugo ajudar a doce donzela. Ainda bem que foi fácil e não paguei um mico: na verdade ela (ou a pessoa que comprou sua passagem) já havia feito o check-in, tinha só que ir na opção "imprimir bilhete" e pronto. Foi visível o alívio e a felicidade dela, quando os papéis começaram a sair da máquina. Ela me lançou um lindo sorriso, agradeceu muitas vezes pela ajuda, que eu tinha salvo a vida dela.


Hipnotizante era o olhar dela... E também o decote da blusinha que até então eu não havia percebido. Realmente, eles pareciam estar mandando Isaac Newton para o raio que o parta, desafiando a Lei da Gravidade... Não tem jeito, sei que a mulherada vai me chamar de porco chauvinista, mas digo com todo o respeito que não há nada que este texugo ache mais lindo e feminino do que um belo par de seios.

Super agradecida, ela então me perguntou o que fazia com a bagagem dela, que iria despachar. Sabe como são as mulheres, em viagens sempre levam um monte de coisas, dava pra imaginar que aquela grande mala rosa ao seu lado deveria estar abarrotada com metade de seu guarda-roupa e outras tralhas que dificilmente seriam usadas. Expliquei que ela teria que ir ao guichê, o que a fez fazer um beicinho de tristeza ao imaginar que teria que pegar a fila, muito fofa e cuti-cuti. Imaginando que ela estava preocupada com a fila, disse que havia uma outra destinada ao despacho de bagagem, que era bem menor e mais rápida, era só mostrar o bilhete e pronto. Mais aliviada, ela agradeceu e se dirigiu ao guichê.

Nessa hora eu comecei a me amaldiçoar! Puta merda, por que eu havia dito onde era? Idiota! Era pra eu ter falado "deixa que eu te mostro onde é", para assim render um pouco mais a conversa. Tempo de sobra aos montes e eu dou uma mancada dessas! Coisas de um cara tremendamente atrapalhado com as mulheres. Fiquei ali, parado que nem um paspalho, vendo ela se dirigindo ao guichê da Gol lá longe, admirando o mexe-remexe de sua retaguarda. Que burrada a minha, desperdiçando uma chance como essa... Cheio de raiva de mim mesmo ao me dar conta de que jamais a veria de novo, me dirigi para o detector de metais, para ir logo para meu portão, fulo da vida...


Sentei ali num canto meio distante, algo difícil na bosta do Galeão, onde parece que em alguns terminais economizaram na quantidade de cadeiras. Nessas horas eu prefiro até ficar meio afastado do portão que eu vou embarcar, em um lado mais tranquilo, mas é algo que só era possível no Santos Dumont, na época em que ele estava cheio de portões em obras. Enfim, arrumei meu canto ali, escutando música e esperando até chamarem o meu vôo. Até que então, minha vista recaiu sobre um rosto (e um corpo) conhecido...

Dessa vez não tem foto, seu mané! Só pra ver se você tá lendo a história ou só babando pelas fotos da loira. Pombas, tá afim de sacanagem, vai no Google procurar foto de mulher pelada, cacete!


Enfim, era a loirinha do terminal da Gol quem estava ali desfilando pelo corredor. Me deu uma satisfação grande ao vê-la mais uma vez, fiquei ali hipnotizado com a beleza da garota. Ela estava ali andando, olhando para os lados procurando alguma coisa, talvez o banheiro ou uma lanchonete. Sabe, deu até vontade de me levantar e ir lá falar com ela... Mas aí bateu aquela sensação de cair na real e saber que eu sou um merda, que certamente toda aquela doçura alguns minutos atrás era algo natural que as mulheres fazem para conseguir ajuda, que agora eu não tinha mais serventia pra ela. Fiquei ali admirando aquele corpo maravilhoso, tendo a certeza de que ela certamente iria curtir muito mais um marombado de academia do que um bolha sem graça como eu. O momento já havia passado, pensei. Era como estar num ônibus e ver aquela garota linda, que você jamais verá de novo... Ela foi se afastando, e fiquei por ali.

Começaram então a chamar o meu vôo. A Gol em geral faz o embarque seguindo uma metodologia interessante: primeiro são embarcadas as pessoas da janela, depois as que sentam no meio e por fim as do corredor. Faz todo o sentido, meio que preencher os assentos "de fora pra dentro". Mas isso acaba não funcionando quando mais de um terço do vôo é das prioridades por lei, em que todo mundo abusa, tipo um coroa de 60 anos se passando por 65 ou a família com uma criança de 12 anos de colo, assim como os "bonzões" dos programas especiais, que olham para o restante dos passageiros com desprezo. Não adianta nada esse tipo de embarque se essas pessoas estão no corredor, por exemplo.


E claro, não podemos esquecer que brasileiro é um povinho de merda... Um povinho escroto que adora levar vantagem, assim o carinha que está com a passagem do corredor se faz de desentendido e entra na primeira fila que está embarcando, pra entrar na frente dos outros. Sempre funciona, pois os merdas dos funcionários da Gol, ou de qualquer companhia aérea, deixam esses "ixpertos" embarcarem na frente, em vez de afastá-los e mandá-los esperar na fila certa.

Bom... Como eu estava mais pro final do avião, onde alguns bagageiros são bloqueados para uso dos comissários, e não queria passar pelo risco de não ter lugar para minha mala de mão dentro dos padrões corretos por conta de algum mané levando um container, fui logo para a fila e peguei um dos primeiros lugares. Depois das muitas prioridades, entrei no avião e me acomodei. E começava então o desejo para que não tivesse ninguém sentado do meu lado... A segunda pior coisa que tem em uma viagem é ir com alguém encostado no teu lado (a primeira é ter que sentar no meio), pois sempre é uma pessoa expansiva, que toma o braço da cadeira e fica te empurrando. Certa vez viajei com uma gordona do meu lado que me esparramou no canto... Só pra você ter uma idéia do tamanho da criatura, ela precisou da extensão do cinto de segurança, e não tinha espaço pra ela baixar a mesinha...


Fiquei ali na costumeira apreensão ao ver as pessoas passando... Com aquele relativo alívio quando via aquele sujeito mais adiposo passando pela minha fileira. Bastava não ter ninguém no meio, pois quem fosse sentar no corredor dificilmente viria pular para meu lado, o que me daria um pouco mais de folga. Eis que então (não estou de sacanagem, eu juro!), quem que aparece?


Sim, a loirinha! Ela então olhou pra mim e me reconheceu, com um lindo sorriso, que eu prontamente retribuí. E aparentemente ela estava ali sentada do meu lado! Inacreditável! Quem poderia imaginar que ela estaria no meu vôo? E do meu lado? Era bom demais pra ser verdade...

Depois de colocar a mala de mão no bagageiro, ela se sentou na poltrona à minha esquerda, falando a respeito da coincidência, de como era legal que estávamos no mesmo vôo. Na ânsia de ajudá-la alguns minutos lá no totem, nem havia percebido o vôo e assento dela, até porque era só dar um print no bilhete, que ela prontamente pegou. Fico pensando a sorte e até a certa compreensão dela, ao perceber que eu não era um tarado que havia visto onde ela ia sentar (o que não tinha como eu fazer, mesmo que eu quisesse), pra buscar um lugar ao lado dela. Só que como diz o velho deitado da montanha... Alegria de pobre dura pouco...


Apareceu ali um sujeito de terno e gravata (que tinha essa mesma cara de bunda do vampicha, só que um pouco mais velho) que interrompeu a nossa conversa, perguntando para a loirinha qual era o assento dela. Dentro de um avião, essa é a típica pergunta que alguém faz já sabendo a resposta. Não deu outra, ela estava sentada no assento errado, aquele lugar ao meu lado era do engravatado. Na verdade ela estava sentada na fileira oposta, no assento do corredor. O pior de tudo é que o filho da puta sequer se ofereceu para trocar de lugar com ela, poderia ter imaginado ali que nós estávamos viajando juntos e por uma desventura no check-in ficamos em lugares diferentes. Talvez passou pela cabeça dele que se estivéssemos juntos, azar o nosso, que tivéssemos marcado assentos lado a lado. Ou talvez ele olhou pra mim e imaginou que nunca, jamais eu estaria junto de uma gata como aquela. Por mais que possa parecer até menosprezo da minha parte, admito que concordaria, a loirinha era de longe muita areia para meu caminhãozinho. Ela pediu desculpas, se levantando e sentando no outro lugar.

Cara, fiquei muito puto. Pra completar o engravatado era todo expansivo... Sacanagem. Já falei aqui, tem muita gente que só porque bota um terno e gravata se acha superior aos demais, fica ali com aquela pose de "sou foda". Essa teoria do Barney só vale mesmo lá fora, e não aqui no Brasil onde qualquer "adevogado" ou segurança de boate fica achando que peida cheiroso só porque tá de terno e gravata... Mas isso é assunto de outro post, que aliás eu fiz há muito tempo. Vamos continuar com a história.

Muita sacanagem mesmo, a loirinha ter que se levantar e dar lugar praquele bosta de gravata. Só restava pra mim afundar na poltrona, e ficar ali olhando pela janela a movimentação do aeroporto, amaldiçoando a minha falta de sorte. Me senti como ele:


Mas, espere. Você verá a reviravolta mais sensacional...

Terminado o embarque, começaram então a passar as comissárias, checando se tudo estava ok, fechando os bagageiros (assim como espremendo as malas que estivessem ali um pouco para fora), lembrando os boçais que tinham que apertar o cinto de segurança e contando as cabeças para planejar o lanchinho da viagem. Aí o engravatado chamou uma aeromoça, para perguntar se tinha algum lugar disponível mais na frente, pois ele tinha uma conexão e precisava sair rápido do avião assim que ele chegasse. Ela disse que havia, e então ele apressadamente pegou as suas coisas e correu pra lá. Aquela velha e costumeira pressa que as pessoas têm para desembarcar... Te digo que certa vez vi até um site que dava dicas sobre como economizar tempo em uma viagem, sentando o mais na frente possível e no corredor era uma delas. Agora, quem diria que essa postura que eu sempre achei extremamente escrota e idiota viria a salvar o meu dia?

Porque... depois de alguns minutos, eu olhei para o lado e vi a loirinha pedindo licença para a mulher que estava sentada no corredor, se ela podia sentar ali!


Não dava para acreditar... Apesar da mulher do corredor ter ficado um pouco puta, pois provavelmente iria querer usar o assento do meio para botar sua bolsa, ela não criou nenhum problema, se levantando para que a loirinha pudesse sentar ao meu lado. Eu sinceramente não acreditei no que estava acontecendo, uma coisa seria a coincidência dela estar sentada ao meu lado, um fruto do acaso, uma camaradagem do destino comigo para variar um pouco; agora, algo surpreendente era a garota ter trocado de assento, por livre e espontânea vontade, para se sentar do meu lado!

Na boa, durante toda a minha vida sempre acontecia o oposto, da garota bonita estar sentada do meu lado e trocar de lugar para sentar longe de mim. Ou mesmo de se levantar para ficar em pé, como aconteceu certa vez no metrô, sentei do lado dela no Largo do Machado e ela se levantou e ficou de pé no corredor até a Uruguaiana, a ponto de eu depois ter dado uma checada se o desodorante tava vencido ou se eu tinha pisado em bosta de cachorro. Nunca antes na história desse texugo havia acontecido uma situação de uma garota bonita sentar do meu lado, tendo a opção de não fazê-lo. O que estava acontecendo? Será que depois de décadas, finalmente o efeito Axe estava surtindo efeito?


Após se sentar ao meu lado, acomodando a sua bela retaguarda no assento e afivelando o cinto ao redor de sua cintura fina, a loirinha veio dizendo que estava feliz pelo engravatado ter se levantado, que ele devia ser um advogado metido a gente importante. Ainda por cima, ela zoava a prepotência dos advogados, como eu muitas vezes costumo fazer. Finalmente nessa oportunidade nos apresentamos formalmente, logicamente que com respeito a sua privacidade não divulgarei aqui o nome da donzela que protagoniza esse post. Enquanto o avião ficava ali ainda parado, já estávamos conversando numa boa, contando sobre o que a gente fazia, qual o motivo da viagem, e por aí vai. Me impressionava como que ela parecia assim tão interessada, não tinha pinta de ser uma mera "faladeira" que puxa papo com qualquer um.

Bom, passados alguns minutos o avião começou a andar, e algo me fazia perceber que ela parecia ser meio novata em termos de viagens aéreas, olhando para os lados, como se questionasse todos os barulhos que o avião normalmente faz durante a preparação para decolagem. Sei lá, em diversas oportunidades eu já tinha voado com "virgens" de avião, assim que já via os típicos trejeitos e olhares de alguém que não está acostumado. E isso veio se comprovar no momento em que ela, com uma doce e tímida voz baixinha, pediu para que eu segurasse a mão dela na decolagem...


Não só veio a comprovar que ou ela nunca tinha viajado ou então tinha medo de avião... Mas veio também a fazer meu coração quase ser cuspido pela minha boca. E, claro... ela não estava assim tão à vontade como a foto ilustrativa acima mostra, é só pra atrair mesmo os mela-cueca. Afinal de contas, até onde sei a Gol é uma companhia de família, que não liberou topless na cabine.

Logicamente que não neguei, e segurei a mãozinha dela, macia e suave como você espera que seja a mão de uma garota. A segurei com aquele misto de firmeza, que dá aquela sensação de proteção, e de delicadeza, que mostra o carinho pelo sexo feminino que um homem deve ter. Ela sorria de maneira tímida, dava pra ver suas bochechas se corando um pouco. E eu então, por algum motivo que ainda não sei explicar, comecei a compartilhar o conhecimento aeroviário adquirido após mais de uma centena de viagens e de ter assistido aqueles programas do Discovery, explicando um pouco o que estava acontecendo, para tentar acalmá-la. Tipo, dizendo "esse é o barulho dos flaps sendo ajustados pra decolagem"...


Por que sempre nas horas mais impróprias meu lado mais nerd decide dar o ar de sua graça?

Mas, felizmente para mim a loirinha parecia se sentir confortável com as minhas explicações, escutando com atenção, ou pelo menos tendo a educação de não me pedir pra fechar minha matraca. Ela sorria docemente, com seus olhos brilhando. Seus delicados dedinhos se moviam na minha mão, até a hora em que o piloto acelerou e decolou, fazendo com que ela ficasse um pouco assustada e apertasse meus dedos com maior força. Claro, força é algo relativo, e mesmo que ela estivesse dando um aperto de mão estilo The Rock, ia manter ali a minha compostura.

A viagem transcorreu então numa boa, e nós íamos conversando sobre diversos assuntos. Confesso que são raras as oportunidades em que tive um papo assim tão descontraído com uma mulher, com exceção de membros da família ou colegas de trabalho. A loirinha era muito simpática, e demonstrava uma educação e doçura que um bosta como eu, que tanto se arrebenta com a mulherada, jamais poderia imaginar. E o mais impressionante era que eu a princípio não parecia estar fazendo muito esforço para parecer ser algo mais do que sou, tipo quando a gente não fala sobre certas coisas das quais não nos orgulhamos, como aquele hobby sem graça ou mania estúpida. Só na hora do lanche é que eu dispensei o sanduba que eu normalmente compro (apesar de ser caro), pra transparecer algum tipo de idéia de que pelo menos tento ser saudável. Afinal, tava na cara que ela pelo menos valorizava sua boa forma, assim que nada demais em tentar mostrar uma intenção de que a barriguinha aqui deste texugo estava sendo trabalhada para ser reduzida...


Felizmente, para meu conforto e privacidade, a senhora ali do corredor estava dormindo, assim como alguns dos passageiros relativamente próximos. Não havia comentado ainda, mas era um vôo noturno, assim que passado o lanche as comissárias apagaram as luzes, para assim deixar o pessoal mais à vontade para puxar um ronco. Mesmo ali no escurinho, eu e a loirinha continuávamos conversando, e então começando a assuntos um pouco mais... íntimos.


Calma aí! Não vamos pensar bobagem! Quando eu digo assuntos mais íntimos não estou falando de sacanagem, mas sim de coisas mais pessoais. Ela começou a falar um pouco de sua família, eu comecei a falar a respeito de meu trabalho, ela então passou a comentar sobre sua infância, e eu falando da minha... O papo estava bem inocente, mas apenas disse "assuntos íntimos" pois são coisas de nossas vidas que normalmente não compartilhamos assim tão abertamente diante de alguém que você conheceu a pouco tempo.

E assim ia... Chegando então até àqueles momentos engraçados e embaraçosos, que sempre são divertidos e demonstram de forma hilária como a vida de ninguém é perfeita. Contei para ela daquela vez que as bichas tentaram me agarrar no carnaval, e ela contou sobre uma entrevista de emprego em que um pombo havia cagado na cabeça dela e ela só percebeu quando voltou para casa. Várias conversas engraçadas, até que uma hora eu falei sobre uma situação onde estava no metrô e uma moça veio correndo, tropeçou e quase caiu por cima de mim, com sua blusa abrindo e seus peitos quase pulando para fora. Ela riu, precisando se conter para não gargalhar e acordar todo o avião. E nessa então ela contou uma história em que estava em algum lugar e uma senhora começou a falar mal dela, pois achava que ela era uma falsa por ter colocado silicone...


Sim... Ela falou sobre isso... E depois de rir após contar o episódio... ela me olhou de um jeitinho meio sedutor...

Nessa hora, dei uma tremida na base... Será que ela estava tentando jogar um charme para mim? Bom, na boa... Eu é que tinha começado ao contar o caso da mulher atabalhoada do metrô que caiu de peitos em cima de mim. Foi sem perceber, juro! E ela então veio contar aquela história? Parecia algo artificial demais, afinal de contas, por mais que muita gente velha seja chata, não vejo porque uma senhora iria implicar com ela de tal forma. Até porque, apesar de bem bonitos e fartos, os seios dela não eram assim tão exagerados a ponto de alguém achar que era silicone, diferente da moça dessas fotos do post, que certamente fez uma plástica. Teria ela inventado aquela história para dar uma deixa?

E de fato era uma deixa... Pois então, ela deu um sorriso, se aproximou e me perguntou se eu achava que eles eram de silicone...


Vou ser sincero, talvez certas pessoas poderiam dizer que essa era uma situação como cair do cavalo... Mas acho que a expressão é fraca demais. Eu acho que nem em sonho eu imaginaria que uma garota daquele jeito ia se insinuar assim para mim. Começava a me perguntar se não era pegadinha do João Kleber. Pombas, será que ela era um traveco? Sei lá, quando a esmola é muita o santo desconfia, mas a doce loirinha ficou ali esperando uma resposta. Eu disse que eles eram perfeitos...


Sério... Assim que eu disse aquilo, eu me preparei para levar uma bifa no meio da cara. "Perfeitos"? Tudo bem, de fato eram... Mas não era coisa pra se dizer pruma mulher, era? Digo, assim, após termos apenas nos esbarrado no aeroporto, meros estranhos até poucos minutos atrás. Que tipo de maluco diria algo assim numa situação dessas? Vai lá no ônibus dizer pra cidadã que ela tem seios perfeitos! Tu corre o risco de ir em cana ou de levar um bico no meio das pernas... Ou ambos.

E o que ela vem e diz?

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Ela me pergunta, com uma voz bem baixinha para não chamar atenção, se eu queria tocar neles para comprovar!


Eu estou falando sério! Juro! Não conseguia imaginar o que estava acontecendo... Era inacreditável... Respirei fundo, achando que diante daquela pergunta uma certa demora poderia soar como charme, ou com uma falsa indicação de que eu era gay e curtia mais tocar numa salsicha... Mas por dentro eu estava ali explodindo, não acreditando, nunca poderia pensar que uma garota faria tal proposta. Sério, com a minha sorte, eu imaginava que assim que eu começasse a acenar a cabeça o avião ia explodir do nada... Mas, parecia que era algo real mesmo. Dei um leve sorriso (que imagino que não pareceu algo macabro, pois ela sorriu de volta), e acenei com a cabeça. Ela se aproximou de forma cautelosa, para não chamar muito a atenção, e começou então a folhear a revista de bordo, dando a deixa para a minha mão boba vir por baixo de seu braço e chegar no dito cujo...


Podem me chamar do que for... Mas foi uma sensação indescritível!

Ela perguntou então se eu havia gostado, e lógico que nessa altura do campeonato não havia resposta que não fosse sim. Passado o momento, a conversa voltou para temas mais "normais", embora parte de mim nem prestava muito mais atenção, pois estava nas nuvens. A loirinha continuava a falar agora sobre o que ela queria fazer, de gostar muito de dançar e de viajar... E em certos momentos dando aquelas olhadas mais sensuais, enquanto brincava com os cabelos e discretamente tocava em seu busto...

Aí então...

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Ela me pergunta se eu queria ver um pouquinho...


Amigo... Eu sei que isso aqui pode estar parecendo mentira... Confesso que eu mesmo estou escrevendo isso aqui e tenho a certeza de que ninguém vai acreditar em mim, parece que estou bolando aqui um conto de ficação. É bem absurdo, mas foi realmente algo que aconteceu comigo, e eu ainda me questiono, me pergunto se não tinha puxado um ronco durante o vôo e estava tendo esse sonho quase molhado...

Um breve parênteses tem que ser escrito... Ainda bem que eu sou um texugo solteiro e desprezado pelas mulheres. Digo isso pois eu me conheço muito bem... Apesar de ter a certeza de que muita gente vai dizer que é cascata, sou um cara que tem uma admiração e respeito pelas mulheres, um eterno sonhador na tentativa de ter uma namorada legal, um relacionamento sadio e especial com uma garota que me faça feliz, mesmo me dando conta de que pareço estar destinado a voltar ao pó sozinho. Eu sei o tipo de pessoa que sou, e se tivesse passado por essa situação em um momento em que eu estivesse com alguém, talvez lá atrás, desde a situação no totem de auto-atendimento, já teria esfriado o momento.

Como eu estava solteiro...

Discretamente ela se aproximou de mim mais uma vez, tentando buscar um ângulo favorável. Uma forma para que ninguém do lado pudesse perceber, tampouco que alguém ali atrás pudesse espiar pela fresta entre as poltronas. Parecíamos duas crianças prestes a fazer arte, esperando o momento certo em que os adultos não estariam olhando. Bem sorrateiramente... ela então baixou um pouco a blusa, para que eu pudesse ser formalmente apresentado ao objeto que despertou minha atenção desde os corredores do Galeão...


Nesse momento, só conseguiu pensar uma coisa: "uau"!

Sinceramente, acho que preciso colocar um pouco de ordem aqui... Me dou conta que isso tá quase parecendo uma postagem erótica, daqui a pouco vou ter que mudar a classificação do site. Se bem que confesso que eu estou muito mais comportado do que o que aparece na TV no Carnaval ou nos filmes brasileiros.

Depois de cubrir-se rapidamente, ela ficou com o rosto todo vermelho, sorrindo de maneira tímida. Eu me dava conta de que estava sorrindo também, e devia estar meio avermelhado como um pimentão. Era hora de voltar para a nossa conversa, antes que alguém suspeitasse do que estava acontecendo. Fico me perguntando se a senhora ali do lado estava realmente dormindo ou se ela estava escutando tudo. Vai ver que ela tava até curtindo, pois do contrário já teria dedurado para uma aeromoça e eu teria sido jogado pela saída de emergência...

Mais alguns minutos e o capitão acendeu as luzes e comentou que estávamos iniciando o processo de descida. Isso soou de certa forma como um soco no estômago para mim. Pois foi a dura porrada da realidade para lembrar que muito em breve a loirinha desinibida e simpática que havia conhecido iria logo seguir o seu rumo, para nunca nos falarmos. A conversa continuava, até que ela uma vez mais me pediu para segurar sua mão, enquanto o avião pousava. Sem pestanejar, segurei sua maõzinha delicada mais uma vez, fazendo questão de sentí-la muito bem, meio que para memorizar a sensação super incrível que aquele momento reservava.


Touchdown, avião no chão, turbinas no reverso (o que a assustou um pouco) e uma breve cantada de pneu na frenagem, e o vôo estava quase terminado. Já dava para escutar o click-clack dos cintos sendo desafivelados antes da hora, acompanhados das musiquinhas de início de telefones sendo ligados por ansiosos que não aguentavam alguns segundos a mais para conferir as mensagens do "zapzap" e as postagens do "feice". Eu e a loirinha continuávamos em silêncio, até que ela me disse que eu já podia ter soltado a mão dela...

O avião finalmente parou, e então começava como de costume o estouro da boiada, com nego quase pulando do assento para abrir logo o bagageiro e se espremer no corredor, para sair o quanto antes. Já falei aqui, parece que as pessoas são atacadas por algum tipo de neurose aguda que faz com que elas tenham uma ansiedade enorme para sair o quanto antes do avião. Muitas vezes isso ocorria antes mesmo do aviso de atar cintos se apagar, sempre me fazendo desejar com todas as forças que alguém levasse um tombo. Se eu fosse capitão, eu ia dar uma acelerada só pra derrubar esses apressadinhos todos...


Felizmente a loirinha não era muito apressada, e esperamos até o tumulto passar. Como o cavalheirismo dita, eu prontamente peguei a mala de mão dela do bagageiro, e juntos nos dirigimos para a saída do avião. Batia aquela sensação de um pouco de tristeza, como quando a criança vê que tá na hora de ir embora da Disneylândia ou quando chegamos no domingo e vemos que é hora de dormir para encarar mais uma semana.

Fomos até as esteiras de bagagem, conversando sobre a pressa excessiva das pessoas que viajavam, ela achando graça como que tem gente ansiosa nos aeroportos. Sério, eu estava gamando nessa garota! Até nas coisas que eu acho curioso e estúpido nas pessoas, ela pensava como eu! Esperamos a mala dela chegar, e então logo veio aquela mala grandona. Fazendo aquela pose para demonstrar a força que eu não tenho, peguei a mala dela e coloquei no carrinho, e depois fui empurrando pelo aeroporto até a saída, com ela ao meu lado, sorridente.


O mais engraçado era ver alguns marmanjos olhando pra mim com certa inveja... Tenho que confessar, embora eu seja um dos primeiros a adotar uma postura de "foda-se o que os outros pensam", dava um certo prazer presenciar como que os sujeitos ficavam ali imaginando estarem no meu lugar com uma garota daquelas. Mesmo que na prática não rolasse nada ali, pelo menos era a imagem que se passava.

Os derradeiros minutos daquilo que parecia um sonho se aproximavam... Ela estava ali para ficar na casa de uma amiga, e eu na direção oposta para o hotel escolhido pela minha empresa. Propositalmente eu empurrava o carrinho devagar, para render ao máximo a conversa ali. Eu teria apenas dois dias pela frente, ela ficaria lá toda a semana, e arrisquei perguntar se a gente poderia combinar de sair um daqueles dias, talvez jantar fora em algum lugar legal... Sim, talvez estava exagerando, alguns vão dizer... Mas como diz o ditado, "o não a gente já tem", então não custava perguntar para ver se eu iria vê-la de novo...


Como de costume, ela sorriu docemente, agradecendo o convite e dizendo que seria um prazer... Um breve silêncio, o que já indicava o esperado "mas-todavia-contudo-porém-entretanto", e que de fato veio, quando ela explicou que infelizmente ela já tinha alguns planos com a amiga dela, e ficaria chato mudar assim tão em cima da hora, ainda mais considerando que a tal amiga estava ali se disponibilizando para acompanhá-la. Era o balde de água fria esperado, mas tudo bem... Também eu tinha a consciência de que as muitas reuniões de minha viagem certamente não iam acabar tão cedo, o que impossibilitava qualquer tipo de plano. Mas ela topou que a gente tomasse um suco ali no aeroporto, antes de cada um seguir seu rumo.

Pelo menos, eram mais alguns minutos. Eu já começava a sentir o sono chegando, mas foi só não pedir um suco de maracujá e eu aguentaria mais um tempo. Continuamos ali conversando, ela toda meiga e simpática... Falamos um pouco da viagem, e ela ficou super agradecida por eu ter ajudado. Ela então veio, toda meiga e pediu meu número de celular, pois ela gostaria de manter contato comigo.


Essa eu também não esperava!

Ditei os algarismos de meu humilde telefone, e ela prontamente mandou pelo Whatsapp uma carinha mandando um beijo. Pronto, eu já tinha a certeza de que aquele era mesmo o telefone dela, nessas horas um merda como eu acaba sempre esperando que a garota vai pedir o número e nem vai anotar. Saímos então da lanchonete e nos dirigimos até os táxis.

Era o momento da despedida... Ela agradeceu a companhia, e que tinha sido um prazer enorme ter me conhecido. Eu disse o mesmo, e ainda tentei mais uma vez arrumar um possível encontro, dizendo que qualquer coisa, se os planos dela mudassem, ela podia me ligar. Ela sorriu e então trocamos um abraço e um par de beijinhos no rosto, disse para ela se cuidar e com um belo sorriso ela entrou no carro, acenando para mim pela janela enquanto se afastava de minha vida...


Na boa, eu estava ali nas nuvens... Mas tinha me dado conta de que certamente já tinha terminado ali. Nem dar mais uma insistida, pelo menos ter sugerido que quando estivéssemos no Rio da gente se encontrar de novo. Confesso que até mesmo o diabinho em meu ombro havia sugerido para convidá-la para passar lá no hotel... Afinal de contas, tão logo ela já estava oferecendo seus peitos para que eu os tocasse... Mas no outro ombro tem ali um anjinho meio boçal, que sempre ganhava com sua postura boboca... Era isso, parceiro. Era hora de pegar o meu táxi e ir para o hotel.

O dia seguinte passou voando... Pudera, eu ficava ali pensando na loirinha do vôo da Gol, imaginando que talvez ela poderia me passar uma mensagem, dizendo que a amiga tinha cancelado os planos e a gente poderia sair naquela noite. Mas as reuniões enjoadas e maçantes seguiram sem que meu celular apitasse para algo útil. Toda hora que o Whatsapp bipava, eu ia dar uma conferida e era mais uma daquelas mensagens de grupos de piada, a ponto que eu até coloquei em mute para não me distraírem à toa, e tampouco ficarem me dando falsa esperança.

Voltei para o hotel, e deu aquela vontade de passar uma mensagem... Mas, sei lá... bateu aquele complexo de babaca, e fiquei com medo de parecer carente demais...


Fiquei ali pelo hotel passando o tempo... Olhava para o celular, pensava em ligar ou mandar uma mensagem, mas no final eu acabava desistindo. Fui comer alguma coisa no restaurante do hotel, nem vontade para sair eu tinha, fiquei ali mastigando um frango à parmegianna que parecia ter sido requentado no microondas, pensando se eu devia mandar uma mensagem. Mais um bipe, e deu aquela sensação de desânimo ao ver que o mute de oito horas do grupo de piadinha havia acabado... Nunca uma piada da Dilma me pareceu tão sem graça como naquela hora.

Você pode se perguntar por que eu fiquei assim todo meloso e babaca... Bom, quando você é um texugo que acumulou mais fracassos na vida amorosa do que o Flamengo passou vexames históricos, quando surgem esses raríssimos momentos bons, dá aquela sensação de dúvida sobre se eu deveria ser um pouco mais ousado, se eu deveria arriscar mais. Sempre me perguntava se o meu fracasso com o sexo oposto se dava pelo fato de eu pensar muito e por eu ser muito... digamos, educado. Havia passado ali quase duas horas me perguntando se eu entrava em contato ou não, em vez de fazer jus a meus colhões e ligar de uma vez. Voltei para o quarto, e decidi passar uma mensagem.


E então, dois minutos depois... ela respondeu!

Perguntei como ela estava, e então ela me contou que estava tudo bem, que ela ia sair com a amiga dela para ir no cinema. Perguntou como que eu estava, disse que estava tudo certo, não tive a coragem de dizer que havia passado oito horas em reuniões chatas para caralho enquanto pensava no dia anterior. Ela disse então que tinha que ir, mas que havia ficado feliz com minha mensagem.

Ganhei o dia! Viu só como valeu a pena ter feito crescer um par de bolas?


O último dia de minha viagem transcorreu sem maiores novidades... Mais algumas reuniões, e quando me dei conta já estava de novo no aeroporto. Dessa vez eu certamente não iria ter a mesma sorte, difícil superar aquela viagem... Era de noite, e estava ali perto do portão esperando a hora de chamarem para o embarque, enquanto em minha cabeça passavam cenas de filme imaginando que aquela linda e simpática loirinha iria aparecer correndo pelo terminal, para me encontrar e se despedir de mim antes de minha viagem, em que nos abraçaríamos e nos beijaríamos, ao som de aplausos de todo o aeroporto...

Sim, eu sei... Sou patético.


Mas eu preciso dizer que não errei tanto assim... E digo de novo, True Story. Não estou de bobagem, não estou inventando... Mas logo meu celular bipou e era ela!

Não podia acreditar no que estava acontecendo. Ela havia se lembrado de que meu vôo era por aquela hora, e queria me desejar boa viagem. Muito doce, ela ainda lamentou o fato de que não tivemos uma chance de nos vermos durante aqueles dias. Mais uma vez, me sentia nas nuvens, ao ver que ela estava muito feliz por ter me conhecido.

E para fechar... Adivinha o que ela aprontou? Ela chegou e disse que tinha uma surpresa para mim, algo para que eu não me esquecesse dela (como se isso fosse possível).


Cara... Pela primeira vez na minha vida, uma garota havia me mandado um nude!

Sério, eu fiquei sem palavras... Não podia acreditar no que estava acontecendo. A foto era discreta, parecida com a de cima, sem mostrar nada da "zona do agrião", como diria o Silvio Luiz, mas mesmo assim algo de tirar o fôlego. Me dei conta de que estava ali no aeroporto, e felizmente eu estava sentado em um banco perto da parede, de forma que a tela do meu celular tomada pelo corpo nu da loirinha não estava ali escancarada para todos os transeuntes que passavam. Olhei de novo, e agradeci aos cromossomos XY que tenho, o que me permitia apreciar a beleza do corpo feminino em sua glória.

Logo ela passou uma mensagem, perguntado se eu havia gostado, seguida de uma carinha envergonhada. Respondi com a carinha piscando, dizendo que ela era linda. Por fim, ela se despediu e me desejou boa viagem.

Realmente é algo de se surpreender... Eu sempre fui um cara que me dei mal com as mulheres, apesar de sempre buscar respeitá-las e tratá-las bem. Tantas tentativas, tantas garotas de quem gostei e por quem fiz tanto... Um dia ainda conto aqui de forma superficial algumas das coisas extremamente absurdas que eu fiz, das quais não sei se me arrependo, mas que sei que banquei o idiota. Tudo isso, sempre fazendo de tudo, e nunca fui valorizado. Aí, num belo dia num aeroporto, uma mera ação gentil e descompromissada de ajudar uma moça com seu bilhete de viagem e em um par de dias eu já estava ali recebendo fotos dela como veio ao mundo... Vai explicar.

Ainda mantemos contato, nos falando pelo Whatsapp algumas vezes por semana, e eventualmente com uma rápida ligação. Infelizmente, as agendas não são muito coincidentes a ponto de permitir ligações mais frequentes. Mas o fato dela escrever, muitas vezes tomando a iniciativa, é algo legal, mostra pelo menos que a loirinha do vôo da Gol ainda tem interesse em manter contato comigo. E ainda mandando umas fotinhos mais calientes...


Não sei no que isso vai dar, admito que uma parte de mim fica ainda alimentando uma sonhadora esperança de que algo mais possa rolar, mas eu tenho a consciência de que a tendência é que ela logo arrume um cara mais compatível com ela... O fato da distância, ao descobrir algumas mensagens depois que ela não mora aqui no Rio de Janeiro, colabora para tornar as coisas mais complicadas. Por enquanto, sigo sem esperar nada a mais. Apenas algumas conversas confortáveis e descontraídas entre uma e outra fotinho mais picante que ela insiste em me enviar. Se o destino realmente planeja algo mais próximo, veremos o que acontece.

Realmente... É difícil de acreditar, mas foi a mais pura verdade. Foi sem sombra de dúvida uma viagem muito interessante...

Comentários

Haitou disse…
Caramba, dificil de acreditar mesmo, hehehe. Mas acompanho o blog faz uns anos já e acredito que seja verdade mesmo. Quanto ao caso, eu sempre acompanho seus posts sobre os relacionamentos e talz e fico feliz em ver que algo assim te aconteceu, pessoas boas merecem algo assim eheheh. Mantenha informado sobre o caso, fiquei curioso. Abraços
Texugo disse…
É Haitou... Difícil de acreditar mesmo... Mas foi verdade, vai explicar por que isso aconteceu. Por enquanto continua na mesma, trocamos algumas mensagens, ultimamente ela tem reduzido um pouco as fotos mais peculiares, mas em algumas oportunidades me surpreende.

Só que não sei... Fico às vezes pensando se realmente rola alguma coisa... Vamos ver, só o tempo dirá, embora eu sinceramente esteja chegando num momento de deixar as coisas acontecerem.