A Politicagem do Coronavírus - Um Exercício

Vou fazer lago um pouco diferente hoje nessa postagem. Queria estar fazendo algo mais legal para marcar o post de número 900 do blog (sim, mais cem postagens e chegarei a marca de mil), mas eu não podia deixar de falar a respeito desse assunto que sabemos que é o papo do momento, o vírus chinês que tomou conta do mundo. Ainda seguimos em quarentena, diante de uma nova realidade mundial sem precedentes, com mudanças drásticas na forma de vida.


E aqui no Brasil vamos de mal a pior. Estamos com cerca de 230 mil notificações de casos confirmados de Covid-19, atualmente o 4° país no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, Rússia e Grã-Bretanha (ou seja, passamos Itália e Espanha). Em termos de vítimas, até o momento cerca de 15 mil (6° no "ranking"). São sem dúvida números assustadores... mas, diferente da imprensa tradicional, que foca nas más notícias, eu acho válido também mencionar que temos uma taxa de contaminação de cerca de mil pacientes para cada um milhão de habitantes. Uma média que, embora seja sim alta, é bem inferior a países que tiveram um cenário catastrófico: na Espanha, foram 5 mil infectados para milhão de habitantes, na Itália cerca de 3,7 mil. 

Afinal, temos que olhar os números de forma ampla. O Brasil tem uma população grande, maior do que esses países onde o vírus chinês tacou o terror, então era mais do que esperado que a gente teria mais infectados em números absolutos. Não dá para olhar essas estatísticas de forma limitada, é necessário um pouco mais de frieza e responsabilidade ao olhar os números da doença.

A não ser que haja algum "objetivo" por trás de tudo isso. Como diria o Homer Simpson.


Isso me motivou a fazer essa postagem, na qual tentarei ser o mais objetivo possível. Para mostrar como que existem segundas intenções na percepção que certas pessoas estão tendo sobre a crise do coronavírus. Em especialmente a oposição e a grande imprensa, cujo objetivo principal desde o final das últimas eleições é derrubar Bolsonaro.


"Ah, seu texugo bolsominion de merda, vai tomar no cu! Você vai fazer uma postagem pega-pau do Bozo?"

Olha, eu votei sim no Bolsonaro. Cansei de falar aqui os motivos. E já falei aqui várias vezes como ele também fez merda. Diferente da esquerda, que mesmo diante de tudo que se provou, cisma em dizer que Lula, o "pai dos pobres", é inocente. O presidente faz as suas cagadas sim, não estou negando. 

Por outro lado, é evidente que existe sim um movimento se articulando para fazer tudo para derrubá-lo o quanto antes (preferencialmente antes de que ele complete dois anos de governo, pois assim seriam necessárias novas eleições). Pois essas pessoas sabem que têm uma grande oportunidade nas mãos com essa crise do vírus chinês, de culpá-lo de qualquer consequência ruim que venha depois. 


Embora eu entenda que a situação é bem mais complexa do que isso, para os opositores do governo a situação é bem binária, já que dessa forma é mais fácil alienar o povão ignorante. Temos a "disputa" entre saúde e economia, e assim na cabeça deles há apenas duas opções: ou damos uma certa atenção à economia e aos empregos (posição defendida pelo Bolsonaro), mas isso resultará em um maior número de mortes, ou damos uma maior atenção à saúde, promovendo o lockdown e o isolamento radical (posição defendida pela oposição), mesmo sabendo que isso resultará em muitas empresas fechando e muita gente perdendo o emprego.

Quer situação melhor para a oposição? Se salvamos a economia e morre muita gente, a culpa é do Bolsonaro; se salvamos as pessoas e ficamos com milhões de desempregados passando fome, a culpa é do Bolsonaro. Não importa, teremos consequências ruins, e a culpa será dele.      


Ou seja, temos um uso político do coronavírus, que é usado como forma de atacar o governo, como já venho falando desde que esse vírus chinês chegou aqui. E vou mostrar isso, usando um exemplo simples.

Começamos estabelecendo bem aqui a posição de cada um. O Bolsonaro já deixou claro que é contrário ao isolamento em massa, contrário ao lockdown e à quarentena longa que estamos vivendo, alertando sobre o impacto que isso terá na economia.

Como esperado, quem é da oposição terá uma opinião contrária. Como o pessoal da esquerda, como a grande mídia, como os "especialistas" e os governadores e prefeitos que odeiam o presidente. Todos enfatizam que a quarentena deve ser total, erguendo a bandeira do "Fique em Casa" de forma irrestrita, mesmo para aqueles que trabalham em serviços essenciais ou que precisam trabalhar hoje pra pagar o almoço de amanhã.

Tipo, como pensa o Dória: "melhor ficar confinado do que enterrado". Agora, se ficar confinado e morrer de fome, paciência... deve ser melhor assim pois não aumenta a estatística do coronavírus...

Pois muito bem. Nessa última quinta-feira, o Bolsonaro citou a Suécia como um exemplo a ser seguido, por ter adotado o isolamento vertical e não ter fechado todo o comércio.


Faço um parênteses: apesar de entender que ele estava mencionando as medidas de enfrentamento do país europeu, eu acho que não faz muito sentido achar que o modelo sueco vale aqui. Pelo simples fato de que a Suécia é um país que está muito a frente do Brasil em termos de qualidade de vida. Mas, desconsideremos isso, pois não é relevante para a discussão a seguir.

Ok, então o Bolsonaro defendeu o modelo da Suécia... O que a grande mídia e a oposição fizeram?

Claro... Por definição, Bolsonaro está sempre errado. Então, era necessário provar que ele estava errado. Não demorou nem cinco minutos e já apareceram diversos "especialistas" no assunto do vírus chinês (impressionante como tem especialista em um vírus de menos de um ano de existência), trazendo diversas "evidências" de que o modelo sueco é péssimo. Por exemplo, comparando as mortes com os demais países nórdicos.


Repito, eu acho que números assim devem ser olhados com certa calma, e de forma mais geral. Por exemplo, em nenhum momento a imprensa "imparcial" comparou com a quantidade de casos em outros países europeus.

Repito outra coisa: não estou aqui defendendo o Bolsonaro. Brasil e Suécia são países diferentes. Assim como Suécia, Dinamarca, Noruega e Finlândia também têm as suas diferenças, mesmo sendo todos localizados na mesma região geográfica. A minha surpresa é como que chegaram tão rapidamente a uma conclusão "definitiva" sobre o fracasso do modelo sueco em apenas algumas horas depois do Bolsonaro ter falado deles...

Sério, parece que hoje para a imprensa a Suécia só não é pior que o Brasil.

Agora, olha só que interessante...


Essa notícia é de cerca de duas semanas atrás. A Organização Mundial da Saúde citou a Suécia como um modelo a ser seguido... Um país que não fez um isolamento horizontal, que não obrigou as pessoas a ficarem em casa, apenas recomendando isso aos grupos de risco, que não fechou estabelecimentos de maneira geral, e que a OMS disse que serve de exemplo.

Apenas para lembrar que a grande imprensa, juntamente com os "especialistas" e com a esquerda, consideram a OMS como a única organização digna de confiança neste momento. Conheço muita gente, vermelha até a alma, que faz questão de dizer que nós, brasileiros, devemos ignorar o que o governo federal diz e seguir apenas a OMS.

Mas, estou confuso... Há duas semanas a "santificada" OMS disse a mesma coisa que o Bolsonaro falou semana passada. Imagino até que ele disse isso baseado no que foi publicado pela própria organização.

Por que lá atrás os "especialistas" não falaram nada? Por que não houve comparações com os demais países nórdicos? Por que não houve um empenho quase que imediato em desmentir a OMS e mostrar que o modelo sueco é um fracasso, isso há duas semanas atrás?


Foi preciso o Bolsonaro dizer isso pra essa turma toda "acordar"? Só mesmo depois que o presidente brasileiro repetiu o mesmo argumento da OMS é que todas essas pessoas tão "esclarecidas" decidiram olhar os números e afirmar que a Suécia não é modelo a ser seguido?

Por isso que digo que no final das contas é tudo por motivação política... Estamos vivendo em uma situação aqui no Brasil no qual o grande objetivo de certos setores da sociedade é derrubar o presidente, e essas pessoas estão sendo canalhas a ponto de usar uma grave crise mundial como desculpa para promover ataques ao Bolsonaro. O que antes era "certo" ou no mínimo "irrelevante" se torna "errado" quando é dito pelo presidente, essa é a verdade. Uma verdadeira hipocrisia.

Fossem essas pessoas todas contrárias a políticas de isolamento vertical e maior abertura do comércio, deveriam ter criticado imediatamente a OMS por ter dito isso. Ou ao menos contestado, trazendo todos esses argumentos que estão trazendo agora. Ao fazer isso apenas depois que o Bolsonaro defendeu o mesmo, fica evidente que o problema não é o que se fala, mas quem fala.

Ainda não acredita? Acha que eu estou falando bobagem? Deixo então mais uma hipocrisia pra pensarmos...

Outra coisa que o Bolsonaro costuma fazer é defender o uso da cloroquina para tratamento dos pacientes, algo que também foi defendido pelo Trump, outro desafeto da esquerda. Foi só eles falarem isso e vimos a imprensa e a academia promoverem uma crítica constante ao remédio. Pesquisas "provando" a sua ineficácia, casos de pessoas que morreram ao tomar a cloroquina por conta de seus efeitos colaterais e muitas outras notícias negativas vieram como uma avalanche. 

Afinal, se é um remédio que o Bolsonaro defende, ele é automaticamente ruim. É assim que pensa a esquerda, a imprensa "isenta" e os "especialistas". Nada que o Bolsonaro diga é certo.

Agora, olha só quem apareceu defendendo a cloroquina também:


Pois é, deve ter dado "tilt" na cabeça dos esquerdopatas... Tanto que ele disse isso há três dias e continuo escutando um silêncio ensurdecedor dos especialistas no assunto, dos críticos do medicamento que o Bolsonaro também defende. Ou vão dizer que a cloroquina venezuelana é diferente da cloroquina brasileira?

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