Saúde x Economia

Pois é, hoje em dia todo mundo fala do Coronavírus, ou Covid-19, que é seu nome "chique" de laboratório. Não restam dúvidas de que estamos vivenciando um momento marcante da História da Humanidade, daqui a alguns muitos anos as pessoas vão olhar para trás e lembrar que no ano de 2020 o planeta foi atingido por uma pandemia sem precedentes, causada por um vírus chinês que tem provocado muito medo nas pessoas, deixando muitas vítimas.


Apenas para atualizar os números. No momento em que eu comecei a escrever esse post, às 18:30 da sexta-feira dia 27 de março, estávamos com quase 560 mil pessoas infectadas, sendo que perto de 27 mil morreram. Aqui no Brasil, já passamos dos 3 mil casos, com 92 mortes até o momento, sem contar com muitos possíveis casos que ainda não estão conformados pois dependem da realização de exames. O cenário é tenso, onde em países como Espanha e Itália já se chegou ao limite da capacidade que os serviços de saúde aguentam. Chegou-se a um ponto que certos doentes de idade mais avançada não são tratados, deixados para morrer para dar lugar a outras pessoas mais jovens...

Uma vez mais, eu não venho aqui pra ser igual a muitos outros sites, que estão falando do vírus chinês, dando orientações de como se deve lavar as mãos e vários outros temas, e principalmente espalhando notícias falsas sobre curas milagrosas e teorias de conspiração. Repito o que eu já falei, se o seu interesse é se informar sobre como enfrentar o Coronavírus, sintomas da contaminação e outros aspectos sérios, pode sair. E não vá em sites quaisquer por aí na Internet, ou canais de "entendidos" no YouTube. 

Esse é um assunto sério, e para se informar com segurança vá no site do Ministério da Saúde. Confie nas informações que são dadas pelos órgãos competentes e responsáveis.

Dito isso, venho de novo pra discutir sobre o assunto, focando na ótica que infelizmente muita gente aqui no Brasil está se apegando: o uso político da pandemia. Estamos enfrentando uma situação gravíssima, e tem um bando de filhos das putas que está querendo fazer politicagem numa hora dessas, em que todos deveriam estar se unindo. Mas não... para esses otários, tem que priorizar a ideologia política.


Quem conhece o meu site sabe que eu detesto a esquerda. E continuo detestando. São eles os principais responsáveis por essa briga que está fazendo todo mundo discutir (de forma virtual, pois tá todo mundo em casa de quarentena). Mas também tem gente da direita que não é diferente, defendendo o Bolsonaro de forma incondicional, mesmo nas horas em que ele fala merda. 

Votei nele sim, antes que venham apontar o dedo. Mas, diferente do pessoal do PT e PSOL, com sua postura de apoio irrestrito aos seus políticos, eu reconheço sim que tem horas que o presidente pisa na bola. 

Agora, o fato é que a esquerda e a grande mídia se uniram para aproveitar esse momento de grave crise de saúde para fazer política, para tentar de todas as formas derrubar o presidente. Isso pra mim é evidente, como disse em minha última postagem. Como é de costume, esses oportunistas já tem a opinião formada de que o Bolsonaro está errado... aí depois eles tentam ver uma forma de justificar isso. Como no caso das máscaras, em que se ele não usava estava errado, e depois quando usava estava errado também. Não tem como ele estar certo, se deixar na mão desses putos.


Enfim... e a guerra política se acirrou cada vez mais a partir do momento em que o Bolsonaro fez aquele discurso na TV essa semana, falando entre outras coisas que estava havendo uma grande histeria, com os governadores e prefeitos "exagerando no remédio" ao instituir uma quarentena total na população de seus estados e cidades. Tudo isso destacando as consequências dessa postura, resultando em uma queda da economia, com empresas quebrando e milhões de desempregados.

Logicamente que durante o discurso, neguinho começou a bater panela.


Aliás, tem sido uma constante. Observe bem como ultimamente, todos os dias às 20:30 da noite tem algum panelaço, mesmo que pequeno. Provavelmente incentivado por esses folhetins esquerdopatas da Internet, como Pragmatismo Político e Carta Capital, "exemplos" de "jornalismo imparcial". Se tornou uma constante, um bando de babacas querendo aparecer e se aproveitar do momento pra fazer militância política...

A justificativa para essa revolta é que Bolsonaro estaria errado ao achar que as pessoas deveriam voltar para as ruas, que a quarentena deveria ser total mesmo. O discurso anti-governo prega que o presidente está mais preocupado com a economia, pouco se preocupando com as vítimas do vírus chinês. Discurso esse que é endossado por vários políticos, como governadores e prefeitos. Aliás, muitos desses governadores e prefeitos que há pouco mais de um ano declamavam juras de amor pelo Bolsonaro, o que garantiu que fossem eleitos, mas agora estão em guerra contra o presidente...

Embora na hora de pedir ajuda... recorrem ao mesmo governo federal que hoje criticam tanto...


Logicamente que a manada de asnos com a camisa do Che Guevara caiu na conversa. Acho muito engraçado ver um monte de conhecidos meus que xingavam tanto o Dória, o Witzel e o Crivella, para este último pediram até o impeachment dele algumas vezes... e agora essas mesmas pessoas estão aplaudindo esses políticos, dizendo que eles estão fazendo o que é certo, tenho até um conhecido que é petista doente e que cogita que o Crivella mereça ser reeleito por conta do excelente trabalho que ele está fazendo hoje diante da pandemia do vírus chinês.

Pra cair nas graças da esquerda, é só mandar um "Fora Bolsonaro". Facinho! Aí todo aquele papo de que a saúde do Rio estava se esfacelando por conta da prefeitura é prontamente esquecido...

Enfim, esse é o mote do discurso daqueles que tentam se aproveitar do atual momento para fazer militância política. Por exemplo, um conhecido meu "marcou" no Facebook todos aqueles que ele sabe que votaram no Bolsonoro, perguntando "quem da sua família deve morrer pra salvar a economia?". Outra coisa que fazem muito agora é divulgar em massa as vítimas que não estavam no grupo de risco (idosos acima dos 70 anos com doenças crônica), em uma clara intenção de contestar a fala do presidente, com uma indireta que diz "tá vendo, não é só gente velha que está morrendo". Isso vindo inclusive da imprensa...

Por sua vez, do outro lado temos logicamente aqueles que defendem a fala do presidente. Vários empresários gravaram vídeos, divulgando seu apoio a uma quarentena "vertical", onde apenas os grupos de risco e pessoas com sintomas são isolados, de forma que parte da população continue produzindo. Sempre reforçando que, se tudo parar, muitas empresas vão ter que demitir funcionários, principalmente em empresas menores. E todos esses desempregados depois vão sofrer bastante com a crise econômica que já está atingindo o país.


Pois bem... tentarei ser bem frio ao olhar esse embate da priorização da saúde versus a economia...

Na minha opinião, nós nunca devemos ser extremistas. Vejo que ambos os lados trazem argumentos válidos, mas em vez de tentarem o entendimento, o objetivo é convencer o outro que está errado. Se você defende a economia, vão te perguntar quem da sua família deve morrer; se você defender o isolamento total, vão te questionar como que os mais pobres vão pagar as contas se não tiverem emprego. Ambos são pontos coerentes, mas ninguém dá o braço a torcer para aceitar isso.

O vírus chinês tem uma capacidade de transmissão absurda. Isso é fato, vemos como os números sobem sem parar. E em um cenário como esse é importante que a maior parte da população evite o contato, minimizando os deslocamentos ao máximo. De fato, não é momento pra ir pra praia, de fazer churrasco com os amigos ou viajar pelo mundo. Para os críticos do Bolsonaro, não me lembro dele ter falado isso em seu discurso...

A questão é que quando entramos na questão de emprego e de serviços, precisamos ser um pouco mais cautelosos com o isolamento social irrestrito. Existem sim profissões que podem ser realizadas sob a forma de home-office (ou tele-trabalho, como aqueles que odeiam palavras em inglês de referem), e nesse caso realmente é o que deve ser feito. Eu, por exemplo, posso trabalhar de casa e o estou fazendo. Agora, existem serviços que não tem jeito, que necessitam que as pessoas saiam de casa para trabalhar e prestar esses serviços, que são necessários.


Tipo, os batedores de panela que odeiam o Bolsonaro provavelmente estão em suas casas, pedindo comidinha delivery pelo iFood. Caso estejam saindo para ir no mercado, vão rapidinho e esperam encontrar o atendente, o açougueiro e a caixa trabalhando no mercado. Certamente estão em casa, vendo filminho no Netflix, porque tem os técnicos da Vivo ou da Claro indo para as centrais, garantindo o funcionamento do serviço. E depois colocam o lixo na porta de casa querendo que o gari venha recolher.

Tá vendo como não dá pra parar?

Certamente alguém vai aparecer aqui alguém dizendo: "ah, mas seu texugo escroto, esses são serviços essenciais".


Acontece que definir um serviço essencial é bem complicado... Não é tão simples assim...

Por exemplo, será que um mecânico de automóveis não é essencial? Muitos dirão que não, mas na hora que uma ambulância quebrar, não vai ser o enfermeiro quem vai consertar. Restaurante, não precisa, todo mundo come em casa já que está isolado, certo? E as pessoas dos serviços que vocês consideram essenciais, como o caixa do supermercado ou o funcionário da farmácia, que mora longe do serviço e não tem como levar marmita?

Não é tão simples assim definir o que é um serviço essencial. As pessoas cometem o erro de enxergar como essencial apenas as necessidades imediatas, geralmente aquelas que interessam à sua realidade e à sua situação na sociedade. Mas se esquecem que esses serviços tidos como essenciais dependem de outros, e aí por tabela esses outros também acabam sendo essenciais.

É tipo o cara achar que a pizza que ele está recebendo em casa nessa época de quarentena simplesmente brota na sua porta. Se esquece que depende do entregador que trouxe a pizza; depende do cozinheiro que a preparou; depende do mercado que vendeu os ingredientes; depende do caminhoneiro que trouxe o carregamento para a cidade; depende do fazendeiro que plantou o trigo e o tomate...


Tem toda uma cadeia por trás. E na minha opinião, se temos um serviço essencial, todos aqueles que fazem parte dessa cadeia também são essenciais.

E vou mais além: o que não é essencial para uns pode ser para outros... Principalmente se considerarmos que para certas pessoas, que fazem parte da parcela mais pobre, seus trabalhos são essenciais para que eles tenham um mínimo de dinheiro para pagar suas contas, para comprar a sua comida. A cabeleireira do salão que está fechado está deixando de receber o seu salário, e com isso não terá como pagar pelo essencial, como comida, água e luz.

Interessante ver é como os batedores de panela, que dizem defender o povo, não se importam com isso. Pois para essas pessoas que batem panela do conforto de suas casas, certas coisas como comida na mesa, água na torneira e energia pra carregar seus iPhones são tão triviais, que se esquecem que são coisas essenciais, e que muitas pessoas que vivem em condições de vida piores estão sendo privadas disso.

Vai aparecer alguém aqui agora: "ah, então você tá defendendo o Bolsonaro? Seu bolsominion de merda! Quem da sua família deve se sacrificar pra salvar a economia?".


Não estou defendendo o Bolsonaro. E ninguém de minha família vai morrer. Fique tranquilo...

Agora, vocês do panelaço precisam ser um pouco mais coerentes em entender que existem sim sérias consequências com uma quarentena total e irrestrita, como está sendo proposto por aí. Repito, devemos reduzir drasticamente a circulação de pessoas, mas não podemos fazer isso de forma tão radical. As pessoas que criticam isso em sua esmagadora maioria estão hoje em uma situação confortável, muitos se sentindo em "férias" com o salário caindo na conta, pra bancar as suas mordomias. Mas para a grande maioria da população não é tão fácil assim, provavelmente vai ter muita gente que vai entrar nesse mês de abril já quebrado...

Tanto que nessa sexta mesmo o Crivella já autorizou a reabertura de parte do comércio. Tanto que o Dória, o mesmo que criticou o discurso de Bolsonaro, estava aí pedindo para as empresas não pararem. Quero só saber se vai adiantar alguma coisa produzir agora, se o comércio está fechado e as pessoas não podem sair de casa... Produzir e não vender é um atalho pra quebrar a empresa...

Porém, tampouco estou dizendo que o Bolsonaro esteja 100% certo. Não podemos achar que o país tem que continuar na normalidade, pois a situação que temos hoje no mundo não é normal. É necessário restringir sim certos serviços, direcionar o trabalho em casa sempre que possível. Ou mesmo adiantamento de férias para os funcionários, e outras iniciativas que o governo federal está propondo (e que são convenientemente ignoradas pela extrema imprensa e pelos batedores de panela). O vírus chinês é perigoso sim, ações devem ser tomadas para conter o avanço da doença. Nesse ponto, o Bolsonaro está sim errado em dizer que é só um "resfriadinho"...

Engraçado é lembrar que, lá há 11 anos atrás, durante a epidemia do vírus H1N1 que vitimou quase 800 pessoas no Brasil, um certo presidente disse o seguinte:


"Eu acho que essa gripe não é do tamanho que parecia que ia ser porque se vendeu uma gripe que já tinha tomado conta do mundo inteiro."

Mas os paneleiros de hoje não acharam ruim na época quando o ilustríssimo Inácio I menosprezou a doença, que mata até hoje.

Eu sei... vai aparecer agora alguém querendo arrancar a minha cabeça, gritando: "texugo, seu filho da puta! Vocês sempre com essa desculpa de que o Lula falou algo parecido antes!".


Não é desculpa. É apenas um atestado de como certas pessoas têm uma bússola moral que é movida pela ideologia política. Eu estou mantendo a minha coerência, criticando o Bolsonaro por chamar o Covid-19 de "resfriadinho", e da mesma forma criticando o Lula por se referir ao H1N1 como "gripezinha". Não estou usando uma fala de 2009 para justificar ou tolerar algo que foi dito hoje, ambas são reprováveis.

Por sua vez, os batedores de panela que se dizem preocupados com a saúde, nada falaram lá atrás. Será que naquela época eles não estavam tão preocupados com questões de saúde? Ou será que concordam que o H1N1 era mesmo irrelevante? O que mudou na percepção de certo e errado dessas pessoas quando o assunto é um vírus grave?

Bom, provavelmente para os paneleiros, que são pessoas bem-resolvidas e se preocupam com a recuperação do país, não faz diferença qual a orientação política e ideológica do presidente que despreza uma epidemia global...


Aliás, não precisamos ir muito longe. Tem circulado pela Internet um vídeo de nosso querido médico do "show da vida", aquele que demonstra solidariedade a transsexuais pedófilos e assassinos, o Drauzio Varella. Nesse vídeo, datado de janeiro, ele mesmo dizia que muitas pessoas iam ter só um "resfriadinho". Mesmo vendo que na época o vírus chinês já se alastrava de forma significativa pelo mundo. Mas naquela época não teve panelaço, né?

Interessante como um assunto puxa o outro... Veja só, se formos olhar os dados da OMS, até meados de fevereiro já haviam 50 mil casos de infecção pelo Covid-19 no mundo. Tudo bem que praticamente todos na China, mas já começando a apresentar números em outros países. Já era um momento em que o mundo deveria estar em atenção, embora nessa época a própria OMS não admitia ser uma epidemia. Era momento de ser prudente, e evitar grandes aglomerações, especialmente de pessoas vindas de outros países.

Só que ninguém que defende hoje o isolamento total sequer cogitou a ideia de cancelar o Carnaval, com os milhares de turistas vindos do mundo todo, se esfregando e se agarrando nos blocos de rua. Provavelmente temendo o impacto econômico que seria cancelar essa festa toda.


Podem dizer que não tem nada a ver. Mas lembrando que o Carnaval foi na última semana de fevereiro, e muitos dos casos do vírus chinês começam a aparecer com sintomas após 14 dias... que coincide exatamente com o final da primeira quinzena de março, quando começaram a aparecer os casos por aqui com maior intensidade. Dessa forma, não duvido que nesse período "importamos" muitos casos do vírus chinês, que viriam a se manifestar semanas depois, enquanto nada era feito.

Digo de novo, estamos vivendo um momento crítico. E em situações desse tipo não cabem extremismos, como ambos os lados estão fazendo. Principalmente ao ver que o interesse no fundo é político. Os paneleiros não estão preocupados com a saúde, mas sim em como que o resultado de toda essa crise pode ser benéfico para a esquerda. Mesma coisa esses governadores e prefeitos que estão batendo de frente com o presidente, todos eles querendo se promover em cima do ocorrido.

A verdade é que na cabeça deles, é uma situação em que dificilmente podem perder: se a economia for priorizada, provavelmente a quantidade de vítimas será bem maior; por outro lado, com uma quarentena total visando a saúde pública, teremos uma grave crise econômica. Não importa o resultado, os paneleiros e a extrema imprensa vão focar na consequência negativa, seja ela qual for, responsabilizando o Bolsonaro por isso. O manjado "quanto pior, melhor".

Não precisa ser assim. A chave de tudo é o equilíbrio, dá pra atentar para a saúde e para a economia. Para isso, é necessário parar com o pânico, em promover uma visão apocalíptica que está deixando todos com medo, e também dar um atendimento de qualidade para as pessoas doentes e com suspeita de infecção. Os testes têm que ser feito de maneira ostensiva, para identificar o quanto antes quem tem ou não a doença, e com isso tomar as atitudes necessárias. Falta dinheiro para comprar os testes? Sugiro reter o salário de todos os políticos e usar para comprar os testes rápidos. Se eles estão tão preocupados assim com a saúde, que façam algo. O mesmo vale para a extrema imprensa: ficam aí criticando todas as ações do governo federal, mas não vi grandes corporações como a Globo gastarem um centavo para ajudar quem precisa.

Digo mais uma vez, estamos vivenciando um momento crítico, e essa postura de briguinha não vai ajudar, principalmente quando motivada por política. Em vez de ficar um bando de babacas batendo panela porque não aceita o resultado das últimas eleições, que tal incentivar algo mais fraterno como aplaudir os médicos e demais profissionais de saúde que estão se sacrificando para salvar a população?

Mas nao adianta. Nessa pocilga, panelaço contra o presidente é todo o dia e ganha destaque na mídia; e só um dia tivemos aplausos tímidos para os médicos, que não passou de notinha de rodapé. Estamos é fudidos, se o vírus chinês não acabar com esse país, será o brasileiro.

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