Definições e Valores

Eu estou cada vez mais sem paciência com certas pessoas... Nossa sociedade está caminhando a passos largos para um clima do que vou chamar de "guerra social", colocando progressistas e conservadores em lados opostos. Cada um com suas ideias, com sua visão particular do mundo, lados antagonistas que cada vez mais entram em conflito. Hoje, muito por conta da pandemia, esse embate se concentra mais nas redes sociais e outros ambientes virtuais; mas também ocorrem em discussões frente a frente, colocando amigos, colegas de trabalho, vizinhos e até famílias em lados opostos de um ringue, trocando farpas e acusações, e em algumas situações chegando até à violência verbal e mesmo física.

Cada vez mais eu me sinto tragado por esse clima de conflito. Como aqueles que acompanham minha página devem saber, eu tenho uma visão muito mais voltada para o lado conservador, especialmente por ser contra a tríade progressista, politicamente correta e de esquerda que está de mãos dadas do outro lado. Apesar de sempre expor meu ponto de vista aqui, eu nunca deixei esse tipo de divergência de pensamento afetar as minhas relações pessoais. Pelo menos até pouco tempo, em parte por conta de alguns conhecidos meus que têm se tornado cada vez mais agressivos contra minha pessoa, me chamando de "nazista" pra baixo, mas também por não acreditar em como certos indivíduos de meu círculo de amizades consegue descer tão baixo em suas declarações e comentários.

Sério, é cada coisa que eu vejo essa turma compartilhando no Facebook... Teorias das mais absurdas, tanta asneira que parece que o sistema digestivo dessas pessoas virou ao avesso e o reto está agora saindo pela boca. Pior de tudo é que vejo isso de pessoas que são teoricamente inteligentes, alguns aí que acumulam mestrado, doutorado e pós-doutorado... e conseguem a proeza de falar coisas incrivelmente estúpidas. 

Aí eu não consigo ficar calado. Não dá. Tem um limite que uma pessoa com um mínimo de capacidade intelectual consegue suportar. Não tenho sangue de barata. 

Mas é difícil dialogar com essas pessoas. Eu digo com toda a sinceridade, eu gostaria muito de debater sobre os diversos assuntos que esses tais progressistas ficam aí reclamando no "Feice" ou no "Insta". Acontece que o que eu aceito é ter um debate adulto, em que cada um possa falar e ouvir, em que se foque exatamente no tema em questão, sem nenhuma influência ideológica. E quando digo isso, não quero dizer que ambas as partes precisem pensar iguais, muito pelo contrário, considero que um debate entre ideias distintas é saudável. Acontece que esses imbecis não têm a capacidade para isso, pois eles são tomados por uma visão enviesada e corporativa, em que certos conceitos são definidos não pelo conceito em si, mas baseado no "sujeito" da frase. Um verdadeiro discurso de fanáticos...

Cito um exemplo bem neutro, longe dessas questões políticas mais polêmicas, que ilustra essa visão deturpada de quase a totalidade dos esquerdistas: imagina um jogo de futebol, por exemplo entre o Flamengo e o Fluminense.

Imagine então um torcedor fanático do Flabosta. Aquele que todo mundo conhece, o que mais tem aí é framenguista doente. Vamos considerar então um lance de pênalti, onde vemos o seguinte comportamento:

  • Se o atacante do Fluminense se jogar na área pra cavar um pênalti, o mulambo vai reclamar e dizer que não foi pênalti, que o jogador tricolor se jogou;
  • Se o atacante do Fluminese for derrubado na área pelo zagueiro, o mulambo também vai reclamar e dizer que não foi pênalti, que o jogador tricolor se jogou, mesmo que tenha levado uma voadora na cara;
  • Se o atacante do Flamerda for derrubado na área pelo zagueiro, o mulambo vai berrar e dizer que foi pênalti, indiscutível;
  • Se o atacante do Flamerda se jogar na área pra cavar o pênalti, o mulambo vai berrar e dizer que foi pênalti, mesmo que o atacante rubro-negro estivesse a dez metros de outro jogador adversário.

Ou seja: para o torcedor mulambo fanático, se o jogador do Menguinho cair na área sempre será pênalti, mas se for o jogador adversário, nunca vai ser pênalti. Não importa o que aconteça. 

Mesma coisa com esse pessoalzinho progressista políticamente correto de esquerda. O discurso é sempre tendencioso para o lado deles.

E isso acontece devido a dois fatores principais, na minha humilde opinião, e que motivam a análise que eu proponho neste post. O primeiro é o "desconhecimento" proposital das definições das coisas, do significado das palavras, que é alterado de acordo com o que é mais conveniente no momento. E o segundo é o desrespeito hipócrita aos valores que dizem defender, que são percebidos somente em alguns momentos e nunca de forma plena, como alguém virtuoso deveria fazer.

Confuso? Vou usar um exemplo que está na boca da turminha asquerosa da esquerda: a narrativa de que Bolsonaro é um genocida. 

E vou mostrar como é uma estupidez homérica afirmar isso.

Bom, vamos começar com a definição. Pois o significado da palavra é o que define algo, e devemos usar as palavras de acordo com sua definição. A definição verdadeira, aquela que encontramos em um dicionário sério, e não aquela apresentada pela cretina da Maria Beltrão da Globonews ou aquele eterno crianção do Felipe Neto com seu cabelo colorido. 

Por exemplo, descreva a foto abaixo. O que você está vendo?

É uma cadeira. E ponto. Não é uma árvore. Não é um ônibus. Não é um guarda-roupa. É uma cadeira. É o que estamos vendo na foto acima. Isso é inquestionável, não cabe discussão aqui. 

Talvez até possam existir situações em que a percepção de algo seja incorreta, mas algo que não é feito de forma intencional. Pode ser uma definição que aquele indivíduo em particular não tem noção, não tenha consciência. Por exemplo, se você mostrar a mesma foto acima para um bebê, certamente ele vai responder "gugu dadá" e babar na sua cara. Pois um bebê ainda não aprendeu o que uma cadeira, não é um conhecimento que ele tem ainda, a definição do que é uma cadeira ainda não foi absorvida. Em algum momento de sua vida, ele vai aprender isso.

Ou muitas vezes uma definição não é possível de ser percebida por alguma condição limitante que afete como que a pessoa consegue caracterizar algo, como ela enxerga a realidade. E que também acontece de forma não-intencional. Por exemplo, vamos perguntar agora a cor da cadeira. A maioria de vocês vai dizer que é uma cadeira amarela, certo? Mas pode ser que alguém vai dizer que ela é rosa ou cinza.

É uma definição errada? Sob uma certa ótica, talvez seja. Mas, e se a pessoa que disse que a cadeira é rosa for daltônica? Esse indivíduo tem uma condição física de nascença e irreversível que faz com que ele perceba as cores de uma forma diferente que a grande maioria das pessoas. Esse é um caso de que a definição de um determinado conceito ou palavra será diferente, mas será algo que é compreensível. Para alguém em uma condição padrão, a cor da cadeira é amarela e estará vendo amarelo; para o daltônico, ele pode até chamar de amarelo, mas para seus olhos o conceito de amarelo está associado a uma cor que as outras pessoas enxergam como sendo rosa. 

Nesse caso, não é correto dizer que o daltônico esteja errado na definição da cor. Ele tem uma condição visual que faz com que seus olhos vejam as cores de uma forma diferente. No caso, ele jamais terá conhecimento de como é a cor amarela que nós conhecemos. Ou seja, pode ser uma definição diferente, mas que é causada por uma forma de percepção particular que esse sujeto daltônico tem.

Agora... uma pessoa que não seja daltônica e diga que essa cadeira é azul... essa está errada. E ponto final.

Aí chegamos na grande questão: considere que esse indivíduo saiba o que é uma cadeira, e saiba como é a cor amarela (e não seja daltônico). Por que ele diria, por exemplo, que a foto lá em cima é de um sapato vermelho? Não é por não saber o que é uma cadeira e o que é amarelo, já estabeleci que esse sujeito conhece essas definições. Então, pra dizer que é um "sapato vermelho", ou é realmente um burro, ou então tem alguma intenção em mudar essa definição. Falando em bom português, tem algum objetivo por trás que motive essa mentira.

Pois uma definição, o significado de uma palavra, é (como o termo sugere) definida. Inquestionável. Existem características físicas e visuais que estão associadas ao objeto da tal foto como sendo uma cadeira amarela. As características de um sapato vermelho não se aplicam a esse objeto que estamos falando. Repito, são conceitos inquestionáveis. Pode até ser que alguém invente um design diferente de uma cadeira, mas não tem como a figura que mostrei representar outra coisa. É uma cadeira. Nunca será um sapato.

Peço desculpas por esse devaneio por conta de um mero móvel doméstico. Mas é necessário para entender bem que cada palavra tem a sua definição, tem o seu significado. E nós devemos respeitar essa definição, esse significado. Algo que os calhordas comunistas não querem, juntamente com os politicamente corretos tentam fazer uma resignificação das palavras, além de tentar reescrever conceitos já bem estabelecidos. E isso não é à toa, tem um propósito, como vou mostrar.

Voltemos então à frase que está na boca dos otários da esquerda, o "Bolsonaro genocida". O que é genocida, afinal de contas?

Eu confesso que tenho um pouco de dificuldade para identificar qual seria hoje o dicionário mais correto, que não tenha nenhum tipo de viés ideológico. Por exemplo, me lembro que certa vez, em uma das muitas postagens sobre racismo que fiz, achei um pseudo-dicionário que dizia que racismo é a discriminação contra os negros, como se isso fosse restrito somente a eles. Mais um exemplo da resignificação e alteração das definições das palavras, tudo com um interesse ideológico por trás. 

Para este post, olhei os seguintes dicionários online: Michaelis, Priberam e Houassis, que, segundo muitas referências e críticas, são os mais indicados que podem ser vistos de forma eletrônica pela Internet, e que já tinham também boas referências na forma impressa. Vou considerar estes três para cada pesquisa, e fazer uma "média" das definições, procurando priorizar aquelas que são vistas em todos. Assim, uma definição que só apareça em um deles terá menos peso que outra que seja vista nos três. Deixo o link para que você possa pesquisar você mesmo, não precisa acreditar nas minhas palavras aqui se não quiser. 

Ia até dar uma olhada em um velho dicionário Aurélio que tenho aqui em casa. Mas primeiro eu teria que saber onde ele está. E depois, posso apostar que estará cheio de poeira, e nessa época de vírus chinês, dar um espirro é praticamente um crime. Melhor seguirmos com os dicionários online acima, que são melhores para as minhas narinas.

Então, quando olhamos a expressão "Bolsonaro genocida", esta palavra está sendo usada como um adjetivo, associado ao presidente. E nos três, o adjetivo "genocida" é definido como "aquele relativo ao genocídio". Nada de surpresa, pois todos os adjetivos (ou pelo menos a maioria, acredito eu) têm uma associação direta a outra palavra, tipicamente um substantivo. Então, temos que agora procurar a definição de "genocídio".

Cabe ressaltar que os dicionários também classificam a palavra "genocida" como um substantivo. O que é comum. Aí eu já percebi algo um pouco diferente: Michaelis e Houassis definem como sendo aquele que "comete, ordena ou realiza um genocídio", enquanto que o Priberam já cita ser "que ou quem causa a morte de um grupo numeroso de pessoas em pouco tempo". Bom, eu confesso que já achei estranho, ainda não vimos o significado de genocídio, mas até onde eu sei não tem nada a ver necessariamente com o tempo que se leva para matar um grupo grande de pessoas. 

Breve parênteses: não coloquei o link direto para a definição no Houassis pois ele não funciona como os outros, não há um link específico para cada verbete. Você vai ter que ir na página principal e procurar pela palavra.

Vamos então ver a definição de genocídio. Pois, se realmente o Bolsonaro é um genocida, então ele está promovendo um genocídio, como vimos acima. Aqui temos definições mais extensas dos três dicionários, então eu vou tentar uma composição delas.

Levando em conta a primeira definição apresentada nas três referências, o genocídio é a "destruição ou extermínio, realizado de forma total ou parcial, de um determinado grupo com alguma característica comum, como um grupo étnico, religioso, político ou racial". De forma complementar, o Michaelis e o Houassis comentam ainda sobre o genocídio também ser "eliminação de grupos sem necessariamente chegar ao assassinato em si, mas incluindo outras formas de extermínio como prevenção de nascimentos, desaparecimento de crianças e submissão à condições subumanas de vida". Ambos os dicionários dizem isso de forma semelhante. Apenas o Priberam que é diferente, sem mencionar essa observação e repetindo a definição que usou para genocida, dizendo que um genocídio, por extensão, significa também "exterminação de uma comunidade de indivíduos em pouco tempo".

Fico curioso se era a mesma definição que estava lá em 2019, antes do "genocídio" do Bolsonaro... 

Tanto que decidi olhar de forma complementar a definição em outros dois dicionários online que são também recomendados, o Dicio e o Caldas Aulete, e todos eles se assemelham ao que vi no Michaelis e no Houassis, associando à palavra "genocídio" à questão de grupos sociais específicos que são vítimas do extermínio, sem nenhuma referência ao tempo como dito no Priberam. Fiz questão até de olhar o termo em inglês no Merriam-Webster, dicionário americano altamente conceituado, e da mesma forma cita-se a eliminação sistemática de um determinado grupo, sem nenhuma vírgula referenciando tempo.

Perceba que apenas essa observação sobre as diferenças nas definições de uma palavra em um dicionário pode gerar uma percepção errônea e/ou tendenciosa sobre o real significado das palavras. De seis dicionários muito bem referenciados, apenas um menciona a influência do tempo, algo que não é citado nos demais. Assim, uma pessoa que busque a informação apenas no dicionário Priberam pode entender que é genocídio quando alguém extermina muitas pessoas em um curto espaço de tempo, um fator que não é considerado pela maioria. E por isso, deixa dúvidas sobre a aplicabilidade desta definição isolada.

Bom, então nós já sabemos o que é genocídio. Vou reescrever aqui em destaque, para que você possa ler com cuidado e atenção. Lógico, vou deixar de fora a definição isolada que só o Priberam diz existir, e considerar o que é de comum acordo no significado desta palavrinha.

"Genocídio é a destruição ou extermínio, realizado de forma total ou parcial, de um determinado grupo com alguma característica comum, como um grupo étnico, religioso, político ou racial, sem necessariamente chegar ao assassinato em si, mas incluindo outras formas de extermínio como prevenção de nascimentos, desaparecimento de crianças e submissão à condições subumanas de vida."

Baseado nisso, pergunto: Bolsonaro está praticando genocídio?

É... parece que não... 

Afinal de contas, não temos aqui no Brasil nenhum tipo de iniciativa governamental e institucionalizada que promova o extermínio de certas pessoas, somente pelo fato delas fazerem parte de um determinado grupo étnico, racial, político ou religioso. Bolsonaro não criou uma força-tarefa para eliminar todos os nordestinos; Bolsonaro não criou uma lei autorizando a execução de negros; Bolsonaro não mandou petistas para um muro de fuzilamento; Bolsonaro não ordenou a execução dos praticantes de candomblé ou umbanda. Não existe nenhuma perseguição e eliminação de nenhum grupo aqui no Brasil que seja promovida pelo governo federal. 

Se acha que existe, então peço para que me mostre qual a lei ou determinação oficial dele ou de seu governo que tenha feito isso. Vamos, estou esperando.

...

...

...

Pois é, não tem, né?

Você pode até querer responsabilizá-lo pelas vítimas do coronga, mas chamá-lo de genocida por isso é errado, pois isso não se aplica à definição de genocídio que vimos acima. E digo mais: responsabilizar somente o Bolsonaro é outra idiotice, pois os governadores e os prefeitos são tão responsáveis quanto ele. Diria até que mais, uma vez que os onze urubus da "Suprema Tribuna Fedorenta" deram autoridade para que os governos estaduais e municipais possam desobedecer qualquer recomendação federal que discordem. Afinal de contas, quem está aí abrindo ou fechando escolas, comércio e as ruas não é o presidente, mas os prefeitos e os governadores como o João "Calcinha Apertada" Dória. Aliás, um outro idiota que repete essa asneira do Bolsonaro genocida.

Enfim, não vou divagar aqui sobre o tema da responsabilidade, pois hoje estou falando mais dessa questão da definição das palavras. E repito: Bolsonaro não é genocida. Pois ele não está practicando genocídio. Quem fala isso, ou é um idiota que não tem a capacidade cognitiva de entender o que está escrito em um dicionário, ou é um canalha que está distorcendo o significado real da palavra para justificar os seus ataques motivados por ideologia. Canalhas que sabem que o presidente não é genocida, mas querem promover essa narrativa é conveniente para eles.  

E esse é um dos objetivos dessa turma progressista, alterar a definição das palavras ao seu bel-prazer. Como fazem com essa terminologia escrota de linguagem neutra. Sério, não tem maior atrocidade do que essa escrotidão de "alunes" ou "amigxs". Peço perdão pelo palavreado, mas vá pra puta que te pariu! Sério, não quero nem chegar perto de uma pessoa que ache que essa é a forma certa de se escrever. Pôrra, onde já se viu?

Tudo isso tem um objetivo: resignificar as palavras desconstrói uma nação, pois um dos patrimônios mais importantes de uma nação é a sua língua, o seu idioma. Também desconstrói os conceitos verdadeiros da sociedade e mesmo da ciência que esses esquerdistas cretinos tanto defendem, como, por exemplo, mudando a percepção do que é um homem e uma mulher. Dessa forma, você deixa a sociedade confusa, sem entender o que está acontecendo, sem compreender mais o significado das palavras. E uma sociedade confusa e atônita é controlada mais facilmente, sendo sujeita a essas novas definições que são fundamentadas na ideologia de esquerda. É a "novilíngua". 

Pode parecer um papo de teoria da conspiração... Bom, vá ler o livro 1984 do George Orwell e você vai entender o que estou dizendo.

Enfim... Vamos voltar ao tema. Já passei por metade do que eu queria dizer (eu sei, escrevo demais), e vimos como que as definições e os significados das palavras são ignorados por essas pessoas da esquerda, seja por incapacidade intelectual ou por motivação ideológica. 

Mas, para dar prosseguimento ao debate, vou assumir então a hipótese de que esses esquerdinhas estão certos e Bolsonaro é realmente um genocida. Aí então vou falar de valores, e acabar definitivamente com a narrativa hipócrita desses cretinos.

Todos nós temos os nossos valores, que são construídos ao longo de nossas vidas. Valores esses que podem vir de diferentes origens: podem ser provenientes do ensinamento dos pais e demais familiares, podem ser oriundos da religião, de costumes morais e éticos da sociedade. Na verdade, não importa, não é meu objetivo neste momento ficar tanto em como cada um forma os seus valores. O que me interessa abordar agora é o fato de que cada pessoa tem determinados valores que são usados para julgar tudo e todos, para interpretar a realidade que nos cerca. São os valores que vão dizer o que é certo ou errado, o que é aceitável ou inaceitável, o que é permitido ou deve ser proibido.

Vou começar com um exemplo bem simples e mundano, que nada tem a ver com política (bom, até que tem um pouco). Vamos falar do conceito de roubo. Não o roubo que ocorre em um assalto à mão armada, como cansamos de ver nos jornais. Algo mais, digamos... ao nosso alcance. Na verdade, permita-me até corrigir a definição: não falaremos de roubo, que ocorre com violência e algum tipo de ameaça, mas sim do furto, que é subtrair algo de alguém ou de algum lugar, sem a presença da violência.

Viu como saber o significado das palavras é importante? Roubo e furto são sim parecidos, mas existem detalhes que os diferem. Tanto que no próprio código penal (como citado neste site do Tribunal de Justiça do DF, de onde vem a figura muito bem ilustrativa acima) há várias diferenças sobre a caracterização dos crimes e suas respectivas penas.

Então, eu começo aqui perguntando para você: qual a sua opinião a respeito do furto? 

Eu aposto que a imensa maioria das pessoas (se não a totalidade) não vai nem pestanejar, afirmando que furtar é algo errado. Não apenas por ser considerado um crime, você vai no mínimo ter que pagar uma multa se for pego furtando um pacote de biscoito ou latinha de refrigerante de um supermercado, e certamente vai em cana se o objeto furtado for de maior valor, como um celular de uma loja de eletrodomésticos. E mesmo que não seja numa situação de furto no comércio, mesmo em nossas casas: se a criança pegar um dinheiro da carteira dos pais, vai ficar de castigo e pode até levar uma chinelada.

Bom, não hoje em dia, em que o politicamente correto aboliu qualquer punição dos filhos pelos seus pais... Podem achar errado, mas esse tipo de punição (logicamente, aplicada de forma razoável e humana, sem passar dos limites) é necessário para a formação e caráter da criança, para que ela aprenda que ações erradas têm consequências. Mas para os "especialistas" de hoje nem levantar a voz pode... E assim teremos (na verdade, já temos) uma geração que não sabe escutar não, que acha que pode fazer o que quiser, criados na base de Nutella e leite com pêra.

Estou divagando... vamos voltar.

Então certamente vamos escutar aqui da imensa maioria que o furto é algo errado. E repito, independente de ser considerado um crime. Seria lógico pensar que todas essas pessoas possuem valores que fazem com que elas vejam o furto como algo inaceitável, como uma prática reprovável. Como o genocídio. Alguém que defenda o furto, que o considere como algo certo, provavelmente é uma pessoa que tem valores diferentes, que não vê nada de errado nisso. Tipo, um ladrão, um pivete, um assaltante. Mas é algo esperado, pois não se imagina que um criminoso terá os mesmos valores que um cidadão de bem, correto?

Bom, agora eu pergunto o seguinte: você já degustou algo em algum estabelecimento? Tipo, pegou uma batatinha frita da bandeja do restaurante a quilo antes de pesar, ou lá no mercado comeu uma uvinha arrancada do cacho?

Já tenho as minhas dúvidas se todos que acham que o furto é errado nunca deram uma degustadinha em um restaurante ou mercado. Ou alguém teria uma explicação para me dizer que ao fazer uma coisa dessas, não se trata de furto? 

Em situações como essa podemos perceber realmente quem é fiel aos seus valores, pois quem acha que furto é errado jamais iria pegar uma batata frita ou uma uva dessa forma. "Ah, mas é só uma batatinha!", "Ora, uma uva só não vai fazer falta!" são as típicas respostas de alguém que diz ser contra o furto mas tenta justificar um ato como esse, que se enquadra sim em um furto. Talvez seja apenas uma batata frita, talvez seja mesmo uma uva apenas... Mas não muda o fato de que algo está sendo subtraído do estabelecimento, sem violência (assim espero), e isso é furto. O valor monetário desse algo não faz diferença. Vai lá nos dicionários que citei acima e me diga se na definição de "furto" tem algo relacionado ao valor. Pode até ser que em uma definição jurídica exista uma classificação associada ao objeto que é furtado e seu valor financeiro, mas entendo que seria apenas para calcular a pena (furtar uma uva sem dúvida não terá a mesma pena que furtar um carro). 

Mas que é furto, não tenho dúvidas. E se a pessoa acha que isso é diferente, demonstra como não é fiel aos seus valores de fato. É o primeiro dos dois pontos que eu queria destacar sobre os valores de um indivíduo, em que vemos que é muito difícil que as pessoas sigam plenamente os seus valores. Sempre tem alguma desculpa, alguma interpretação diferente, alguma justificativa para mudar a forma como esses valores serão aplicados. Nesse caso, traçando uma suposta "fronteira" a partir da qual a pessoa se sente até confortável em ignorar valores que dizem defender.

Como acontece com as feministas, por exemplo. Se um homem agride uma mulher, ficam pelos cantos berrando que é um absurdo, que é machismo, que o cara tem que ser punido. Mas, quando alguém lembra que em certos países, como lá no Oriente Médio, mulheres são agredidas e espancadas pelos seus maridos por razões banais (tipo, conversar com um homem de outra família), aí o discurso feminista inflamado se cala... Aí essas idiotas "traçam uma fronteira" e dizem que não tem problema, que são os costumes do país, que é algo cultural, que não cabe a gente julgar.

Mas eu até digo que esse tipo de postura tem uma certa "lógica". Não que eu concorde, mas pelo menos há uma explicação em parte plausível que delimita esse tipo de fronteira a partir do qual os valores valem ou não. Voltemos ao caso da batata frita e da uva: nessa situação, o sujeito condiciona a aplicabilidade de seu valor (ser contrário ao furto) por uma questão financeira, entendendo que uma singela batatinha ou uma pequena uva tem um valor monetário irrisório, como se fosse algo que não fizesse falta. Como se o furto só se caracteriza quando o objeto furtado valer mais que X reais. Mesma coisa com a agressão de mulheres muçulmanas, onde se usa da "justificativa" cultural de que nós, ocidentais, não podemos julgar as pessoas desses países com base em nossos valores, que a sociedade deles tem costumes diferentes que não caracterizam certas agressões contra as mulheres como algo inadmissível. 

Repito, não quer dizer que eu concorde com isso, mas há até uma certa lógica nesse tipo de abordagem. Não é necessariamente uma má aplicação do valor em si, mas sim uma definição diferente que rege esse valor. O erro nesse caso não está em como a pessoa aplica os valores em si, mas sim no significado que ela entende para algo associado a este valor. 

Agora, a grande questão é que mesmo que exista uma determinada definição errada, que seja usada para formular esse valor e definir uma eventual "fronteira" de aplicabilidade, que definirá o certo e o errado, tudo isso deve valer para qualquer um, quem quer que seja.

Por exemplo: imagina o dono do restaurante que vai no mercado e degusta uma uva, e acha que não tem problema, que não faz diferença, que uma uvinha só não caracteriza furto... então ele vai ter que aceitar também a mesma interpretação quando um cliente for no seu restaurante e comer uma batata frita sem pesar. 

Mas a gente sabe que não será assim... e aí eu trago o segundo ponto sobre essa análise de valores, que é a hipocrisia de achar que eles valem somente em certas situações, para certas pessoas, de acordo com o que é mais conveniente no momento.

Vou usar mais um exemplo dos Simpsons. Em um episódio da 25ª temporada intitulado "Steal this Episode" (traduzido porcamente por aqui como "O Pirata Prateado"), o Homer começa a fazer exibição em seu quintal de filmes baixados ilegalmente da Internet. Logo aparece o FBI e leva ele preso por estar cometendo fraude e roubando da indústria cinematográfica, após Marge ter enviado os 12 dólares da entrada de cinema que ela deveria ter pago para assistir o filme legalmente. Tem todo um desenrolar da história, em que ele foge da prisão e depois tenta asilo no consulado da Suécia (onde baixar filmes não é ilegal), mas ele acaba se entregando depois de descobrir que Marge o dedurou. 

Pra sorte dele, os produtores de cinema de Hollywood que o estavam acusando de atentar contra os direitos autorais ficam super empolgados com sua história, comprando os direitos dela para fazer um filme. Assim, tudo terminou bem para a família Simpson. Acontece que no final a vizinhança decide fazer uma surpresa para o Homer, com a exibição do filme da sua história baixado ilegalmente da Internet, antes da estréia nos cinemas. Nessa hora ele fica com raiva e impede a exibição, porque isso vai prejudicar os seus lucros com a venda de ingressos. 

Esse é na minha opinião um exemplo bem claro e didático de como que os valores de uma pessoa podem ser totalmente diferente de acordo com o momento ou pessoa. Antes, Homer achava que era um absurdo ter que pagar para ver um filme no cinema, que os produtores de Hollywood eram gananciosos e interesseiros, justificando assim a pirataria de filme. 

Agora, quando passou a ser o filme dele, em que ele ganharia dinheiro da mesma forma gananciosa e interesseira, a pirataria de filme passou a ser vista como algo errado.  

Simplesmente não dá para aceitar uma pessoa que seja assim. Isso é uma demonstração que aquele suposto valor que ela tinha não passava de armação, de mentira. No fundo é outro valor que motiva uma pessoa em uma situação deste tipo, é um outro objetivo mais alinhando com seus interesses. No exemplo do Homer, não podemos dizer que ele é contra ou favorável à pirataria, mas sim que ele prioriza os seus próprios interesses. No início a pirataria era boa pois permitiu que ele assistisse o filme antes de sair do cinema; depois passou a ser ruim pois iria afetar seus lucros com a exibição do filme baseado em sua história. Ou seja, se há algum "valor" que motiva suas ações, é o egoísmo, pensando naquilo que é melhor para ele.

Digo até o seguinte, embora sei que posso ser mal interpretado: não há nada de errado em viver a vida motivado por um valor como egoísmo. Claro que isso vai trazer uma série de consequências não muito positivas para esse indivíduo, que provavelmente ficará sozinho e isolado da sociedade, mas se é assim que ele quer viver sua vida, que seja. Pelo menos será uma pessoa honesta em relação aos seus valores, todos vão saber que ela é egoísta e enxerga tudo da forma que seja mais conveniente para ela.

Pior é posar de bonzinho, de que tem valores e virtudes... mas na verdade é só fachada. E é assim que a esquerdalha e os politicamente corretos progressistas agem.

Voltemos então à questão do genocídio, para mostrar como que esses paspalhos têm valores deturpados. Continuemos aqui, para fins do debate, assumindo que o Bolsonaro é um genocida e único responsável pelas mais de 200 mil vítimas do coronavírus no Brasil. Embora já vimos lá em cima que não está acontecendo nada que faça parte da definição de genocídio.  

Se você acredita que Bolsonaro é um genocida, o que me diz da China? Onde existem campos de "reeducação" em que muçulmanos uigures são punidos e mantidos prisioneiros, e as mulheres dessa etnia são esterilizadas. Um país onde padres cristãos são detidos e igrejas fechadas, e cristãos devem trocar imagens de Jesus por retratos do Xi Jinping. Onde mulheres refugiadas da Coréia do Norte são compradas, estupradas e escravizadas. China que passou a controlar Hong Kong com mãos-de-ferro, prendendo recentemente mais de 50 ativistas pró-democracia. Isso pra citar algumas notícias recentes, mas não custa lembrar que o governo comunista chinês é considerado responsável pela morte de centenas de milhões de pessoas, desde a ascensão do partido comunista no poder. 

Mas esses que se dizem contrários ao genocídio nada falam da China... por que será?

O pior de tudo, que mais me tira do sério, é que esses idiotas da esquerda dizem que o Bolsonaro é o genocida, quando vemos que o PCCh (pra quem não sabe, Partido Comunista Chinês) promove de forma institucional uma série de ações que se encaixam na definição de genocídio. Campos de concentração, execuções, esterilização de mulheres, prisão de jornalistas, tudo isso motivado pela crença religiosa ou etnia. Sério, é a definição "by the book" de genocídio.

Se você é contra o genocídio de verdade, o genocídio conforme a descrição que mostrei acima e que é a definição verdadeira, você deve falar da China. E ponto final. Se não fala, você não é contra o genocídio pôrra nenhuma. 

Este é o ponto que eu destaco sobre essa questão de valores. Eles devem valer em qualquer momento, em qualquer situação, não importa. Mas o que vemos é que a maioria das pessoas, principalmente que estão do lado da esquerda, aparece com discursos moralistas e virtuosos, pessoas dizendo que são contra o genocídio, que são defensores da democracia e dos Direitos Humanos. Mas essas palavras bonitinhas são só para estampar suas redes sociais, tais valores são importantes somente na hora de atacar o Bolsonaro. Tudo isso baseado em uma visão distorcida da realidade, fundamentada em definições e conceitos forjados, criados em uma narrativa fantasiosa que é propagada pela imprensa.  

Mas na hora de respeitar esses supostos valores que tanto prezam para criticar aqueles que merecem ser criticados, esses panacas ficam quietos. Ou pior ainda: literalmente cagam em cima destes valores tão importantes, se esquecem por completo, quando isso é de seu interesse. Tipo esse escroto do Felipe Neto, que uma hora fica acusando os outros de genocida e na outra sugere censura "do bem", seguindo q premissa imposta pelo PCCh em seu país, onde só tem voz quem fala o que o governo quer.

Na boa, esse boçal já é desprovido de massa cinzenta de nascença. Aí fica pintando a pôrra do cabelo, e imagino que a tinta começa a irrigar sua cabeça e acabar com qualquer resto de neurônios que ainda existam. E depois fica parecendo uma foca sendo estuprada... Sério, a quantidade de merda que sai da boca desse verme por segundo é impressionante, uma verdadeira metralhadora de fezes... 

Assim, eu chego aqui à minha conclusão, reforçando a questão das definições e valores. Antes de falar alguma coisa, antes de tomar partido, entenda bem a definição VERDADEIRA daquilo que você quer dizer. Se vai se posicionar contra o genocídio, aprenda primeiro o que ele realmente significa, para saber distinguir quem o pratica de verdade. Não cometa o erro de acreditar naquilo que pessoas tendenciosas ideologicamente dizem, que mudam o significado das palavras para se adaptar às suas narrativas. 

E depois seja fiel aos seus valores. Se acredita em algo, acredite de fato, 100% do tempo, independente de quem seja. Tenha a integridade e a coragem de seguir os valores que você assumiu como sendo seus, que foram escolhidos para guiá-lo moralmente. A partir do momento em que você silencia e despreza os seus valores em alguns momentos específicos, estes estão sendo na verdade desprezados, tornando-o um indivíduo inescrupuloso e sem nenhum tipo de honra ou ética. 

Esqueçam essa babaquice de Bolsonaro genocida. É apenas mais um exemplo de como pessoas de esquerda são mal-intencionadas, como elas mudam o significado das palavras para atender às suas narrativas, ao mesmo tempo em que ignoram ou mesmo aplaudem os verdadeiros genocidas. Repita esse discurso imbecil e você será apenas mais um tolo hipócrita se sujeitando aos caprichos dessa corja vermelha de interesseiros, que está pouco preocupada em acabar com o genocídio de verdade.

Bom... mas se mesmo assim você quiser seguir com isso... Seja pelo menos honesto. Admita que na verdade os valores que guiam a sua vida são a ideologia e a política. Pare de ser covarde e ficar com um discurso virtuoso de araque, de ficar dizendo que é a favor da democracia e contra o genocídio quando na verdade você não é. Tenha pelo menos a honestidade de reconhecer que sua bússola moral é guiada pela ideologia de esquerda, que você precisa falar tudo de mal do Bolsonaro e ignorar as práticas genocidas de seus aliados. Não há nada de mal nisso, em ser uma pessoa cujos conceitos de certo e errado são definidos por quem os pratica. 

Claro que ao fazer isso, você não será diferente de um torcedor fanático de um time de futebol, um idiota sem um mínimo de capacidade cognitiva e que não tem a menor noção das coisas. Mas... afinal de contas, não é crime ser idiota...

Comentários