Proteus


Se tem um gênero artístico que é bem complicado de se fazer é a ficção científica. O próprio nome não faz muito sentido, pois ficção não tem nada de científico, e ciência não tem nada fictício. Não importa o quanto se tente, um dos lados vai acabar prevalecendo sobre o outro...

Quando o lado mais científico tem mais força, o que normalmente se tem é um filme parado, chato e sem graça, com diálogos indecifráveis e pouco movimento. Vira quase um programa do Discovery, algo que só conseguimos assistir naqueles fins de semana que não temos nada para fazer.

E quando o lado de ficção se sobressai, acabamos vendo aberrações, intragáveis para qualquer pessoa com um mínimo de instrução. Como os caras que fizeram aquele filme, O Núcleo: o filme não é ruim, mas ver que um sujeito conseguiu criar um novo tipo de aço ultra resistente no quintal de sua casa, convenientemente chamado de inobtenium, é dose...

Mas eu diria que em algumas poucas vezes se acerta na dose entre ciência e ficção, e é esse o tema da postagem de hoje, trazendo de volta de um passado distante uma série em quadrinhos que eu gostava muito quando era criança: Proteus.


Tratava-se de uma publicação francesa, que surgiu lá em 1980 (de novo, outra coisa legal vinda da década de 80), e que veio chegar aqui no Brasil mais de 10 anos depois, que trazia uma proposta interessante de educar com o uso de histórias em quadrinhos. Lá fora fizeram vários volumes, cada um focado em uma área da ciência, como o planeta, o corpo humano e a vida animal, mas aqui no Brasil apenas o primeiro episódio, que falava do Universo, foi lançado.

A idéia era bem original: você ia lendo a história, e em alguns momentos surgia uma oportunidade para citar alguma coisa. Por exemplo, em um determinado ponto da trama, os heróis passam por Vênus, e em algum lugar do quadrinho um número era mostrado. Esse número referenciava uma entrada de um livro em anexo, que entrava em maiores detalhes sobre aquele assunto. No caso, falando mais a respeito de Vênus, suas características e tudo mais... Embora eu imagine que a maioria das pessoas cagava pra essa mini enciclopédia, aquelas mais curiosas e que curtissem espaço e tudo mais podiam no meio da leitura da história buscar maiores informações sobre um determinado planeta, galáxia ou outro assunto astronômico.


Bom, vamos começar pelo começo, apresentando o herói da história. Proteus é um andróide criado por um cientista obstinado por robótica chamado Hubertus. E que parece mesmo um cientista maluco, por trás de seus óculos e longa barba branca... Foi um árduo trabalho de 30 anos, que resultou em uma réplica quase perfeita de um ser humano... Quase, porque para mim esse visual metrossexual para um robô não fica muito bem. E acredite: a versão, diria mais macho do Proteus foi nesse primeiro volume mesmo... Podia ter seguido a linha do Terminator, e feito alguém com cara mais de homem. Mas, precisamos entender que a história é francesa, então...


Claro que o professor incluiu uma série de super-poderes em sua criação, tornando-o sobre-humano. Além de força a agilidade, Hubertus carregou o seu cérebro com o máximo de conhecimento possível. Logo Proteus é quase uma Wikipedia ambulante, e sempre tem um comentário científico na ponta da língua, embora saiba que nem todo mundo está interessado em certas minúcias sobre tudo (ao contrário do próprio professor, que nunca perde uma oportunidade de demonstrar o que sabe). E além disso, Proteus recebeu um poder interessante: a capacidade de metamorfose, que nem o Shang Tsung, podendo se transformar em qualquer coisa.

Bizarro é como Hubertus inseriu esse poder no andróide, parece aqueles desenhos do Pica-Pau onde se fazia a transferência de cérebros, usando um camaleão!


Nem tudo são flores, entretanto... Se você pega o seu iPhone ou celular e começa a jogar muito aqueles jogos 3D ou fica na Internet, uma hora a bateria acaba, certo? Mesma coisa com Proteus, ele funciona com baterias, e se ele fica fazendo muita firula uma hora precisa trocar, como acontece em diversas ocasiões durante a trama. Acabando a bateria, imagino que ele devia entrar em um modo de reset, dado o seu desespero nessas situações.

E não, o compartimento de pilhas não fica na bunda dele! Não minta, sei que você estava pensando nisso. Em sua defesa, também pensava nessa hipótese, quando vi que ele tinha que trocar baterias e imaginando que ele é um robô e logo não precisa fazer necessidades fisiológicas como todos nós, eu pensava que ele tinha que pegar mesmo aquela pilha tamanho D e enfiar lá onde o Sol não brilha. Mas depois nos damos conta que a bateria vai no peito dele mesmo...

Também nesse início de história somos apresentados a outros três personagens "do bem". O professor Hubertus tinha três filhos adotivos, o que me leva a pensar que ou ele não havia sido apresentado ao Boston Medical Group ou então ele queria ter uma família politicamente correta. Sim, seus filhos eram uma grande mistura de raças, incluindo o negro, a oriental bonitinha e o branco gordo.


Mumuni é o afro-descendente do grupo, e até começa a história com uma participação relativamente razoável, estando ao lado de Proteus direto. Volta e meia surge com uma piadinha sem-graça, e deve ser por isso que ao longo da trama ele começa a ficar cada vez mais sumido. Pior é o visual dele, andando de lá pra cá com uma cuequinha de oncinha. Sei não, parece que esse Mumuni gostava mesmo era de pegar numa lança...

Em seguida, temos Gil. Nunca ficou claro de que nacionalidade ele é, deve ser francês mesmo, ou no mínimo europeu. Dá até pena do sujeito, pois ele faz o tipo gordo adolescente que é zoado por todos. Sua participação é mínima, e só serve mesmo de comic-relief, devido à sua fome homérica. O cara é um verdadeiro limpa-trilho, até no meio de uma batalha cósmica digna do Star Wars fica pensando no seu estômago.

Por fim, mas não por último, temos Suzy Pong, aliás a única da qual sabemos pelo menos o sobrenome, por mais escroto que seja. Visivelmente oriental, embora japonesas de olhos azuis são bem raras, isso me lembra aquele filme dos Aventureiros do Bairro Proibido, onde o vilão Lo Pan tinha que casar com uma mulher asiática de olhos verdes. Dos três filhos de Hubertus, é a que mais participa da trama, como você verá a seguir. Um pouquinho mimada, mas bem divertida... E, como era de se esperar, acaba se apaixonando por Proteus.


Fica aí a pergunta, se o professor Hubertus fez Proteus anatomicamente correto ou se ele é como o Ken e não tem nada entre as pernas, e Suzy vai acabar se decepcionando um dia quando tentar arrancar sua cueca com os dentes. É curioso, ela até que é bonitinha, não deve ter dificuldades em arrumar um cara, e acaba se derretendo por um andróide, será que tá faltando homem na França? Mas, ao ver esse quadrinho (onde inclusive somos agraciados com Suzy trocando de roupa, dando direito a um side boob interessante), ela mesma fica surpresa ao ver Proteus se escondendo, o que leva a crer que Hubertus deve ter colocado um pinto biônico nele...


Pode deixar, vou aguardar alguns minutos para que os visitantes mais tarados e infantis fiquem imaginando e debatendo como seria o pinto de um andróide, e se o professor bolou algum mecanismo especial para torná-lo "operacional"... Sério, tenho colegas que sempre faziam esse tipo de comentário nos filmes do Terminator... Pronto, podemos seguir?

Antes disso, uma breve dissertação sobre o quadrinho acima, onde os personagens estão trocando de roupa. Ao contrário de Proteus, que se esconde atrás de alguma máquina para que não vejam o vibrador que ele tem no meio das pernas, Suzy está trocando de roupa sem nenhum obstáculo na sua frente, na vista de todos. Tudo bem, se ela virasse de costas para seus colegas, ela estaria de frente para os leitores, e aí a classificação etária da publicação iria subir algumas décadas... Mas acho bizarro o pudor inexistente da menina! Ela fica lá, trocando de roupa à vontade, expondo seus peitos (e provavelmente o "parque de diversões", já que veremos mais adiante que ela parece não ser muito fã de calcinha) para seu velho pai e seus irmãos, como se fosse a coisa mais natural do mundo!

O pior é que nenhum daqueles filhos das putas olha pra ela! Ela não é irmã de verdade, é irmã adotiva! Franceses... Se você observar bem, apenas o robozão é que fica lá de olho, certamente se amaldiçoando por ser mais assexuado do que uma porta... Depois dessa breve divagada, continuemos.

Apresentados os personagens, eles já começam a aventura sendo sequestrados por uma horda de robôs do espaço, liderados pelo robozão laranja e tarado acima, chamado Xur 1. Quanto aos seus subordinados, eles seguem todos os padrões dos Stormtroopers ou dos soldados Cobra, com uma incompetência que beira o ridículo. Proteus resgata Mumuni, mostrando que para ele não tem essa de salvar primeiro as mulheres e crianças, melhor salvar o negão e garantir que não vão chamá-lo de racista, vai que tivesse algum ministro brasileiro vendo... Os dois entram na nave buscando os outros, e somos então apresentados a Cyber...


Mais parecendo uma cópia esverdeada do Carlos Drummond de Andrade, Cyber é um cientista também, que quer alguma coisa de Hubertus. Não, não a fórmula mágica de um tônico capilar milagroso, veremos depois o que o doido espacial quer do doido terráqueo. Mas logo Hubertus deixa ele puto da vida, a ponto de Cyber mudar de verde para vermelho, ordenando que seu robô líder, Xur 1, decole a nave e retorne para seu planeta natal. Robô líder, por ter uma cor diferente, não ser tão dotado da incompetência Stormtrooper como seus colegas azuis, por saber falar de forma arrastada e ter olhinhos que pareciam desenhados pelo Maurício de Souza.


Sim, você é sim uma besta rebitada...

E temos uma cena hilária, quando a nave começa a sair do planeta e todo mundo começa a flutuar. A maioria deles ou passa de forma natural ou então acaba mesmo é passando mal. Só o escroto do Mumuni é que fica de babaquice. Sei que vou ser xingado por racismo, mas puta merda, logo no primeiro fascículo e esse negão já começa a encher o saco.


Bem feito que depois a gravidade normaliza, e ele enfia os chifres no chão! Pra aprender a deixar de ser babaca!


Não demora para que durante a viagem a nave venha a sofrer um ataque inesperado. A esquadrilha de naves espaciais é liderada pelo nervoso Samavor, outro sujeito de pele verde. Sim, o cara que criou Proteus até que teve boas idéias, mas imaginação não deve ser o forte dele mesmo, e teve que recorrer aos homenzinhos verdes. Enfim, rola uma puta batalha espacial, e Samavor destrói a antena que permite que Cyber opere a nave remotamente. Isso leva a Proteus, assumindo mesmo o papel de herói, a pilotar a nave e tentar fugir.


Detalhe que nessa hora percebemos que Suzy está usando apenas uma blusa desde o início da história, e parece mesmo não ser muito adepta de roupa íntima... Sorte dela que Proteus parece não estar muito interessado em dar uma espiada. É um robô bicha mesmo! Parece que o professor se esqueceu de colocar um pouquinho de testosterona na sua criação... Ou no mínimo ensinar a sua filha para ser um pouquinho mais comportada.


Não vou me alongar muito nessa parte da batalha espacial, que segue os clichês de um filme como Guerra nas Estrelas. Digamos que depois de umas manobras alucinantes e de quase morrer queimado ao apagar um incêndio, Proteus fica com apenas uma bateria, mas consegue despistar seus perseguidores. Pelo menos por pouco tempo, até a esquadrilha de Samavor desferir outro ataque pesado, desta vez fatal para a nave, obrigando Proteus e seus amigos a pegar uma nave salva-vidas, que os levaria ao planeta de Cyber...

Nesse momento há uma das cenas mais estúpidas da história, na qual Xur 1 decide bancar o almirante japonês e afundar junto com o navio. Resta então ao nosso ilustre herói afrescalhado convencê-lo, e como ele faz isso?


Sim, dando um dos murros mais cretinos já visto na história dos quadrinhos, o suficiente para arrancar fora a cabeça de Xur 1! Pelas barbas do profeta, que panaca esse Proteus, então com ele o convencimento é na base da porrada? O mais absurdo de tudo é que, mesmo sendo reduzindo a apenas uma cabeça, Xur 1 continua funcionando, inclusive tal pancada acaba resolvendo o problema da fala arrastada dele. E assim o robô fica durante toda a história, sendo uma cabeça sem corpo...

Pausa para um pequeno parênteses... Me lembrei de um desenho clássico do Pica-Pau!

Você viu um corpo procurando uma cabeça? Eu sou uma cabeça!

Bem, voltemos então à aventura... Derrotado, Samavor retorna para sua nave-mãe, pronto para levar uma comida de rabo do imperador Birabanor, um tirano espacial (e também verde) que mais parece o cruzamento de um sapo gordo com o Hugo Chávez. Birabanor faz todo exemplo de um vilão filho da puta, ditador sem escrúpulos e que fica com essa pose de machão só porque tem um tapa-olho. Baita dum gordo peidão, isso sim. Tanto que o próprio Samavor não vai muito com a cara sebosa dele.


Logo há uma porradaria entre Samavor e seus colegas pilotos contra os guardas leais do chefão. Destaque para um desses guardas, que tem a sua fuça dilacerada por um tiro disparado por Samavor, que em apenas alguns quadrinhos viria a se tornar um dos meus personagens favoritos, devido à sua ferocidade e violência contra os inimigos...


Mas logo a luta é interrompida pelo próprio Samavor, dizendo que não tolera mais mortes, já que seu povo não é mais capaz de se reproduzir. Aí é que vem um fato curioso, que acredito explicar essa situação: durante toda a trama, não veremos sequer uma mulher verde, o que leva a crer mesmo que todas as fêmeas da raça deles morreram, ou então ficaram putas já que os homens ficavam só passeando de nave espacial e não ajudavam em casa, e se mandaram para fundar um planeta só de mulheres. Enfim, deve ser por isso que Samavor perdeu o controle, deve fazer tempo desde a última vez que ele "afogou o ganso". Ele acaba preso pelos guardas de Birabanor, sendo mandado para uma prisão, onde ia virar um picolé de limão.

Enquanto isso, os mocinhos chegavam ao planeta de Cyber, que mais parecia uma "banana que havia passado do ponto", segundo a observação extremamente científica e pertinente do Mumuni. Deve ser por causa desse comentário infeliz que Hubertus manda o afro ir junto com Proteus, que em vez de aproveitar o conforto do tanque que os levaria para a cidade, prefere ir do lado de fora. O negão ainda faz merda, quase sendo atropelado pelo tanque, precisando ser resgatado por Proteus, queimando com isso quase toda a sua bateria... Iria fazer um comentário aqui, mas é melhor eu me calar antes que venham a me chamar de racista...


Mas a bateria viria a ser queimada de vez quando os dois esbarram com uma criatura monstruosa, simplesmente um puta tiranossauro com dentes de aço! Proteus se transforma em uma cópia dele e parte pra porrada, afugentando o monstro. Pena que ele não estava usando pilhas Duracell, pois esse esforço todo faz com que ele desabe sem energia... Nessa altura, podemos imaginar que Mumuni se fudeu, ficando sozinho no meio do deserto, mas ele decide ir sozinho em direção a uma cidade próxima, dentro de uma redoma de vidro.


E nessa redoma estão o restante de nossos amigos, sendo recebidos por Cyber, quando descobrimos também que além de careca e míope (sério, um extraterrestre de óculos é absurdo pra cacete), ele também é um anãozinho que se veste de roxo. Sem brincadeira, se eu estivesse lá iria ser só arrancar os óculos dele e ficar segurando no alto, fora do alcance dele... O baixinho logo começa a se exibir para Hubertus, mostrando todos os equipamentos científicos que possui, como uma cópia do telescópio do Monte Palomar, e mesmo uma cópia da cadelinha russa Laika (ou imagino que seja a própria, porém empalhada), que leva o anãozinho aos prantos.


Puta merda, Suzy! Fica dando beijo na careca verde desse baixinho! Que nojo, vai que pega uma infecção! Aliás, que cabeção tem esse Cyber, deve ter até diferença de fuso entre o topo da cabeça dele e o queixo.

O verdinho ainda viria a mostrar outra de suas criações, uma réplica boçal do próprio Proteus... Após o robozão pagar um mico imenso, Cyber deixa claro o seu interesse em Hubertus: descobrir o segredo da metamorfose de Proteus...


Nessa hora, Mumuni chega e se junta ao grupo... Ou melhor, ele é simplesmente jogado de cara no chão com toda a violência por um dos robozões de Cyber. Sério, podem até pensar que sou racista, mas esse negão só fez merda até agora e quase fudeu com o Proteus um par de vezes, faço questão de colocar o quadrinho dele se estabacando no chão!


Enfim, Mumuni conta que largou Proteus no meio do deserto, uma atitude bem nobre por parte do afro-descendente estúpido. Como disse, Proteus havia acabado de salvar a vida dele de ser atropelado, e o negão o deixa largado no meio do nada, com um monte de dinossauros comedores de ferro. Suzy, claro, se desespera e todos eles vão lá procurá-lo... Bom, para que a história não termine ali, eles acabam encontrando-o...


Na sequência vemos que Cyber não é todo esse vilão que imaginávamos, e ele acaba oferecendo uma mega super ultra bateria fuderosa para instalar em Proteus, para que assim ele não precise mais trocar pilha. Só que essa pilha é atômica, e ele precisa gastar a energia ou então vai acabar explodindo em uma enorme nuvem de purpurina. Observe na figura abaixo a felicidade de Proteus, após colocarem um objeto cilíndrico dentro dele...


Todos ficam felizes, contentes pelo fato de Proteus estar bem apesar dele ter se tornado uma Chernobyl loira ambulante (e aparentemente ignorando o fato de que estão porrilhões de anos-luz de casa), tanto que decidem fazer uma festinha de aniversário para o robô, já que convenientemente aquele era o dia de seu primeiro aniversário. O que nos leva a uma cena tão absurda que beira o ridículo...


Sim, é um robô com chapéu de mestre-cuca...

Mas a alegria não dura muito, pois o puto do Birabanor chega com sua nave em formato fálico, tacando fogo na pôrra toda. Isso leva os dinossauros comedores de metal ficarem doidos, atacando a cidade de Cyber. O baixinho sugere que eles se escondam em uma redoma de vidro, que é o único material que os monstrengos não conseguem comer...


Tudo bem, mas eles não estavam dentro de uma puta redoma de vidro antes? Como que os bichos conseguiram entrar então? E, talvez eles não possam comer vidro, mas eles podem dar umas porradas e quebrar as redomas... Para um gênio espacial, Cyber é meio burro mesmo, era melhor ter uma nave de fuga ou coisa parecida, em vez de simplesmente se esconder dentro de uma cúpula...

Cúpula... Me lembrou de outro desenho...


Enfim, Proteus tem mais uma de suas idéias de herói de araque, e pega um dos dinossauros comedores de ferro para servir de transporte. A não ser que esses dinossauros podiam soltar um mega peido propulsor, não faço idéia porque Proteus achou que conseguiria fugir da nave de Birabanor montado em uma iguana gigante, mas vamos em frente... Claro, devido a já manjada conveniência dos quadrinhos, trata-se do mesmo dinossauro que levou porrada do nosso amigo andróide na noite anterior.


Pergunta: o que diabos é "Voragem"? Quiseram escrever "coragem" ou bolaram uma das onomatopéias mais sem noção que se tem conhecimento.

Como esperado, logo os bandidos cercam o bichão e o matam, capturando nossos heróis. Em vez de usar um daqueles modernos raios que trazem as pessoas, ou mesmo uma maldita corda, os cientistas de Birabanor conseguiram bolar um meio mais asqueroso para efetuar os seus seqüestros espaciais, com uma meleca gosmenta... Proteus e seus amigos são levados para diante do tirano, que como todos os vilões dá aquela zoada básica. Tipo, dizendo algo como "Hahaha, vocês estão cobertos de meleca!".


Até que percebemos uma cena, no mínimo, curiosa...


Apesar de ser gamada no robô loiro, Suzy fica toda derretida por Birabanor, fazendo aquele olhar de fêmea no cio, estufando os peitos e dizendo que ele é simpático e tudo mais. E isso tudo bem na frente de Proteus, que ganhou um grande par de chifres biônicos. Isso apenas comprova a minha teoria, a maioria das mulheres não se interessa por aparência, personalidade ou mesmo dinheiro, elas gostam é de... PODER!!!

Embora acho que ela exagerou dessa vez... Tudo bem, também não tinha nada de normal nela ficar gamada num robô, mas pelo menos Proteus parecia humano. E na pior das hipóteses, era só pedir para o professor instalar um vibrador heavy-duty no andróide para que Suzy pudesse se divertir (e para que ele pudesse gastar a sua pilha atômica, lembra?). Agora, Birabanor era uma criatura repugnante, um monstrengo verde e nojento. E, embora os quadrinhos ainda não possam ter cheiro, podia apostar que ele fedia pra burro! Tem cara de ter cheiro de goiaba com peixe estragado. Mulher não gosta de fedor, será que ela ia gostar de ter aquele sapo verde fedido e suado em cima dela?

Bom, Birabanor também não é burro nem nada. Afinal de contas, você se lembra de alguns parágrafos ali em cima, de que o povo dos homenzinhos verdes não pode mais se reproduzir. Vai e aparece uma fêmea, toda gostosinha, e ainda por cima dando mole para ele, você acha que o Bira ia deixar passar? Logo ela é liberada, para satisfazer todos os desejos sexuais do tirano... Acontece que Suzy parece ter algum plano na sua cabecinha mimada, que é convencer Birabanor a soltar Proteus e colocá-lo como seu escravo. Já entendi... Ela deve ter visto o meu comentário acima sobre instalar um vibrador no Proteus e ficou toda assanhadinha. Escravo, sei...


Ela faz gato e sapato com o verdão, exatamente como as mulheres fazem com nós homens, e após um "beijinho de esquimó" (que não sei se é ridículo ou nojento), ele cede aos pedidos de Suzy...

Só que Birabanor é o bandido da história, um grande filho da puta de carteirinha que se acha o p%$@ das galáxias, e decide dar uma sacaneada na japinha. Sabendo que Proteus é um robô (já que a própria besta da Suzy disse isso para ele), o tirano vai até a prisão, onde o andróide está dentro da meleca, junto com seus amigos que estão congelados em um grande freezer. E então...


... Birabanor arranca a cara de Proteus!

Era para ser uma cena dramática, se os quadrinhos tivessem som também você escutaria aquela marcha pesada, típica dos grandes vilões. Mas, na verdade o momento chega a ser tosco, e pensar que Proteus tinha seus "músculos" metálicos protegidos por uma mera mascarazinha igual daqueles bandidos que apareciam no Chapolim. E, de quebra, Birabanor diz que a partir de agora Proteus se chamaria Robica... Nome mais apropriado para nosso amigo andróide metrossexual.

Suzy estava a essa altura já vestida de princesa, se cobrindo de jóias e tudo mais (lembre-se, poder...), e era de se esperar que ela se desesperasse e ficasse de coração partido ao ver o verdadeiro rosto de seu amado robô. Pode me chamar de desalmado, mas bem feito pra Suzy! Pombas, ficou toda engraçadinha pra cima do Birabanor bem na frente do Proteus, cacete! Se eu fosse ele, baixava a minha calça e mostrava a minha bunda metálica pra ela!


Nesse meio tempo, em um dos cantos da nave um grupo de rebeldes se reunia, para bolar uma forma de derrubar o tirano. Somos apresentados a Ragbar, outro sujeito verde e com um penteado "vem cá meu puto", todo nervosinho com o fato de que aquelas reuniões não davam em nada, só perda de tempo. Isso porque ele não viu as reuniões que tenho na minha empresa!


Piadinha tosca... Voltando, os rebeldes ficavam ali discutindo o que fazer (inclusive um deles com a frase mais engraçada da série: "ah, bota fogo no gordo e pronto!"), até serem descobertos pelas tropas leais de Birabanor. O tal Ragbar consegue se esconder em um duto de ar (em qualquer lugar tem esses dutos, mesmo em espaçonaves construídas por raças supostamente mais inteligentes), e, mais uma vez com a ajuda das leis da conveniência, ele acaba chegando no quarto onde Suzy se encontrava com Proteus. Aliás, o pior é que Ragbar parecia ter bancado o empata-fodas, pois ele chega bem na hora em que Proteus se transforma em Birabanor, talvez para ver se assim Suzy dá mole pra ele...


Depois de Proteus quase esfolar o verdinho por ele ter estragado a única chance que ele teve para fazer um contato de terceiro grau com a japinha, os três bolam um plano para tentar salvar seus amigos. Enquanto Birabanor exibe seus domínios para Suzy, Proteus se disfarça como o tirano e desliga a geladeira-prisão, salvando não só seus amigos, mas também Samavor, o piloto raivoso. Mas Birabanor descobre, e então começa a porradaria geral pela espaçonave, com direito a um exército de homens-abelha... Como que uma raça estelar faz idéia de como é uma abelha, é uma pergunta que deixaremos em aberto...


A porrada continua comendo solta, incluindo algumas trocas de olhares meio suspeitas entre Proteus e Samavor. Tô de falando que esse robô é meio fruta... Desde que a Suzy ficou toda gamada no Bira, o Robica, quer dizer, o Proteus parece ter decidido que as mulheres não prestam...


Pancadaria rolando, até a Suzy também parte pra violência, se vingando do tirano verde em uma das cenas mais hilárias da história, na qual ela enfia as fuças do Bira no monitor!


E então temos aquela cena à la Titanic, na qual Suzy vem correndo, toda feliz e radiante, e pula nos braços do seu robô amado. Ela só estava assim tão sorridente pois estava trazendo a cara dele, para que assim ele não ficasse mais parecendo uma cópia barata do Terminator. Mal sabe ela que Proteus parece ter encontrado outro interesse afetivo na história...


Porém, Birabanor ainda está vivo, apesar de ter cheirado o fundo de seu monitor catódico. Raça superior das galáxias o caramba, a gente aqui com LCD e esses putos ainda dependendo de tubo de imagem... E como plano derradeiro, ele decide jogar sua mega nave fálica contra a Terra. Ou seja, literalmente fuder com nosso planeta. Proteus então assume a postura de líder e manda todo mundo seguir as suas ordens. Mas, minha motivação para ter criado esse parágrafo era apenas para atentar para um detalhe da imagem:


Pelo santo macarrão, de onde é que os amigos de Proteus arrumaram roupas EXATAMENTE IGUAIS ao seu uniforme? Puta merda, isso não faz sentido, que absurdo! Inclusive no tamanho poodle para Cyber! Será que Birabanor tem uma tinturaria com roupas da Terra, e convenientemente tinha o uniforme de Proteus? Ou será que é um dos poderes dele, de criar roupas do nada? Ou vai me dizer que o nosso herói robótico estava levando um jogo de roupas de reserva em sua bunda? E por que estou me enlouquecendo com os detalhes mais estúpidos de uma história em quadrinhos de 30 anos atrás?

E veja a cara de tarado do Mumuni! Puta que pariu, tem toda a pinta de que ele vai levar a ordem "proteger Suzy" de forma muito bíblica! 

Começa então uma corrida contra o tempo... Proteus e Cyber tentam retomar controle da nave sem sucesso (mostrando o quanto Cyber é realmente um incompetente), enquanto que Hubertus consegue entrar em contato com as autoridades da Terra, dizendo que eles vão explodir a nave-pinto caso não consigam desviá-la. Interessante ver que todos ali dentro parecem extremamente tranquilos, sem demonstrar nenhum desespero por estarem minutos antes de se desintegrarem no espaço. E o pior, dentro de uma nave de formato extremamente suspeito...

Mas aí Proteus aparece para salvar o dia, se transformando em uma turbina (isso mesmo), e desviando a nave-pinto da Terra. Birabanor, como todo bom vilão, foge no último segundo, o que libera os controles da nave, mas a tempo de se emputecer ao ver que se plano macabro falhou.


Parece que tudo está muito bem, alegria total, todos aliviados... Mas ainda tem aquela surpresa de última hora, quando um abelhudo sobrevivente aparece e dá um tiro em Samavor, matando-o. Em seus últimos suspiros, nos braços de um Proteus todo melancólico por estar perdendo a sua verdadeira alma-gêmea, Samavor pede para ser lançado no espaço em seu uniforme de piloto, para morrer como seus companheiros. Depois de trocar as roupas do sujeito, Proteus o lança como um foguete, pronto para se desintegrar no espaço...


Aguente que a história está acabando... Chega a hora de nossos amigos voltarem para a Terra, e um ônibus espacial chega para buscá-los. Despedidas e tudo mais, todos eles embarcam na nave, e o mais interessante de tudo é aquele velho filho da puta do Hubertus dizendo que as viagens de ônibus espacial ainda são perigosas, e que bastaria alguma problema com o sistema de isolamento térmico para que eles se desintegrassem na atmosfera...

Com o perdão do momento macabro, mas por acaso o ônibus espacial que foi buscá-los era o Columbia?

Mas dessa vez não acontece nada, e os nossos amigos são recebidos como heróis, se tornando celebridades mundiais, dando entrevistas na TV e desfilando em carro aberto. Seria questão de tempo para Proteus ficar mais famoso que o Super-Homem, Hubertus ganhar o prêmio Nobel pela sua invenção e Suzy posar para a Playboy...


Piadinhas à parte (embora tenham sido muitas), sempre gostei muito dos quadrinhos do Proteus. Melhor do que certas histórias como Turma da Mônica e etc, pois tinha uma história bem legalzinha e simpática, personagens bem carismáticos (apesar de seus momentos toscos), sem falar com a veia educativa, mostrando que é possível sim ensinar de forma divertida e agradável. Pena mesmo que somente a primeira edição foi lançada por aqui, tinha a curiosidade de ver as outras histórias falando sobre outros assuntos.

Comentários