Moe! Ninja Girls - pela última vez (de verdade)!

Pois é, eu não tive como deixar de fazer mais uma postagem sobre esse simpático joguinho. Sei que eu havia prometido não encher mais o saco de vocês com o Moe! Ninja Girls, mas eu acabei não resistindo em fazer o verdadeiro fechamento, uma vez que agora eu terminei a história e posso dar minhas impressões sobre a conclusão da rápida trama, envolvendo o atrapalhado ninja Kazuki (ou seja lá o nome que você usa pra jogar com ele) e seu harem de ninjas. Até pelo fato de que tivemos alguns personagens novos, seria maldade deixá-los de fora. 

Não vou repetir toda a mesma introdução, foram vários posts sobre esse jogo de estilo visual novel que se assemelha em muito aos clássicos livrinhos de "Escolha sua Aventura", e que provavelmente pouca gente conheça e se importe. Eu inclusive fiz uma espécie de resumo dos textos que eu escrevi na postagem anterior, falando do jogo original, do RPG que durou pouco tempo e o breve retorno da história, até o anúncio de que não teremos novas continuações a partir deste mês de abril. 

Pois é, quem curte o jogo ficou bem desanimado com a notícia de que não teremos novas histórias. O mais frustrante de tudo, pelo menos na minha opinião, é que um novo arco havia sido iniciado recentemente, mostrando o personagem principal começando a vida universitária junto com seus amigos. Mas não durou muito, e em apenas quatro temporadas chegamos ao final da jornada. Me faz pensar que talvez teria sido melhor que o MNG original tivesse terminado mesmo no final de 2020, depois de anos de aventuras, com uma conclusão até razoável, apesar da overdose de novos personagens que foram "enfiados de última hora" na temporada derradeira. 

Cabe ressaltar que o RPG terminou mesmo. Inclusive ele encerrou completamente sua operação no dia 30 de março. Já não estava mais disponível nas lojas de aplicativos, e mesmo aqueles que ainda tinham instalado não conseguem mais usá-lo. Agora ele se tornou um mero ocupador de espaço nos celulares de quem ainda insiste em mantê-lo.

A partir desse ponto em que o RPG se extinguiu, eu gostaria de comentar como que achei ruim essa estratégia de encerrar o aplicativo, embora até compreenda que isso tem a ver com o sistema usado pela Solmare, empresa que produziu os títulos. Diferente de outros jogos, em que o conteúdo é baixado uma vez apenas e permanece no seu dispositivo, entendo que a série do Moe! Ninja Girls só instale os arquivos mais fundamentais e básicos do programa. Por outro lado, as histórias e combates (como é o caso do RPG) são baixados no momento em que são solicitados, acredito eu que para uma pasta temporária. Assim, é necessário estar em constante contato com o servidor de arquivos para ver o conteúdo. Sem dúvida tem o ponto positivo de economizar um pouco de espaço no celular da pessoa; mas aí exige que os servidores fiquem no ar, o que resulta em custo. Certamente a empresa não fará isso para um jogo que descontinuou.

É diferente, por exemplo, do Cause of Death, joguinho que eu já falei aqui faz algum tempo e se assemelha ao estilo do MNG, embora com um foco totalmente diferente, em investigação policial. Quando ele encerrou as atividades, colocaram os "livros" com as histórias em promoção para quem quisesse baixar, isso para aqueles que não tinham baixado na época em que cada uma foi lançada (ou seja, quem tinha começado no início já tinha tudo). Assim, ainda hoje qualquer um pode jogar novamente Cause of Death, desde que ainda o tenha instalado em seu dispositivo. E é assim com vários outros jogos, mesmo de outros estilos.

Seria legal se a Solmare fizesse algo parecido. Pelo menos com o visual novel, já que entendo que não seria um volume muito grande de arquivos: afinal de contas, seria necessário manter apenas os sprites dos personagens (que já são bem otimizados) e textos com as histórias. Pelo menos para mim não me parece um volume grande de informação. Mas acho que isso faz parte de uma nova estratégia dos videogames, em que muitos deixaram de ser diversões que, uma vez você adquire, as terá para sempre...

Enfim... é importante comentar que o encerramento de atividades se deu no RPG somente, enquanto que o jogo original continua ativo. Ou seja, está disponível nas lojas de aplicativos e todas as temporadas podem ser jogadas normalmente, só não teremos novos conteúdos, daqui em diante talvez só coloquem "reprises" de eventos no ar. Vale ressaltar também que fizeram uma alteração na mecânica do jogo após o término da história, de forma que os tickets azuis gratuitos (usados para ler as histórias) agora são recarregados mais rapidamente, a cada duas horas em vez de quatro. Isso ajuda a aumentar a velocidade de leitura das histórias, para que os jogadores possam jogar com mais frequência.

Porém, não é exagero imaginar que um belo dia chegará o aviso de que os servidores serão desligados e o Moe! Ninja Girls deixará de existir para sempre, pelo menos como jogo. Não adianta chorar...

Esse é o pensamento comum, muita gente imagina que isso acontecerá mais cedo ou mais tarde, talvez em cerca de um ano. Não sei... Claro que ainda tem fãs que acreditam em um novo retorno, com uma nova série, de forma semelhante ao que já aconteceu; mas eu não acredito, vendo como os produtores se despediram nas redes sociais, dando a impressão de que vão focar em outros projetos no momento. Claro que parte de mim torce para que eu esteja errado e o Moe! Ninja Girls retorne uma segunda vez. Mas a voz da razão me faz acordar para a realidade que dessa vez é pra valer.

Faço até um breve comentário sobre esses acontecimentos. Minha impressão é que a Solmare tinha conseguido conquistar uma grande base de fãs para MNG com seu jogo original, que agradava não apenas por conta de seus personagens muito cativantes, mas por seguir uma linha bem amigável com o jogador F2P (sigla que significa free-to-play) que não ia gastar dinheiro com o jogo. Dava pra seguir a série sem gastar um centavo, contando com uma certa paciência e regularidade (tipo, jogando pelo menos uma vez por dia). Pensando em aumentar o faturamento, entendo que criaram o RPG, que não apenas exige mais dedicação do jogador (e assim o motiva a gastar algum dinheiro para avançar), mas também trazia um formato diferente, mais com cara de "jogo de verdade" e não apenas uma história, o que possivelmente aumentaria a quantidade de jogadores interessados. E aí nesse momento é que tivemos o primeiro fim do visual novel, já que dava a impressão que os escritores focariam em histórias para o novo jogo.

O problema é que mudaram muito os personagens no RPG. Tudo bem que os novos eram interessantes, mas alguns originais foram sumariamente removidos (como Johnny, o atrapalhado amigo do protagonista que rendia boas gargalhadas) ou tiveram suas participações reduzidas (como a sofisticada Hotaru, que deixou de ser uma heroína para virar personagem secundária). Além disso, ainda tentaram reiniciar a história, começando do zero com uma série de mudanças na trama. Ficou chato na minha opinião, pois vimos releituras de episódios que os fãs conheciam, sem falar que a personalidade de muitos personagens foi bem alterada, a ponto de confundir quem os conhecia do visual novel.

Resumindo: afastou os fãs da série original, pois muitos deles não se animaram com o reboot. E também não agradou muito aos novos jogadores, que viram apenas mais um jogo que só dava pra avançar com muito esforço e gastando algum dinheiro. 

Diante disso, parece que a empresa deu meia-volta e tentou reerguer o jogo original, trazendo uma nova trama focada na universidade, com o título The College Years. Mas aí muitos dos fãs do início já tinham seguido seu rumo e provavelmente não voltaram. Soma-se a isso o fato de que aqueles que vieram do RPG se sentiram como "pegando o bonde andando", já que ficava aquela sensação de ser necessário ler as trinta temporadas da trama da escola antes de começar com o arco na universidade (embora não obrigatório, altamente recomendado para entender o que tinha acontecido). Sem falar da diferença de personalidades dos personagens, diferentes agora para quem estava vindo do RPG. Por fim, a própria história dessa continuação não tinha o mesmo apelo da original, desanimando os fãs mais ferrenhos. Talvez se tivessem lançado um novo aplicativo (ainda que baseado no mesmo sistema), teriam ao menos conseguido uma promoção mais forte que atrairia mais gente.

Bom, chega de teorias. Vamos falar do fim da história. E mencionar alguns dos novos personagens, sem falar daqueles que foram "reciclados". Adianto que vou citar aqueles que já fazem parte da aventura, então caso não saiba a quem estou me referindo ou se não faz ideias de quem são os personagens principais, olhe nos posts anteriores. 

E a verdade é que aconteceu aquilo que eu imaginava: terminaram a história às pressas. Não sei dizer em que momento que tomaram a decisão de encerrar a trama, minha suspeita é que decidiram isso no final do ano passado, antes de lançar a 3ª temporada. Acredito nisso pois nela tivemos até um certo volume de novos personagens que apareceram e o ritmo da aventura ficou frenético, com o surgimento da vilã Fausta (que não tem nada a ver com o Faustão) e os parentes dos protagonistas que voltaram à vida por conta de sua magia. Independente de quando tenha sido essa decisão, ficou bem claro que os produtores correram contra o relógio, para arrumar algum final para uma trama que parecia ser maior. 

Não vou tomar muito tempo explicando todos os detalhes da história. De forma resumida, o clubinho de ninjas se organiza para derrotar a feiticeira do mal, e isso envolve não apenas encontrar outros aliados para ajudar mas também "encantar" alguns objetos mágicos (a espada de Kazuki, um pingente que Akari herdou da mãe e um espelho mágico de Hotaru), que serão usados para derrotar os mortos-vivos despertados por Fausta. Claro que isso envolveria também que alguns dos integrantes da turma teriam que enfrentar os fantasmas de seus parentes: como mencionei no último post, tem o pai de Kazuki (aliás, vale comentar que foi divulgado recentemente que seu nome é Goki), o pai de Akari e os pais de Lily e Elly, todos eles lutam ao lado de Fausta, apesar de ser bem perceptível que eles o fazem contra sua vontade. E ainda tem Itsuno, aluna da escola que quer se vingar de Kazuki, que matou seus pais depois que ele despirocou no capítulo final do arco da escola. Eu já havia citado esses vilões no post anterior, que apareceram na terceira temporada.

Mas os novos personagens não se limitam a vilões. Algumas que tiveram um certo destaque foram duas garotas que apareceram quando a turma estava buscando como encantar os objetos. A ruivinha sapeca é Kaede Seki, que lidera uma vila inteira quase como se fosse uma chefona da máfia, mesmo sendo muito jovem. Apesar disso, é bem amiga e astuta, sempre convencendo todos a fazer o que ela quer. E a tímida do lado dela é sua melhor amiga, Makie Kakuzu, uma menina de poucas palavras e que atua quase como guarda-costas particular de Kaede. Curioso é que ela adora coisas de terror (como a baixinha Myu) e tem um certo medo que a toquem, a ponto de gritar e arremessar o "agressor" longe. Claro que Kazuki acaba sofrendo bastante com isso, como era de se esperar com um protagonista azarado e atrapalhado como ele...

Como era de se imaginar, as duas são ninjas também. Afinal de contas, Kaede é a líder de seu clã, lutando ferozmente com um par de bestas. Por sua vez, Makie assume um visual bem diferente, colocando um chapéu do Rayden e cobrindo os olhos com uma venda. E é talvez uma das melhores lutadoras da série, com todo aquele estilo de combater sem precisar da visão, como o Van Damme no Grande Dragão Branco. Embora sem passar pelos micos que o Van Damme passou nesse clássico da Sessão da Tarde.

Ao longo da aventura temos mais uma série de ninjas que se junta ao grupo. Afinal de contas, Fausta parece ser uma vilã daquelas que quer dominar o mundo, e assim temos um monte de aliados que aparecem, da mesma forma que no primeiro arco da história. A grande diferença é que lá atrás optaram por trazer as novas personagens apresentadas no RPG e algumas outras que aparentemente iam ser apresentadas mais adiante em um dos jogos. Ou seja, eram personagens de verdade, contando com sprites e expressões. 

Dessa vez, entretanto, acho que a correria para fechar o jogo foi muita, e assim apenas Kaede e Makie tiveram um tratamento visual digno. Outras ninjas e personagens vieram naquele estilo manjado de MNG, como meras silhuetas pretas. São essas quatro aí abaixo: Chosa Kesennuma, Yahime Mishima, Ryoko Kino e Yume Ureshino.

Sei lá porque eu coloquei seus nomes. Acho que pelo fato que eu tenha a suspeita que essas quatro ninjas provavelmente seriam novas candidatas ao harem de Kazuki.

Faço um parênteses para falar mais uma vez o que eu penso dessa ideia de personagens como meras silhuetas. Para mim esse é um grande ponto negativo da série Moe! Ninja Girls, pois passa uma impressão de algo acochambrado. Pior de tudo é que dá para ver como os traços são relativamente detalhados, como quando vemos o cabelo, o que faz pensar que devem ter desenhado algo. Eu até entendo que personagens terciários (ou seja, menos relevantes do que os secundários) não precisariam de um tratamento tão exagerado; mas, pôxa... pelo menos fizessem um sprite com uma expressão neutra, já seria suficiente. Fica muito sem graça quando vemos essas sombras, ainda mais quando estão conversando com outro personagem "normal". 

Especialmente quando temos alguns personagens que mereceriam uma certa atenção maior. Além dessas ninjas, poderiam ter feito sprites para a mãe de Oka, que aparece nessa temporada, o avô da samurai Setsuna, que é outro morto-vivo ressuscitado, ou até mesmo a sereia que se torna namorada de Johnny.

Pois é, esse monte de sombras é muito escroto. E para evitar (ou pelo menos reduzir) o uso de silhuetas boçais, os produtores trouxeram alguns personagens do RPG. Quem viu a postagem que fiz vai reconhecer o/a Yasuna, que é o "binário" do elenco, que ora é apresentado como homem mas na verdade é uma mulher. Sei que animações japonesas costumam criar personagens andróginos (como aquele de rosa do Cavaleiros do Zodíaco), mas fica evidente que se trata de uma certa tentativa de agradar aos politicamente corretos. E à direita está o nerd Toya, que no RPG começava como um mero aluno mas na verdade era um deus do mal responsável por toda a bagunça. Aqui ele ainda é um deus disfarçado (embora parece que ninguém saiba disso) e que atua como técnico da organização ninja Obnubi. E só para não ficar um ar de reciclagem total do outro jogo, mudaram a cor da camisa dele, que era branca.

Ah, mas e a mocinha do meio? Bom, essa aí é a terceira e última personagem nova que foi apresentada na última temporada e que foi desenhada de verdade. Trata-se de Kirino Saion-Ji, mãe de Enju e que também é parte da organização, mas estava sempre no exterior e longe da família. O engraçado é que ela é o completo oposto de sua filha: enquanto Enju é tímida, nervosa e gosta de descer a porrada em Kazuki, Kirino é brincalhona e avoada, como se fosse uma adolescente. Com isso acaba gerando aqueles momentos descontraídos e hilários quando as personalidades das duas entram em conflito.

Falando de conflito, uma parte crucial da história consiste na tal busca pelas armas encantadas. Não quero me alongar muito, mas basicamente descobrimos em um determinado momento que existem três itens especiais: a espada Kamuy de Kazuki, uma jóia chamada Izumo que Akari herdou de sua mãe e um misterioso espelho chamado Yata no Kagami, em posse de Hotaru, todos eles já conhecidos dos jogadores que acompanham há mais tempo. Apenas essas três armas eram capazes de destruir os mortos-vivos, e para isso era necessário "encantá-las". O que na verdade significava fazer com que os espíritos que habitavam esses itens sagrados aceitassem seus donos e assim emprestassem seu poder para eles.

Vai uma figura para mostrar esses "personagens", que são as personificações desses objetos. No meio está Kamuy, que já havia aparecido em alguns momentos nas histórias anteriores, e que tem um estranho senso de humor com os mortais. E os outros dois acabam assumindo a aparência de suas donas. Uma saída bem prática para não ter que criar novos sprites.

Claro que isso indicaria que apenas Kazuki, Akari e Hotaru poderiam enfrentar os zumbis. E aí surge a ideia um "ovo mágico" (isso mesmo) que podia ser usado para gerar armas encantadas. Embora não tão fortes como as três acima, seriam suficientes para que os demais ninjas tivessem como lutar. 

Como não dá para deixar de lado as coisas do cotidiano (que servem de pano de fundo para que o protagonista seja bolinado por suas pretendentes), a batalha final viria a ocorrer durante o festival da universidade. Algo como se fosse o fim do semestre, com vários shows, eventos, gincanas e outras amenidades, que são típicas de uma escola de primário. Ora, sabemos bem que em uma faculdade esse tipo de festa envolveria muita cerveja e putaria. Enfim, mas acontece que Moe! Ninja Girls não iria apelar para algo tão baixo... embora tenha apelado um pouco.

Se você leu a postagem anterior, já sabe que o novo arco da vida universitária de Kazuki elevou um pouco a temperatura do relacionamento com as suas muitas amigas ninjas. Se na época de colégio vimos um protagonista meio denso e lesado, incapaz de ler nas entrelinhas e que nunca percebia as investidas mais afetuosas das garotas, agora na universidade ele aparentemente amadureceu, assumindo mesmo o papel de dono de um harem de mulheres lindas, o verdadeiro ladies man

Ou seja, não apenas Kazuki começa a perceber que tem dezenas de garotas que gostam dele, sem falar das várias pretendentes ao casamento arranjado que foi apresentado no início do The College Years, mas também ele começa a agir de forma mais ativa, como era possível ver nos finais mais novos, onde fica implícito que um momento de maior intimidade é compartilhado com a heroína escolhida no final de cada temporada.

Bom, pois isso fica evidente quando temos uma cena que é o ensaio de um concurso de biquini... sim, por isso que disse que apelaram um pouco, ao criar um torneio que por um pouco mais seria uma disputa de uma competição de camiseta molhada. Como esperado, as onze protagonistas participam da peleja, e mesmo sendo apenas um ensaio todas elas jogam um charme descarado para Kazuki, que fica babando por elas todas.

Pois é...

Eu digo que essa mudança de rumo me desagradou um pouco. O engraçado das histórias originais era ver um sujeito desengonçado e totalmente sem noção, que tinha aqueles momentos de force majeure. Tipo, em que tropeçava e caia no colo de uma garota ou que tateava no escuro e acabava achando os peitos de uma de suas amigas, rendendo uma reação diferente de cada uma delas (tipo, a nervosa Enju sempre dava uma porrada nele, a sedutora Tengge o atiçava e assim por diante). Parece que, ao entrar na universidade, Kazuki se tornou um tarado que vive de barraca armada por suas amigas ninjas, como um cachorro no cio, igual àquele lobo do desenho do Droopy.

Vale comentar que a foto acima mostra que, apesar de várias personagens terem sido apresentadas (muitas delas que estavam participando da "competição" pelo casamento), as verdadeiras protagonistas continuaram sendo as nove originais, juntamente com Oka e Yozuki, que vieram do RPG e foram "promovidas". Sobre as outras, a loirinha Ran era uma das pretendentes ao matrimônio mas quase não apareceu na história e a CDF Iori em nenhum momento demonstrou qualquer interesse pelo protagonista e foi quase uma personagem terciária. Waka, por sua vez, apesar de não se apresentar como um par romântico para Kazuki, até teve uma certa participação na história, servindo de hospedeira para Izanami, uma divindade mística que entrega o tal "ovo mágico" para a turma. Mas sem nenhum sprite diferente, apenas pintaram seus olhos de vermelho para mostrar os momentos em que estava possuída.

Bom, mas vamos voltar para a história em si. Com o desenrolar da trama, descobrimos que Fausta pretende despertar um deus maléfico por algum motivo (que chamam de "kami" na história, sei lá por que), e decidiu fazer isso exatamente durante o festival da universidade. Mais uma daquelas conveniências de histórias e fantasia, poderia fazer em qualquer outro dia ou mesmo não dizer quando o faria (vilões geralmente falam demais). De qualquer forma, dessa vez nossos amigos ninjas estão melhor preparados, sem falar que as armas mágicas ainda permitem que Akari, Hotaru e mesmo Enju (usando o "ovo mágico") sofram um power-up e fiquem fortonas.

Tipo como acontecia em inúmeros jogos de videogame. Só de bate-pronto, me lembro do Altered Beast e do Pit Fighter onde tinha essa do personagem ficar forte depois de pegar um item especial.

Ah, sim. Altered Beast... aquele clássico pseudo-homo-erótico que vinha nos primeiros consoles do Mega Drive aqui do Brasil, com os dois sujeitos que andavam pelos cantos de tanguinha e ficavam bombados depois de comer a pílula anabolizante, falando o manjado "power-er up!". 

Voltemos ao Moe! Ninja Girls... Com um trio de heroínas fuderosas e um monte de armas mágicas, Kazuki e seus amigos finalmente conseguem derrotar os mortos-vivos, com direito a cenas emocionantes quando certos personagens finalmente vencem seus pais, enviando-os de volta ao descanso eterno. Mesmo Itsuno, que não é uma morta-viva, é "salva" de certa forma, ao tirarem um antigo espírito maligno que estava controlando suas ações.

E não, esse antigo espírito não era o Mumm-Ra. Só me lembrei dele por conta dessa frase que escrevi. 

Nesse momento vale falar que, além dos parentes dos ninjas, tem mais um vilão que veio do mundo dos mortos do RPG. Trata-se de Hibiki, que era um dos primeiros inimigos do outro jogo, um sujeito marrento com o poder de controlar papel. Sim, chegando ao ponto que ele podia se transformar em um monte de pedaços de papel para escapar dos ataques. Sério, um poder tão escroto ao ponto que ninguém o leva a sério... apesar dele ser um dos que mais deu trabalho.

Depois de toda a porradaria, finalmente chegamos ao clímax quando o clube de ninjas vai enfrentar Fausta. E é nesse momento em que o final se mostra ainda mais apressado, uma vez que o plano da bruxa era justamente trazer um deus maléfico... que era o mesmo Amatsu, chefão final da primeira parte da história.

Pois é. Poderiam ter criado um novo vilão, ou mesmo a feiticeira peituda poderia partir para o ataque. Em vez disso, os desenvolvedores simplesmente trouxeram de volta o azulão que já tinha sido vencido há pouco tempo. Lembrando que esse Amatsu estava antes "dentro" de Kazuki, depois de ter sido dominado pelos vilões da história anterior.

Mas o pior de tudo é que não temos uma mega batalha para encerrar a história. O que acontece é que Amatsu está de saco cheio de tudo e não quer continuar ali. Para não destruir o mundo, ele oferece um acordo: que Kazuki o deixasse "entrar" dentro dele.

Não, não pense bobagem! O protagonista não será sodomizado por um projeto de Avatar chifrudo. Ele apenas seria absorvido pelo herói, ficando adormecido em seu corpo, da mesma forma que antes. Um dia, sabe-se lá quando, ele poderia decidir tomar seu corpo de volta para fazer o que quiser... mas ele só queria sumir mesmo, talvez por não aguentar mais estar na história. Kazuki aceita, absorvendo a criatura, mas sem nenhum efeito colateral (pelo menos por enquanto). E pronto, dessa forma a ameaça de destruição do planeta é evitada.

E quanto à Fausta? Você acha que ela ficaria revoltada e partiria para o combate? Que nada... ela estava apenas querendo mostrar para si mesma que poderia reviver um deus, só isso. Satisfeita com seu sucesso, ela se entrega para as autoridades...

Sinceramente, eu acho que esse final foi muito tosco. Sem brincadeira, um fim sem pé nem cabeça, como se o tempo estivesse acabando e os produtores decidiram arrumar uma forma qualquer para encerrar a história o mais rapidamente possível. Nem mesmo uma luta épica ocorreu! O vilão se cansou e decidiu ser absorvido pelo Kazuki, e a vilã simplesmente se entrega de forma passiva... Muito brochante... Embora logo mais você verá que ainda conseguiram chegar num ponto mais absurdo ainda, em um dos finais.

Com isso, a aventura termina e o mundo está salvo mais uma vez. Tem ainda a questão do casamento arranjado, em que Kazuki escuta a declaração de amor de todas as garotas, mesmo daquelas que não estavam na disputa pelo matrimônio. No final ele acaba decidindo por não decidir (isso mesmo, palavras exatas do jogo), se comprometendo em se tornar um bom chefe de sua vila, e quando o momento chegasse ele escolheria sua esposa, e não apenas se casaria por conveniência. 

Nessa questão eu até achei que foi uma saída honrosa, "salvando" um pouco o final. Deixou aquele ar de incerteza, sem que o protagonista escolhesse uma delas na história. Assim, cada jogador poderia imaginar que a sua heroína preferida, dentre tantas, seria a escolhida. Lembrando que desde o primeiro "final" do visual novel é possível jogar os epílogos de cada uma das nove personagens principais, contando a história de como Kazuki se declarou e o início da vida familiar, onde ele acaba tendo uma filha, coincidentemente sempre muito parecida com sua esposa, independente de qual seja. Por exemplo, a imagem abaixo é do final de Kazuki com Tengge, em que estão juntos com sua filhinha, Hanna.

Isso acontece com todas as nove protagonistas, em cada epílogo sempre é uma filha que parece uma miniatura da mãe. Só para referência (vocês sabem que eu gosto de listar tudo): Matsuri é a filha com Akari, Shumei é o nome da filha com Enju, Mizuka é a filhinha de Ricka, Towa é a filha com Myu, Uika é a filhota de Yamabuki, Anri é o nome da herdeira de Lily, Yui é a prole com Nanao e Hinowa a filha com Hotaru.   

E esse assunto de filhas é que traz um outro ponto curioso sobre o fechamento a história... Algo que acaba sendo simplesmente absurdo, e pessoalmente deixa uma certa "mancha" no encerramento da série.

Se você jogou ou ao menos leu minha última postagem, deve ter percebido que nessa temporada fomos apresentados a outra ninja, chamada Hanna. Com um passado misterioso, e que curiosamente dividia o apartamento com Tengge, sem falar que em diversos momentos se mostrava um pouco incômoda ao ver Kazuki cercado de mulheres. E nos últimos capítulos descobrimos que ela veio do futuro, no momento em que ela se despede e atravessa um portal para voltar para seu tempo.

Imagino que nessa altura o bom entendedor já percebeu a evidente coincidência, ainda mais pelo fato que eu fiz questão de comentar o epílogo de Tengge com aquela imagem mais acima. Se não, eu solto o spoiler: essa Hanna é a filha de Tengge, que voltou do futuro. 

Eu sei. Bizarro, não? Apelar para viagem no tempo foi muita forçação de barra na minha humilde opinião. Tudo bem que estamos falando de um mundo com ninjas, dragões e magias... mas viagem no tempo eu acho que passou um pouco dos limites para essa história em particular. Descaradamente uma referência ao "De Volta Para o Futuro" com um filho encontrando seus pais no passado, especialmente quando vemos a reação de Yamabuki ao descobrir que Hanna tinha uma máquina do tempo, fazendo uma evidente alusão ao mítico DeLorean.

Mas, aguenta aí que ainda piora. Vamos lá.

Se você se lembra da mecânica do jogo, explicada na primeira postagem do MNG, de acordo com as respostas das perguntas você acumula pontos para se aproximar de uma das duas heroínas principais, e conseguindo pontos suficientes dava pra escolher o final com uma delas. Ou então tinha que se contentar com o final "normal", onde Kazuki não pegava ninguém. Isso só mudou na temporada 30, última do primeiro arco da trama, onde criaram o final verdadeiro, o feliz e o ruim. Mas, para encerrar o arco da universidade e o jogo, dessa vez os desenvolvedores escolheram Akari e Enju como "prêmios", que na prática são as protagonistas principais, desde o primeiro capítulo. Nada de muito especial nos seus finais, apenas mais suas situações onde Kazuki "molha o biscoito" como vinha acontecendo recentemente. 

E se você conseguisse completar esses finais dentro do prazo promocional (algo costumeiro sempre que uma temporada é recém-lançada), teria direito ao "super early bird" com uma história extra mostrando um pouco do futuro com uma delas. O curioso é que em ambos os finais aparecem as ninjas adultas (como nos epílogos), e todas elas com suas filhas, com os nomes que citei acima. O que já deixava uma certa dúvida no ar... Como assim, todas as filhas estavam presentes?

Dúvida essa que acaba sendo elucidada no final "normal", que mostra o retorno de Hanna ao futuro. Aparentemente, sua missão era impedir que Kazuki absorvesse o demônio, pois isso viria a causar problemas na linha do tempo dela. Mas ela tinha também uma missão em particular: garantir que ela fosse a "única" filha de Kazuki.

Preparado para a loucura? Na verdade, Kazuki havia se casado com todas as suas pretendentes e mais algumas outras, trinta no total. E teve filhos com a grande maioria delas.

É, meu amigo... poligamia ao extremo.

No final das contas, Kazuki de "casou" com praticamente todo mundo, gerando assim uma família imensa. Não apenas as suas amigas do clube de ninjas, mas todas as pretendentes ao casamento arranjado e até mesmo outras garotas, como o trio de cantoras e até Itsuno, aquela menina que até pouco tempo estava querendo se vingar dele. 

Vale comentar um pouco que Kazuki ainda tinha aquele demônio azul dentro do corpo. Assim, para evitar qualquer problema, ele é colocado em suspenso num tanque cheio d'água e o mesmo com suas esposas, de forma que elas atuem como uma espécie de "selo" para evitar que ele perca o controle. Diante disso, vemos então uma pequena trama onde alguns filhos (como Matsuri, filha de Akari, Shumei, a filha de Enju, e o inédito Tobi, praticamente uma duplicata de Kazuki que é seu filho com Tsubame) acabam se aliando à Fausta, para assim matá-lo e permitir que suas mães fiquem com eles. 

Nem vou perder meu tempo com os sprites dos filhos. Com exceção de Hanna, toda a prole de Kazuki aparece como silhuetas pretas, muito parecidas com cada uma de suas mães. Nem nisso os desenvolvedores gastaram um pouco de tinta.

Enfim, nesse epílogo "normal" fica claro que Fausta, no final das contas, estava planejando tudo isso desde o início, ao fazer pacto com um outro demônio (Mephyst, que também é apenas uma silhueta) para assim reviver o seu amado, um sujeito chamado Grace. E isso causa uma luta entre os filhos de Kazuki, com aqueles que querem se livrar dele, para que suas mães possam ficar livres de um lado, e do outro os filhos que querem impedir isso de acontecer, por entenderem que suas mães tomaram essa atitude por gostarem muito de Kazuki.

Vamos encerrar essa trama doida, cuja conclusão pode ser vista no final extra do harem, obtido dentro do período do "early bird". Acaba que as protagonistas (essas com sprites na versão adulta, já usados nos epílogos) despertam dos tanques e vão para o combate contra Fausta, mas ela consegue reviver Grace, usando o corpo de Kazuki. O curioso é que Grace (meio feminino esse nome, não?) é igual ao demônio azulão, só que com pele normal. Ou na verdade ele estava com essa aparência pois Kazuki tinha absorvido Amatsu no final. Ou realmente apelaram para um sprite recolorido para facilitar...

Infelizmente, Grace não pode reviver, apenas estava tendo a oportunidade de se despedir de Fausta, graças à Kazuki, que logo volta ao seu visual normal. Tem aí um rolo no final, onde ela acaba se apaixonando por Kazuki (como assim?), sendo morta pelo demônio-sombra que apareceu, até ele ser espancado pelas esposas do protagonista, que revive Fausta para que ela possa se tornar a 31ª mulher do ninja, que agora tem o poder de um deus e um verdadeiro harem para cuidar...

Puta merda... realmente, viajaram na maionese. Mas, finalmente... a aventura chega ao seu fim, com Kazuki vivendo em paz e harmonia... com dezenas de mulheres e filhos.

Ou não?

Pois o último quadro tem Toya, com essa mãozinha estilo "cheguei", se despedindo mas dizendo que era o fim até o próximo capítulo dessa história. Será que a Solmare está tramando alguma coisa, talvez com um novo aplicativo ou história focada nos filhos de Kazuki? Ou seria uma espécie de cliffhanger para dar a oportunidade para que eles voltem uma segunda vez? Ou será que talvez esse "até breve" seja apenas para enganar trouxa? Somente o tempo dirá...

Enfim, deixando de lado essa trama bizarra que inventaram no final, eu digo que em linhas gerais a série de jogos de Moe! Ninja Girls é bem simpática na minha opinião. O ponto principal é a presença de vários personagens muito carismáticos, com personalidades interessantes (apesar de alguns trejeitos bem superficiais, como Ricka e sua paixão por fried noodle hotdogs) e uma história bem divertida. Como já disse várias vezes, é para mim um jogo agradável, serve bem como uma distração leve. Tem horas que queremos jogar um jogo simples, que não exija muito de reflexos e seja mais relaxante, e diria que o MNG atende bem essa necessidade. 

Admito que vou sentir saudades dos personagens... Eu não comecei a jogar desde o início, descobri Moe! Ninja Girls lá no final de 2019, pouco antes da pandemia do vírus chinês, graças àquelas propagandas inesperadas que aparecem nas redes sociais. Por algum motivo, tive a curiosidade de ver o que se tratava, e meu gosto natural por ler e histórias imersivas, em que você "controla" o andamento sempre me interessaram, fez com que eu tomasse gosto pela aventura de um ninja que consegue ser ainda mais atrapalhado com o sexo oposto do que eu. 

E realmente os personagens são muito simpáticos. Esse é um ponto de destaque na minha opinião, pois os desenvolvedores do jogo souberam caracterizar os protagonistas muito bem, de tal forma que mesmo apenas "lendo" suas falas é possível perceber as manias e trejeitos de cada um. Diria que essa é uma habilidade comum em escritores japoneses (afinal de contas, devemos lembrar que MNG veio de lá), eles são muito reconhecidos por se dedicarem a construir os personagens com atenção aos detalhes. Não faltam exemplos de animes e mangas onde isso pode ser visto.

Tudo bem que existem aquelas características que são manjadas e até podem enjoar em seus determinados momentos. Tipo Ricka, que nunca perde a oportunidade de fazer referência aos fried noodle hotdogs, sua comida predileta. Ou Yamabuki, com seus comentários quebrando a "quarta parede" em que ela parece ter a ciência de que está em um jogo. Mas esses traços de personalidade exagerados e algumas vezes repetitivos não tiram o charme do jogo. Especialmente quando vemos certos momentos mais emotivos, em que as garotas se declaram para Kazuki, ou mesmo as situações onde algumas delas enfrentam seus parentes que haviam morrido. Por mais que seja apenas um jogo, conseguiram criar personagens humanos, alguns muito bem construídos e que cativam quem gosta de uma boa história.

Talvez alguns de vocês estejam perguntando quais seriam as minhas heroínas favoritas nessa história, agora que o jogo acabou. Afinal de contas, essa é a questão mais típica quando falamos de jogos desse tipo. Bom, correndo o risco de parecer ainda mais patético, segue aí o meu pódio.

A sapeca Yamabuki é de longe a que eu acho mais simpática. Talvez pelo seu jeito divertido e por estar sempre animada com tudo, mas no fundo é uma pessoa boa e carinhosa (apesar dos seus momentos demasiadamente pervertidos). Nanao faz mais o estilo de garota tímida, inteligente e que gosta de coisas nerds como filmes e desenhos, e é hilária nos seus momentos em que não sabe lidar com as pessoas. Mas é uma menina doce, que até acaba se sentindo inferior às demais, mas tem seu carisma próprio. E Hotaru é a estilosa, sempre antenada com as atualidades e super popular. Porém, apesar das aparências e de ter tudo para ser mais uma daquelas moças metidas, na verdade tem um lado espiritual forte e muita integridade, com uma personalidade amável e caridosa. 

É... estou eu aqui com paixonite por personagens de jogo... Sou mesmo muito patético...

Então, acho que é isso. Por enquanto ainda teremos o Moe! Ninja Girls disponível nas lojas de aplicativos e funcionando por um tempo. Sem falar que a página oficial do jogo no Facebook tem lançado algumas histórias secundárias na forma de texto, mantendo a trama ainda "viva", provavelmente para explicar algumas das muitas lacunas que a história oficial deixou.  Assim, se eu por acaso acabei convencendo você a dar uma olhada nesse jogo (depois de várias postagens quase em sequência), ainda dá tempo. Sei que não é um título muito chamativo e provavelmente deve ter muita gente ainda se perguntando de onde eu tirei esse jogo que ninguém está interessado... Mas eu já disse várias vezes como meus gostos são bem originais, costumo realmente curtir coisas que ninguém curte. Não ligo, o que importa é que eu me diverti muito com essas histórias, apesar dos momentos toscos e bizarros o enredo de MNG é bem cativante e agradável de se ler.

Chegou então a hora de finalmente nos despedirmos de vez de Kazuki e seu clubinho de ninjas. Para uma pequena mas empolgada legião de fãs, da qual este texugo faz parte, eles deixarão saudades. E prometo: essa é realmente a última postagem a respeito de Moe! Ninja Girls.

A não ser que o jogo volte mais uma vez... Será?

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