Eu ia fazer essa postagem há alguns dias, mas o nosso presidente foi mais rápido no gatilho e demitiu o Henrique Mandetta, ministro da saúde, antes que eu pudesse escrever. Mas eu não deixaria de falar desse assunto que recentemente bombou na mídia e nas redes sociais, por conta da disputa entre Bolsonaro e Mandetta diante da pandemia do vírus chinês que está arrebentando com o mundo todo. Mostrando que aqui no Brasil a questão é muito mais política do que de saúde pública.
A primeira coisa que você pode estar se perguntando é de que lado eu estou (ou estava). Se eu estava do lado do Bolsonaro, que demonstrou uma atenção maior para as consequências econômicas de um isolamento total, como vem sendo realizado já tem mais de um mês, ou se eu estava do lado do Mandetta, que defendia uma prioridade para a questão de saúde e como o isolamento seria a melhor arma contra a sua expansão, criticando um afrouxamento dessas medidas.
Quem acompanha meu blog aqui há algum tempo pode supor que eu estaria do lado do Bolsonaro. E se a pessoa é de esquerda, provavelmente dizendo isso acompanhado de meia dúzia de xingamentos, como "seu bolsominion cretino que não sabe de nada".
Mas acreditem: nessa questão, eu digo que Bolsonaro e Mandetta estão ao mesmo tempo certos e errados.
Certos pois ambos defendem pontos muito válidos. O agora ex-ministro da saúde tem razão sobre como que a redução da circulação de pessoas colabora para controlar a sua propagação, evitando assim que tenhamos uma sobrecarga em nosso sistema de saúde. O coronavírus chinês é asqueroso, sua contaminação é muito elevada, e o isolamento daqueles que podem ficar em casa ou daqueles que fazem parte dos grupos de risco é uma maneira de diminuir (mas não eliminar) a taxa de crescimento dos casos.
Por sua vez, o presidente tem razão também sobre as consequências econômicas de um isolamento total. Um mês depois, já temos muita gente que perdeu o emprego, e certamente muitas outras vão ficar desempregadas nos próximos meses. Empresas estão quebrando, e isso é péssimo para um país. Ainda mais considerando um lugar como o Brasil, onde muita gente depende do emprego informal ou das pequenas e micro-empresas, que são os primeiros a serem afetados. Como presidente, ele precisa olhar para todas as questões do país que governa, e não é errado ter olhos voltados para a economia.
Ambos defendem pontos de vista válidos. Acontece que ambos estão errados por terem adotado uma postura intransigente em defesa desses pontos de vista. Apesar de alguns discursos conciliadores, cada um estava puxando a brasa para sua sardinha, em vez de trabalharem de forma conjunta. Aí, nada mais natural que o ministro seja quem rode, considerando a hierarquia política...
Não vou aqui discutir esses pontos de vista, pois já falei sobre isso, foram várias postagens sobre o vírus chinês. O que me tira do sério é como todo esse episódio de conflito entre os dois foi usado de forma política. Pros dois lados: tem sim aqueles que defendem cegamente o presidente, mas é indiscutível que a oposição é quem está fazendo um uso mais ostensivo dessa tática.
Afinal de contas, sabemos muito bem que existem grupos no Brasil que estão fazendo de tudo para usar essa crise como forma de atacar o Bolsonaro, tudo isso motivado por seus interesses políticos e ideológicos. Pessoas covardes, que estão naquela de "quanto pior, melhor". Cretinos que admitem mesmo que para eles não interessa quais sejam as consequências, a culpa será do Bolsonaro. Se ele der mais atenção para a economia, poderão acusá-lo das mortes; se ele der mais atenção para a saúde, vão acusá-lo de quebrar a economia. Uma verdadeira tropa de interesseiros que quer derrubar o presidente, que envolvem não apenas os lunáticos da esquerda e defensores do "Lula inocente", mas também a grande mídia e diversos setores do próprio governo, que jogam contra.
Você mesmo, Rodrigo Maia, seu filho da puta. Você é um deles, que adora dizer que o governo não está fazendo o suficiente, mas não aceita perder um tostão do fundão partidário. Está mais preocupado com as eleições do que com as pessoas, isso sim.
Enfim, voltando... Sabemos muito bem que a esquerda gosta de que as coisas sejam binárias, eles sempre defenderam o discurso do "nós contra eles". Pois esse é um discurso fácil para que o povão burro possa entender, a pessoa ignorante não consegue perceber que existe sempre uma "zona cinzenta", de que nada é tão simples assim, principalmente em uma questão desse porte como é o combate ao coronavírus. O alienado jamais terá uma percepção como a que eu tenho, de entender que tanto Bolsonaro e Mandetta apresentam aspectos válidos, para esse alienado tem que ser algo simples e direto como "lado do Bolsonaro" e "lado do Mandetta", totalmente antagônicos.
O pensamento binário exige que você escolha um lado e se oponha ao outro, sem aceitar que ambos possam ter sua parcela de razão, sem perceber que ambos podem concordar em alguns pontos. É o famoso "oito ou oitenta", tem que ser um ou outro. Essa sempre foi e sempre será a tática da esquerda.
Aí, diante de uma filosofia dessas, é evidente que aqueles que odeiam o Bolsonaro vão automaticamente defender a posição do Mandetta...
O mais interessante de tudo isso é ver como sempre tem um dia depois do outro. Certamente a grande imprensa não vai lembrar, mas há pouco mais de um ano quando Bolsonaro escolheu os ministros, teve muita gente que criticou a escolha de Mandetta para liderar a pasta da saúde. Por exemplo, a Globo, que ultimamente veio batendo palminha para o ex-ministro e conferindo a ele o título de "herói", fez questão de destacar na época que ele estava sendo investigado por corrupção, por conta de fraude e caixa dois.
Será que a Globo se esqueceu disso? Ou será que corrupção é algo irrelevante, se você é contrário ao Bolsonaro?
Vou mais além ainda, e essa é sensacional. Digo isso pois nesses dias vi muitos de meus conhecidos petistas defendendo ferozmente o Mandetta, todo dia batendo panela às 20:30 gritando "fora Bolsonaro", que lamentaram a saída do ministro e dizendo que ele é quem estava combatendo o vírus. Resumindo, Mandetta era o novo herói dessa turma. Acontece que essa mesma turminha do PT devia odiar o ministro há algum tempo atrás, depois que ele fez a declaração abaixo, numa comissão da Câmara na época que ele era deputado, em que se discutia liberação da maconha.
"Pois o cara começa na maconha, passa pra cocaína, vai no crack... acaba votando no PT no final do processo"
Diz aí, petista! Que você tem a dizer? O que é que mudou pra que o Mandetta, que antes comparava seu partido a drogas pesadas, virasse seu herói hoje?
Por isso que eu digo que no final do dia tudo se resume à disputa política. Vale o velho ditado "o inimigo de meu inimigo é meu amigo". Antes dessa crise, muita gente criticava e detestava o Mandetta, mas a partir do momento em que ele estava em uma posição contrária ao Bolsonaro, todo esse passado foi convenientemente esquecido. A oportunidade de criar um antagonista ao presidente fala mais alto...
Sério, se o Hitler ressuscitasse por algum motivo e fosse contra o Bolsonaro, ia ter nego aplaudindo o Führer. E de quebra chamando o Bolsonaro de nazista...
E a prova disso é ter visto que o ex-ministro topou conceder uma entrevista ao Fantástico. Puta merda, logo no "show da vida" da rede do plim-plim? Esse "programa" de televisão (assim, entre aspas, pois pra mim é um lixo) é onde a Globo mostra as suas armas de doutrinação do povo, fazendo tudo para que a população siga o que ela quer. Pessoalmente, me pergunto ainda o que diabos o ministro foi fazer ali, sabendo da fama da emissora...
Na minha opinião, a Rede Globo foi a principal responsável pela demissão do ministro. Pois essa entrevista foi elaborada com o claro objetivo de passar a mensagem de que existiam somente duas opções: seguir Bolsonaro ou seguir Mandetta. E ao dar a palavra ao ex-ministro, ao mostrar somente a sua percepção, consegue fazer a sua doutrinação do telespectador de acordo com os seus interesses (contra o presidente). Principalmente no final da entrevista, fazendo questão de destacar que o Bolsonaro não estava respeitando as orientações do ministério da saúde.
Curioso é como o próprio Mandetta começou com uma defesa do equilíbrio entre diversos aspectos (exatamente o que eu falei), mas aí deu a deixa, ao comentar que a população fica na dúvida se segue o ministro da saúde ou o presidente. Bem nessa hora o repórter, que certamente estava esperando esse momento, solta o "numa situação como essa, quem ouvir?".
A Globo deve estar de sacanagem mesmo. A partir do momento em que vocês dão espaço somente para o ministro falar de sua posição, vocês já estão dando essa resposta, pôrra. Tudo para aumentar ainda mais a "rivalidade" entre os dois, e instigar o presidente a demiti-lo.
Afinal de contas, sabemos muito bem o que o Bolsonaro pensa a respeito da Globo. Era evidente que, depois de ver o seu ministro da saúde indo em um dos principais programas de uma emissora que deixa evidente sua posição de oposição, nada mais natural que ele ficasse puto e demitisse o Mandetta. Algo que a Globo, a grande mídia, a esquerda e todos os seus opositores estavam torcendo muito para acontecer.
Veja bem... é o "plano perfeito". Estamos chegando nas vésperas do momento mais difícil dessa pandemia no Brasil, em que a quantidade de casos e vítimas está aumentando. Muito em breve chegaremos a um cenário de falência total de nosso sistema de saúde, que não dará conta do crescimento que vai acontecer, independente de quarentena total ou não. Bom, que a grande mídia jogará a culpa sobre o Bolsonaro, isso não há dúvidas. Mas como tornar isso ainda mais evidente? Como aumentar a responsabilidade? O que poderia acontecer para que ficasse mais fácil dizer que o Bolsonaro é o culpado pelo coronavírus (enquanto deixam os chineses ali quietinhos na deles)?
Demitir o ministro da saúde...
Tudo isso foi muito bem arquitetado. Podem dizer que estou bolando teoria da conspiração, mas acho que não estou exagerando. A oposição foi rápida ao perceber que o Mandetta poderia ser muito útil, pois ele estava contrariando o que o presidente dizia. Começou então toda uma campanha de colocar o ministro como o lado certo da história, e o Bolsonaro como o vilão, que não respeita o isolamento, que não respeita as recomendações da OMS sobre quarentena (embora a mesma OMS dizia que ela era desnecessária no início, quando estava só na China), que o ele provoca aglomerações e colabora para a transmissão do vírus. Construiu-se a narrativa Bolsonaro x Mandetta, forjada por uma oposição interesseira e difundida por uma grande mídia aproveitadora, tudo para ser visto por uma população na sua maioria ignorante e que acredita nessas coisas.
Tanto que antes mesmo da entrevista acima alguém soltou na mídia que o Bolsonaro ia demitir o Mandetta. Tudo pra tentar provocar o presidente, criou-se um auê naquele momento. Mas não foi suficiente, o Bolsonaro desmentiu e a vida seguiu. Então, tentou-se de novo, convidando o ministro para a entrevista no Fantástico, no mesmo dia em que os dois estavam em um evento em Goiás, onde o presidente uma vez mais se juntou ao povo. Era o momento certo para a oposição dar mais uma alfinetada no Bolsonaro, aproveitando que o Mandetta deveria estar meio incomodado com o que ocorreu no evento. Era a chance que eles tiveram (e aproveitaram) para acirrar ainda mais a rivalidade e motivar a demissão do ministro dias depois.
A grande questão é se o Mandetta foi inocente ao se permitir ser usado dessa forma pela emissora... ou se ele colaborou com a história... Pois ele saiu do episódio como vítima, no mínimo serviu para fazer um bom marketing pessoal ao seu favor. Não duvido que ele apareça daqui a alguns anos como candidato a presidência...
O que temos agora é um terreno fértil para os inimigos do presidente. Pois a partir de agora, qualquer morte devido ao Covid-19 será considerada como responsabilidade do presidente. Como disse, teremos em breve um cenário de aumento de casos, que aconteceria de qualquer maneira, com ou sem Mandetta. Mas certamente a grande imprensa "isenta" e os adversários políticos já estão com o discurso pronto, para dizer que o crescimento da curva de casos é culpa do Bolsonaro por ter demitido o Mandetta... Aliás, já estão dizendo.
Ressalto aqui que eu não estou fazendo a caveira do ex-ministro. Como disse acima, ele defendeu muitos pontos importantes e que fazem todo o sentido, muitas opiniões que são compartilhadas com o atual ministro que assumiu em seu lugar. Não estou aqui adotando a postura também errada de alguns fanáticos pelo Bolsonaro que estão criticando o Mandetta por ele ter sido contrário ao presidente. Mas não podemos ser inocentes a ponto de ignorar o outro lado, que faz uso político dessa situação como forma de atacar o Bolsonaro, algo que fica muito evidente com a maneira como esse assunto é tratado na grande imprensa, de forma extremamente parcial e tendenciosa.
Por exemplo, mal o novo ministro assumiu e a Globo já foi procurar algum problema, criticando que na posse não estavam usando máscara e se abraçando, ignorando as recomendações de isolamento social indicadas pela OMS...
Legal, né? Mas você não verá a mesma indignação pela ausência de máscaras na situação abaixo, quando o Mandetta foi se despedir de seus colegas de ministério. Isso menos de uma semana depois dele ter ido no "show da vida" pra dizer que em qualquer circunstância as pessoas de sua equipe mantinham uma distância de 2,5 a 3 metros.
Pois é... a Globo não vai criticar o ex-ministro por provocar uma aglomeração e por abraçar pessoas sem máscara... pra ela, isso só é errado quando é o Bolsonaro quem faz...
Ainda bem que podemos contar com a "imparcialidade" e a "isenção" dos grandes meios de comunicação, como a Rede Globo, que está sempre priorizando "informar" a população, sem promover nenhum tipo de polêmica e sem se aproveitar de uma situação grave da atualidade para atender aos seus interesses políticos e ideológicos...
Enfim, fato é que temos agora um novo ministro da saúde, e espero que nosso país consiga se sair bem dessa pandemia do vírus que a China soltou no mundo. Infelizmente, é esperado que tenhamos muitas perdas, tanto de vidas como econômicas. Que todas as autoridades competentes e os setores sérios de nossa sociedade consigam lidar bem com essa situação, vencendo não apenas o vírus chinês, mas também a corja de aproveitadores e interesseiros que está torcendo contra, que querem que estas consequências negativas sejam as piores possíveis, pois isso interessa aos seus objetivos políticos.
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