Os Heróis Japoneses da Manchete - Parte 3

Vamos continuar a lembrar dos heróis de olhinhos puxados que davam porrada em monstros com fantasias de borracha e papelão, salvando o Japão das ameaças alienígenas de todos os tipos mais bizarros. Os super heróis japoneses marcaram toda uma geração, lá nos anos 80 e 90, exibidos nas tardes da Rede Manchete, juntamente com as propagandas bizarras do (011)1406 que vendia cêra de carro e aparelho de ginástica. E que recententemente voltaram às telas da Band, inicialmente para tapar os buracos da programação por conta da pandemia, mas que continuam seguindo para a alegria dos nostálgicos e, por que não, angariando novos fãs.

Pena que não durou... No domingo retrasado, 13 de setembro, tivemos o final da exibição das séries japonesas na emissora. Isso porque a Band quis voltar à sua programação esportiva (na minha opinião, exageradamente esportiva, os caras estão passando até campeonato de futebol russo), e juntou uma treta com dublagem que contribuiu com isso. Graças ao Kamen Rider Black, que teve dois episódios exibidos mas depois saiu do ar por conta de uma série de indefinições com um dos dubladores. Voltaram com o Jaspion, e nesse domingo citado teve o episódio final do Jiraiya, e os heróis orientais se despediram da televisão aberta mais uma vez.

Pessoalmente, eu achei uma putaria da Band por ter cortado assim de forma tão repentina, especialmente pelo fato de que o Changeman não chegou até o final. Faltavam apenas cinco episódios, podiam ao menos passar esses pra fechar com chave de ouro... Só que não foi dessa vez. Mas, quem quiser, pode assinar algum serviço de streaming para ter acesso a todas essas séries, ou mesmo ir no canal do YouTube da Sato Company para ver algumas das séries. 

Algumas, pois todas as séries de personagens coloridos, os clássicos super sentai, não estão mais disponíveis na plataforma de vídeos online, pois a Hasbro (que lança a série nos Estados Unidos, nos moldes de Power Rangers) bloqueou os episódios. Uma outra putaria, na minha opinião, já que estamos falando de seriados de quase 40 anos... 

Enfim, mas vamos seguir aqui para falar das séries que eu via na época. A verdade é que eu estava até na dúvida sobre fazer essa postagem, já que na primeira falei dos meus favoritos, Jaspion e Changeman, e depois na seguinte trouxe os Flashman e os toscos Cybercop. Mas não quis parar por aí, e decidi voltar para falar de mais duas séries, embora provavelmente não darei a mesma ênfase que as anteriores. Pois eu curtia... mas não tanto como as outras quatro acima. E vamos começar com o ninja Jiraiya.

Quando se fala de ação oriental, sem dúvida se fala de ninja. Sejamos francos, não tem nada mais legal do que um ninja, com a máscara enigmática, sempre armado com espadas, nunchakus e shurikens, pulando dos prédios e dando porrada. Quem não se lembra dos ninjas dos videogames da época? Quem tinha Nintendo se amarrava no Ninja Gaiden, e a turma do Master System e Mega Drive curtia o Shinobi. Sem falar depois a trupe de ninjas coloridos do Mortal Kombat, que podiam até mesmo formar umas duas equipes coloridas de super sentai. Até mesmo nos desenhos: tinham as Tartarugas Ninja, tinha o Storm Shadow e o Snake Eyes do G.I.Joe, e até mesmo o Dragão Branco e o Dragão Negro do desenho do Rambo.

Puta merda! Agora eu peguei pesado mesmo... Aposto que os mais novos não imaginavam que tinha um desenho tosco do Rambo, tão tosco que tinham dois ninjas. Porém, diferente do Comandos em Ação, onde o ninja branco era o bandido e o preto era o mocinho, aqui o Dragão Branco era amiguinho do Stalonne e o Dragão Negro era seu arqui-rival.

Acho que tá na hora de voltar ao assunto... Mas fiquei agora com a ideia de relembrar desenhos que vieram de filmes, tema para uma possível postagem.

Pois bem, fato é que ninja é legal pra cacete. E foi talvez essa uma das razões que levou os produtores a criarem essa série de ninjas, que inclusive foi bem famosa no Japão por conta disso. Foi lançada por lá em 1988 e fazia parte da série Metal Hero, como o Jaspion. Aqui acompanhamos o jovem Touha Yamashi, um órfão que é adotado por um velho ninja para ser o seu sucessor. E para isso ele recebe uma armadura e a Espada Olímpica, com as quais ele se transforma em Jiraiya, o Incrível Ninja. Tudo isso para proteger uma inscrição numa tábua, que indica a localização de Pako, o Tesouro do Século, que era um treco espacial mágico, objeto de desejo dos vilões da Família dos Feiticeiros.

Vou te dizer, sempre achei a história da série meio doida, com esse tal de Pako... Mas, enfim. Pelo menos era uma bem-vinda mudança em relação ao rotineiro enredo de "vilões espaciais querendo invadir a Terra" que foi usado em 99% dos seriados japoneses.

Touha é o protagonista, mas sempre aparece ao lado de sua família. A começar com o velho Tetsuzan, o 34º do clã ninja Tokagure. Dono de uma academia ninja, é o mestre que sabe tudo e tenta guiar Touha em ser um grande ninja. Faz o estilo de Yoda, com suas frases de biscoito da sorte chinês pra dar a lição de moral do episódio. E acho que durante toda a série ele fica mancando da perna, ou vivia borrando as cuecas. 

Agora, sabe o mais sensacional de tudo? O ator que representava o Tetsuzan é um ninja de verdade! Ele é hoje o grande mestre de nove escolas de artes marciais japonesas (com o detalhe de que um dos clãs se chama também Tokagure e ele é efetivamente o 34º representante), e é considerado patrimônio vivo japonês. Por essa eu não esperava...

Continuando com a família Yashima, temos Kei, a filha mais velha do Tetsuzan, que faz o papel da paixonite dos fãs da série. Toda sorridente e cuti-cuti com seu sorriso meigo, ela adora sacanear o preguiçoso do seu irmão adotivo Touha. Como filha de um mestre ninja, ela também tem o seu alter-ego, vestindo uma armadura parecida com a do Jiraiya, mas branca, e assumindo o nome de Himenin Emiha. Faz assim um estilo de heroína como Chun Li, que tenta equilibrar suas obrigações no combate aos inimigos com a tentativa de ser uma menina normal.

Por fim, temos o comic relief da série, na verdade, um deles. Manabu é o filho mais novo do Tetsuzan (olha que na época não tinha Viagra pra ajudar o velho a ser pai mais uma vez), um verdadeiro pentelho que só faz traquinagens e bobeiras, sempre se metendo em confusão. E que deseja ser um ninja como Touha, mas ainda precisa comer muito feijão com arroz e aprender a não fazer merda pelo caminho.

A família Yamashi é a protagonista da história, mas ao longo da série vários aliados juntaram forças com eles. E bota vários nisso, depois eu vou falar um pouco mais deles. Mas existem dois aliados que ajudam o Jiraiya de forma bem efetiva nos episódios, que fazem parte do Serviço Secreto Japonês e (adivinha) também são ninjas. A principal é a gracinha mas birrenta Rei, que também é a ninja Kinin Reiha. Faz o papel da heroína misteriosa, com sua vida cheia de mistérios, a começar por olhos que brilhavam de verde em alguns momentos da série. Mas ajuda Jiraiya durante toda a sua jornada, até o combate final.

No início da série ela conta com a companhia de seu amigo Ryu, que não tem nada a ver com o Street Fighter. Que também é um ninja, de nome Yanin Spiker. Mas que não durou muito no seriado, talvez por conta de ser um tampinha. Afinal de contas, onde já se viu ninja baixinho?

Vamos dar uma pausa nos mocinhos, até porque estes são mesmo os principais que ficam por toda a série. Hora de falar dos inimigos, os arqui-rivais da tal Família dos Feiticeiros. Liderados por Dokusai, o bandidão com a máscara de demônio que nunca mostra seu rosto. Ele era um amigo do Tetsuzan, mas que se voltou contra o velho após matar sua esposa e roubar metade da tal tábua sagrada que guardava o segredo de Pako. Mau que nem um pica-pau, tentou de tudo para se apoderar desse tesouro, com a ajuda de sua família e diversos ninjas que ele contrata. Pra piorar, ainda tinha alguns poderes especiais, como disparar raios de energia de suas mãos e até mesmo o poder do Gyodai, com o qual ele aumentava de tamanho.

Rápido comentário: ele lembrava um dos chefões do Black Belt, clássico de porradaria do Master System. Que aliás é um jogo que eu preciso falar por aqui. 

Dokusai conta com a ajuda de sua filha, Benikiba, com sua máscara tosca com uma coroa dourada. Diferente de certas vilãs de outras séries, ela é uma tapada que não tem muita competência na arte ninja, geralmente tendo que ser resgatada pelo seu pai. Sua única habilidade é ser boa em disfarce, tendo até poderes de se transformar em crianças e acho que até animais. E uma breve observação pessoal: sempre que eu a via sorrindo, o que chamava atenção era o dente torto que ela tinha.

Pra completar os vilões principais, temos Retsuga, que deve ser um primo distante do Rain do Mortal Kombat. Pelo que entendi, ele é como um filho adotivo do Dokusai, e tem até suas habilidades como ninja ao usar espadas, arco e flecha e a mega shuriken que ele usa na testa. Mas apesar disso, não é um grande inimigo do Jiraiya;

Como de costume, em Jiraiya trouxe vários inimigos convidados do episódio de todos os tipos, tamanhos e cores. Mas cabe ressaltar dois vilões que participaram de forma bem constante no seriado e dando trabalho para o sucessor de Tokagure. A começar com a bruxa Aracnin Morgana, que dizem os sites que é bem amiga de Dokusai e cujos poderes e armas são todas associadas a aranha. Tipo bombinha-aranha, raios-aranha e outras parafernálias. E no final da série ela consegue ainda usar uma magia que revive vários ninjas que Jiraiya derrotou.

E você que só via Power Rangers, provavelmente está reconhecendo a cara dela. Sim, a atriz que interpretava a Aracnin Morgana é a mesma que deu vida a vilã Rita Repulsa da série Power Rangers. Que, para quem não sabe, era na verdade a adaptação norte-americana de uma série japonesa tipo Changeman e Flashman.

Aliás, me deu uma ideia, em fazer uma postagem mostrando justamente atores que interpretaram vários personagens nas séries orientais que fizeram fama por aqui.

Continuando, outro vilão que vale destacar é o Dell Star. É um alienígena com pinta de personagem de jogo de Atari, que veio para a Terra há muitos anos e tinha sido preso debaixo de uma montanha pelo antepassado do Jiraiya. E é por isso que ele tem raiva do herói. O puto conseguia se regenerar, disparava raios e contava com a Espada Satã, que era a contraparte da Espada Olímpica, o maior inimigo do Jiraiya ao longo da série.  

E que por algum motivo fazia a sua cabeça flutuar fora do corpo. Como de costume, me faz lembrar dele...

"Você viu um corpo procurando uma cabeça? Eu sou uma cabeça."

Pra completar, nenhuma série desse tipo poderia ficar sem os minions, os soldadinhos boçais que só servem de figurantes e pra levar porrada dos heróis. Aqui eram os Homens Pássaros Karasutengus, sem nenhum parentesco com o Homem Pássaro da Hanna Barbera, mas tão toscos quanto. Geralmente apareciam sempre em trios, e eram responsáveis por estragar os planos da Família dos Feiticeiros com sua incompetência nata.

Uma das coisas bem curiosas em Jiraiya é que não faltavam personagens secundários. Toda hora aparecia um ninja diferente, muitos deles que representavam outros países, embora todo mundo tinha olhos puxados e falava japonês. Alguns eram aliados do herói, e tinham alguns que começavam com inimigos, mas que logo ficavam amiguinhos da família Yamashi. Claro que não vou ficar falando de todos eles, mas vale a pena mostrar os mais conhecidos. 

E já começo com aquele que eu acho o mais absurdo de todos, o Barão Owl. Que é simplesmente um cavaleiro medieval! Puta que pariu! Eu sempre achava hilário ver como inventaram personagem desses, com direito a shurikens em formato de crucifixo. Ele estava atrás do Tesouro do Século para ajudar os pobres, e quase morre logo no início da série, após ser jogado do alto de um penhasco. Mas volta para ajudar Jiraiya em diversos momentos, inclusive na luta final.

Continuando com o circo dos horrores, temos Bakunin Homem Míssil. Parecendo mais um fugitivo de um grupo do Ku-Klux-Klan, mostrava como os figurinos da série eram bem toscos, com essa máscara que parece uma cartolina com dois buraquinhos. O sujeito é um americano que lutou na Guerra do Vietnã, especialista em explosivos e que anda com um míssil nas costas (sem maldade, por favor), acusado injustamente pela Família dos Feiticeiros como o responsável por explosões na cidade. E também participa do combate do último episódio.

Rainin Wild é outro de descendência americana, pulando pra lá e pra cá com um uniforme ninja que parece um pijama comprado nas Lojas Americanas. Ele é um caçador de recompensas contratado pelos bandidos pra trazer a cabeça de Jiraiya, mas logo ele se une a Touha, colaborando com ele em vários momentos, inclusive na luta final. Além de ter uma espada, contava com uma pistola e tinha a habilidade de atirar bala em curva... que nem aquele filme da Angelina Jolie e o cara que fez o professor Xavier. 

Próximo da lista, Kazenin Storm era outro exemplo das sérias restrições orçamentárias da série. Puta merda, pegaram um sujeito, vestiram com um macacão de motoqueiro com uma cartolina com relâmpagos colada no peito e botaram um capacete, e temos um ninja. Storm na verdade era um cyborg construído pela família dos feiticeiros com restos de outros ninjas, mas é outro que depois fica amigo do Jiraiya até o último episódio. Também armado com uma pistola, e contando com uma moto... afinal de contas, com esse visual de personagem do Road Rash, só podia ter uma moto mesmo.

E tinham vários outros... como o Beni Lagarto, que coleciona espadas e quase passa a mão na Espada Olímpica...

... e Ronin Habumaru, um ninja turco que desde aquela época usava máscara pra se proteger do corona-vírus e que parece ter sido figurante dos filmes do Mad Max.

Tosqueira, né?

Sem falar dos vilões, que são ainda mais hilários. Não vou ficar aqui enchendo a postagem com um monte de ninjas que só apareceram em um episódio, até serem fatiados pelo Jiraiya como uma fatia de queijo podre. Só pra não dizer que não coloquei nenhum capanga aqui, vai o que eu achava mais engraçado, que era o Otonin Uha, com seu capacete de madeira e que ficava tocando flautinha pra gerar ilusões.

Detalhe que esse puto fez uma ponta como inimigo no Shinobi III do Mega Drive.

Era um bom jogo, embora eu curtisse mais o Revenge of Shinobi, que tinha aquele chefão com a cabeleira. Outro jogo que eu deveria falar aqui no blog, mas falta tempo e disposição pra tirar printscreen das telas.

Já estou me alongando muito aqui com o Jiraiya, mas cabe ainda mencionar que até aqui tinha um robozão. Embora estivesse mais para uma mega estátua que conseguia se mexer depois que o ninja entrava nela. O Deus Jiray estava enterrado na mesma montanha em que o Dell Star, e atuava como o guardião de Pako. 

Acontece que a ideia não vingou muito já que foram poucos inimigos grandões que apareceram, ele passava a maior parte do tempo escondido debaixo da terra, e só fez algo útil mesmo no último episódio, enfrentando o Dokusai depois que ele ficou gigante. E no fim o robôzão se manda pro espaço pra explodir Pako (que aparentemente tinha tanta força que poderia explodir o planeta).

Jiraiya foi uma série simpática mesmo. Repito que não era uma das minhas favoritas, por ter uma histórias meio estranhas e por abusar de ninjas bizarros. Sério, fica a impressão que o objetivo no final das contas era vender brinquedos, e assim inventaram todo tipo de ninja. Afinal de contas, nada mais sem noção do que essa turminha aí de baixo.

Mas vou te dizer que eu até meio que redescobri o seriado nessa temporada inesperada na Band. O tema é legal, os personagens principais são bem carismáticos, embora os inimigos são muito fracos. Por isso que não superou os heróis mais clássicos, entre Jiraiya e Jaspion, curtia mais o paraíba japonês de cabelo afro. Mas sem dúvida foi uma série que fez muito sucesso por aqui, tanto que o ator que deu vida ao protagonista já visitou o Brasil várias vezes para prestigiar seus fãs.

Tá na hora de falar de outro herói da época. E que já adianto que não vai ter o mesmo destaque que o ninja vermelho acima, principalmente por ter sido uma série que eu não acompanhei muito de perto na época. Chegou a hora de lembrar do Policial de Aço Jiban.

Lançada em 1989, a série foi a sucessora direta do Jiraiya no ramo de metal heroes, do qual o Jaspion fazia parte. Contava a história de um policial chamado Naoto Tamura da polícia de Tóquio, que perde a vida ao lutar contra uma organização criminosa chamada Biolon. Mas ele renasce como um cyborg, o Jiban, graças a ajuda de um doutor em cibernética. E assim a série segue, com o Jiban enfrentando os inimigos da Biolon, com seus monstros orgânicos e biotecnológicos que, como de costume, quer conquistar o mundo. Igualzinho ao Cérebro.

Um policial que morre em serviço e volta a vida como um robô... onde será que já vimos isso?

E não é mera coincidência. Os produtores se basearam descaradamente no Robocop, que havia sido lançado dois anos antes. Reza a lenda que teoricamente a ideia seria colocada em prática já no ano anterior, mas Jiraiya estava em produção e foi necessário esperar um pouco mais. Jiban tinha praticamente a mesma origem do nosso amigo Murphy, até mesmo a giradinha de pistola e as diretivas eles imitaram. Mas Jiban sem dúvida tinha estilo, com um visual muito maneiro e moderno, embora também se movesse de forma vagarosa como o seu predecessor.  

Não me lembro muito dos detalhes da série, mas havia uma particularidade interessante que era diferente do Robocop. Pois Jiban podia se "transformar" de volta no Naoto Tamura, que fazia quase o estilo de Clark Kent, todo desajeitado e enrolado. Mas não me lembro como era a tal transformação, se na verdade ele vestia a armadura do Jiban (o que eu não creio) ou se "vestia" uma cobertura humana para parecer uma pessoa. Embora vi depois que na verdade isso só apareceu no penúltimo episódio, que não foi exibido no Brasil.

Como em outro filme que a gente sabe qual é...

Enfim, a principal aliada de Jiban era a Ayumi, uma menina gordinha e neta do doutor que deu origem ao Jiban, e que parece ser uma das poucas que conhece a sua identidade. Considera Naoto como um irmão, ajudando com suas missões a partir da base secreta de Jiban, juntamente com um robô olhudo. Rola um monte de treta ao longo da série com a menina, que é raptada pelos bandidos e perde a memória. 

Outra aliada é Yoko, chefe do departamento de polícia e quem dá ordens no Naoto. Faz o estilo de mulher enfezada, daquelas que briga por qualquer coisa, e que sempre dá esporro no Naoto, especialmente por ele sempre sumir nas horas mais importantes e depois aparecer como se nada tivesse acontecido.

Exatamente como um super-herói que a gente também conhece bem. Deixando bem claro que Jiban parecia usar de todos enredos clássicos de filmes e quadrinhos...

Aliás, cabe ressaltar que eu me esqueci dela daquela postagem sobre as personagens mais bonitas das séries japonesas. Sem dúvida a atriz Michiko Enokida que a interpretou merecia ter sido lembrada naquela oportunidade. Pra não deixar em branco, vai mais uma fotinho dela pra dar uma alegrada na postagem.

Em relação aos vilões, o Jiban tinha como grande inimigo a organização Biolon. Como de costume, eles querem dominar o planeta, começando por Tóquio, e usando para isso uma horda de monstros toscos criados por meio de biotecnologia. O chefão do bando era o barbudo o Doutor Jean-Marie, responsável pelos monstrengos e que fazia o papel de chefão incompetente. Mas pelo menos tinha bom gosto para ajudantes, com as gêmeas Marshall e Cannon, que adoravam roupas e jóias e se transformavam em monstros. Não sei qual era qual, mas a de verde até que é bonitinha. 

Momento aleatório: o doutor com esses óculos escrotos parecia aquele Dreadnock de lança-chamas do Comandos em Ação.

Eu sei... até que curtia Jiban, mas confesso que não me lembro muito, e por isso a mente tá divagando...

Pelo que vi, ainda tinham dois vilões de maior destaque. A começar com a tal Rainha Cosmos, que se formou a partir do lixo espacial deixado pelos americanos e soviéticos após a corrida espacial. Começa se aliando ao Biolon, mas depois ela decide agir por conta própria pra acabar com todos os homens do planeta e gerar um império só com mulheres. Ou seja, uma feminazi espacial.

E tinha a tosca Madogarbo (sim, ela era "mulher", embora fosse só a voz feminina do monstro), que foi a melhor criação do doutor Jean-Marie. Construída a partir das células do Jiban, tem praticamente os mesmos poderes que ele, dando trabalho ao policial de aço até o final da série.

Claro, em Jiban tinham vários outros monstros convidados, mas que eu sinceramente não me lembro e não faço muita questão de lembrar. Mas cabe falar dos minions da Biolon, que eram uns manés com capuz preto, que tinha um desenho tosco como se fosse um cíclope sorrindo. 

Agora, algo legal de se falar eram os armamentos do Jiban. Nesse ponto ele superava de longe o Robocop, que apesar de ter aquela puta pistola e sua agulhinha no pulso, ficava nisso mesmo (ignorando solenemente aquele jetpack escroto do terceiro filme, em que o Robocop se une aos sem-teto). O Jiban vinha bem equipado, contando com uma pistola que virava sabre de luz, um jetpack bem mais maneiro que virava uma bazuca, brocas, garras e um puta canhão pra destroçar os inimigos. 

Sem falar em um carro maneiro cheio de luzinhas (que parecia a Super-Máquina), uma nave e uma moto, que tinham vida própria. Arsenal da pôrra, temos que dar o braço a torcer.

Digo que embora eu não tenha me interessado tanto pela história do Jiban na minha infância, eu curtia muito o personagem. Pior que vi que da metade pra frente teve muito drama, incluindo a morte de vários aliados e o momento em que ele é quase destruído. Tudo isso me motiva a assistir de novo, pra redescobrir a série. Cabe ressaltar que Jiban não teve seus últimos episódios exibidos aqui no Brasil, na época da Manchete, e só ficaram disponíveis alguns anos depois.

Bons tempos... E depois de recordar essas séries, está na hora de encerrar a postagem por aqui.

"Pô, mas você não falou da série __________, seu texugo escroto!"

Calma! Eu disse que falaria das minhas preferidas, e nessas três postagens passei por aquelas que eu curtia mais. Claro que várias ficaram de fora, mas foram seriados que eu não dei muita bola ou que não me interessaram tanto. Talvez eu volte aqui e faça um post juntando todas essas séries que eu via mais ou menos, mas eu acho que já tivemos uma boa overdose de heróis japoneses por essas bandas. Mas certamente ainda devo voltar no tema, com postagens diferentes e mais divertidas. Só preciso é arrumar tempo pra isso e me lembrar de tantos personagens de olhos puxados que passaram pelas telinhas da saudosa Manchete.

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