Papel Higiênico

Outro dia eu estava de viagem a serviço, e felizmente nessa eu estava viajando sozinho, sem ninguém mais da empresa. É a melhor coisa que tem na minha opinião, ter a privacidade de ficar sozinho no quarto do hotel só traz vantagens: poder dormir a hora que quiser, sem ter que encarar um banheiro fedido depois de seu companheiro de quarto ter dado uma cagada, poder escolher qual das camas vai usar, poder assistir o que quiser na TV, não ter que dividir espaço no armário e poder liberar golfadas de metano sempre que for necessário. Sério, em certas viagens dava até vontade pagar a diferença e ficar em um quarto sozinho, para evitar determinados companheiros de quarto e ter mais privacidade...
Mas tem horas que pode ser até um pouco solitário, principalmente quando a cidade para onde você está indo não oferece muitos atrativos que o motivam a sair, e boa parte do tempo a melhor coisa a fazer é ficar no quarto vendo televisão ou jogando algum jogo no computador. Foi o caso dessa minha última viagem... Quando não se tem muito o que fazer, acabo me distraindo com pequenas coisas para passar o tempo, coisas às vezes que são tão comuns de nosso dia a dia, me fazendo perguntas que normalmente nunca teria pensado. E dessa vez, comecei a divagar sobre o papel higiênico...
Uma dupla inseparável!
Sim, pode parecer estupidez ou babaquice, mas é a mais pura verdade. Num desses dias de minha viagem, estava lá "passando um fax" quando meus olhos recaíram sobre o rolo de papel higiênico. Achei curioso como ele era todo texturizado, com desenhos de patinhos. Muito curioso todo o cuidado que tem para fazer o papel todo assim bonito e enfeitado, dá até pena limpar seus excrementos com algo que era tão bem feito. Com a curiosidade digna de George Costanza, após ter terminado de praticar rapel sentado no banheiro, comecei a pesquisar na Internet sobre as origens do papel higiênico (viva o Wikipedia!), dando origem a um dos posts mais "nojentos" aqui do blog. Ainda influenciado pelo Costanza, a primeira pergunta que me veio à cabeça é como os povos mais antigos faziam para se limpar após o número 2? Aparentemente os chineses, lá pelo longínquo século VI, que já usavam folhas de papel para limpar suas bundas amarelas, Provavelmente era algo relegado apenas às cortes imperiais, o povão devia se virar de outra forma. Claro que o papel higiênico não era como conhecemos hoje, tratavam-se apenas de folhas de papel destinadas para esse fim, e na época já haviam até pensado em borrifar perfume nas folhas, para deixar aquele cheirinho de flores do campo no orifício retrofuricular depois de largar um torpedo... É, muitas invenções vieram lá da China, mas e como os demais povos antigos se viravam depois de uma barrigada? Normalmente os ricos tinham à sua disposição lenços de seda ou lã para esse fim (será que eram descartáveis ou limpavam para aproveitar depois?), mas os vagabundos mais pobres tinham que se virar com o que estivesse mais perto. Aí o importante era ser criativo e escolher algum meio para se limpar que fosse eficiente e, se possível, que não traumatizasse muito a sensível região posterior. Folhas de árvores pareciam ser a solução mais inteligente, além de ser um material biodegradável e em abundância na natureza deveria cumprir bem sem papel. Uma folha de bananeira seria uma boa pedida depois de uma diarréia, imagino eu. Existem até relatos de que folhas de maconha também eram usadas, muito doido! Mas nem sempre haviam folhas à disposição, e nesse caso muitas opções usadas pelos povos antigos eram simplesmente absurdas, como marinheiros que usavam cordas para se limpar. Caramba, tive o desprazer de imaginar a cena do marinheiro pegando um pedaço de corda e passando entre suas nádegas, devia arder pra burro! Certamente o cara ficava assado depois de largar um barro e se limpar usando uma corda.
A tática do rapel poderia ser usada para limpeza nas alturas.
Outra idéia meio absurda tiveram os gregos, que usavam pedras para se limpar, tinham que ser bem lisas e redondas para não machucar. Sem brincadeira, não imagino que usar pedras para limpar bosta seja muito eficiente, acredito que era mais uma desculpa dos gregos antigos, que eram meio chegados em dar "marcha a ré no quibe"... Por sua vez, os romanos bolaram um sistema mais engenhoso, que consistia de uma esponja presa num pedaço de madeira. Até aí uma boa idéia, o cabo de madeira ajudaria a alcançar a flor de oríba com maior facilidade, mas depois de cada passada a esponja era limpa em um balde com água salgada, puta merda isso devia arder muito!
Típica esponja com água salgada usada para limpar a bunda
Houve outras idéias, dependendo da região e da disponibilidade, o cara podia se limpar com musgo (devia melar a bunda toda), neve (para uma sensação refrescante) e feno (cagando a comida dos cavalos). Agora, uma idéia simplesmente besta veio de nossos patrícios, em Portugal antigamente era comum usar espigas de milho debulhadas pra limpar a bunda! Puta merda, tem idéia mais escrota? Não quero nem imaginar a cena, o português enfiando uma espiga de milho no rabo pra se limpar... Apenas para um pouco de cultura inútil, um escritor francês chamado François Rabelais deu destaque a questão da limpeza do terceiro olho em um de seus romances. Em um capítulo, o personagem principal da trama começava a pensar sobre a melhor forma de se limpar depois de cagar, concluindo que o pescoço de um ganso era o meio ideal para a limpeza perfeita, pelas penas macias e formato adequado. Bem, imagino que o ganso não tinha que estar vivo para essa abordagem, seria meio perigoso o bicho se revoltar e dar uma mordida nas suas bolas. Sem falar que seria bem desagradável para o pobre ganso... E na ausência de tudo isso, o que restava? Se não houvesse nada para se limpar, o jeito era usar a mão mesmo, alternativa ainda usada em alguns lugares hoje em dia. Para certos povos, o detalhe é que deve-se usar a mão esquerda para se limpar... O papel começou a ser produzido de forma mais comercial no final do século XIX nos EUA, inicialmente ainda como folhas soltas e empilhadas. Mas logo alguns anos depois surgiu o hoje tão conhecido rolo de papel higiênico, juntamente com o suporte. E com isso, surgiu também o famoso dilema: como o rolo deve ser colocado, com o papel saindo por cima ou por baixo? Eu pessoalmente prefiro com o papel saindo por cima, é mais fácil de puxar e cortar, algo fundamental quando você está atrasado e precisa se limpar rápido. E hoje chegamos a grande variedade de papéis higiênicos, é só dar um pulo no supermercado para ver que hoje tem de tudo: folhas duplas, com decorações em relevo dos mais diferentes tipos, umedecidos, perfumados e assim vai. Claro, em certos lugares como banheiros públicos em escolas e rodoviárias ainda é comum encontrar aqueles papéis reciclados, duros que nem uma lixa e que te deixavam todo assado... Embora nesses lugares pode ser considerado sorte encontrar um rolo de papel disponível... E quanto ao futuro? Eu não sei, mas pessoalmente acho que o design do papel higiênico não deve mudar muito para os próximos anos. E honestamente espero que não, certamente eu passaria pelos mesmos maus bocados que o Stallone no filme "O Demolidor", tendo que se virar com as 3 conchas para limpar a bunda... Sinceramente, acho que nunca fiz uma postagem tão escrota assim! Vou ficando por aqui, pois todo esse papo de papel higiênico me deu uma vontade de "despachar um deputado"...

Comentários

Jovem Amante disse…
Cara apesar de na ter nenhum seguidor sues posts sao otimos...
Principalmente esse...
AdrielliMartins. disse…
Cara,não sabia que a origem da papel higiênico era essa. Mas "graças a Deus" Eu não sou dessas épocas !
Muito engraçadas as postagens.
kkkkkkkkkkkkk