Kancolle Movie - Parte 1

E não é que eu acabei voltando aqui com as histórias das meninas-navio de Kantai Collection? Depois de fazer uma sátira light da série, eu finalmente juntei coragem e disposição para trazer aqui o filme baseado no jogo mais inusitado e estranho que eu já vi, juntando meninas bonitinhas e navios da Segunda Guerra em um universo de desenhos, revistinhas e jogos. Sei que não deve ser do interesse de muita gente, mas para aqueles que se divertem com as minhas sátiras de filmes, vamos ver algo diferente pra variar.


O filme foi lançado no ano de 2016, pouco mais de um ano após o término da série, baseada na batalha de Midway, em evidência agora por conta do filme que estava nos cinemas, mas que resultou na vitória das meninas-navio japonesas, lideradas pela protagonista Fubuki. Com uma qualidade gráfica impressionante, se preparem para mais aventuras das carismáticas personagens enquanto enfrentam os monstrengos marinhos. 

A merda é que eu só achei esse filme em japonês, com legendas. Mas pelo menos consegui encontrá-lo em uma versão sem a tradução, ao menos para que as imagens fiquem melhores. Complicado é aturar os diálogos que eu não faço a menor ideia do que significa.

Para aqueles que topam encarar, vamos lá rir um pouco com o filme de Kancolle.

Começamos bem, vendo uma menina-navio que nos parece familiar, mergulhando de cabeça até o fundo do mar. E aparentemente algum peixe soltou uma bufa, dessas de fazer bolhas de metano que vão estourar com fedor lá na superfície.


Damos um close na garota que está afundando, e fica claro que é a Fubuki, pelo menos para quem viu na animação. Mal começou o filme e já mataram ela? Acho que o pessoal não curtiu muito ela na série...


Por fim, ela chega ao fundo do mar... e, só pra deixar bem claro, essa cena não tem nada a ver com acontecimentos reais, é mais uma daqueles prelúdios que os desenhos japoneses gostam de fazer pra criar aquele suspense. 


O filme começa de verdade agora, onde vemos (ou tentamos ver) seis meninas-navio navegando pela noite escura. Pra quem conhece o jogo, sabe que a quantidade de navios não é à toa, pois podemos fazer uma esquadra com apenas meia dúzia de integrantes.


Vamos então às apresentações, pois essas daí não apareceram nem um pentelhésimo de segundo na série. Começando com a Kako, uma cruzador pesada que tem o nome que lembra o sapo da Vila Sésamo.


Depois temos Furutaka, outra menina-cruzador pesada. E que curiosamente possui um olho de cor diferente. Talvez ela tenha perdido uma de suas lentes pelo caminho.


Mais uma que representa um cruzador pesado, e também usando roupinha de colegial. Essa é Kinugasa, seguindo com os nomes bizarros japoneses.


Quarta menina-navio da trupe, essa é uma cruzador leve, chamada Tenryuu. Que carrega uma espada, tem tapa-olho de pirata e orelhas high-tech como se fosse um coelho.


E temos outra cruzador pesado, que se chama Aoba, e está enquadrando as suas colegas para tirar uma foto. Piadinha interna do jogo, pois ela é como se fosse a repórter da base, uma vez que um dos marinheiros do navio original era um escritor.


Todas elas são lideradas por outra cruzador pesada, chamada Choukai, toda cuti-cuti com sua boina verde e de óculos. 


Uma breve pausa para a referência histórica. Essa formação representa o grosso da esquadra japonesa que combateu na Batalha da Ilha Savo (só excluindo um cruzador leve e um destróier, por conta das "limitações" de Kantai Collection), que ocorreu em agosto de 1942 e foi um dos raros conflitos inteiramente navais do Pacífico, ocorrendo de noite e sem o apoio dos aviões, que já haviam se mostrado como decisivos. E foi um combate em que a vitória tática foi dos japoneses, que afundaram vários cruzadores americanos, que foram pegos de surpresa. Provavelmente, deve ser o mesmo desfecho aqui.


As meninas se preparam para o combate. E pela primeira vez vemos aqui as "fadinhas", aquelas bonequinhas pequenininhas que aparecem no jogo junto dos equipamentos, e que estão agora dando uma geral nos canhões de Kako.


E também ajudando no reconhecimento, como a anãzinha no ombro de Choukai, vigiando o perímetro. Quem conhece o jogo deve observar que as garotas estão com o visual de suas remodelagens, depois que são "promovidas" ao atingir um determinado nível de experiência.


Pior que era um Abissal, provavelmente um daqueles supositórios dentuços, pulando que nem um golfinho. Combate fácil esse, seis contra um, ia ser moleza.


Acontece que a missão noturna era um ataque-surpresa aos transportes inimigos, e assim as ordens era só atirar quando fossem atacadas. Além disso, todas elas já estão com porrões de pontos de experiência, afundar um mero destróier desses não ia ser lucro. Mas mesmo assim elas ficam a postos pra atirar.


Para o alívio delas, o Abissal tá distraído e não as percebe. Exatamente como aconteceu na batalha real, um destróier americano danificado passou pertinho dos navios japoneses e não se deu conta de nada. Se tivesse sido mais esperto, teria mudado a história.


Passados alguns minutos, as fadinhas no ombro de Choukai localizam a esquadra inimiga. Tá explicado porque essas criaturas são meninas, pois se fosse um anãozinho ele certamente estaria mais interessado em mergulhar de cabeça no generoso decote da menina-navio.


E começa a hora da pamonha: Choukai dá a ordem para suas amigas sentarem o dedo naquela pôrra, disparando contra os Abissais, pegos de calças na mão. Não que navio use calças, embora meninas-navio provavelmente usam. Bem, você entendeu o que eu quis dizer...


Quem não se lembra, tem Abissais que são os bicharocos dentuços, e tem outros que se parecem com as meninas-navio, geralmente representando embarcações de maior porte. Como essas daí, levando chumbo nas fuças.


Como aconteceu na verdadeira batalha da Ilha Savo, é uma carnificina. Ainda mais depois de iluminar o céu com bombas luminosas, as meninas-navio se divertem com os alvos fáceis, atirando sem parar e ganhando XP, como Kako que tá rindo à toa.


Quem está passando por maiores dificuldades é Kinugasa, que conseguiu a proeza de errar um tiro a menos de um metro e ainda levou um Tap-Tap-Tarugen da Abissal afobada. Pois é esperado que um navio parta para o caratê em vez de atirar com seus canhões, certo?


Já que virou sacanagem, Tenryuu decide preparar a sua espada samurai...


... e dá uma de Deadpool, ricocheteando as balas disparadas pelos canhões da Abissal como só acontece nos filmes e animes japoneses. Talvez tenha sido assim que ela perdeu um olho, com essa babaquice de cortar bala e provavelmente os estilhaços foram na sua cara.


Na maior facilidade, o primeiro grupo de Abissais já virou farofa. Mas restava ainda um segundo grupo, próximo da base. Choukai agrupa suas amigas e elas se dirigem para limpar a área e completar a missão.


As Abissais restantes parecem que sabem que estão na merda, e correm o mais rápido que podem. Ou navegam, sei lá. Mas não demora para que nossas heroínas as localizem, apontando seus holofotes pra cima delas. Danou-se, suas sereias góticas.


Repito de novo, eu acho bem interessante como os criadores de Kantai Collection (tanto do jogo como dos desenhos) tiveram uma atenção aos detalhes históricos. Na batalha real foram realmente dois grupos de navios americanos que foram surpreendidos pela esquadra japonesa, e pequenas coisas que aconteceram de verdade foram replicadas aqui.


Claro que isso só reforça ainda mais a percepção de que os Abissais foram criados para representar os americanos, e dessa forma Kantai Collection pode ser interpretado como uma "revisão" da história real, o que pode deixar muita gente da terra do Trump pê da vida...


Porém, diferente do capitão japonês de verdade, que se mandou após combater o segundo grupo, Choukai decidiu ser mais corajosa e avançar na direção da base inimiga para afundar os transportes Abissais. Algo que se tivesse acontecido na vida real, teria mudado um pouco o curso da guerra no Sul do Pacífico.


Molezinha... pra ter uma ideia de como essa parte final foi tranquila para as meninas-navio, é só imaginar que vários cruzadores atirando contra navios de transporte é uma demonstração de força tão desproporcional como um Mike Tyson cair na porrada com uma velhinha de cadeira de rodas.


Mas aparecem alguns tubarões Abissais metidos, que conseguem pelo menos acertar um tiro na Choukai, destruindo seu holofote. Outra das pequenas sutilezas reproduzidas no desenho, pois o cruzador de verdade chegou a ser atingido algumas vezes, sendo o navio japonês que mais foi danificado.


Tudo resolvido, a missão aparentemente tinha sido um sucesso, nota S (quem joga, entendeu a piada). Vários cruzadores Abissais foram destruídos, a base foi atacada e não restou nenhum transporte pra contar a história. O único revés era o fato de Choukai ter ficado bem machucada, para a preocupação de suas colegas, mas nada que algumas horas na jacuzzi não fossem resolver.


Mas alguma coisa estranha chama a atenção delas, depois do dia amanhecer. Era como se fosse uma voz de uma menina triste cantando... Além disso, a água estava ficando vermelha e começando a corroer as suas partes de navios.


Kako chama a atenção de suas companheiras. Apesar dela usar um penteado que cobre permanentemente um de seus olhos, ela foi a primeira a avistar algo meio estranho lá perto do horizonte. Seria uma barraquinha de khlav kalash?


Você vai me dizer que não sabe o que é khlav kalash? Então você é um herege, e não viu aquele clássico episódio em que os Simpsons vão para New York para recuperar o carro da família.


Aliás, o Homer encontra seu carro entre as torres do World Trade Center, que na época ainda existiam, antes do atentado do Bin Laden. Pensar que fazem quase vinte anos...

Enfim, não era uma barraquinha da intragável carne no espeto árabe, mas era algo tão nojento quanto. Parecia ser um ovo Abissal, com uma boca cheia de dentes, e que estava afundando lentamente. Quero ver quem tem coragem de sentar em cima pra chocar um ovo dentuço desses, que pode morder a sua bunda.


Antes que as meninas possam recolher o ovo pra fazer uma omelete abissal, ele acaba afundando e lentamente começa a abrir a sua bocanca que nem um marisco...


... e aí surge uma menina pelada em pose embrionária que é lançada para a superfície. Afinal de contas, mesmo o filme de Kantai Collection tem classificação para todas as idades, e não seria agora que iria aparecer a nudez de uma menina-navio.


Ah, então isso explica o que acontece no jogo. Quando você termina uma batalha e "ganha" uma personagem, é porque tinha algum desses ovos dentuços que a estava aprisionando. Tá explicado...


Não muito longe dali, temos uma outra esquadra que está navegando. Começamos a ver algumas personagens da série, como as porta-aviões Souryuu de verde e Hiryuu de laranja, que aqui no desenho não afundaram na batalha de Midway. Souryuu comenta que seus aviões de reconhecimento já localizaram as ilhas Shortland, e que falta pouco para elas chegarem na base.


Mas também temos algumas que são novas, como a baixinha Ryujouu, que representa um porta-aviões leve. Curioso aqui é que, diferente das outras que usam um arco com flechas que se transformam em aviões, ela possui um puta pergaminho que tem um desenho do convés do verdadeiro navio. Os aviões na verdade são pedaços de papel que se transformam e são lançados.


Sério, mais tosco que o arco-e-flecha...

Então, aparece a protagonista Fubuki lá no fundo da imagem, com sua felicidade e empolgação fora do normal. Ela pergunta para Ryuujou se os aviões que ela tinha lançado iam protegê-las de submarinos. E também comenta que aquele chapéu dela era muito ridículo, e porque diabos ela tinha um pingente em forma de apóstrofo.


Como estava olhando pra trás, Ryuujou acaba tropeçando em uma sardinha que cruzou seu caminho, caindo na água e ficando com cara de bunda. Vamos ignorar por um momento o total desprezo pelas leis da Física. Na verdade, ela tinha caído pois as águas vermelhas do oceano tinham corroído seus sapatos-leme. Lá atrás, a cruzador leve Yuubari começa a escutar aquela voz da menina tristonha chorando, e se pergunta o que podia ser.


Bom... passado mais algum tempo, chegamos então às tais ilhas Shortland, mais um daqueles paraísos tropicais genéricos. Pode apostar que os mais tarados devem estar esperando que tenhamos algo parecido com aquele episódio das garotas de biquini, mas podem tirar o cavalinho da chuva.


Vemos então um par de pés correndo apressados pela praia. Deve ser a Fubuki, lembra que ela tava correndo toda hora na série?


Mas na verdade era Mutsuki, sua amiga. Ela estava desesperada por conta de um recado que ela tinha recebido, e tinha corrido o máximo que suas perninhas curtas permitiam, pra encontrar Fubuki e Yuudachi em um depósito improvisado. Sem perder tempo, ela pergunta onde ela está?


Ela quem, cara-pálida?

Yuudachi explica que "ela" estava recebendo os primeiros-socorros... ou melhor dizendo, os "primeiros-reparos", e que logo seria liberada de sua consulta. Pôrra! Quem é "ela", cacete? Pra que esse suspense todo?


Parece que vamos descobrir quem é essa pessoa misteriosa de quem Mutsuki fala tanto, deve ser a dona desses chinelos Rider.


Mutsuki arregala os olhões de anime japonês, parecendo que está vendo um fantasma...


Quase isso. Era Kisaragi, a irmã mais velha de Mutsuki.


Pausa para quem está chegando agora ou tem memória curta. Na série, logo no início, havia uma missão em que Kisaragi era afundada, causando uma extrema dor em Mutsuki por ter perdido sua irmã querida. Quem quiser recordar, é só ver aqui. Depois de todo esse tempo, milagrosamente ela tinha ressuscitado, para a surpresa de todos. Embora sabemos que personagens voltarem dos mortos é algo muito comum em desenho, especialmente no universo da Marvel.


Tudo isso por culpa do comandante. Pois, quando jogamos o jogo, só perdemos uma menina-navio se formos muito desatentos, arriscando-a em um combate quando está muito danificada. Depois, só tendo a sorte de encontrar uma igual depois de um combate, que parece que foi o que aconteceu. Ah, pra quem não se deu conta, Kisaragi era a menina que estava dentro daquele ovo lá em cima.


Mutsuki não suporta a emoção, caindo no choro como de costume. Mas dessa vez é de felicidade, por ter se reencontrado com sua irmã.


Acho que é um bom momento para dar uma pausa, e deixar Mutsuki se recuperar das fortes emoções. Vamos ver na continuação o que aconteceu com Kisaragi, porque ela voltou, e se vai ter alguma pegadinha nessa história toda. 

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