Streets of Rage 4

Olha... dizem que paciência é uma das maiores virtudes de um homem. E certamente muita gente, incluindo este texugo que aqui escreve, teve muita paciência por longos 26 anos para ver esse acontecimento marcante. O dia 30 de abril de 2020 ficará marcado como o dia em que voltamos às "ruas da raiva", pra descer a porrada em punks cabeludos, gordos cospe-fogo e mulheres de chicote na tão esperada continuação de um dos melhores beat'em ups (na minha opinião o melhor) de toda a história dos videogames.

Finalmente chegou o Streets of Rage 4.


Lançado para diversas plataformas (incluindo para PC), no princípio eu estava um pouco preocupado se iria curtir o mais novo capítulo dessa série sensacional, da qual já falei em detalhes aqui. Primeiro, temendo por ser mais um daqueles jogos de requisitos absurdamente altos que não rodariam em meu computador cansadinho. Mas eu fiquei até impressionado como o jogo roda liso na minha máquina, embora na configuração de qualidade média, que já é bem boa. E em segundo lugar, e o mais importante, se seria realmente um jogo legal, a altura dos clássicos...

Peço perdão pelo palavreado... mas Streets of Rage 4 é do...


Para um bom entendedor, meia palavra basta. Ou duas imagens.

O jogo é muito show de bola, uma verdadeira volta aos bons tempos daqueles jogos bem bolados e divertidos, com a velha e boa porradaria de um contra todos. Porém, com uma bem-vinda repaginada visual. O jogo não é um remake que usa o mesmo estilo gráfico antigo, mas sim uma continuação da história da trilogia que nos encantou há mais de duas décadas. Lembro que tudo que vou falar aqui será da versão para computador, que é a que tenho, mas me parece que as versões para consoles são equivalentes.

Antes de mais nada, pode ser que eu venha aqui a dar algum spoiler. Então, se você ainda não jogou e quer ter as surpresas, é melhor salvar o link para ver depois.

A história deste capítulo se passa 10 anos depois dos acontecimentos do Streets of Rage 3, em que a cidade do jogo, agora finalmente com um nome oficial (Wood Oak City), pôde disfrutar de um pouco mais de paz. Mas depois desse tempo apareceu um novo sindicato do crime, que tem um audacioso plano de fazer uma lavagem cerebral em todos os seus habitantes, usando uma música hipnótica. Diante disso, nossos grandes amigos Axel Stone e Blaze Fielding se juntam a Floyd Iraia, um aprendiz do velho Dr. Zan do jogo anterior, e Cherry Hunter, filha do Adam do primeiro jogo, para limpar as ruas de mais essa ameaça.


Mas sabemos que não é preciso ter nenhuma história como desculpa pra sair descendo o cacete num bando de punks nas ruas.

O estilo do jogo segue a velha fórmula que conhecemos e funciona tão bem: em cada fase, você enfrenta vários capangas de todos os tipos, cores e tamanhos, abrindo caminho até chegar no chefão. E é isso, a boa simplicidade dos beat'em ups que não distrai o jogador da ação. Tudo isso no estilo conhecido do Streets of Rage, o que agrada aos fãs dos jogos clássicos que vão lembrar de como era antes, e também atrai os novos jogadores.


Ou seja, temos a mesma sacada simples de um botão para atacar e outro para pular. Vários golpes em sequência resultam em uma combinação avassaladora, e seguindo o padrão dos jogos anteriores, são três tipos de voadoras (normal, parada com salto para o alto e o ataque para baixo, bom para deixar o inimigo desguarnecido). Continuam os agarrões, que permitem as joelhadas, os arremessos e os saltos por sobre os ombos do bandido, para que você possa trocar de posição e desferir golpes diferentes. E também tem o ataque traseiro, para acertar aqueles capangas sacanas que tentam te pegar por trás, que agora pode ser desferido não só ao apertar ataque e pulo ao mesmo tempo, mas também por meio de um botão exclusivo. Outra coisa que está aqui são aqueles ataques blitz, ao dar dois toques para a frente seguidos do ataque. Tipo o clássico Grand Upper do Axel, mas popularmente conhecido aqui como "Vatapá".


Mas Streets of Rage 4 trouxe algumas sutis mudanças. Temos ainda os ataques especiais, que podem ser desferidos parados (que são geralmente especiais voltados para a defesa) ou os mais fortes, quando apertamos para frente também. Agora existem também especiais aéreos, uma outra alternativa para acertar aqueles inimigos pelo alto. Todos esses ataques especiais seguem o padrão do Streets of Rage 2, consumindo parte de sua energia (não tem mais aquela barra azul de especiais do terceiro jogo). Mas a novidade é que sua energia não é perdida imediatamente, mas sim de forma temporária: após usar um especial, cada ataque que você acerte em um inimigo recupera um pouco de sua energia, até você voltar ao nível que estava antes ou até ser atingido. Ou seja, dá pra usar os especiais com bastante frequência de boa, desde que você acerte as porradas.


E existe agora um mega ataque especial. Durante o jogo você pode ir coletando estrelas, que estão escondidas em barris, caixotes e outros lugares. Cada estrela dessas te dá direito a um golpe especial muito forte, daqueles que geralmente é melhor guardar para os chefões.

Outra sacada legal é que agora temos um botão específico para pegar coisas do chão, sejam as armas ou itens: algo muito bem bolado, pois assim você não passa por aquela situação de comer um frango quando está tentando atacar um inimigo e a sua barrinha de energia está cheia. Praticamente todas as armas dos jogos anteriores estão aqui, como facas, tacos de baseball, canos e até mesmo as garrafas voltaram; mas temos também algumas novas, como tacos de sinuca, facões de açougueiro e até mesmo uma puta marreta de obras.


Sim, é ele sim... daqui a pouquinho falo dos personagens.

Quer saber? Vou falar agora mesmo. Pois esse é o grande barato da postagem, especialmente ao rever três velhos conhecidos que começaram a dar porrada nas ruas da raiva desde a década de 90.


Algo que eu gostei muito em Streets of Rage 4 foi terem trazido os três lutadores do jogo original, sendo que Adam só fica disponível depois que você completa uma das fases do modo de história. Pensar que fomos apresentados a eles lá em 1991, no Streets of Rage original, quanto tempo... Os três receberam pequenas repaginadas no visual, mas mantiveram os seus estilos inconfundíveis. Axel continua com praticamente as mesmas roupas de 30 anos atrás, mas agora ficou barbudo, enquanto que Adam, que só era jogável no primeiro jogo, ganhou um visual mais moderno, sem aquelas ombreiras ridículas, e óculos escuros para ficar ainda mais badass.

E a Blaze? Bom, vinte e poucos anos depois, e ela continua sendo sensacionalmente linda.


São eles quem voltaram. Max, Skate e Zan não foram convocados para a tela de seleção de personagens a princípio (você entenderá o "a princípio"). Pessoalmente, seria legal ter o Max de volta, sempre dá uma satisfação arrebentar o crânio dos bandidos com um personagem fortão. O Dr. Zan, aquele cyborg velho, eu sempre o achei meio forçado. E quanto ao Skate, a essas alturas ele já seria adulto, e ficaria meio estranho um mano crescido de bonezinho e andando de patins... Para completar o time, inventaram dois novos personagens.


Cherry Hunter veio pra preencher a vaga do personagem fraco e rápido, que antes era do seu tio Skate. Sim, ela é filha do Adam, quem diria? Pra você ver que sair na rua pra dar porrada nos vagabundos está no sangue da família Hunter. Ela decidiu não seguir os passos do seu velho e foi perseguir uma carreira artística, sendo guitarrista de uma banda. Aliás, ela não se separa de sua guitarra, que é usada para alguns de seus golpes.

Por sua vez, Floyd Iraia é o fortão do grupo. Ele trabalhava numa construção até perder seus dois braços, e nessa hora apareceu o Dr.Zan para instalar implantes cibernéticos. Se o cabra já não era forte, com esses braços metálicos ficou ainda mais forte, capaz de desferir socos à distância e disparar raios de energia. 

E sim, certamente você deve ter se dado conta de que ele é praticamente uma cópia descarada do Jax do Mortal Kombat. Se ainda não acredita, é só olhar alguns de seus golpes. 


Enfim... Mas a verdade é que os personagens são bem balanceados, seguindo a mesma ideia dos outros jogos. Embora temos os extremos em Cherry e Floyd, que são respectivamente a fraquinha rápida e o fortão lento, cada um possui seus pontos fortes e fracos, quando avaliamos força, velocidade, altura dos saltos e técnica. E, diferente dos outros jogos, todos eles são relativamente bem "jogáveis". 


Por exemplo, eu nunca consegui jogar muito bem com o Skate nos outros jogos, sempre o achava fraquinho demais, apanhava que nem cachorro de pobre, principalmente no terceiro jogo. Por sua vez, Cherry é um pouco mais equilibrada, dá pra jogar com ela. Esse melhor balanço das características dos personagens ajuda muito em motivar as pessoas a jogar com todos, na minha opinião.

Algo a ser falado também, que já pôde ser visto nas imagens acima, é o visual do jogo. O estilo lembra um desenho animado, e isso se percebe durante o jogo mesmo, com movimentos muito fluidos e suaves. Os cenários são mega detalhados, existem diversos efeitos de sombra e clarões, o que faz de Streets of Rage 4 um jogo muito bonito de se ver.


Peraí, cara-pálida! Você deve estar se perguntando como que tem quatro jogadores na imagem acima, não?

Acho que é um bom momento para falar dos modos de jogo. No início, você terá somente o modo de história disponível, que já fornece uma novidade que é a possibilidade de gravar o progresso em slots de memória. É basicamente o jogo que estamos acostumados, com o detalhe que agora a aventura é bem mais longa, com doze fases em vez das costumeiras oito que víamos nas versões anteriores. Segue o estilo bem linear, sem decisões no meio do caminho ou acontecimentos que podiam mudar o curso do jogo, como no terceiro capítulo.

O toque especial é que Streets of Rage 4 tem cutscenes entre as fases. Embora sejam imagens estáticas e não tenham as caixas de diálogo que víamos no último jogo, elas ajudam a contar a história e dão um toque legal após passar por uma fase.


Na verdade, no modo de história é como se você jogasse cada uma das fases de maneira independente, cada uma com sua pontuação própria e sempre começando com a mesma quantidade de vidas extras, de acordo com o nível de dificuldade. E ainda com uma novidade bem peculiar: antes de começar uma nova fase, é possível trocar de personagem. Uma ideia original, permitindo que você use aquele lutador que seja mais adequado para cada um dos lugares.


Depois de vencer uma vez, os outros modos de jogo são liberados. Inclui a modalidade Arcade, que aqui sim é o estilo de jogo clássico, com todas as fases seguidas, pontuação e vidas acumuladas e sem troca de personagem. E também sem continues, tornando o desafio maior ainda. Dá pra selecionar uma fase também e jogar só nela, buscando quebrar o recorde de pontuação. Streets of Rage 4 inclui também um modo Battle, pra você dar uma de Street Fighter e sair na porrada com um amigo, e por fim uma modalidade que foi inspirada pelo Remake, com uma luta contra todos os chefes.

Algo legal a se comentar é que Streets of Rage 4 pode ser jogado com amigos. E não apenas apenas dois jogadores, é possível juntar quatro pessoas ao mesmo tempo em um jogo local, algo que remete aos velhos jogos de fliperama. Pra completar, caso você tenha uma internet muito boa,também existe a possibilidade de jogar com um amigo de forma online, nesse caso só dá pra jogar dois ao mesmo tempo. Com o detalhe que não é possível escolher o mesmo personagem.


As fases são muito bem feitas e cheias de detalhes que tornam o jogo bem interessante. Existem alguns obstáculos originais, como cabos de alta tensão desencapados que eletrocutam quem pise em cima, poças de lixo tóxico que consomem energia e limitam os movimentos e até mesmo aquelas bolas de ferro de construção, que podem ser golpeadas para atingir os inimigos. Com o detalhe que os capangas também podem ser atingidos por esses obstáculos. E logicamente que temos o retorno de alguns dos jogos clássicos, como os buracos e a sempre esperada fase do elevador.


Acredito que seja um bom momento para falar dos inimigos, a começar com os capangas menores. O legal aqui é que temos os punks clássicos dos jogos originais, também com uma retocada visual para deixá-los mais atuais. Como os Galsias, os punks de cabelo colorido que apanham aos montes, os Donovans carecas e os Signals com seus moicanos e casacos coloridos. Voltaram também os gordos que cospem fogo, as mulheres de cabelo punk, os lutadores de kick-boxing e os gangsters de pistola.


Mas temos também alguns inimigos novos, como o magricela de bandana na cabeça e as garotas que arremessam granadas e outros projéteis. Tem também um projeto de Ryu careca e os saudosos motoqueiros foram substituídos por uma versão feminina acima do peso. Pra completar, nossos amigos caem na porrada até mesmo com a polícia.

Ou seja, nada de ninjas e robôs nessa versão.

E não podemos deixar de falar nos chefões, não é mesmo? Aqui é que não vai ter jeito e teremos vários spoilers... mas se você chegou até aqui, é porque está cagando pro meu aviso, então seguimos com os chefões do jogo. Quem é fã da série certamente reconheceu alguns...


A primeira é Diva, a mulher punk com um chicote elétrico, que até lembra um pouco as Electras, mas com um estilo bem próprio. Na fase seguinte é o comissário de polícia fortão, e depois temos a clássica Nora, a mulher de chicote do primeiro jogo que lembrava a Tiazinha. Em seguida, temos a policial Estel Aguirre, que acredita que nossos heróis são do Mal e os enfrenta duas vezes.

Diga-se de passagem que ela tem um ataque especial em que chama o carro de polícia, uma grande e original reviravolta do especial do primeiro jogo. Aliás, uma que eu não duvido que venha depois a ser jogável em um futuro DLC.


Aí temos um velho conhecido, o Barbon que era o dono do bar do Streets of Rage 2. E depois outros dois que são clássicos: o fuderoso Shiva, braço direito de Mr.X e que está de volta; e sim, quem está agora do lado dos bandidos é Max, ele mesmo, o fortão de Streets of Rage 2.


Pra completar, tem um DJ psicodélico e lá do lado um robô chato que fica pulando enquanto joga canos em você.

E os dois de cabelos brancos no meio são os principais antagonistas do jogo: Mr.Y e Ms.Y, os filhos do Mr.X.


Bom, eu sei que deve ter gente que estava esperando o Mr.X voltar com sua metralhadora... Mas o sujeito já foi o chefão em três jogos, sendo que no último ele era apenas um cérebro dentro de um aquário, então acho que já deu. Agora, sem dúvida foi um toque bem original em trazer seus dois filhos gêmeos como os chefões do jogo. Ambos herdaram a ruindade e o mau caráter do papai, fazendo uso de métodos vis e covardes para conquistar a cidade. A Ms.Y é uma esgrimista de habilidade, enquanto que o Mr.Y segue os passos do pai com uma metralhadora, mas também recorrendo a granadas e até mesmo uma bazuca.


Os chefes de Streets of Rage 4 são bem originais mesmo, inclusive contando com ataques especiais bem fortes, que tornam o combate mais difícil. Porém, eu acho que podiam ter trazido de volta alguns chefes clássicos dos jogos anteriores. Por exemplo, tá faltando o Abadede, aquele lutador de luta livre que parecia o Ultimate Warrior, e por mais que eles fossem chatos para cacete, os carinhas com jetpack seriam uma boa justificativa usar os especiais aéreos. Enfim, não se pode ter tudo, não dá pra fazer um jogo só com nostalgia...

Falando em nostalgia...

Streets of Rage 4 sem dúvida é um título que foi criado pensando nos fãs da série, considerando tudo que a gente viu até aqui, com personagens clássicos, vilões conhecidos e um estilo de jogo que empolgou muita gente. Com isso, era de se esperar que o título viria a trazer algumas surpresas muito bem-vindas.


Ué, o que é isso? São os personagens antigos? Pois é...

O grande barato do jogo é que temos nada mais do que doze personagens clássicos a serem desbloqueados, tudo isso acumulando pontos nos modos de história e arcade. Por isso aquele "a princípio" quando eu disse que Max, Zan e Skate não estavam no jogo. De pouquinho em pouquinho você consegue liberar os lutadores dos três jogos anteriores, pra completar uma impressionante lista de 17 personagens jogáveis.


Ou seja, temos o Axel, Adam e Blaze do primeiro Streets of Rage, Axel, Blaze, Max e Skate do segundo, e por fim Axel, Blaze, Skate, Zan e Shiva (sim, tem o Shiva) do Streets of Rage 3. Todos eles em seus gráficos originais, para você matar a saudade.

E se você juntar outros três amigos, dá pra disputar partidas loucas como essa, com quatro versões do Axel.


Sem dúvida é um barato jogar com esses personagens antigos, ideia essa que também foi reproduzida pelo Streets of Rage Remake não-oficial. O que preciso avisar é que os personagens são uma reprodução exata das versões dos jogos originais, assim você não terá os golpes novos de Streets of Rage 4. Diferente do Remake, que criou ataques especiais mesmo para os personagens do passado. Pessoalmente, pode ser um pouquinho frustrante jogar com a galera do Streets of Rage original, que tinha um repertório de golpes mais limitado.


Por outro lado, eles têm o carro de polícia, que também está de volta. Sensacional!

Sem dúvida uma sacada muito legal de Streets of Rage 4, trazendo personagens clássicos para se jogar. Embora sempre vão aparecer aqueles que vão reclamar "ah, mas podia ter o fulano...", nunca satisfeitos. Confesso que eu acabo me enquadrando um pouco nessa descrição, ainda mais depois de ter jogado tanto o Streets of Rage Remake, e aí começo a sentir falta da versão do Shiva do Streets of Rage 2 (que eu acho mais legal), o canguru Roo, que era personagem secreto do terceiro jogo e até mesmo o Mr.X. Ia ser hilário o pai descer a porrada nos seus filhos rebeldes. Mas, mesmo sem esses personagens secretos, dá pra se divertir muito com a nostalgia.


Acontece que a volta ao passado não termina aí. Para tornar a experiência ainda mais anos 90, a tela de opções permite que você ajuste a imagem, para que ela reproduza o estilo das velhas televisões de tubo, em que a galera das antigas jogou Streets of Rage pela primeira vez.


E pra completar, tem ainda a possibilidade de ativar a trilha sonora original. Afinal, o ponto fortíssimo da série (pelo menos dos dois primeiros jogos) eram as músicas sensacionais das fases, e é possível usar as músicas originais no jogo. É legal, mas pessoalmente acho que perde um pouco o sentido, pois eu me lembro dessas trilhas sonoras clássicas em determinadas fases. Tipo, a música da praia tem que se escutada numa fase de praia. Assim, jogando com elas no jogo novo me deu uma sensação de deslocamento grande em relação ao nostálgico.

Cabe ressaltar que as músicas novas do jogo são muito boas também. Afinal, chamaram feras de música de videogame, entre eles o mestre Yuzo Koshiro, que fez as trilhas dos jogos originais.

Se tudo isso não fosse nostálgico o suficiente, tem mais ainda... e esse aqui é o spoiler máximo da postagem, última chance para desistir caso não queira estragar a surpresa.

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Está aqui ainda? Depois não diga que não avisei.

Em algumas fases do jogo você verá máquinas de fliperama, algumas delas até um pouco escondidas, com o título de Bare Knuckle, que quem sabe é o nome da série no Japão. Todas essas máquinas estão em lugares onde geralmente tem também um taser, ou na mão de um policial ou largado no chão.


Aí que temos o segredo: se você usar o taser no fliperama, será transportado para uma fase secreta, onde você terá uma chance para derrotar um chefão do Streets of Rage 2, exatamente com os gráficos de outrora!

São quatro fases secretas, nas quais você pode sair na porrada com Jack, o punk escroto que ficava jogando facas...


... o monstro Zamza, uma mistura do Blanka do Street Fighter com o Freddy Krueger...


... ele, o gigante Abadede, o clássico lutador de luta livre que não poderia ter ficado de fora...


... e pra completar a luta final do Streets of Rage 2, enfrentando Shiva e depois o Mr.X.


Sensacionalmente fantástico! Outra ideia genial, trazendo lutas clássicas do passado, para matar a saudade.

A postagem está ficando enorme, e já passei da hora de encerrá-la. E pra terminar, acho que nada melhor do que um veredicto sobre esse jogo que foi lançado recentemente. Joguei algumas vezes a ponto de perceber como que Streets of Rage 4 se comporta, e minhas impressões são as mais positivas possíveis.

Tudo bem que eu sou muito suspeito para falar, pois sou fã da série. Mas o jogo é muito divertido, tem um fator de replay muito grande, pois dá pra testar diferentes lutadores. Sem falar que a possibilidade de jogar com amigos é um dos pontos fortes de Streets of Rage 4, agradando desde o pessoal das antigas, que se reunía com os amigos pra jogar de tarde, como a turma mais moderna que só interage de forma online. Sem falar que é um jogo difícil, e a diversão será garantida ao encarar os níveis de dificuldade maiores.


Além disso, Streets of Rage 4 é um jogo muito bonito. As animações são muito fluidas, e mesmo se você tiver que reduzir um pouco a qualidade por conta das limitações de seu computador, é um jogo agradável e muito bem feito. E simples de se jogar, sem muita firula, sem aquelas combinações impossíveis como os fatalities do Mortal Kombat. Na minha opinião, um jogo de videogame como deve ser: fácil de jogar, divertido e desafiador.

Vale muito a pena, diria que faz tempo que não me empolgo tanto com um jogo eletrônico assim. E que seja apenas o primeiro capítulo a volta de novos episódios das aventuras de Axel, Blaze e companhia, caindo na porrada com os criminosos nas sempre perigosas "ruas da raiva".

Comentários

Ciro disse…
Esse é o tipo de jogo que os fãs da velha guarda merecem. SoR 4 supriu todas as minhas expectativas e foi além. A Dotemu acertou em cheio e fez um jogo espetacular.

Recentemente foi lançada a DLC "Mr.X Nightmare", onde foi inserido o modo survival, três personagens novos (Estel, Shiva e Max), novas armas e combos especiais. O interessante do modo survival é que existe um desafio semanal, o que não torna esse modo repetitivo.
Texugo disse…
Bem lembrado, Ciro. Embora eu não curta muito essa ideia de DLCs (parece que o jogo é lançado em partes, que temos que pagar por cada uma), certamente vale a pena para turbinar o Streets of Rafe 4 com essas novidades.