Neura do 24

Eu fiquei sem olhar muito as notícias nestes últimos dias. Tem horas que eu me desligo de portais de notícias e redes sociais, deixando de lado os acontecimentos de nosso país e mundo, para me focar nas minhas questões pessoais. Afinal de contas, a grande mídia pode estar até preocupada porque a fulana da novela foi vista em um shopping comprando uma calça ou algum youtuber irrelevante fez mais um post contra o governo, mas meus problemas de verdade só eu mesmo é que vou me preocupar, E acho que foi o melhor que eu fiz, pois eu não me dei conta de mais um caso simplesmente estúpido e sem noção, que apenas a nossa sociedade politicamente correta e mimizenta pode oferecer.

Provavelmente pelo fato do mês de junho ser considerado como o mês do orgulho LGBTQIA+ (pôrra, quantas letras...), tivemos uma notícia que estampou as capas dos jornais. Aliás, nunca entendi o motivo que faz com que a opção sexual de um indivíduo seja motivo de orgulho... e menos ainda porque ter orgulho de ser heterossexual seja considerado algo reprovável e errado, que fará que você seja chamado de homofóbico (uma situação que eu já passei em uma discussão com um conhecido politicamente correto). 

Mas, enfim... no mês de junho vimos todas as empresas e várias pessoas adotando o arco-íris em seus perfis de redes sociais, emissoras passando filmes como Priscilla, a rainha do deserto, muita gente aproveitando de forma oportunista o momento para anunciar sua "saída do armário" (sim, me refiro ao governador gaúcho Dudu Milk, capitalizando eleitoralmente com sua homossexualidade recém-assumida) e as inúmeras "reportagens" e "matérias" abordando certos temas relativos à intimidade e à vida das pessoas que se enquadram em uma das letrinhas da imensa sigla do movimento. A grande maioria fazendo isso como forma de demonstração de virtude, pois é bonito aplaudir a causa LGBTQIA+, rende muitos likes no "Feice" e no "Insta".

E diante desse momento, certamente não faltaram as oportunidades para criticar aqueles que são definidos pelos politicamente corretos de esquerda como homofóbicos preconceituosos e inimigos desse movimento. Em outras palavras, Bolsonaro e qualquer um que o siga, ou até mesmo aqueles que não se enquadram completamente no que é considerado como o padrão correto de ser, que não demonstre todos os itens da listinha virtuosa que a sociedade determina. Como a necessidade de destruir e desqualificar esses inimigos é imensa, algo visceral que os politicamente corretos se vêem no direito de fazer, chegamos a absurdos como esse.

Sim, a Justiça tinha dado um prazo de 48 horas para que a CBF explicasse o porquê de nenhum jogador da seleção de futebol usa camisa com o número 24. Repito, vimos um juiz que acha que é de suma importância que uma confederação esportiva apresente uma justificativa para que o time nacional não tenha uma camisa com um determinado número. 

É realmente algo muito importante para a justiça ficar se preocupando...

Segundo o "adevogado" que representa o Grupo Arco Íris de Cidadania LGBT e é o autor da ação, a entidade quer saber "o fato de a numeração da seleção brasileira pular o número 24, considerando a conotação histórica cultural envolta nesse número de associação aos gays deve ser entendido como uma clara ofensa à comunidade LGBTI+ e como uma atitude homofóbica". Isso mesmo que você leu.

Para quem vive numa caverna, essa conotação histórica ao redor do número 24 tem a ver com o jogo do bicho, onde o número é associado ao veado. 

Na boa... é sério que a turminha ficou ofendida com isso?

Pra começo de conversa, até onde eu sei a CBF adota um sistema de numeração crescente, algo que é feito por muitos outros times. Ou seja: a numeração começa no 1, depois vem o 2, em seguida o 3, aí depois temos o 4, logo vem o 5 e assim por diante. Algo que qualquer criança no primário sabe. 

Sei que tem times de futebol que usam numerações diferentes, de forma que temos algo diferente. Por exemplo, há clubes que adotam uma numeração para a temporada, assim cada jogador tem o seu número e assim permanecerá até o final do ano. Outros deixam livre que o jogador escolha, aí temos camisas com números relativamente mais altos, como 99 ou 47, como se fosse um time de basquete. E ainda há casos de equipes que "aposentam" a camisa de um craque, de forma que ninguém mais usará seu número, como forma de homenagem. Sem falar que é comum que certos times adotem uma numeração até mesmo para o jogo, a cada partida muda a camisa do sujeito, ou então em competições diferentes é usada uma numeração específica.

E o time tem o direito de escolher a forma que quiser. Como uma numeração sequencial, começando do 1 e indo até o número equivalente à quantidade de atletas. Como a CBF sempre fez, ou no mínimo o fez na imensa maioria das vezes em que disputou competições oficiais.

Aí eu faço uma pergunta para o pessoalzinho do arco-íris: como seria então a numeração de um time que adote esse sistema e tenha 23 jogadores, como é o limite adotado tradicionalmente para as competições internacionais de futebol?

Bom, acho que eu não precisaria fazer isso. Mas como hoje em dia tem muita gente que optou por desligar seus neurônios e abrir mão da inteligência, acho necessário ajudar. A numeração será assim: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 21, 22 e 23. Entendeu?

Pergunto: onde há homofobia nisso? Ou será que temos que pular um número da lista sequencial e crescente de vinte e três camisas, só para que a comunidade LGBTQIA+ não se sinta ofendida? Que tal tirar o número 17, acho uma boa remover este que esteve associado ao Bolsonaro, aposto que ninguém tem problema com isso. Afinal de contas, até a Anitta, que agora é do conselho de um banco, sugeriu que o número fosse removido da tabuada... Por que não aproveitar e remover da seleção brasileira, e de quebra abrir espaço para o 24 que os LGBTQIA+ tanto querem?

Vamos lá, quero que me apresentem uma solução sensata para essa matemática elementar de 1ª série, para resolver o problema da numeração das camisas da seleção brasileira. Me digam como numerar sequencialmente 23 camisetas a partir do número 1, e incluir o tal 24 de alguma forma. Por favor, me digam como fazer isso, politicamente corretos de esquerda e defensores dos fracos e oprimidos. Compartilhem de vossa "intelissêngia" e ilumine a sociedade...

Sinceramente, não fode, pôrra! Peço desculpas pelo palavreado chulo, mas quem reclama disso tem mais é que ir para a puta que o pariu. Gente mimizenta, chata pra cacete, que fica procurando problema onde não há. Tanta coisa mais importante que essas pessoas deveriam estar preocupadas do que a seleção não usar camisa 24. Esse grupo mesmo, tenho certeza que tem muito mais que eles poderiam fazer pela sua comunidade, do que ficar questionando a CBF sobre isso. Tanta coisa mais que poderiam estar fazendo pelos gays, lésbicas e a turma toda, mas ficam chiando e esperneando por conta da seleção não usar uma camisa 24.

A sociedade hoje em dia está hipersensível, essa é a verdade. Se ofendem por qualquer coisinha, quando tem problemas muito maiores por aí. Sério, e daí que a seleção brasileira não use a camisa 24? Me expliquem como que isso ofende tanto a comunidade LGBTQIA+, me digam o que há de tão ofensivo nisso. Ainda mais considerando que desde sempre que é assim, não é algo que a CBF decidiu hoje, desde que eu me entendo como gente que o time brasileiro não usa camisa 24 em competições oficiais. E, novamente, por conta de sua decisão de usar uma numeração sequencial e pelo fato de que as competições internacionais tradicionalmente limitam a quantidade de jogadores como 23. Sempre foi assim, e só agora é que o grupinho arco-íris é que se sentiu ofendido? Por quê? Essa é a explicação que eu gostaria de ouvir...

Sei lá, vou dar aqui um tiro no escuro... será que não tem nada a ver com a repercussão da realização da Copa América no Brasil, e pelo fato dos jogadores não terem se recusado a jogar? Trocando em miúdos para aqueles que não sabem ler nas entrelinhas: será que não tem nada a ver com o fato da CBF ter aceitado jogar numa competição que o Bolsoraro permitiu que fosse realizada em nosso país?  

Outra coisa que me deixa puto é ver como que tem advogado e juiz que desperdiça tempo e recursos públicos para dar atenção a uma babaquice dessas. Sei que estou sendo repetitivo, mas eu não consigo entender como que tem gente em nossa justiça que acha que o porquê de uma seleção não usar determinado número em suas camisas é algo relevante para a sociedade. E acho ainda mais inacreditavelmente absurdo como esses juízes são tão veementes e rápidos para acolher um piti de um grupelho qualquer, enquanto são vagarosos como uma lesma paralítica para dar andamento a processos associados a crimes de verdade. 

É uma verdadeira piada... Precisa ser emocionalmente muito fraco e babaca pra ficar ofendido com algo tão boçal como a seleção não usar a camisa 24. Ou então o interesse é polemizar mesmo, criar barulho pra chamar a atenção.

Bom, já que é assim, já que tem gente do grupinho do arco-íris que está sofrendo, em prantos e se sentindo oprimido por não ver a camisa canarinho com um número 24, vou dar mais uma sugestão para vocês. Já perceberam como o dia tem 24 horas, mas quando o relógio está marcando 23:59 ele passa depois para 0:00?

E aí? Não vão fazer nada contra essa demonstração homofóbica dos relógios digitais? Que tal colocar as fabricantes de relógio na justiça, exigindo que elas expliquem por que os aparelhos não mostram a hora 24? Por que não ir esbravejar nas redes sociais, exigindo uma postura mais afirmativa dos relógios que se recusam a mostrar essa hora sem nenhum motivo? Já que é pra dar piti por qualquer coisa que se recusa a mostrar esse número que é tão importante para os LGBTQIA+, então vão reclamar direito...

Comentários

sammy disse…
Amigo, você viu o quebra-quebra da Esquerda dias atrás? Sobrou até para os apoiadores do Novo e do PSDB. Kkkk é ainda tem gente que acha que com esquerdista há diálogo.
Texugo disse…
Pois é, Sammy. Esquerda é paz e amor, é tolerância e respeito... só que não.

Mesmo com os caciques do PT e do PSDB de mãos dadas (pois no final eles são farinha do mesmo saco), a massa da manobra ainda enxerga essa inimizade, e aí saem na pancadaria entre eles. Quero mais que se arrebentem.

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