O caso da Fabíola

Um dos assuntos mais falados recentemente foi a respeito do vídeo da tal da Fabíola. Calma, não se trata de minutos de putaria de uma qualquer uma, mas sim um acontecimento bizarro que veio a acontecer em um motel. Se você não está por dentro do assunto (como eu, até alguns dias atrás), resumindo a história é de um sujeito que é (ou era, se não rolou ainda o divórcio) casado com a Fabíola, e que aparentemente sentiu uma coceira na testa e desconfiou que estava sendo traído. Futucando no celular da moça, viu algumas mensagens meio estranhas. Até que um belo dia decidiu seguir a esposa, e quando ela entrou no motel o marido teve um acesso de fúria, descendo a porrada no carro do cara que estava com ela. E para piorar, aparentemente o sujeito que estava colocando um par de chifres na sua cabeça era um de seus melhores amigos. Vieram com papo de que estavam indo lá só pra conversar, coisas do tipo...

O curioso é que outro carinha, que imagino ser amigo do marido traído, estava vindo logo atrás e filmou tudo com o celular. Se você ainda não viu, tá aí o vídeo.


Bom... O caso ganhou muita repercussão, todo mundo falando a respeito da Fabíola, que disse que tava indo no manicure mas estava mesmo era querendo dar uma cavalgada no salame do gordinho. E vejo a sociedade em geral seguir por três principais vertentes. A primeira acho que dispensa muito do meu tempo comentando, que é a turma que acha graça de tudo isso, que na verdade vê a história como um meme ou piada. Esses são os típicos babaquinhas da internet, mas que eu sinceramente não vejo como muito crítico não. É o tipo de gente que ri quando alguém tropeça na rua, pessoas meio sem noção e idiotas, mas que ao meu ver são relativamente inofensivas. Esses aí vão se esquecer da Fabíola daqui alguns dias, quando aparecer a nova modinha da internet...

Tem outro grupo que são as pessoas que estão xingando a Fabíola, chamando ela de vagabunda por ter corneado o marido, por quem têm solidariedade pelos seus chifres. Bom, sob meu ponto de vista acredito que sim, é um grupo que tem o seu fundamento, pois afinal de contas a Fabíola fez algo errado e imoral. Afinal de contas, uma mulher ir ao motel com o melhor amigo do marido, sem dúvida não foi pra conversar... Mesmo com todo o liberalismo de relacionamento que existe hoje, ainda acredito no respeito pelo matrimônio, e se um casal está junto assim, traição não pode acontecer, não importa de quem. É um grupo que entende o sujeito ficar puto da vida e sair quebrando o carro do outro.


Deixando novamente bem claro: traição para mim é errado, não importa se quem está traindo é a mulher ou o homem. Digo isso pois sei que tem muito marmanjo aí xingando a Fabíola de puta e outras coisas piores, mas que certamente iriam "pular a cerca" se tivessem chance. 

Agora... Tem um terceiro grupo de pessoas que me deixa preocupado... Principalmente por não ser um grupo relativamente pequeno. São aqueles que estão defendendo da Fabíola.

Sim... Existe uma parte da sociedade que presta solidariedade à Fabíola, mesmo ela tendo traído o seu marido! Esse grupo, composto em sua maior parte por mulheres, tem uma opinião ao meu ver absurda e extremamente parcial ao defendê-la de forma incondicional. Condenam, por exemplo, o fato do marido não ter respeitado a sua privacidade, olhando mensagens no seu celular. Nada demais que a mulher esteja traindo o marido, para essas pessoas errado é ele ter traído a sua confiança (mesmo quando ela não merecia) e ter olhado seu celular... Fala sério.

Impressionante como certos valores são hoje... Tudo bem que o direito à privacidade é válido, mas parece que as pessoas estão esquecendo que ela traiu o seu marido. Será que isso pode ser deixado de lado? Fico me perguntando se os papéis fossem trocados, se fosse a Fabíola quem tivesse fuçado o celular do marido e tivesse a suspeita de que ele a estivesse traindo... Pode apostar que essas pessoas que estão criticando tanto a invasão de privacidade iriam mudar de opinião e dizer que seria sim justificado, se foi para descobrir a traição.


Como disse, a maioria desse grupo é composto por mulheres... E certamente mulheres que tem uma postura feminista exagerada, a ponto de estar sempre do lado de suas semelhantes, mesmo quando elas fazem algo de errado. Digamos, algo como um corporativismo de saia. Como é comum com os grupos da sociedade menos favorecidos, é a política do mesmo peso e duas medidas: homem espiar mensagens no celular da mulher é invasão de privacidade; mulher espiar mensagens no celular do homem tá tudo bem.

E o pior de tudo não é isso, é ver como essas pessoas buscam algum tipo de justificativa para inocentar a tal da Fabíola inclusive da traição. Tem que ver o tipo de coisa que se diz, cogita-se que ela apanhava do marido em casa, que ela não era tratada com carinho, cheguei a ler em algum lugar alguém dizendo que talvez ela não sentia prazer com o marido. E por isso, por possíveis razões como essas que ninguém pode provar, entende-se que a Fabíola não errou ao trair o marido...

Como certa vez uma conhecida minha comentou em uma rodinha de conversa com outros colegas, quando o assunto era uma garota que conhecíamos que havia traído seu namorado em uma viagem. Segundo essa conhecida, a traição é diferente dependendo se é o homem ou mulher, na cabeça dela o homem sempre trai porque é cafajeste, porque é tarado e quer comer todas, enquanto que a mulher sempre trai por amor, por ela não estar satisfeita com seu companheiro, buscando carinho e compreensão nos braços do outro.


Claro que, por essa lógica, entendo que na cabeça dela a mulher por quem um cara traiu a sua companheira é vista como destruidora de lares e piranha; por outro lado, o homem por quem uma moça traiu o seu companheiro é o verdadeiro amor, é um cara gente fina. A mulher traída é uma vítima e uma pobre coitada, o homem traído é um babaca que bobeou e dançou.


Sério... Eu vou ser sincero, por mais que eu me sinta solitário ao não ter ninguém... Mas se fosse pra ter uma mulher com esse tipo de pensamento, melhor continuar solteiro.

Traição é traição. Não importa quem a pratica. Não há justificativas para tal. Na minha concepção, não existe essa estupidez de achar que um dos sexos pode e o outro não. Babaquice achar que se espera do homem uma postura de poligamia, de que não conseguiu resistir; babaquice pensar que a mulher tem o direito de trair se ela encontrar um cara de quem goste mais. Uma das coisas mais importantes em um relacionamento, qualquer que seja, é a confiança. E é inadmissível pensar que uma pessoa possa trair a confiança do seu cônjuge de uma forma tão covarde assim.

Para as queimadoras de sutiã, defensoras de um feminismo exagerado, digo só o seguinte: mesmo que o cara com quem você esteja não te trate com todo carinho que você gostaria, mesmo que você não se sinta mais atraída por ele... Tenham um pingo de respeito e sejam sinceras com o seu namorado ou marido. Se acabou o amor, converse numa boa, talvez você possa escutar uma explicação razoável. Tenham pelo menos um pouco de decência e admitam isso e terminem o relacionamento, antes de sair por aí dando pro Ricardão. Depois vão me dizer que todo homem é escroto e outras idiotices, mas agir assim, traindo o cara com quem você esteja, é uma tremenda putaria.

Ninguém sabe a verdadeira história por trás da Fabíola. Sim, talvez o seu marido seja um cara que a maltrate. Mas, por outro a lado, pode ser também um cara que a trate muito bem. Em um momento como esse, cada um vai ter a sua versão parcial da história, os amigos do marido traído defendendo-o, chamando a mulher de puta, e do outro lado as amigas da Fabíola defendendo-a, chamando o sujeito de idiota. Acontece que na minha opinião, independente de quem esteja certo ou errado, independente do que aconteceu, eu vejo que sim a Fabíola é a grande culpada, é quem fez a cagada nessa história. De novo, ela podia até ter os seus motivos: mas que chegasse e terminasse o casamento, pedisse um divórcio, antes de ir prum motel com o melhor amigo do cara.

Agora... Uma coisa eu não tenho dúvida. Nessa história toda, quem leva o prêmio de filho da puta é o carinha que gravou tudo...


Sinceramente... O calhorda foi lá junto com o marido, provavelmente metendo a maior pilha pra que rolasse uma cena, muito possivelmente deve ter sido ele quem dedurou ao amigo que ele estava ganhando um belo par de chifres. E durante toda a discussão não largou o celular, filmando o gordinho e a Fabíola, ao ponto até mesmo de ficar zoando, fazendo piadinha. Esse é o verdadeiro boçal da história, que além de gravar colocou na internet pra todo mundo ver, só pra ganhar jóinha. Em vez de respeitar um pouco a privacidade de seu amigo e sua esposa, o panariço chega e espalha pra todo mundo.

É a realidade do mundo de hoje, onde infelizmente qualquer Zé tem um celular com câmera, e sempre o usa da forma mais inconsequente e idiota possível. Embora ache que a Fabíola errou, penso que ela não tinha que ter essa exposição toda em cima dela. Era pro marido chegar lá e descobrir (e dar umas porradas no carro do gordinho sim), e depois fazer ela ser responsabilizada pelo que fez, como por exemplo, perder todo o direito de metade dos bens se houve partilha no matrimônio, ou pelo menos dela ser posta pra fora de casa. Errar, ela errou. Mas, tanto ela como o marido, e mesmo o gordinho, terem as suas vidas expostas aí para um monte de desconhecidos, por conta de um boçal infantilóide e escroto, aí já acho demais...

Na boa... Esse é que merecia levar um par de chifres e ter a sua cornice divulgada nas redes, pra aprender o que é bom pra tosse.


Comentários

Anônimo disse…
Muito bom o seu post,creio que você soube destacar pontos cruciais sobre o assunto, bom a minha opinião sobre esse fato é a seguinte:somos herdeiros de uma tradição judaico cristã que durante seculos foi autoridade moral de nossa sociedade que por muito tempo pregou a inferioridade feminina onde também sua sexualidade era vista como algo do demônio kkkkkkk onde o pensamento social era que se o homem fosse infiel era culpa da mulher que sobre a orientação do capeta o coibiu a fazer isso,claro que na bíblia o adultero é condenável para ambos os sexos mas culturalmente é a mulher que é condenada pelas razões que já falei anteriormente e isso prevalece até hoje ,o homem não é julgado negativamente pois no imaginário popular é de sua "natureza" trair .O meu ponto é o seguinte ela estava errada sim já que era comprometida,anos de repressão feminina não inocenta atos errados de mulheres hoje,agora o marido também errou em permitir que o dito "amigo" filmasse e que colocasse na internet creio que a intenção dele foi humilha-la mesmo,gostaria que as pessoas fossem mais criticas ao invés de seguir a corrente das expressões pejorativas como "corno" e "vagabunda".