Robocop - Parte 4

E a saga de nosso amigo robô-tira continua, e estou vendo que essa vai se tornar uma série épica de postagens de sátiras de filmes. Estou tomando gosto pela coisa, já tenho vários filmes na lista, mas vou dizer que dá um certo trabalho, ainda mais quando é um filme tão tosco e engraçado como esse. Já estamos entrando aqui na quarta parte, quem está perdido pode ver as postagens anteriores: Parte 1, Parte 2 e Parte 3.

Da última vez a gente tinha visto Bob Morton, criador do Robocop, explodir pelos ares após sofrer um atentado do bandidão do filme, Clarence Boddicker, que descobrimos que trabalha para o Zé Pinto, um dos executivos da OCP que ficou puto com o Morton ter xingado ele enquanto estava dando uma cagada no banheiro, como vimos na última postagem. E depois de explodir a casa de Morton, Boddicker foi lá na fábrica de cocaína de seu conhecido PC Farias, que imaginávamos ter sido morto após o escândalo aqui do Collor, mas que na verdade arrumou um sósia e se mudou pra Detroit pra traficar cocaína.


Boddicker está ali interessado em comprar umas quinze toneladas de farinha pra espalhar nas ruas, e diz que vai pagar tudo em cash, derramando ali sobre a mesa do PC uma montanha de dinheiro que ele roubou da igreja.


O PC Farias então olha pras notas e diz que não é trouxa, que sabe que aquele dinheiro ali devia ser mais sujo que cueca de carvoeiro, e não estava interessado. Depois de anos envolvido com as falcatruas do governo brasileiro, ele preferia lidar com dinheiro mais limpo, como vindo da venda de drogas ou tráfico de crianças.


Não gostando da atitude do careca, Boddicker então acha graça e mergulha seus dedos na taça de vinho do PC. Dedos esse que ele tinha usado pra coçar o saco e tirar um toco de cera do ouvido alguns minutos antes.


E o cara vai lá e bebe da taça... Sério, se alguém enfia os dedos na minha bebida, jamais iria beber. Parece que não tem muita preocupação com a higiene esse puto, sem dar a mínima para onde aqueles dedos estiveram... Talvez ele deve ter gostado do toque salgadinho que ficou no seu vinho... E podemos perceber que o boçal ali da direita está com a mesma cara de retardado da imagem acima, mostrando que os capangas do PC devem ser um bando de zeros à esquerda.


Boddicker então parte pra grosseria, dizendo que era ele quem mandava naquela pôrra de cidade, e se o PC não andasse no sapatinho, ele iria enfiar aquela merda de fábrica no seu rabo até que ele cagasse neve durante um ano.


Aliás, esse é o exato desaforo que Clarence Boddicker diz no filme, incluindo o cagar neve durante um ano. Só pra mostrar como nos anos 80 os bandidos além de um ótimo senso de humor não mediam palavras na hora das provocações, proferindo algumas pérolas clássicas como essa.

Aí então todo mundo saca suas armas, de um lado os capangas do PC e do outro o Motumbo e o China, os únicos dois comparsas de Boddicker que sobraram. Uma coisa tem que se dizer, coragem eles pelo menos têm, estando em gritante inferioridade numérica mas mesmo assim colocando o PC na mira. 


Boddicker, por sua vez, só fica rindo. Ele é o filho da puta mor, não precisa sacar arma, só dar uma gargalhada que todo mundo se caga de medo.

O PC então arrega, pois sabia que seus capangas eram todos ruins de mira (é só ver o calhorda ali atrás dele), dizendo que era só brincadeirinha, e que aceitava a grana sem problemas. Seria mais legal se todos ficassem amiguinhos e dessem uma fungada numa carreirinha de pó.


Só que aí... BOOM! Um mega esporro na porta, fazendo todo mundo tremer na base. Seria algum bando de viciados desesperados pra arrumar uns papelotes?


Que nada... Ele, o Robocop. Certamente o Fonzie, depois de ter sido devidamente torturado na última postagem, confessou os planos de Boddicker e sua turma, dizendo pro policial de lata o local da fábrica de cocaína. Agora fudeu.


A rapaziada não perde tempo... Parece que todo mundo já se acostumou com a história de um policial robô, não tem mais aquela surpresa de ficar de boca aberta se perguntando o que diabos era aquilo. Em vez disso, todo mundo saca suas pistolas, metralhadoras, espingardas, estilingues e etc para mandar bala no Robocop.


Começa então o bangue-bangue genérico, como todo mundo acertando no Robocop e não causando nada, e o Robocop matando todo mundo. Quase como jogar um video-game no modo Easy.


Logicamente que trata-se de um tiroteio com direito a todas as acrobacias obrigatórias em qualquer filme de Hollywood, como por exemplo o sujeito que é alvejado e despenca do alto de algum lugar...


... e o cara com a metralhadora que é atingido...


... e que fica com o dedo travado no gatilho, se virando e atingindo um companheiro. Tudo como manda o figurino.


No caso o infeliz acabou sendo o PC Farias, que dessa vez bateu as botas de verdade. Vai ser azarado assim na puta que pariu, ser morto por um defunto de metralhadora.


Tem até o Robocop fazendo viadagem, dando tiro sem virar a cabeça. Tipo quando o Ronaldinho Gaúcho olhava prum lado e fazia o passe pro outro, babaquice sem tamanho. Tá caindo no meu conceito, Robocop.


Quem se dá mal na brincadeira também é o China, levando um balaço na garganta e se despedindo do filme, somando mais um na estatística de vítimas do Robocop . E de quebra ele ainda acerta sem querer com a sua espingarda no Motumbo...


... fazendo ele cair numa caixa repleta de cuecas sujas. Pelo menos é melhor sair preso depois de cair em cima de uma pilha de cuecas cheias de freadas do que ser colocado num saco preto e ir pro IML.


Boddicker não é bobo nem nada, sabe que a melhor coisa naquele momento era sebo nas canelas e se mandar dali o mais rápido possível, droga ele arrumava depois. E decide então pular ali do alambrado em cima de uma laje.


Mas parece que de bobo ele tem tudo, pois a laje devia ser de isopor, tipo aquelas paredes fajutas que tinha no Chapolin, e com isso ele acabou desabando no meio de um escritório. Mico maior do que esse, não tem como.


E o pior de tudo... Caiu num escritório ali bem do lado do Robocop, que começa a ler os seus direitos, dizendo que ele tem direito a uma ligação e a um advogado, assim como uma latinha de Mirinda e um pacote de biscoito Globo enquanto esperasse pelo julgamento.


Boddicker dá então uma cusparada na cara do robô, dizendo que Mirinda pôrra nenhuma, que o negócio é Grapette, pois quem bebe Grapette, repete.


Dá pra ver a gosma cheia de baba, sangue e ranho escorrendo pelo capacete do Robocop. Vê só como Boddicker não tem medo, escarrando ali na cara daquele robô escroto.

Mas o Robocop deixou de ser um policial bonzinho faz tempo, ainda mais quando cospem na cara da lataria que ele tinha acabado de mandar encerar. Entrando em modo de violência policial, ele pega Boddicker e joga através de uma vidraça.


Boddicker então reconsidera, diz que topa Mirinda, mas que biscoito Globo, por favor não. Que tivessem misericórdia de seu estômago, qualquer coisa menos aquela merda.


Como resposta, Robocop joga ele em outra vidraça. Interessante como mesmo depois de todo aquele tiroteio, tinha um monte de vidraça ainda inteira.


Com a cara de quem estava se barbeando no banheiro de um avião em turbulência, Boddicker então pela primeira vez no filme começa a se cagar de medo, dizendo que topa qualquer parada, mas que parasse de jogar ele nas vidraças. 


Já adivinhou, né?


Clarence Boddicker então começa a abrir o bico, dizendo que ele era pago pelo Zé Pinto, executivo da OCP que mandava na polícia, pois se ele tacasse o zaralho pela cidade o velhote conseguiria colocar seus robôs nas ruas. 


O Robocop então fica ali, estrangulando o pescoço de Boddicker, com toda a raiva reprimida por estar ali diante daquele que o havia matado, antes dele virar robô. Seria tão moleza como quebrar um palito de dente, mas infelizmente ele tinha que seguir as leis, e precisava levar Boddicker preso.


Interessante... Ele acabou de matar dúzias de bandidos, e só agora é que ele pensa nas leis? E o que essas leis falam a respeito de jogar um sujeito indefeso pela vidraça? Tá amolecendo, Robocop... Era pra quebrar esse ali mesmo. Te garanto que pelo menos você não ia mais ter pesadelo.

Vamos então pro distrito de polícia, onde está rolando uma discussão acalorada entre o oficial Super Mario e o delegado Hightower. O ítalo-americano estava puto porque ele estava tendo que patrulhar a zona, mas só durante o dia, assim ele não podia cobrar propina das mulheres da vida. Por sua vez, o delegado Hightower estava mandando ele chupar um prego, que propina era o caralho e que se ele não entrasse na linha iria enfiá-lo de cabeça num vaso sanitário e puxar descarga até que ele começasse a ver Koopas.


Demonstrando um total interesse pela conversa, nossa amiga a policial Lewis está lá, mascando o seu Bubbaloo de estimação...


Eis então que a porta se abre, e Robocop chega com o Boddicker. Silêncio total, ninguém acredita que o robô conseguiu finalmente trazer alguém algemado, antes todos os suspeitos presos por ele iam ou pra hospital ou pro necrotério.


Depois de preencher a papelada, Hightower pede para Boddicker assinar tudo, para assim ele ganhar a sua latinha de Mirinda e o seu pacote de biscoito Globo. Como vimos anteriormente, Boddicker é um porco imundo, e em vez de marcar a linha tracejada com um X, manda mais uma daquelas escarradas mistas na mesa do delegado e pede o telefone pra fazer sua ligação.


Só que o Robocop não vai parar por aí. Algo estava cheirando pior do que angu de ovo podre, com aquela história de que Boddicker estava trabalhando para o Zé Pinto. O que um executivo de uma alta corporação que mandava na cidade e na polícia estava fazendo envolvido com um bandidão como aquele? Com isso, ele decide dar uma passada no QG da OCP pra conversar com o Zé.


O Zé Pinto está ali fazendo hora extra, falando com o próprio Boddicker pelo telefone, dizendo que ele era um mané por ter sido preso por um robôzinho de merda. Era melhor ele ficar quietinho e não citar o nome dele, que logo logo iria aparecer alguém lá do Viva Rio pra dizer que Clarence era uma vítima da sociedade e colocá-lo de volta nas ruas. E por algum motivo que desconhecemos, o Zé Pinto tem uma puta bola preta em cima de sua mesa. Vai explicar o mau gosto dos ricos empresários?


Depois de despachar o imbecil, Zé Pinto dá uma olhada no seu iPhone de pobre, onde tem o localizador GPS de onde está o Robocop. Esse pelo menos é de verdade, e não aquela imitação barata que você havia visto na segunda postagem.


O Robocop chega então no prédio da OCP, e por pouco ele não se esquece de desligar o modo Carmageddon que estava ligado por engano. Mais um pouco e teríamos dois engravatados espalhados pelo seu pára-brisa.


Perceba só como o Robocop perdeu seus modos mesmo, depois daquele pesadelo ele despirocou todo. Não bastou ter quase atropelado dois sujeitos, ainda chegou ali na ignorância, empurrando todo mundo que estava saindo pela porta, não respeitando nem a velhota...


... e não deixando ninguém entrar no elevador com ele. Talvez pra que ele pudesse abrir as ventas e liberar um pouco de metano que estava acumulado na sua lataria.


O Zé Pinto sabe que o Robocop deve estar ali atrás dele. Mas o coroa não é burro, ele é o verdadeiro vilão do filme. E tem uma surpresinha praquele monte de lata escrota. Uma surpresa bem explosiva, como você vai ver.


Pra passar o tempo enquanto caminha pelos longos e intermináveis corredores, o Robocop ativa o modo picture-in-picture pra ver a gravação que ele fez do Clarence Boddicker, incluindo não só todas as vezes que ele o tacou pela vidraça, mas também a hora em que ele disse que trabalhava pro Zé Pinto.


Finalmente ele acha a sala do sujeito, que está ali numa boa. Sem perder tempo, Robocop diz que ele está preso, e que é melhor ele vir devagarzinho, ou então vai sentar o cacete nele.


Zé Pinto coopera, diz que não tem problema, pode ir ali algemá-lo pois ele curte sado-masoquismo e já está acostumado. E nessa hora então dá um tilt na cabeça do Robocop, com uma mensagem de erro de violação de produto.


Não, violação de produto não tem nada a ver com sacanagem. Embora o Robocop fique todo escangalhado como se tivesse sendo estuprado por um vergalhão de aço. Zé Pinto ri e diz que essa é a tal da Diretiva 4 que ele não tinha acesso.


Enquanto sente todos os seus orifícios sendo perfurados por um ferro em brasa, Zé Pinto explica que a Diretiva 4 era uma forma de proteger qualquer membro da OCP. Caso o seu produto viesse a fazer uma ameaça contra à vida de um membro da corporação, ele entrava em um estado vegetativo, parando de funcionar direito. Como se instalassem um Windows Vista na sua CPU.


Aí alguém que está acompanhando as postagens deve ter se lembrado lá do pobre Paulinho, que havia sido fuzilado pelo ED-209 lá no início, naquela demonstração. É bem possível que você imagine que inventaram essa Diretiva 4 depois que ele foi fuzilado sem dó nem piedade, certo?


Que nada! O ED-209 já tinha esse bloqueio. Acontece que o Paulinho era só um estagiário, e assim não era considerado como pessoa de verdade da empresa.

Aliás... Como estávamos falando dele...


Digo isso e repito: o ED-209 era legal pra caralho! De longe muito mais maneiro que o babaquinha do Robocop, não tem robô mais bad-ass do que ele. E sabendo disso, Zé Pinto chama ele pra brincar um pouco com o nosso amigo de lata.

Mas o Robocop é valente. Pode estar trêbado, desarmado e sem nenhum tipo de coordenação, mas ele vai lá encarar o robôzão. Afinal de contas, ele é o herói do filme, né?


O ED-209 chega então ali, com seu passo desengonçado, logo ali na frente do Robocop...


... e dispara à queima-roupa, fuzilando o coitado! Como eu adoro esse canalha desse robô, sem piedade!


A porrada das metralhadoras dos infernos do ED-209 é tanta que joga o Robocop longe, uns trinta metros dali, voando pela porta do escritório do Zé Pinto. Ficou tacando o Boddicker pelas vidraças, né seu puto? Agora tá tomando um pouco de seu próprio remédio.


Pra dar uma esfriada nas suas armas, o robôzão usa então seu braço pra dar um uppercut no queixo do Robocop. Fala sério, com aquela queixada toda, não tinha como errar.


E lá vai o Robocop voando por mais uma vidraça... Como o Clarence Boddicker deve estar rindo a essa hora.


Mas sabemos quem é o mocinho do filme, e antes de levar o tiro de misericórdia, o Robocop consegue segurar um dos braços do ED-209. E fico me perguntando porque ele, como é um robô, precisa ranger os dentes enquanto está fazendo força. Mais um pouco e ia acabar soltando um peidinho.


Todo o esforço vale a pena, pois ele consegue virar o braço do ED-209 a ponto de atingir o outro braço dele. O mais engraçado é que apesar do tamanho todo, ele dá um grito de desespero como uma patricinha de Beverly Hills.


E depois ele tem um ataque de tremedeira, com o braço todo fudido. É a chance que o Robocop tem de escapar. Covarde, fica até o fim da brincadeira.


Acontece que o ED-209 tem outros truques na manga... Não é que o filho da puta tem também um lança-foguetes? Mais um motivo pra ele ser muito mais legal que o Robocop, nada como um robô com armamento pesado.


E ele não perdoa, não quer saber se está destruindo o prédio inteiro. Graças ao maldito Robocop seu programa foi cancelado e não fabricaram seus irmãos, então ele ia acabar com a raça daquele projeto de robô cheio de restos de defunto.


Vendo que tudo está saindo de seu controle, Zé Pinto pega o telefone e liga pro 190, dizendo que tem dois robôs malucos ali caindo na porrada. A atendente do outro lado da linha dá uma risada e o coloca na espera, dizendo que a polícia estava mais ocupada com a luta entre o Godzilla e o Gamera.


Desesperado, o Robocop faz de tudo pra se mandar dali, correndo pras escadas, enquanto o ED-209 vem atrás dele.


Ele não desiste... Mas aqueles que já viram o filme sabem que vem aí uma cena bizarra...


O ED-209 fica meio confuso ali diante da escada. Com aqueles degraus pequenininhos, ele com aquelas patas de elefante grandes pra cacete. Ele fica ali pensando, olhando, que pode fazer? Será que dava pra descer ali na ponta dos dedos?


O merda do Robocop, em vez de aproveitar o momento de dúvida de seu inimigo, fica ali de olho. Tem horas que me surpreende como que esses robôs são meio tapados.


Depois de muita cautela, finalmente o ED-209 coloca um pé no degrau...


... YOINK!


E lá vai ele...


... desabando pelas escadas. Que ridículo, um robô maneiro desse ser derrotado por uma escadaria.


E depois ele ainda fica esperneando ali, não conseguindo se levantar, como se fosse uma tartaruga virada de cabeça para baixo. Tudo isso acompanhado de um barulho que mais parecia o choro de um bebê. Fala sério, em dois minutos conseguiram estragar com a reputação do robôzão. O Robocop, por sua vez, respira aliviado e decide se mandar dali.


O Robocop finalmente consegue escapar, deve ter dado uma canseira descer todos esses andares de escada. Afinal de contas, depois de levar um coice da Diretiva 4 e ser espancado pelo nosso amigão ED-209, esperava que ele chegasse ali embaixo aos trapos.


Ao chegar na garagem, ele é recebido com luzes de holofote na cara. Considerando que ele é um robô, que provavelmente deve ter algum tipo de controle de contraste e brilho na sua imagem (qualquer TV merreca tem), acho meio furada alguém querer cegar ele com luzes. Quem seriam esses idiotas?


Quem diria? É a polícia! Realmente a OCP manda na pôrra toda, bastou só uma ligação do Zé Pinto pros tiras aparecerem lá, e aparentemente para atirar em um dos seus.


Um quem está lá é um velho conhecido nosso, o oficial Super Mario, juntamente com seu parceiro, que pela falta de originalidade chamarei de Luigi. O Mario reclama, diz que o Robocop é um tira como eles, que atirar nele era loucura! Não só por ser um policial também, mas por saber que ninguém ali do seu batalhão era bom de mira.


Só que o Capitão Nascimento, que está comandando a missão, manda o oficial ítalo-americano e seu amigo calarem a boca, pois missão dada é missão cumprida. Além disso, ele ainda está meio puto com o Robocop ter atrapalhado aquela negociação de sequestro lá do início do filme.


É dada então a ordem de sentar o dedo nessa pôrra, e a turma começa a fuzilar o robô.


Interessante como lá naquele tiroteio da fábrica de drogas havia também gente pra caralho atirando nele e foi tudo uma moleza, e aqui o Robocop vai sendo trucidado. Tudo bem que o ED-209 já havia deixado ele bem fudido e arrebentado, mas esperava que ele fosse resistir mais.


Tentando se safar, ele vai até uma beirada ali e se joga. Talvez pra acabar logo com isso, mergulhando de cabeça no concreto.


Depois de desabar uns três andares, ele tem o azar de cair bem na frente de um carro de polícia. Que final, morrer atropelado é um destino bem sem graça pro nosso amigo Robocop.


Acontece que quem está no carro é a policial Lewis, que estava passando pela vizinhança e escutou no rádio que a polícia estava fuzilando um robô. Ela se perguntou se seria o seu ex-parceiro (como se houvesse algum outro policial robô andando por aí) e foi ao seu resgate.


Mais furado que queijo suíço e prestes a entrar em tilt, o Robocop decide então aceitar a ajuda de Lewis. Só não conseguia entender por que, ao ajudá-lo a se levantar, ela foi colocar a mão lá entre as pernas. O que ela esperava achar ali, pombas?


Os dois se mandam dali, até que então...


Caralho! Que pôrra é essa? Um dinossauro que mais parece ter saído de um filmeco de quinta?

Na verdade se trata de mais um daqueles comerciais que aparecem no meio do filme, dessa vez para anunciar um carro. Meio sem noção, pra quê tem uma pôrra dum dinossauro? Por que a porcaria do carro é mostrada como se tivesse o tamanho de um transatlântico no meio da cidade?


Pior é o nome do carro... 6000 SUX. Pra quem entende inglês, tá claro que esse não é o melhor nome pra se colocar num automóvel.

Essa propaganda é a deixa para vermos mais uma vez as notícias com o William Bonner e a Ana Maria Braga no jornal da noite. E constatamos que mesmo depois de quatro postagens eles continuam com aquela porcaria em cima da mesa que parece uma bomba peniana.


E a principal notícia é que estava prevista uma greve da polícia a partir do dia seguinte, pois os oficiais estavam insatisfeitos com seus salários e benefícios. Enquanto os figurões e executivos estavam jantando caviar e andando de carro blindado, os guardas tinham que se virar com cesta básica e coletes à prova de bala que não aguentavam nem uma cusparada.


Para ver o que a população pensa, chamam então o repórter Fernando Fernandes pra entrevistar alguns transeuntes...


Começando com um babão qualquer chamado Peter Whitley, que é simplesmente dono de uma casa (sem dúvida, uma profissão de grande destaque), dizendo que greve é o caralho, que policial de verdade tem que entender que ele precisa proteger a população. E daí que eles precisam comer feijão enlatado e levar tiro, é pra isso que eles são pagos.


E depois é entrevistada uma criatura que se denomina Tapioca, que fala que tudo isso não passa de uma conspiração apostólica-romana causada pela invasão dos bárbaros albinos da Noruega aliados com a máfia coreana com o objetivo de roubar todos os croquetes de carne do país, e que quando ele fosse eleito o King Size da Costa Leste, iria conseguir salvar todos os gatinhos e cachorrinhos com a ajuda do Capitão Planeta e do exército de baratas mutantes ninjas.


Saindo do hospício que são as ruas de Detroit, vemos então nosso amigo, bandidão de carteirinha e filho da puta número 1, Clarence Boddicker, entrando ali no escritório da OCP, onde o pessoal da limpeza está tentando arrumar a zona provocada pela briga de robôs da noite anterior.


Pra você ver como que é bizarro... Primeiro, como é que um criminoso conhecido por todo mundo, de altíssima periculosidade e procurado por centenas de crimes, foi liberado da prisão em menos de 24 horas? E ainda por cima entra ali livremente dentro do escritório da OCP, corporação que comanda a cidade e a polícia? Tá parecendo mais o Brasil essa merda...

Ele sai entrando ali e chega então até a secretária do Zé Pinto, uma daquelas típicas mulheres dos anos 80 de roupas bufantes, cabelo bizarro e que deve ter um nome escroto como Charlene. Boddicker diz que tem hora marcada com o Zé Pinto pruma conversinha particular, pra que eles possam jogar Atari e comer biscoito goiabinha com Toddyinho.


E o bastardo não perde tempo, dizendo que depois da reunião ele não tem nada pra fazer, perguntando se ela gostaria de "encaixar" ele. Exatamente a frase que ele fala, mostrando que a bandidagem dos anos 80 não só é hilária nas piadas e violenta nos crimes, mas que também é ruim pra cacete quando o assunto é cantada.


Charlene, com uma cara de cú sem pestana digna daquela garota dos filmes do Crepúsculo, parece ser meio burra demais pra entender a cantada, dizendo que o Zé Pinto já vai recebê-lo, e que a agenda dela está cheia de compromissos.


Zé Pinto recebe Boddicker já tacando um esporro, ao começar pelo bandidão já sair entrando ali fumando, fungando pó e chamando-o de "Pintinho Amarelinho". E que estava puto por ele ter o dedurado praquele maldito do Robocop. Nessa hora o canalha deveria estar se escondendo e esperando o momento certo pra espalhar a fofoca, dizendo que ele, Zé Pinto, grande executivo da OCP, estava envolvido com um bandidão como Boddicker.


Sei não, Zé... Mas a partir do momento em que você deixa ele entrar numa boa na OCP para fazer uma reunião contigo, acho que você já está mostrando pra todo mundo que Boddicker é seu chapa.

Clarence então manda o Zé enfiar o galho dentro, que ele não tinha opção. Era só olhar pra cara dele, toda arrebentada depois do Robocop tê-lo jogado pelas vidraças, estragando o seu sonho de posar pra capa da revista "O Crápula" daquele mês. Ou era isso ou então estar nessa hora numa geladeira no IML.


Zé Pinto então diz que Boddicker deve matar o Robocop, antes que ele comece a espalhar tudo. Mas o bandidão já tá com a cara toda fudida, que o Zé e a OCP tomassem no rabo e se virassem pra acabar com aquele merda. Afinal de contas, foram eles quem o construíram, e ele não tinha nada a ver com isso. Proferindo mais uma dezena de palavrões e xingando até a oitava geração do Zé Pinto, Boddicker diz que se foda e que vai se mandar dali, pois tem algo melhor pra fazer. Como tentar uma cantada mais simples e fácil de entender com a secretária lá fora.


Mas o Zé não é burro, não é à toa que ele chegou na liderança de uma grande corporação, tudo na base da manipulação. E então diz que nos planos da OCP para reconstruir Detroit, vai ter muito emprego, muita obra, digna de um PAC. Num espaço cheio de construtor, operário e mestre de obras, surgem oportunidades para espalhar bebida, drogas, putaria e o caralho. Oportunidades que alguém do ramo poderia aproveitar pra faturar muito...


Boddicker não resiste... É o que ele quer: sexo, drogas e rock n'roll... Embora essa olhadinha meiga dá a impressão que ele quer outra coisa.


Zé Pinto joga pro Boddicker o Ipod que localiza o Robocop, e fala que vai colocar qualquer coisa à disposição dele pra trucidar o policial de lata. Armas pesadas, veículos, dinheiro, putas, o que ele quisesse, era só pedir. E ainda ia aproveitar pra superfaturar tudo e desviar uma verbinha pro seu bolso.


Longe dali, um carro de polícia vai chegando numa fábrica abandonada. É o primeiro dia de greve, então deve ser algum guardinha querendo praticar algum ato ilícito longe de olhos curiosos.


Que nada, é a policial Lewis, que estava ali ajudando o seu antigo parceiro e agora aberração cibernética Robocop. Enquanto ele tentava ali ajeitar suas engrenagens ela havia ido buscar algumas coisas para ele na delegacia.


Como se fosse a Mamãe Noel, ela começa então a mostrar os presentes, a começar pelo mais legal, sua arma fuderosa, mas que parece que ele não liga...


... uma furadeira que ele havia pedido, não sei pra quê, talvez algum desejo homo-robótico que é melhor sequer imaginarmos...


... e até um pouco de papinha pra bebê, de sabor couve-flor com abobrinha, que faz bem pra ter uma caquinha sequinha e cheirosinha.


A reação do Robocop ao escutar o que aquela tapada havia trazido pra bóia é esperada: ele pega a furadeira e enfia na cabeça, disposto a acabar com o sofrimento...


Na verdade ele estava só tirando os parafusos de sua cabeça, os únicos dois que sobraram e que no final só servem pra segurar o capacete no lugar. Tudo isso pois ele quer finalmente ver o seu rosto, ver quem ele realmente é, e tirar a limpo essa história sobre sua origem.


E aí está... Claro que para o público não faz muita diferença, desde o início todo mundo já sabia que o Robocop era o policial Murphy. Sobrou tudo, a mesma queixada e até a marca do disparo fatídico nos seus cornos.


Lewis, segurando o vômito de todas as formas possíveis, diz que ele está lindo, um pão, e que ter sido convertido em um ciborgue tinha deixado ele com um corpaço maneiro, estava muito melhor que aquele magricela de cabelo escroto que ele era antes.


Já prevendo que a tarada da Lewis iria querer sentar no colo dele, o Robocop a despacha, dizendo que é hora de interromper a postagem que já está muito longa.


E é isso mesmo. Aguardem a quinta e última parte do filme, que ficará pronta quando eu conseguir arrumar um tempo pra continuar.

Comentários

msvini disse…
Muito bom! Mal posso esperar pela parte final!!!