Heróis Hanna Barbera

Ah, os super-heróis... Desde muito tempo que eles estão em nossas vidas, pelo menos em nossas imaginações, chegando até nós por meio de revistas em quadrinhos, desenhos animados e brinquedos. Quem nunca amarrou um lençol no pescoço e fingiu ser o Super-Homem? Quem nunca pegou três canetas Bic e segurou entre os punhos pra fingir ser o Wolverine? O que não falta são personagens dos mais diversos tipos, cores, tamanhos, raças e etc.

Indiscutivelmente, quando o assunto é super-heróis, temos duas grandes "famílias" para escolher: heróis da DC e heróis da Marvel. Eu particularmente sempre gostei um pouco mais desses últimos, sempre curti as histórias dos X-Men, como alguns de vocês talvez se lembrem desse post aqui que eu falei da Era do Apocalipse, assim como acho sensacional o despirocado do Deadpool. Sei lá, acho as histórias mais interessantes, me cativaram mais que os heróis da DC como Batman e Super-Homem, que acho meio forçados demais, com uma aura de perfeição muito grande sobre eles. Nada contra, é só a minha opinião, longe de mim começar aqui uma discussão com os fãs do Homem de Aço e do Homem Morcego. Respeito esses heróis sim, que são sem sombra de dúvida muito mais icônicos e famosos que os mutantes da Marvel.

Se bem que... Às vezes fica difícil respeitá-los diante de coisas como essa...


Como você certamente já tem acompanhado por aqui, em vários momentos eu fiz as sátiras dos episódios dos Super Amigos, uma tentativa tosca que os estúdios da Hanna-Barbera fizeram em colocar os heróis da DC nas telinhas, com histórias bizarras que beiram o ridículo. É só você dar uma olhada no link ali do lado e clicar no marcador de "sátiras", que você verá um pouco do que eu estou dizendo. Posso adiantar que tenho já mais algumas postagens aqui de zoações dessas prontinhas no forno, e muitas outras para fazer, para que você perceba como que os desenhos dos Super Amigos são um terreno fértil para tosqueiras.

Mas convenhamos que temos que agradecer não ao Super-Homem e companhia, mas aos estúdios Hanna-Barbera. Não me levem a mal, pois eles produziram muitos desenhos legais pra caramba. Mas temos que reconhecer que no assunto de super-heróis eles realmente forçavam muito a barra, não só com histórias meio bobinhas, com aquela intenção de dar lição de moral pra criançada, mas também inventando os heróis mais bizonhos. E é justamente essa trupe de alucinados que motivou essa postagem.

Começamos com talvez o mais antigo deles, e certamente um dos mais toscos, que é o Homem Pássaro. Meu amigo, esse aqui consegue ser mais hilário do que os Super Amigos... O sujeito por algum motivo qualquer ganha asas e tem os seus poderes provenientes do deus egípcio do sol Ra. Por que cargas d'água temos essa influência egípcia, jamais saberemos. E esses poderes consistem dele ser capaz de disparar raios de energia solar de seus punhos, que logicamente se transformam em outros tipos de raios de acordo com a conveniência do desenho, ou viram um escudo de energia que o protege. Acontece que, seguindo a velha teoria do Ultraman, o seu tanque de energia era limitado, sendo necessário ele tomar um banho de Sol para recarregar a pilha de tempos em tempos.


Já viu que para um bandido se dar bem, era só praticar os crimes de noite. Era manjado em muitos episódios em que o Homem-Pássaro entrava em algum lugar e ficava fraco, até que do nada ele conseguia sair por uma janela pra ver o astro solar, recuperava suas energias e dava uma corça no bandido. Não mudava, todo desenho dele tinha essa jogada...

O cara tinha a companhia do Vingador, uma águia roxa escrota pra caralho, que só ficava voando pelos cantos e soltando aquele grito genérico de águia, além de muitas vezes acabar sendo presa dentro de uma gaiola. Tinha também o Falcão 7, que preenchia a lacuna de "comissário Gordon", sendo o cara que sempre ligava para o Homem-Pássaro para pedir que ele ajudasse. Lembrando que na década de 60 não tinha essa viadagem de politicamente correto, e o cara sempre aparecia fumando um cachimbo.


Pra completar o plágio do Batman, uma bela hora enfiaram um molequinho que perde a memória cujo pai aparentemente foi morto por um vilão, e que sob as asas do Homem-Pássaro (com trocadilho, por favor) vira o Menino-Pássaro...


Sem dúvida esse desenho era bem escroto mesmo, não só as histórias eram extremamente sem noção, como a própria animação deixava a desejar em muitos momentos. Não precisa ser um bom observador para identificar aquelas horas quando as asas dele somem, ou pintaram errado o seu uniforme.

Pra você ver que o Homem-Pássaro era tão escroto, que o pessoal do Cartoon Network lhe deu recentemente uma sobrevida, com aqueles desenhos de sátira do Adult Swim, onde ele se tornou Harvey o Advogado, ajudando outros personagens de desenho das antigas a se livrar de crimes.


A partir do momento que um canal de desenhos faz uma sátira com um herói, já fica claro como ele era tosco...

Mas consegue ficar ainda mais tosco, vamos falar de outros heróis da mesma época. Era comum que os desenhos da Hanna-Barbera tivessem sempre um desenho secundário, que tipicamente passava entre dois episódios do principal. E que geralmente era um desenho não tão popular e que não chegava aos pés do destaque que abria e encerrava a meia hora animada. Bom, acontece que o Homem-Pássaro acima era o desenho de destaque, o que deve fazer você se perguntar que atrocidade vinha ali no meio. E essa atrocidade era o Galaxy Trio.


O Galaxy Trio era um trio (como esperado) de extraterrestres dotados de poderes especiais. O bando era composto pelo Homem-Vapor, que tinha a capacidade de se transformar em vapor (dããã), podendo assim passar por buracos de fechadura e outras proezas, o Homem-Meteoro, que conseguia aumentar e diminuir de tamanho e com super-força, e a Flutuadora, uma mulher capaz de fazer Isaac Newton se revirar no túmulo ao quebrar as leis da gravidade, podendo voar e fazer objetos flutuarem. Os três sempre respondiam ao chamado de alguma raça alienígena que passava por apuros, geralmente por conta de outro alien maldoso. Para dar um equilíbrio, em geral sempre havia um dos heróis que se destacava mais no episódio, usando seus poderes para salvar o dia.


Ah, mas o mais tosco é ver como cada um leva no seu uniforme um algarismo romano, para deixar claro que eles são um trio de três. Fica a impressão que o Homem-Vapor é o líder, pois ele tem o número I, e que naquela época não tinha esse discurso feminista exagerado, de forma que a Flutuadora vinha por último. Além disso, interessante como o conceito de extraterrestre era bem simplificado, com um de pele verde e outro com orelhas pontudas, e só. Sério, vamos para o próximo...

Tosqueira grande era outro clássico dos desenhos animados, os Herculóides. Embora não fizessem o perfil de super-heróis de capa e super poderes, acredito que eles merecem um espaço aqui com os outros alucinados da Hanna-Barbera, pois alucinados para esse grupinho aqui é pouco. O grupo vivia em um planeta meio doido, e todos os episódios envolviam sempre eles defendendo sua casa de alguma ameaça doida vinda do espaço.


Personagens é que não falta no grupo dos Herculóides, a começar com os humanos. Zandor é o cara, Tara a mulher e Dorno o pivete. Embora em nenhum momento ficasse claro que eles eram uma família, inclusive pelo fato do garoto se referir aos adultos pelos seus nomes e não como "Mamãe" ou "Papai", não tenho dúvidas de que rolou um tchaka-tchaka entre Zandor e Tara e saiu o Dorno. Afinal de contas, como os únicos humanos em um planeta, certamente iria chegar a hora em que os desejos mais primitivos aflorassem, ainda mais imaginando que naquele lugar não tinha TV nem Netflix. Me admira só é Dorno ser filho único, pois num lugar como esses não deve ter coisa mais divertida para se fazer. Mas acho que deixar a Tara eternamente grávida poderia pegar meio mal...


Em termos de poderes, digamos que os três são uns merdas e não tem pôrra nenhum de super poder. Zandor é só uma cópia barata do Conan, com um escudo tosco e um estilingue (sério, que moral tem um cara que usa um estilingue, cacete?), Tara só fica ali para parecer bonita, desfilando suas pernas pelos cantos, no típico papel acessório das mulheres dos anos 60, e Dorno é um merdel que fica fazendo babaquice pelos cantos, o verdeiro comic-relief que gera aquelas situações toscas para todo mundo dar risada.

E dizem as más línguas que passados alguns anos, Dorno se mandou para um outro planeta, onde pegou numa espada e ficou bombado e bronzeado, pra depois sair brigando com um esqueleto...


Se por um lado os humanos são escrotos, os monstros, que são de fato os Herculóides, são aqueles que são os mais interessantes... embora sejam ainda toscos. Começando pelo menos sem graça, Zok é um dragão que dispara raios e cospe fogo, e ainda é capaz de voar no espaço, levando qualquer um dos seus amigos humanos nas costas (mostrando que oxigênio para respirar é um mero detalhe...). Temos também o babaca do Igoo, que é praticamente um King Kong de pedra. Sim, cópia descarada do King Kong, pois ele é todo bobão pela Tara, certamente louco pra pegar ela e escalar o Empire State ou alguma montanha de igual envergadura. Outros dos monstrengos são Gleep e Gloop, duas gelecas com olhinhos que podem assumir diversas formas como escudos, pára-quedas e camas elásticas, sempre fazendo aqueles barulhos de "booooing" típicos dos desenhos Hanna-Barbera. O menorzinho deles sempre estava junto com Dorno, participando de suas traquinagens.


E deixei por último o mais sem noção de todos, que é Tundro. Puta que pariu! Esse realmente saiu das entranhas mais obscuras de um roteirista! Cara, uma criatura que parece uma mistura de rinoceronte com tricerátopo, só que com DEZ patas! Isso, não sei por que pensaram que o bicho precisava de tudo isso, dez patas que ainda tem a capacidade absurda de se esticarem, para que ele alcance as alturas! E se isso não fosse suficiente, o filho da puta ainda tinha um canhão no meio da testa que dispara projéteis de energia.


Absurdo... Simplesmente não consigo imaginar bicho mais escroto e hilário do que esse Tundro. Se superaram dessa vez, o cara que inventou essa merda devia estar chapado.

O interessante nesse desenho era ver como eles eram de um planeta primitivo, mas toda hora eram atacados por algum filho de puta de outro planeta, geralmente dotados de mais tecnologia. Confesso que me lembro de um episódio que o Zandor chegava a pilotar uma nave espacial, que pôrra é essa? Parece que eles curtiam esse visual pré-histórico, sem TV a cabo e sem papel higiênico pra limpar a bunda. Vai explicar...

Vamos para o próximo, e agora vou deixar o papo um pouco mais descontraído, mas mesmo assim não menos ridículo. Digo isso pois os próximos heróis da minha lista já seguem uma linha mais cômica e engraçada, em vez dos desenhos mais sérios acima. Sim, eu sei que falei "desenhos sérios", apesar da piada que eles são. Mas esse aqui nasceu mesmo para ser piada. Estou falando de um dos clássicos da Hanna-Barbera, o Falcão Azul e o Bionicão.


Fala sério, né?

Outra cópia descarada do Batman e Robin, só que mais descarada ainda. Temos o sujeito que é o playboyzão bom de vida que mora numa cobertura, mas que em vez da companhia de um adolescente menor de idade, tem um cachorro robótico chamado Dinamite, que por sua vez é uma réplica quase que exata do Scooby-Doo, embora tivesse a voz do Alf. E quando a cidade de Cidadópolis (cacete...) estava em perigo, eles se transformavam no Falcão Azul e Bionicão.

O Falcão Azul assume mesmo a posição de Batman de pobre, sem nenhum tipo de poder mas com um monte de geringonças high-tech. Diferente do Homem-Morcego, cujos apetrechos eram normalmente baseados em um morcego, os do Falcão Azul eram baseados em um... falcão. O que você esperava? Sem contar com a sua voz tosca, parecia que o cara estava narrando a entrega de um prêmio. Pra completar ele tinha o Falcomóvel, um carro voador com cara de águia muito tosco. Por sua vez, o Bionicão, além de um insaciável apetite, podia estender seus braços e pernas robóticos e tinha um monte de aparelhos dentro de sua cabeça e corpo. Qualquer semelhança com o Inspetor Bugiganga é mera tristeza...


E geralmente esses  gadgets sempre davam problema. Na verdade era a tônica do desenho, toda hora o Bionicão usava alguma coisa que quase estragava tudo. Tipo, o Falcão Azul quase prendendo o bandido e então o canino disparava uma teia que o prendia, ou então um míssil que abria um buraco na parede, ajudando o vilão a escapar. Mas no final, sempre o dia era salvo pela dupla dinâmica...

Como era um desenho mais cômico, a ponto de ter até aquelas risadas estilo Chaves, não era incomum os muitos cross-overs com a turma do Scooby-Doo. Não mudava nada, aparecia algum bandido e por alguma coincidência a galerinha do furgão verde estava nas redondezas e se juntava aos heróis de capa. Lógico que tinha sempre o manjado momento em que eles iam se dividir para procurar pistas (em que sempre o Fred queria ficar o a Daphne, mega safadão ele), só que dessa vez sempre ficavam o Scooby e o Salsicha com o Bionicão. E aí você já podia esperar algum tipo de zorra que envolveria comilança e sair correndo após encontrar um mascarado louco, que no final era preso, dizendo que teria conseguido, se não tivesse sido esses adolescentes enxeridos e essa cópia mal-feita do Batman.


Eles também participavam daquele desenho que parecia umas Olimpíadas entre os personagens de desenho da HB, mas que é tão absurdo que não vou me dar ao trabalho de comentar...

Hora de trazer outra criação doida que talvez você não se lembre. O poderoso Mightor.


Não lembra dele? Nem eu!

Esse é bem menos conhecido... Conta a história de um homem das cavernas chamado Tor, que em algum momento salva um velhote, que como recompensa lhe dá um pedaço de pau. Pela cara dele, imagino que ele deve ter se amarrado no presente. Só que esse toco era mágico, fazendo ele se transformar em Mightor, o sujeito bombado e chifrudo ali de cima, todo fortão e capaz até mesmo de voar. E ele então começa a atuar como herói da aldeia, protegendo seus amigos das ameaças.

Bem tosca e pouco original essa história, não acha? Confesso que não me lembro desses desenhos, mas não duvido que tem um quê de Super-Homem nesse negócio, com o lance da identidade secreta. Tipo, pra enganar a filha do chefe Sheera (que não tem nada a ver com a irmã do He-Man), que devia achar Tor um babaca de tanguinha mas que ficava louca pra pegar na clava do Mightor.


Sheera que aliás devia ser a tatatatatatatatatatatatavó da Daphne do Scooby Doo. Na boa, quem imaginaria uma mulher das cavernas ruiva?

Completam o bando o dinossauro bizarro Tog, que parece um cruzamento de um pterodáctilo com um tiranossauro bizonho, pois mais parece um dragão. Ainda tem o irmãozinho de Sheera, chamado Little Rok (possivelmente chamado de Pequeno Rok em português, ou Pedrinha, em tradução hilária), além de outros bichos com características meio humanas, como Bollo, um mamute pequenino, mas que não queria fumar nem beber, e Ork, um pássaro dodo amigo do Pequeno Rok.


Na boa... excluindo os Looney Tunes, em que outro desenho você tem um pássaro dodo?

E pra piorar, Little Rok e Ork fazem um verdadeiro papel de paspalhos, pois adoram o Mightor, e assim volta e meia se fantasiam como seu herói. Muito provavelmente para entrar em alguma lambança e terem que ser salvos pelo Mightor.


Chega! Para um desenho que sequer me lembro, já estou dedicando imagens demais. Próximo!

Talvez podemos falar de mais alguns heróis do estilo mais cômico, como o Falcão Azul e Bionicão. Trata-se de um grupo de sujeitos super hilários, com poderes impossíveis de se imaginar. Claro que estou falando dos Impossíveis.


Esse aqui é realmente um bem engraçado mesmo, ou pelo menos bem irônico. Pelo menos tinha um pouco de originalidade, em vez do Falcão Azul e seu Scooby-Doo metálico. Aqui nós temos três carinhas que fazem parte da banda de rock Os Impossíveis, numa descarada cópia das bandinhas dos anos 60, com o visual estilo Beatles e direito até a fãs histéricas. Curioso como eles só tinham guitarras, acho que esqueceram de botar um baterista.


Quem assistia se lembra que, como ocorre nos desenhos da Hanna-Barbera, o aproveitamento de quadros é descarado. Assim, todas as cenas em que a banda aparecida tocando era exatamente a mesma animação acima, só mudava a musiquinha que colocavam.

Quando um malfeitor começava a fazer alguma coisa na cidade, o chefe deles chamado Big D, que só era uma voz que aparecida num comunicador de suas guitarras, os convocavam, e assim a banda Os Impossíveis se transformava nos Impossíveis. Sim, e era assim mesmo que o narrador falava no desenho.

O grupo é formado pelo Homem Mola, que é o baixinho gordinho, que tem os braços e pernas como molas, podendo se esticar todo. Bom, se bem que pernas ele não tinha, apenas uma mola com dois pés, o que eu confesso que me deixava meio nervoso. O sujeito de cabelo preto era o Homem Fluido, que conseguia transformar seu corpo em fluido, como o nome sugere. Ou seja, devia ser parente do Homem Vapor do Galaxy Trio. E o cabeludo altão era o Multi-Homem, que conseguia criar cópias de si mesmo, ajudando-o com um monte de coisas. Tipo, as cópias ficarem uma em cima da outra para que ele pudesse subir um prédio.


E por algum motivo ele tinha esse escudo com um M gigantesco, que ficava segurando em cima de sua cabeça. Vai explicar como não dava câimbras.

Apesar da descarada jogada estilo Super-Homem, onde é impossível que ninguém perceba que os Impossíveis são a banda Os Impossíveis (cara, essa frase ficou doida), mesmo sem considerar o fato de que têm o mesmo nome, esse era um desenho que eu curtia assistir. Diferente dos demais, que tentavam ser sérios e falhavam miseravelmente, esse aqui tinha toda a pretensão de ser algo engraçado mesmo, porém sem faltar com a originalidade.

Bom, a postagem está ficando meio longa, parece ser hora de chegarmos aos finalmentes. Mas eu não poderia nunca fazer um post de heróis da Hanna Barbera sem falar a respeito de um dos mais toscos deles, que talvez se equipare no nível de absurdo ao Homem Pássaro. Estou falando do nosso amigo, o herói fantasma do espaço, Space Ghost.


Sim... tosco pra cacete...

Vemos que no fundo o pessoal da Hanna-Barbera devia ter uma paixão pelo Batman, pois mais uma vez temos um personagem que parece mais uma cópia barata. Fala sério, olhando assim me dá a impressão que só mudaram as cores e cortaram as orelhinhas do Homem-Morcego pra chegar no Space Ghost! Porém, esse aqui não tem nenhuma identidade secreta, sendo apenas um alucinado de capa que viaja pelo espaço, enfrentando malfeitores de todos os tipos. Além de ser capaz de voar, como praticamente todos os heróis desse post, ele também tinha punhos de força, capazes de disparar os mais diferentes raios. Quase como um cinto de utilidades. E ele também podia apertar um botão para ativar a Invisoforça (patente pendente), que o deixava invisível.


Como de costume, nos desenhos quando você fica invisível, seu contorno fica em linhas brancas, para que possamos ver...

Lógico que um personagem assim sozinho não daria muito certo, e o Space Ghost era acompanhado por dois adolescentes, a mocinha loira Jan e o rapaz Jace. Na boa, o visual deles dava a entender que era uma dupla de Robins, com a mesma máscara tosquinha e mau gosto para roupas. Apesar de nunca ter ficado claro, dava pra imaginar que rolava alguma coisa entre os dois adolescentes. E para completar, eles tinham a companhia do macaquinho Blip, que usava as mesmas roupas é só fazia traquinagens. Eles não tinham nenhum poder, só mesmo um jet-pack para voar e a mesma Invisoforça do Space Ghost.


Refaço o meu comentário... Eles acabam sendo na verdade cópias baratas dos Super-Gêmeos. Ou seria o contrário?

Os episódios eram muito absurdos de toscos, com aquela triste impressão de falta de originalidade. Sempre começa apresentando o vilão da vez, com seu plano infalível para conquistar o Universo ou derrotar o Space Ghost. Aí Jan, Jace e Blip aparecem, normalmente sendo capturados ou entrando em apuros, até o constante momento em que Jace usa seu comunicador e diz "Jace, chamando Space Ghost". Aí o herói aparece, até ser subjugado pelo inimigo (tipicamente, tendo os seus punhos de força removidos), mas aí Jan e Jace, usando a Invisoforça, ou Blip, fazendo alguma arte, consegue salvar o mascarado que dá uma coça no bandido, que ou foge ou acaba desparecendo numa explosão. Sempre assim...

Vilões que não faltam em Space Ghost... Cada um mais escroto do que o outro... Tem o Zorak, que parece um louva-a-deus, o gato humanóide Brak, o metálico Metallus, o sujeito com roupa anti radiação Moltar, uma cópia barata do Duende Verde e a mocréia da Viúva Negra, fora outros menos importantes mas não menos hilários...


Vou te dizer que esse desenho consegue chegar no patamar do Homem Pássaro como produção mais tosca que eu já vi. E a prova disso é que o mascarado espacial teve nas mãos do Cartoon Network um destino muito semelhante ao babaca voador lá do início do post, ganhando uma versão mais moderna no segmento Adult Swim do canal de desenhos que hoje é mais decadente do que o Pedro Bial. Trata-se do Space Ghost Coast to Coast, em que ele apresenta um programa de auditório estilo Jô Soares, entrevistando personalidades famosas.


Fala sério... Quando um programa considera Hulk Hogan uma personalidade famosa, fica evidente que quem o criou está mais por fora do que bunda de índio.

Chega... Sei que tem alguns outros heróis da Hanna-Barbera dos quais poderia falar, mas depois do Space Ghost meu estômago não aguenta mais nada...

Comentários

Anônimo disse…
Oba! Post novo.
Quando eu era criança, a primeira vez que vi o SpaceGhost confundi-o com o Batman.
Eu também sacaneei um desenho, o Dragon Ball Z, mas, fiz um pouco diferente do seu estilo.

Um abraço.