Super Amigos - A Síndrome de Krypton

Sim, eu sei que estou bem sumido... Foram semanas meio complicadas por aqui, vou dizer que o setembro de 2015 ficará para sempre marcado para mim de uma forma muito triste... E depois dizem que agosto é o mês de desgosto. Assuntos particulares, que como costumo fazer, não entro em muitos detalhes aqui, pois como o nome sugere, são assuntos particulares. E também acho que não rola aborrecer os poucos e fiéis visitantes aqui do blog menos acessado da internet com bobagens da minha vida. Vida que segue...

E para voltar com a corda toda, lá vamos nós para mais um daqueles episódios toscos dos nossos amigos, os Super Amigos. Sempre tem uns que são de deixar a barriga doendo de tanto rir, e esse é um deles, chamado a Síndrome de Krypton, onde vamos ter uma idéia bem no padrão de futuro alternativo e desvio pelas tangentes, como no De Volta Para o Futuro, em homenagem ao 21 de outubro de 2015 que passou nessa semana.


Sempre me perguntei porque nessa telinha de título parece que todos os heróis estão voando, embora só o Super-Homem, protagonista do episódio de hoje, tem esse super-poder. Mas que seja...

E já começamos num fuzuê, onde uma nave da Comlurb que estava levando todas as pedras de kryptonita encontradas na praia de Copacabana depois da virada de ano. Seguindo a velha política de jogar a sujeira para debaixo do tapete, a idéia é jogar a kryptonita em um puta buraco negro, tão possante que é capaz de sugar uma porrada de planetas como se fossem bolinhas de gude.


Só que a nave da Comlurb está na merda, quase sendo sugada pelo buraco negro. Claro, era de se esperar, pois afinal buracos negros sugam tudo que está por perto. Mas, felizmente para eles, o Super-Homem e a Mulher Maravilha estão lá para ajudar.


Eu disse que os alienígenas eram da Comlurb, todos eles laranjas como uma cenoura, comandados pelo Papai Smurf.


O Super-Homem, que nesse episódio está usando o seu ridículo Super-Móvel, comenta com a Mulher Maravilha que eles estavam bem distantes da civilização, e se eles largassem a nave da Comlurb ninguém ia fazer falta. Mas a Mulher Maravilha diz que eles não podem fazer isso, pois os aliens disseram que só iriam pagar pelo resgate depois. 


O Super-Homem diz então que restam poucos segundos até que todos sejam sugados pelo buraco negro, e decide então ativar o nitro de seu Super-Móvel pra salvar a galera. Só que se ele ficar ali de punho fechado sem segurar na alavanca de nitro não vai ajudar muito, parece tão ridículo como um mímico de esquina.


Verdade seja dita... se você tiver uma mente meio suja, vai imaginar que na verdade o Homem de Aço está se auto-satisfazendo. Ou então que ele está estuprando o Johnny 5. E se você não sabe quem é o Johnny 5, procura no Google, e vê se aquele aparelho ali não parece com a cara do robô em curto-circuito mais querido da Sessão da Tarde.

Enfim, claro que os Super Amigos conseguem salvar a nave, tanto que o Papai Smurf fica orgásmico por estarem salvos, e que agora é hora de todo mundo fazer smurf-smurf com a Smurfette.


Só que nem tudo são flores. Depois de salvar a nave o Super-Homem havia dado com os cornos em um poste espacial e ficou desacordado, sendo assim tragado pelo buraco negro. Já era...


Engraçado nessa cena são duas coisas: primeiro, a Mulher Maravilha comenta de forma desinteressada que não se podia fazer nada. Na minha opinião uma postura muito fria quando um de seus amigos está na direção da morte certa. E a segunda é, por que diabos essa nave do Super-Homem tem esses bracinhos ridículos?

Bom, como todos os desenhos animados nos ensinaram, ao atravessar um buraco negro se passa para outra dimensão ou coisa parecida. Como se no final das contas buracos negros fossem como estações de teleporte.


O Super-Homem então fica perdido, imaginando o que significa aquela placa que ele viu ali atrás dizendo "Gramacho" e ficando chateado pois seu celular da Claro não está pegando sinal, assim ele não pode usar o Waze pra encontrar de volta o caminho pra chegar em casa. Mas parece que ele está mais perto de casa do que imagina.


Sim, trata-se do planeta Krypton, de onde o Super-Homem veio. Embora pareça ser igualzinho à Terra...


Temos então um close oftalmológico da cara do Homem de Aço, enquanto ele se pergunta como que ele conseguiu parar ali perto de seu planeta de origem, bem antes dele ir pro espaço (sei que não fez nenhum sentido essa frase, mas você entendeu). Mais uma das conveniências dos desenhos animados.


Não sei até que ponto você conhece a história do Super-Homem, mas o que lhe dá os poderes fuderosos é a energia do nosso sol amarelo, mas diante do sol vermelho de seu planeta ele não passa de um babaca com capa e a cueca por cima da calça. É por isso que nesse desenho inventaram o Super-Móvel, ou ele iria ficar boiando no espaço como um monte de bosta.


O Super-Homem pousa então no meio da rua, sorte dele que não tem nenhum guarda lá pra passar o lápis. E é curioso como os kryptonianos ali parecem super receptivos com a chegada de um estranho, mesmo ele com uma pinta de alucinado e sem noções básicas de vestimenta. E o mais engraçado é o Falcon lá atrás com duas mulheres de vida fácil, mostrando que a profissão mais antiga também tem a sua contraparte no restante da Galáxia.


O casal chega lá e dá as boas vindas para o Super-Homem, perguntando de onde que ele era, e se ele sabia que estava usando a cueca da maneira errada. Ainda meio desorientado, o Homem de Aço pergunta para eles que ano eles estavam, e o mané responde que eles estavam no ano 5752.8.


Cara, puta que pariu! Como assim, 5752.8?! Ponto oito!? Que pôrra é essa? Desde quando se conta os anos com decimal, cacete! Bizarro.

O mais bizarro é como o Super-Homem, só ao saber o ano em que se encontram, já sabe dizer que tem menos de uma hora até o sol vermelho engolir o planeta de Krypton. Sinceramente, eu desisto de entender como que os kryptonianos calculam o tempo...


Perto dali, no congresso de Krypton, encontramos Jor-El, que é o pai do Super-Homem, e que está prestes a fazer uma declaração forte a respeito do destino de seu planeta. Mas antes ele precisa que alguém conserte a televisão. Para um povo avançado, é meio engraçado como que eles ainda não inventaram a TV flat...


Depois que alguém descobre que faltava só apertar o botão ON/OFF, Jor-El diz que o sol está cada vez maior e logo vai engolir o planeta Krypton inteiro. Todo mundo ali está fudido, vai virar churrasquinho a não ser que eles façam uma evacuação imediata.


Os demais membros do congresso, que se vestem com macacões coloridos que por algum motivo estúpido possuem formas geométricas estampadas, caem na gargalhada, dizendo que aquele é o truque mais velho da história, que isso aí é só desculpa para que Jor-El fique em seu planeta sozinho e possa sair andando pelado pelos cantos ao som de Welcome to The Jungle. Para não deixar os sujeitos sem nome, os chamarei de Velho Círculo e Dr. Quadrado.


Nisso então o Super-Homem invade a sessão, dizendo que aquilo tudo era verdade, que todo mundo ali iria se dar mal se não o escutassem. Perceba que Jor-El fica assustado com a intromissão de um estranho, vestido como se fosse um transformista da zona, ainda mais com aquela capinha escrota.


O Dr. Quadrado manda então os dois se fuderem, que aquilo era uma palhaçada, conversa pra boi dormir. O máximo de evacuação que iria rolar nas próximas horas seria quando ele fosse no banheiro liberar o Mandela. E vejam que o Professor Xavier dos X-Men também faz parte do congresso kryptoniano.


Jor-El fica então confuso, ao ver que aquele estranho de cueca por cima da calça parecia muito familiar. Em especial por conta do topetinho escroto igual ao dele. O Super-Homem, por sua vez, parece demonstrar uma tranquilidade muito fria ao estar finalmente com o pai que nunca viu, que havia o disparado em um foguete para o raio que o parta.


Pouco tempo depois, como era esperado começa a zona toda, com Krypton começando a cair aos pedaços. Provavelmente nessa hora ao Dr. Quadrado deve estar sentado no trono, se borrando de medo e se ameaçando por não ter escutado Jor-El.


Já imaginando que o pior estava por vir, Jor-El decide então colocar o seu filho único, Kal-El, em um foguete, para mandá-lo para a Terra onde se tornaria mais forte que todos os outros homens, podendo assim escravizar o planeta ou pegar a mulherada toda. Ele viria a se tornar o Super-Homem.


Sabe, uma pausa aqui. Vendo a história da origem do Homem de Aço, fico me perguntando por que diabos Jor-El não fez uma nave maior para que ele, sua esposa e seu filho conseguissem fugir? Afinal de contas, não vi nenhuma necessidade dele bancar o almirante japonês e afundar junto com o navio, podia ter um pouquinho mais de auto-preservação e pensar em toda a sua família. Sei lá, talvez a profissão de cientista kryptoniano não dava muito dinheiro e só deu pra fazer um foguete tamanho P.

E vendo a cara de débil do pequeno Kal-El, me admira como Jor-El não largou o bebê e se mandou ele mesmo. Ou pelo menos tivesse apontado o foguete para o sol, acabando assim com ele.


O Super-Homem fica ali, com peninha... Está vendo ele mesmo prestes a ser disparado por um foguete para a Terra, enquanto seus pais vão virar torrada passada do ponto, mostrando que aquela teoria do paradoxo do Dr. Brown não é muito verdadeira.


Eis que então acende uma lâmpada em sua cabeça, e ele bola um plano para salvar Krypton. E nos damos conta que ele não faz idéia de como funciona essa história de alterar o passado, que pode provocar mudanças drásticas no futuro.


É, ele não teve o mesmo conselho que o Homer teve do Vovô Simpson, no dia em que ele se casou. 


"Se alguma vez viajar de volta no tempo, não pise em nada! Porque mesmo uma mínima mudança pode alterar o futuro de um modo que nem imagina!"

O plano brilhante do Super-Homem consiste em voar na direção do sol vermelho, talvez em uma missão suicida pra explodir a pôrra toda. Mas não, sabemos que não vamos ter essa sorte. Interessante como parece ser tão simples voar para dentro de uma estrela, a mais de dez bilhões de graus de temperatura... Tipo Bangu em pleno verão.


Pergunto: por que, com mil trovões, a nave do Super-Homem tem pisca-pisca e luz de freio?

Uma vez lá dentro, ele então decide pegar a fonte de força anti-matéria de seu Super-Móvel e jogar no meio do sol, onde iria reagir com sua matéria e impedir a expansão que engoliria Krypton. Sim, são essas as palavras usadas no desenho.


Eu não tirava boas notas em física, mas não me parece que misturar matéria e anti-matéria venha a ter resultados muito seguros. Sei lá... Mas o que sei é que se o Super-Homem se desfaz da fonte de força de sua nave ridícula, como é que ela continua voando?

Restando poucos segundos até a pôrra todo explodir, ele se manda...


... E o sol explode. Mas a explosão só faz com que ele se afaste de Krypton.


E assim Krypton está a salvo. Pelo menos até que o fato do sol ter sido mandado pra puta que pariu cause um inverno colossal que venha a transformar todos em picolé.


Jor-El fica todo satisfeito, feliz que não vai ter que disparar seu filho Kal-El pelo espaço. Embora a cara dele dê a impressão que não está tão satisfeito assim, pois agora ele vai ter que pensar em economizar para a faculdade de seu pimpolho.


Com a sensação de dever cumprido, o Super-Homem vai de volta até o mesmo buraco negro, retornando assim para seu tempo e realidade. Como disse, nada mais que uma passagem de teletransporte, parece aquele do Pac-Man.


Tudo certo, nosso herói então chega de volta na Terra, imaginando se vai pra casa pra dar uma super-barrigada, ou se passaria na casa da Lois Lane pra ver se ela estava interessada em brincar de esconder a linguiça, essas coisas que casais de namorados sem noção gostam de fazer.


Só que o Super-Homem então fica surpreso com alguma coisa. Será que ele tinha borrado as calças? Ou teria visto com sua super-visão que a Lois Lane estava fumando o cachimbo da paz do Chefe Apache?


Não, na verdade era o Palácio de Justiça, todo destruído, cheio de crateras fumegantes e caindo aos pedaços. Como ele sabia que os Super Gêmeos estavam na colônia de férias e o Gleek no veterinário, aquilo certamente não era uma traquinagem dos jovens super-heróis.


Ele entra então no recinto, dizendo que se aquilo ali era o resultado de uma festa homo-erótica promovida pelo Aquaman e pelo El Dorado, que os dois iam ter que arrumar tudo. E ai deles se ele achasse algum viado escondido...


Bom, quase isso... Quem aparece então no meio dos escombros é o Robin.


O pior de tudo é que o Menino Prodígio parece não reconhecer o Super-Homem, inclusive dizendo que iria se render. E pela expressão de surpresa do Homem de Aço, parece que o Robin está sem as calças, com um salame enfiado no fiofó.


Robin então explica que a Legião do Mal havia escravizado todos no planeta, e havia destruído todos os Super-Amigos, como exceção dele. Provavelmente pelo fato dos vilões saberem que o Robin é um mero nada e não ofereceria perigo, não valendo nem o preço da bala. O Super-Homem retruca, dizendo que aquilo devia ser uma trollagem, pois quando ele tinha ido ajudar a nave da Comlurb, todos estavam bem. O Robin então fala que ele está falando merda, que nunca viu a cara do Homem de Aço pintada, e que ele não era um Super-Amigo.


Nisso então o Super-Homem se dá conta do que aconteceu. Conforme o Vovô Simpson sempre dizia, se você alterar alguma coisa no passado, isso muda o futuro. Ao salvar Krypton, Jor-El nunca o enviou para a Terra, logo o Super-Homem nunca havia existido, resultando nesse presente alternativo onde os Super-Amigos foram trucidados e a Legião do Mal triunfou.


Bom, se eu me lembro bem de como toda a coisa de viagem no tempo funciona, pra começo de conversa era para o Super-Homem começar a sumir gradualmente, como quase aconteceu com o Marty McFly quando ele atrapalhou o encontro de seus pais em 1955. Mas ele continua inteiro. Acho que ninguém prestou muita atenção na teoria do paradoxo do Dr. Brown.

E interessante é ver que, lá no fundo, o Super-Homem se sente meio arrogante, ao se dar conta que a peça fundamental para garantir a segurança do planeta é ele mesmo.

Se dando conta de que fez merda, o Homem de Aço dá um tapinha no ombro de Robin, dizendo "there, there" como o Sheldon faz, e diz que tudo vai ficar bem, que ele vai corrigir tudo e logo ele estará de volta com o Batman para que eles possam fazer suas morceguices juntos.


O Super-Homem então vai com sua nave bizonha novamente para o mesmo buraco negro, e que convenientemente o envia para a mesma época. Sério, esse buraco negro tá mais pra portal mesmo...


Sem perder muito tempo, ele já corre de volta para o sol, para tentar tirar a anti-matéria que ele havia largado...


Desculpe, mas preciso dissertar um pouco sobre isso. Será que não era para ele chegar ali e ver ele mesmo largando lá a anti-matéria? Afinal de contas, ele a princípio voltou para o mesmo instante no tempo que ele havia voltado antes. Na verdade, nesse momento provavelmente o outro Super-Homem que havia viajado antes no tempo (que chamarei de Super-Homem 1) deveria estar lá em Krypton, falando com seu pai, logo não tendo ainda colocado a anti-matéria lá. E mesmo que esse outro Super-Homem (que seria o Super-Homem 2) tivesse esperado, as chances seriam muito grandes que ele esbarasse com o Super-Homem 1, aí sim gerando um puta paradoxo.


Mas isso seria complicado demais, então vamos seguir em frente.

Bom, dessa vez finalmente o Super-Homem sente alguma coisa por estar entrando em uma estrela incandescente, tendo uma mega enxaqueca que torna difícil pilotar o Super-Móvel. Assim, ele só tem três segundos para encontrar o cilindro de anti-matéria.


TRÊS SEGUNDOS!?!? Como assim, caralho? Tem algum contador, algum cronômetro que fala quanto tempo resta para que ele possa chegar em uma merda dum cilindro? Por que não dez segundos, ou 0.8 segundos? Vai se danar, ultrapassa a fronteira do ridículo...

Sete segundos depois, finalmente o Super-Homem acha o cilindro de anti-matéria, colocando de volta em sua nave. Dessa forma, nada vai impedir a expansão do sol e a destruição de Krypton. 


Mesmo sabendo tudo que vai acontecer, o idiota do Homem de Aço vai lá de volta no laboratório de seu pai, apenas para se certificar de que ele seria mandado para a Terra. Seria engraçado se ele tropeçasse em um fio e explodisse o foguete.


E o mais curioso é que Jor-El não está lá ao lado do foguete, para se despedir de seu filho. Provavelmente ele decidiu aproveitar os seus últimos momentos de vida para um pouco de diversão marital com sua esposa.


Não querendo correr o risco de ter a cena de sua mãe tocando a flauta de Jor-El como última lembrança de seus pais, e se dando conta de que em poucos segundos tudo irá pelos ares, o Super-Homem se manda, derrubando uma coluna sem querer, o que faz com que o laboratório despenque e eles morram soterrados.


Somos então agraciados com uma cena do Super-Homem pulando que nem uma zebra prenha para entrar em seu Super-Móvel...


... e Krypton vai então para o beleléu, como era esperado.


Mais uma vez, o Super-Homem atravessa o buraco negro com a mesma naturalidade que uma pessoa entra e sai de um elevador.


Mas dessa vez, ele encontra a Mulher Maravilha e a nave da Comlurb aguardando por eles. Interessante como da outra vez ele não se deu conta desse pequeno detalhe, não tendo estranhado pelo fato das naves não estarem ali.


A Mulher Maravilha então o recebe, dizendo que ela tinha tentado de tudo para salvá-lo, mas não havia conseguido. O Super Homem manda ela se fuder, dizendo que ela tinha deixado o rádio ligado e havia escutado que ela disse que não podia fazer nada. 


O Papai Smurf então não entende o porquê de todo esse fuzuê, pois o Super-Homem tinha ficado dentro do buraco negro por poucos segundos...


E o Super-Homem manda o Papai Smurf tomar no rabo, dizendo que esse bordão de "poucos segundos" era dele, e que tinha sido poucos segundos pôrra nenhuma, pra ele tinha demorado pra caramba.


Sim, mais um desses episódios que chega a ser engraçado de tão ridículo. Pena que ele não dura somente poucos segundos...

Comentários