"Espírito de porco" Olímpico

Quem acompanha o meu blog se lembra que eu costumava fazer algumas postagens na época das Olimpíadas. De fato, este ano eu deixei isso de lado durante a competição de Tóquio, que viria a ocorrer no ano passado e está rolando agora. Sei lá, talvez o fato de ser uma competição sem público, depois de uma pandemia, juntamente com o tanto de coisas que está acontecendo por aqui ultimamente. Prometo que farei um texto no momento oportuno, nem que seja um resumão da competição que reúne os mais diversos esportes. Mas hoje eu tive que vir aqui para falar rapidinho sobre algo, motivado pela conquista da jovem Rebeca Andrade na ginástica hoje.

Vamos por partes, para não dar confusão por conta dos porcos rindo acima.

Antes de mais nada, parabéns para a ginasta por essa medalha, a primeira do Brasil no esporte. Depois de anos tentando, foi legal ver finalmente alguém do país brilhar em um esporte que não é tão difundido no país. Depois de todo um trabalho de base, formado por atletas como os irmãos Hypólito, Daiane dos Santos e Jade Barbosa, a Rebeca Andrade conseguiu chegar no pódio depois de muita luta e com apresentações muito boas. Alguns podem até dizer que só foi porque a favorita, a americana Simone Biles, "pulou fora" da competição depois de declarar pressão psicológica (um tema que eu vou voltar a falar em um momento em breve), mas acho que mesmo assim ela conseguiria a medalha de prata. Ou mesmo que ficasse com um bronze, seria um resultado a ser aplaudido de pé. 

Assim, deixo meus parabéns para Rebeca. E também para os demais atletas que conquistaram medalhas para o Brasil até o momento. Como disse, depois farei uma postagem mais dedicada a registrar essas vitórias brasileiras, assim como outros fatos das Olimpíadas de Tóquio 2020.

Mas a conquista da ginasta evidenciou algo que nós, como brasileiros, não devemos nos orgulhar: o verdadeiro espírito de porco canalha e escroto que representa uma certa parcela da população. Infelizmente, não se trata de uma minoria. 

Eu entendo que em uma competição a torcida é muita, especialmente quando se fala dos jogos olímpicos. E é de se esperar que algumas pessoas exagerem na torcida, cometendo alguns excessos na comemoração e vibração com as vitórias, soltando urros e xingamentos dos mais chulos nas derrotas e rogando as piores pragas para secar o adversário. Faz parte da torcida, eu entendo isso. Até porque eu reconheço que tenho meus momentos de torcida contra, especialmente contra o Framengo. Quem já vem por aqui sabe que a fotinho abaixo é uma constante quando o assunto é esportes. Mas já cansei de explicar o que me motiva a agir assim contra os mulambos

Mas eu acho que devem existir certos limites. Faz parte não apenas da boa educação, mas até mesmo do espírito esportivo. Tipo, zoar o time que perdeu é uma coisa; agora, agredir gratuitamente ou achar graça quando o jogador se machuca seriamente, aí são exemplos que na minha opinião passam do limite. Faz parte do bom senso, se a pessoa tem um pouco de empatia vai perceber que há certos momentos em que a piadinha, a zoada e a provocação não pegam bem. Mas há pessoas que não são assim, que acham que vale tudo na hora de torcer, quando na verdade passam de babacas, de imbecis que não apenas deixam de lado o respeito pelos outros, mas parecem se motivar a ofender os outros gratuitamente. E que muitas vezes passam de ridículos.

E hoje foi um exemplo de um episódio desses. A internet e as redes sociais foram tomadas por muitas postagens, tweets e comentários relativos à final da ginástica olímpica hoje de manhã, e que evidenciaram como tem gente babaca neste país. Só precisei olhar uma página aqui do Globo Esporte para ver vários exemplos de como tem tanta gente, desde meros anônimos até certas personalidades, que conseguem descer tão baixo ao nível do ridículo, do estúpido e canalha.

Por exemplo, vejamos o nosso prefeito, o ignóbil e panariço Dudu Paes. Aquele do "legado olímpico", como da ciclovia que foi pelos ares, as mudinhas de planta que estão mofando e as arenas caríssimas entregues às moscas. Em uma demonstração de espírito esportivo, o babaquinha ficando torcendo para as americanas errarem.

Já não bastou falar mal de Maricá, e fica aí torcendo contra os outros... Lamentável.

Mas não apenas o prefeito carioca é quem torce pelo infortúnio dos adversários. A dita cuja abaixo, que usa arco-íris no nome de usuária, se declara como feminista e ainda registra os pronomes corretos que devem ser usados para se referir a ela (ou seja, uma politicamente correta típica), mostra outro exemplo. 

Para uma criatura que se declara feminista, acho meio nada a ver que ela torça para que uma ginasta mulher, do sexo feminino que ela diz defender, caia na competição. Em vez de valorizar o esporte em que as atletas se destacam, ela prefere demonstrar que está cagando não só para o espírito olímpico, mas também para outras mulheres como ela que estão ali competindo. A velha hipocrisia de sempre: defende as mulheres... exceto quando são adversárias numa competição esportiva.

Outro exemplo de um babaca anônimo, que demonstra como tem muita gente que opta em torcer para que os adversários se saiam mal, em vez de torcer por uma boa apresentação da atleta de seu país. Verdadeiro espírito de porco que vemos aos montes no Brasil, que adora rir da desgraça dos outros.

Provavelmente esse energúmeno é um bostinha que ficou todo sensibilizado com a Simone Biles admitindo que não estava suportando a pressão psicológica, mas aí se esquece da empatia pelas adversárias quando o assunto é a disputa de uma medalha. Se a ginasta americana estivesse competindo e errasse, provavelmente iria rir da mesma forma.

Aliás, Simone Biles que comemorou em uma das acrobacias da Rebeca Andrade. Demonstrando o que é o verdadeiro espírito esportivo.

Outro momento que marcou a final da ginasta brasileira foi a nota recebida após a apresentação na trave de equilíbrio, que a afastava muito da disputa por uma medalha naquele momento. Claro que a torcida ficou chateada, e os mais revoltadinhos ficaram em fúria, putos da vida. Como o nosso descabelado favorito, o Gugu-dadá chacra.

Sério, vai chupar um prego, seu pulha! Sem condições é aturar sua cara com esse cabelinho amassado, só sabe aparecer na televisão com cara de quem acabou de acordar. E revoltante é que ainda dão voz para um sujeito como você, que não sabe nada de política internacional e fica apenas repetindo o que o New York Times publica. Assim é fácil ser correspondente nos EUA...

Agora... o mais engraçado de tudo é que Rebeca pediu uma revisão da nota. Como você já deve ter percebido, em muitas competições há o chamado "desafio", onde um atleta pode pedir a revisão de algum lance polêmico. Algo bem semelhante ao VAR, que é comumente usado no futebol brasileiro como outra forma de favorecer o Flamengo nos jogos... 

Enfim, foi pedida a revisão, e com isso a nota de Rebeca aumentou, pulando para a segunda posição. E aí vimos a galera toda comemorando.

Acho muito interessante isso... veja só, se não fosse a revisão da acrobacia, talvez Rebeca não teria ganho essa medalha. 

Eu só digo uma coisa: ainda bem que existia esse sistema auxiliar para revisar e auditar as notas dadas inicialmente pelos juízes, de forma a chegar a uma nota que era a mais condizente com a apresentação da ginasta. Se fosse apenas a palavra de alguns juízes, não teríamos um resultado justo. Que bom que nas Olimpíadas há uma forma de auditar o processo de votação, e assim assegurar que a justiça seja feita, não é mesmo?

Espero ver toda essa galerinha que aplaudiu o "VAR" da ginástica nas ruas neste domingo, pedindo que tenhamos auditoria semelhante em nossas eleições...

Por fim, já que eu puxei um pouco para o lado político, encerro com este último tweet que retrata a reação de muitas das pessoas que representam a elite politicamente correta. Aqueles que não perderam a oportunidade para usar o feito de Rebeca como algo para fazer militância política e/ou discurso virtuoso com motivação ideológica. Como esse sujeito abaixo.

Claro... lógico que ia aparecer alguém querendo "falar bonito" e posar de politicamente correto. Cara, essa insistencia em enaltecer o feito somente pelo fato dela ser negra, é algo que está enchendo o saco. Primeiro, já tivemos tantas outras atletas negras alcançando conquistas semelhantes no esporte. E depois, e daí que ela é negra? Se fosse branca, você não iria aplaudir? Não acharia legal? A gente tem que parar com essa segregação, a primeira coisa que esses politicamente corretos vêem é a cor da pele, pombas! Isso para mim é o verdadeiro racismo, querendo separar as pessoas em grupos diferentes, em vez de valorizar o talento e o esforço da ginasta. O fato dela ser negra não torna a conquista nem mais nem menos importante...

E também já era esperado que fossem enaltecer o "baile de favela", música escolhida pela Rebeca para a apresentação de solo. Na boa, chamar funk de nossa "maior cultura" é maldade. Não vamos esquecer que tá cheio de funk por aí que incentiva o consumo de drogas e a objetificação da mulher (e que é curiosamente ignorado pelas feministas). Não estou dizendo que seja o caso da música escolhida por ela, até porque não faço a menor ideia de como seja essa música (e sinceramente, nem me interessa). Mas fica evidente outro exemplo de enaltecer a medalha somente por ter usado uma música que faz referência à favela. Pombas, ela escolhe a música que quiser! Quer dizer então que se ela tivesse usado a 6ª Sinfonia de Beethoven você acharia ruim?

Bom, já está ficando tarde e não ganho nem um centavo por escrever postagem na internet, então acho que já está na hora de encerrar por aqui. Realmente, é interessante ver como que são as pessoas, como que tem gente que é incapaz de simplesmente torcer e comemorar a vitória de uma atleta nas Olimpíadas como uma pessoa normal. Em vez disso, vimos um mar de gente destilando ódio contra adversárias, demonstrando hipocrisia e querendo demonstrar virtudes... Verdadeiros espíritos de porco, isso sim.

Comentários