Hashtags

Na boa, eu acho que um belo dia a minha cabeça vai estourar de tanta raiva... Toda hora eu percebo alguma coisa que me emputece muito, que me deixa revoltado pra caramba, a ponto que eu acho que em breve vou ter que mudar o nome do blog para Texugo Puto!

Dessa vez eu venho aqui para falar de uma das coisas mais comuns nesse mundo globalizado, de informação e redes sociais, as famosas hashtags...


Para começo de conversa, acho legal explicar o que diabos são hashtags. Bom, você certamente já deve ter visto em alguns sites como muitas vezes são criadas categorias, com palavras-chave que indicam páginas, textos ou imagens que tem o mesmo tema. Por exemplo, se você abre uma notícia falando de um acidente de trânsito que ocorreu no Rio de Janeiro no feriado da Páscoa, normalmente você vai ter links para procurar por outras notícias relativas à acidentes de trânsito, ou sobre o estado do Rio de Janeiro, ou mesmo notícias relacionadas à Páscoa. Desde que o mundo é mundo (ou a internet é internet) que temos essas categorias, aqui mesmo no blog você pode ir ali do lado direito e ver os marcadores, onde agrupo as postagens que são sobre piadas, jogos, o Flamerda e mulheres...


Não poderia deixar essa oportunidade passar... Mas vai à merda se você está reclamando, já disse que eu estou puto e mereço algo para relaxar a minha fúria!

Enfim, recentemente as redes sociais são cada vez mais presentes em nossa vida, diria até que demais. E um dos sites bem populares (do qual eu felizmente não faço parte) é o Twitter, onde as pessoas podem ter algo como um microblog, onde expressam alguma coisa em até 140 caracteres... Deve ser por isso que não gosto do Twitter, você já deve ter percebido que tem horas que eu escrevo demais. Continuando...

Pois bem, no Twitter as pessoas podem falar diferentes coisas, na maior parte futilidades, como comentar dentro do limite de caracteres uma notícia, dizer onde estão ou o que comeram, ou simplesmente dizer para os seus seguidores que acabaram de acordar. Futilidade que na minha opinião é uma grande babaquice, daqui a pouco vai ter gente dizendo no Twitter "acabei de soltar um barro" ou "Peidei". Nunca entendi a necessidade quase que obrigatória de compartilhar essas coisas. Páreo duro para as antigas Pérolas do Orkut e as perguntas bizarras do Yahoo...


E aí é que entra a tal hashtag. No meio de bilhões de tweets, os usuários podem colocar algumas palavras precedidas pelo símbolo de número, aquele que nós normalmente chamamos de "jogo da velha" quando estamos olhando para o teclado do telefone, e cujo nome de verdade é cerquilha.

Não sabia que era cerquilha? Nem eu! Agora você sabe, e saber é metade da batalha, como diriam os Comandos em Ação!

"Lembrem-se, criançada! Jogo da velha é o caralho, o nome certo é cerquilha!"
"Seu Comandos em Ação, dá pra tirar a mão da minha bunda?"

Quando o sujeito coloca um # na frente de uma palavra, meio que associa esse tema, logo se a pessoa quiser ver outras pessoas falando sobre o mesmo assunto basta clicar sobre a palavra (já que colocar o jogo-da-velha na frente dela costuma transformá-la em um link), para ver comentários similares no site que está acessando. 

Logicamente, é preciso que tenha uma certa ordem nisso, usando palavras mais comuns e que vão permitir uma associação correta com outros comentários. Por exemplo, se eu tivesse um Twitter poderia colocar alguma coisa como abaixo:

"Sempre é divertido ver meu #Botafogo ganhar do #flamerdinha!"

Legal, pelo lado do Botafogo está tudo bem, clicando ali as pessoas podem ver outros comentários e postagens a respeito do Glorioso, ou mesmo do bairro da Zona Sul carioca; mas, o flamerdinha pode ser mais raro, provavelmente eu iria querer que as pessoas que clicassem ali pudessem ver comentários onde se citou o Flamengo...

Ou Flamerda, ou Framengo, ou menguinho... Essas coisas... Então talvez seria mais prudente se eu escrevesse uma coisa como isso.

"Sempre é divertido ver meu #Botafogo ganhar do #Flamengo!"

O mais lindo é que independente da frase, os mulambos são colocados no lugar onde merecem.


Mas o que acaba acontecendo, logicamente aqui no Brasil com maior destaque, é que essas merdas de hashtags são sempre usadas das formas mais inapropriadas possível, perdendo todo o seu sentido de registrar temas e facilitar a vida das pessoas. Não sei se por pura idiotice mesmo, ou pelo fato de que as pessoas queiram definir de forma extensa o que queriam dizer.

Como você já deve ter percebido, o hashtag só reconhece uma palavra. Logo, se o sujeito quiser por exemplo criar um tema sobre, sei lá... Copa do Mundo... ele vai precisar usar de algum artifício para que seja uma única palavra. Como, por exemplo, escrever #Copa_do_Mundo, o que na minha opinião fica muito mais fácil de se visualizar, inclusive é a forma como eu nomeio a maioria das minhas imagens aqui do blog. Mas é muito mais comum que as pessoas adotem uma fusão de todas as palavras, sem usar nenhum espaço, nesse caso ficaria #Copadomundo.

E é aí que mora o perigo, pois as pessoas começam a criar "palavras" de vinte sílabas, para descrever com os mínimos detalhes o assunto que eles querem registrar como um tema, sem se dar conta de que muitas vezes o hashtag é tão específico, mas tão específico, que a probabilidade é que ninguém mais tenha pensado na mesma coisa! Somos então obrigados a ver coisas como:

#adorobigmaccomcocacoladiet
#revoltadocomimpostoderenda
#minhafilhotaestacrescendo
#cagandoeacabouopapelhigienico

Entre outras pérolas... Ou pior, quando colocam todas as palavras com esse hashtag na frente, como por exemplo:

#eu #fui #no #mercado #comprar #batata-frita

Isso quando não apelam para o "internetês"... Tá bom, eu até tolero certas gírias como escrever "vc" em vez de "você", mas tem umas que são simplesmente intragáveis. A pior de todas pra mim são aqueles que escrevem "naum" em vez de "não". Pôrra! Ou então quem escreve "Isso aew" em vez de "isso aí", dá vontade de enfiar um garfo na garganta.

Voltando à questão dos hashtags, é impressionante como as pessoas conseguem estragar as coisas que foram pensadas com um propósito prático. Criar temas quilométricos não ajuda em nada para categorizar a postagem ou tweet, é uma estupidez. E tematizar cada uma das palavras individualmente é completamente desnecessário, em achar que a pessoa que está lendo vai querer procurar sobre todos os assuntos precedidos pela cerquilha. Acredito que muitos fazem isso por modinha, nem sequer suspeitam para que serve o hashtag.

Exemplo disso é ver com tem um monte de cretinos acéfalos que usam as hashtags em sites que não as reconhece!


Sim, hoje é o que mais tem, a quantidade de idiotas que cisma em colocar hashtags em postagens e comentários do Facebook é maior do que o número de flamenguistas que só consegue assinar documentos marcando um X ou usando a digital. Tanto que pelo que tudo indica a rede social achou mais fácil tentar incorporar esse recurso no seu site do que ensinar a esse bando de estrupícios que eles estão perdendo tempo em colocar um # na frente de tudo...

De qualquer forma, as hashtags vieram para ficar, gostem delas ou não. Embora para mim elas são tão insignificantes, pois não tenho essa merda de Twitter e não vou ficar procurando outras postagens sobre o mesmo assunto. Acredito que a única utilidade das hashtags para mim é quando eu ver alguém escrevendo alguma coisa como #adoroonedirection é um sinal para mandar essa pessoa pra puta que pariu. Ou, fazendo como o pessoal de hoje entende...


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