O Destino do Papel Higiênico

Tem horas que eu venho com alguns temas de postagens aqui que não têm a menor noção, algo que eu fico me perguntando se alguém mais fica escrevendo. Sei lá, acho que a minha cabeça é de outro mundo, e nos momentos mais aleatórios eu começo a pensar em certas coisas e que depois venho aqui pra colocar no papel... ou na tela, melhor dizendo. 


E o post de hoje não será diferente, pra falar sobre o papel higiênico, vê se pode? Tudo isso graças a uma inspiração que veio outro dia.

E não, não foi por conta da piada que o Bolsonaro falou sobre cagar dia sim, dia não. Uma mera brincadeira que os esquerdistas de plantão levaram a sério, explodindo de raiva. Deve ser porque eles querem ter o direito de cagar pela boca todo o dia...


Mas na verdade a minha motivação foi por conta de uma viagem de ônibus que eu fiz. Chegando na rodoviária, deu aquele aperto pra dar uma mijada, e a perspectiva de uma longa viagem pela estrada me forçou a ir num banheiro antes de embarcar. E sabemos bem como banheiro de rodoviária é algo cabuloso.

Entrei no banheiro e estava até relativamente limpo para os padrões que eu tinha em mente para uma instalação pública. E poucas pessoas ali também. Mesmo sabendo que eu ia fazer o "número 1", me dirigi a uma das casinhas. Eu não gosto de usar mictório, eu acho algo extremamente anti-higiênico, tem alguns que você precisa quase encoxar o utensílio para não fazer lambança, sem falar daqueles outros que vão até o chão, onde o risco de respingo no sapato é quase certo. Sem falar que, ainda mais hoje em dia, pode ter aquela situação desagradável de um curioso ficar espiando.


Mais uma razão pra ir na casinha.

Aí eu entrei em uma delas e logo aquele cheiro desagradável e podre atacou as minhas narinas. Já me perguntava se eu tinha sido felizardo de entrar em uma casinha onde o visitante anterior havia se esquecido de afundar o submarino, mas a água na privada tava limpa. De onde vinha aquele cheiro?

Era do cesto de lixo, onde haviam vários pedaços de papel higiênico, besuntados de bosta.


Puta merda (com trocadilho, por favor)! Acho que não tem coisa mais desagradável do que presenciar ali montes de papel marcados de marrom, espalhando um odor nojento, transbordando da lixeira a ponto de alguns estarem no chão, manchando o piso. Não aguentei, tive que mudar de casinha e na outra havia também papel higiênico usado na lixeira, mas pelo menos em menor quantidade e possivelmente que estava ali há mais tempo, de forma que o cocô estava mais ressecado e assim exalando menos fedor.

E aí esse episódio desagradável me trouxe aqui para falar a respeito justamente dessa questão: onde devemos jogar fora o papel higiênico, depois de usado?


Sei que é um tema tosco, mas é algo que me fez pensar. Embora essa dúvida não seja tão cruel e tão discutida sobre a posição correta do rolo de papel higiênico no suporte (em que a maioria defende o papel saindo por cima do rolo, opção que eu concordo), comecei a observar com que parece não haver um consenso sobre o destino do papel higiênico cagado. Ativei o meu senso crítico de pesquisa, e passei a observar em todos os banheiros que eu ia, seja no trabalho, em lugares públicos, na casa de amigos, para observar como que era descartado o papel usado.

Claro que eu não cheguei ao nível de curiosidade de abrir lixeira pra futucar lá por papel sujo. Sou um texugo, não um guaxinim, pôrra!


Eu particularmente descarto o papel usado no vaso, depois de limpar o traseiro. Vide a minha aventura narrada acima, eu não acredito que aguentaria o cheiro no banheiro se houvessem folhas de papel sujas de bosta em uma lixeira, não tem Boa Ar que resolva. Logicamente que só jogo na privada papel usado depois de fazer o "número 2"; aqueles que eu uso para outros fins, por mais nojentos que sejam (tipo, assoar o nariz), vão pra lixeira, já que eles são ao meu ver menos poluidores do que aqueles usados para limpar a bunda.

E parece que existem pessoas que fazem isso também, não sou o único.

Por outro lado, existem aqueles que fazem de outra maneira, sempre jogando o papel higiênico usado em uma lixeira ao lado da privada, não importando o uso. Geralmente quando é um ambiente mais pessoal, como em casa, essas lixeiras têm tampa, para barrar um pouco o cheiro e não ficar à vista. Mas em lugares públicos geralmente são aquelas que ficam abertas, expondo tudo que estiver ali dentro. 

Uma das razões que essas pessoas usam para justificar o descarte na lixeira é para não entupir o vaso.


Sim, isso faz sentido. Quem já teve que desentupir uma privada sabe o quanto isso é desagradável. Mas eu acho que há um certo exagero nessa questão. 

Digo isso pois hoje em dia o papel higiênico tem uma composição que favorece a sua decomposição quando entra em contato com a água, ainda mais quando há um movimento mais forçado na hora da descarga. Ele tende a esfarelar, por ser mais fino do que uma folha de papel comum. Por isso entendo que jogá-lo no vaso não venha a ser nocivo a ponto de entupí-lo.

Claro, a não ser quando você limpava a bunda com essa merda, que mais parecia uma lixa.


No vaso só deve ir papel higiênico, e que seja próprio para isso. Tipo, tem nego que limpa a bunda usando aqueles rolos de papel toalha, esse realmente não deve ir pra privada, por ser um papel mais grosso (embora tenho um conhecido que diz que papel toalha absorvente é a melhor pedida pra limpar aquela diarréia da pesada). Papel plástico, nem pensar. Protetor de assento, comum nos banheiros públicos, idem. E no caso das mulheres, privada também não é lugar de absorvente usado. Esses itens são mais rígidos, diferente do papel higiênico que é mais frágil.

Mas claro que também é necessário o bom senso na hora de limpar o fiofó. Mesmo o papel tendo essa capacidade de se despedaçar, não vai dar certo se o sujeito exagerar na quantidade...


Aí realmente vai entupir a privada.

Com o perdão da nojeira... mas sabemos muito bem que existem aqueles momentos em que terminamos de despachar o deputado rio abaixo, mas a flor de oríba fica tão suja que dá trabalho limpar, são necessárias várias passadas de papel higiênico pra finalmente deixar tudo de boa. É como se você estivesse com uma caneta hidrocor marrom na bunda, com o papel saindo sempre com aquele traço de bosta mesmo depois de muitas limpadas. E nesses momentos de longa luta, é natural que o volume de papel consumido aumente, podendo gerar aquela montanha branca dentro do vaso.

Nessas horas é necessário ter bom senso. Deu aquela descarregada monstro? Puxa a descarga uma primeira vez pra descer com o churro, e depois se limpa. E caso a limpeza demore, vale a pena puxar a descarga outra vez. Nessas horas, vale mais gastar um pouco mais de água do que ter que chamar o encanador pra desentupir sua privada.


Pessoalmente, eu acho mais prudente despachar o papel sujo de merda pelo vaso, desde que se tome o cuidado para não entupir nada.

O descarte na lixeira eu acho muito porco na verdade. Mesmo que ela tenha uma tampa, ao jogar papel usado após limpar a bunda significa que você estará mantendo restos de merda em seu banheiro. A não ser que o saco seja fechado e despachado logo na sequência, toda aquela bosta ficará ali, fedendo e se decompondo. Pra mim isso não é apenas nojento, mas até anti-higiênico, fico me perguntando a quantidade de bactérias que deve se proliferar dentro de sua lixeira... Sem falar que se sua lixeira for atingida pelos raios gamma do Hulk pode ser que surja um monstro de merda ali dentro.


Pior de tudo, isso é cena de um filme mesmo, com um demônio de bosta.

Conto até uma outra história, que pode parecer absurda mas de fato aconteceu. Foi em uma festa de aniversário da filha de um conhecido meu, que chamou algumas pessoas para celebrar. Casa grande, muita gente, muita criança, e de quebra o cachorrinho da família, ainda filhote mas que era muito arteiro. Uma das coisas que ele gostava de fazer era revirar as lixeiras, razão pela a qual a porta do banheiro e da área de serviço costumavam ficar fechadas.

No meio da festa, uma bela hora começou a brotar aquele cheirinho de merda na sala de estar, onde a maior parte dos convidados estava. Apesar de todo mundo se entreolhar, perguntando-se quem estava com a mão amarela, ninguém comentou. Até que de repente escutamos um grito de nojo de uma mulher, que estava brincando com o cachorrinho. O desespero dela é que o rosto do canino estava sujo de bosta. Coitado do cachorro, todo cagado...


E tudo isso por conta de algum convidado que havia dado uma cagada no banheiro e largou o papel usado na lixeira. De quebra deixou a porta aberta, e o cachorrinho foi lá mexer na lixeira, se sujando com o papel higiênico borrado de bosta.

Cara, com o perdão do trocadilho... mas deu a maior merda. E logicamente que o cagão não se entregou.

Ainda estou aguardando argumentos que me convençam de que jogar papel higiênico usado de bosta na lixeira seja a melhor opção. Riscos de entupimento, eu não acredito, conforme eu disse acima. Podem falar por conta de uma suposta questão de sustentabilidade, por conta da economia de água... mas também não vejo como sendo algo tão determinante assim, afinal de contas você vai ter que puxar a a descarga pra descer com a jibóia. Uma questão ecológica, talvez... podem falar que o papel vai poluir o meio ambiente... mas, apesar de ser um produto industrializado, papel higiênico é papel, certo? Não é algo que se decompõe sem problemas, ainda mais na água?

Melhor eu ir parando por aqui...

Até porque eu me dei conta nesse exato momento de como eu sou babaca e pouco original. Pois eu me esqueci que eu havia feito outra postagem sobre exatamente o mesmo tema há algum tempo! Pois é... Pior que não faz tanto tempo assim, foi em 2017. E a falta de originalidade é tanta que o título que usei foi igualzinho, pior que os ninjas do Mortal Kombat.


Eu mereço... E por mais que possa parecer que eu forjei isso, não foi bem assim. Estava aqui escrevendo e ia falar sobre aqueles que nem usam papel, recorrendo à lavagem do traseiro com água. Foi quando me lembrei que em algum momento eu havia escrito sobre bidê, aquele utensílio de banheiro de outrora...

Pesquisei e reencontrei o post anterior, e me dei conta da mancada. Até algumas das piadinhas, como a imagem do The Sims e o comentário sobre o papel higiênico rosa, foram as mesmas!

Mostra como tenho uma vida sem graça, em que fico pensando em certos detalhes inúteis como onde as pessoas jogam o papel higiênico depois de limpar a bunda. E não apenas isso, mas pensando nessas tosqueiras mais de uma vez. Pra completar, vindo aqui no blog escrever sobre esse tema de novo.

Prometo que a próxima postagem será algo original.

Comentários